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DEFENSORIA PÚBLICA GERAL DO CEARÁ

COMARCA DE CAMOCIM
EXMO. (A) SR. (A) DR. (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ VARA DA COMARCA DE
CAMOCIM – CE

AÇÃO DE REGULARIZAÇÃO DE GUARDA

MÁRCIO MOURA DA SILVA, BRASILEIRO, SOLTEIRO, MENOR


IMPÚBERE, REPRESENTADOS POR SUA AVÓ MATERNA MARIA DAS GRAÇAS DOS
SANTOS, brasileira, solteira, do lar, residente e domiciliada na Rua Perimetral, 401,
Brasília, Camocim-CE, através da Defensoria Pública do Estado, vem respeitosamente
perante V. Exa. ajuizar e promover a presente

AÇÃO DE REGULARIZAÇÃO DE GUARDA

em face de JOAQUIM RODRIGUES MONTEIRO NETO, brasileiro, união estável ,


entregador, residente e domiciliado na Rua do Papoco, Bairro da Cachoeira, Parazinho,
Granja-CE, consoante as razões de fato e de direito que a seguir expressa:

DOS FATOS
01. MARIA DAS GRAÇAS DOS SANTOS É AVÓ DE ANA CAROLINA
DOS SANTOS e mãe de JOAQUIM RODRIGUES MONTEIRO NETO.

02. A mãe biológica residirá em São Paulo para trabalhar e a avó


materna é quem efetivamente exerce os cuidados e a responsabilidade de sustento e
manutenção dos netos, mas formalmente precisa representá-lo. Desta forma,
imprescindível a manifestação paterna.

03. Devido a interrupção do convívio diário e distanciamento territorial,


torna-se imprescindível a intervenção judicial para efeito de regularizar o que , na
prática, é a realidade, através de instrumento jurídico hábil, a sentença.

DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

04. Guilherme Gonçalves Strenger, em exaustivo comentário acerca de


guarda de filhos, afirma: Os motivos que devem embasar a fixação e modificação
da guarda são todos aqueles que a lei enumera e que permitam dar aos
filhos proteção moral e educacional.

05. Na análise do pedido de guarda judicial deve-se sempre ter como


horizonte o melhor interesse da criança, seu bem estar e sua estabilidade,
pois é ela a maior interessada nos caminhos determinados para sua criação. Deve-se
sempre ter em mente que a guarda do menor pressupõe sempre o dever de prestar-
lhe assistência material, moral e educacional, nos termos em que previsto no Estatuto
da Criança e do Adolescente.

06. Reza o art. 227, da Carta Magna, in verbis:

“ É DEVER DA FAMÍLIA, DA SOCIEDADE E DO ESTADO


ASSEGURAR À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE, COM
ABSOLUTA PRIORIDADE, O DIREITO À VIDA, À SAÚDE, À
ALIMENTAÇÃO, À EDUCAÇÃO, AO LAZER, À
PROFISSIONALIZAÇÃO, À CULTURA, À DIGNIDADE, AO
RESPEITO, À LIBERDADE E À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E
COMUNITÁRIA, ALÉM DE COLOCÁ-LOS A SALVO DE TODA
FORMA DE NEGLIGÊNCIA, EXPLORAÇÃO, VIOLÊNCIA,
CRUELDADE E OPRESSÃO ”.

07. Nestes termos, a Lei nº 8.069/90 determina, em seu art. 33, in verbis:

“A GUARDA OBRIGA À PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA


MATERIAL, MORAL E EDUCACIONAL À CRIANÇA OU
ADOLESCENTE, CONFERINDO A SEU DETENTOR O
DIREITO DE OPOR-SE A TERCEIRO, INCLUSIVE AOS
PAIS”.

08. A doutrina e jurisprudência pátrias são uníssonas em afirmar que aquele


que detém a posse de fato da criança tem o direito de postular e ser
deferida a guarda judicial para regularizar a situação do menor. Entende-
se, outrossim, que, como a criança residia com o autor do pedido de guarda, já tendo
com ela criado laços de afetividade e um ambiente familiar seguro, além de ser
provida de sustento material, a guarda deve ser deferida por ser a medida mais
adequada às exigências de proteção e estabilidade emocional de uma criança.
Ressalte-se que a ruptura e instabilidade na vida da criança foram promovidos pela
requerida.

09. Assim também já se posicionou os Tribunais pátrios, verbis:

“DEVIDAMENTE COMPROVADO O FATO DE QUE A


MENOR HABITA COM O REQUERENTE E É POR ELE
ASSISTIDA, DEFERE-SE A GUARDA. RECURSO PROVIDO ”
(96.03799-9 – 1a Câmara Cível/ Fortaleza. Rel. Des. Ernani
Barreira Porto).

10. Nessa esteira, Excelência, é legítima a pretensão da Autora em resguardar o


melhor interesse da criança, qual seja lhe o de permanecer em ambiente equilibrado,
afastado de situações de riscos , colocando-os ao abrigo da avó materna, a qual
subscreve ao fim para manifestar integral ANUÊNCIA.

DOS PEDIDOS
20. ISTO POSTO, requer a V. Exa. que, após autuação e processamento da
presente Ação de Regularização de Guarda, sejam os pedidos julgados procedentes para
confirmar e formalizar a guarda e responsabilidade de ANA CAROLINA DOS
SANTOS na pessoa de LUZIA EMILIA SAMPAIO DE MATOS (AVÓ
MATERNA).
21. Roga pela antecipação dos efeitos da tutela (art. 273 CPC), para
que seja fixada GUARDA PROVISÓRIA da referida criança na avó materna, de
modo a deferir e determinar seu imediata representação para todos os fins legais.
22. Requer a citação do demandado, para, se o quiser, oferecer
RESPOSTA, sob pena de revelia e seus efeitos.

23. Requer a intimação do Douto representante do Ministério


Público, em face das exigências do art. 82 do CPC;

24. Requer a produção de provas, por todos os meios de prova em


direito admitidos, inclusive, depoimento pessoal da parte adversa, oitiva testemunhal
e juntada posterior de documentos, tudo de já requerido, reservando-se, contudo, o
direito de indicar outras caso se faça necessário.

25. Requer a condenação do requerido no pagamento das verbas de


sucumbência, isto é, custas processuais e honorários advocatícios, estes na base de
20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, os quais deverão ser revertidos à
DEFENSORIA PÚBLICA-GERAL DO ESTADO DO CEARÁ

26. Roga pela concessão dos benefícios da Justiça Gratuita por não
possuir condições econômicas para arcar com as custas e despesas processuais sem
prejuízo de sua sobrevivência, nos termos da Lei n. 1.060/50.

27. Dá-se à causa o valor de R$ 622,00 (SEISCENTOS E VINTE E DOIS


REAIS) apenas para os efeitos do art. 282 do CPC.

Termos em que pede e espera deferimento.

CAMOCIM (CE) 26 de Novembro de 2013.

EDMAR LOPES ALBUQUERQUE

Defensor Público do Estado do Ceará

MARIA DAS GRAÇAS DOS SANTOS

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