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ADVOGADOS

ACXIA THAIS GAMARONI DOS SANTOS


OAB/PR 82.234

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE


FAMÍLIA DA COMARCA DE MARINGÁ – ESTADO DO PARANÁ

FABRÍCIO ESTEVÃO MUNIS PINTO, brasileiro, serviços gerais,


convivente, portador do RG nº 13.610.676-7, inscrito no CPF n.
104.176.849-40, residente e domiciliado na Rua Valladolid, n. 130,
Maringá-PR, CEP 87053536, celular: 44 9819-5818, não possui endereço
de e-mail, por intermédio de sua Procuradora que a esta subscreve, nos
temos da procuração anexa, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, ajuizar a presente ação de:

REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS COM TUTELA DE URGÊNCIA

Em face de JAKELINE RIBEIRO PAIVA, brasileira, convivente, atual


profissão desconhecida, nascida aos 08.12.1995, filha de Helena Graciana
Ribeiro e Serafim Paiva, portadora da cédula de identidade n°
13.383.991-7/PR, CPF desconhecido, residente e domiciliada na Rua
Hermínio Girardi, n. 506, Conjunto Hermas Morais de Barros, Maringá-PR,
celular: 44 9867-1170, endereço de e-mail desconhecido, pelas razões de
fato e de direito que passa a expor:

I- DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA – ART. 98, § 1º DO


NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E LEI N. 1.060/50

À princípio, Excelência, acerca do benefício da gratuidade judiciária, assim


dispõe o novo Código de Processo Civil, transcrevo:

Avenida Santos Dumont, n.181, sala 10, Centro, CEP: 84261-260. Fone:(44) 9 9982-8282
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“Art. 98 – A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou


estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar
as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na
forma da Lei.”

Assim, no caso de concessão para pessoas naturais, o NCPC é claro ao


afirmar que se faz necessário tão somente a mera declaração de
hipossuficiência financeira, presumindo-se verdadeira e suficiente tal
alegação, não sendo preciso a produção de nenhuma outra prova,
conforme disposto:

“Art. 99 – O pedido de gratuidade da justiça pode ser


formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. ...
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência
deduzida exclusivamente por pessoa natural. (...)”
(omitimos).

“Art. 374 – Não dependem de prova os fatos: ... IV -


Em cujo favor milita presunção legal de existência ou
de veracidade.” (Omitimos).

Neste sentido, é o recente entendimento do E. Tribunal de Justiça do


Estado do Paraná, verbis:

“DECISÃO MONOCRÁTICA. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. DECISÃO
INTERLOCUTÓRIA QUE INDEFERE OS BENEFÍCIOS DA
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PESSOA FÍSICA.
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PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DA AFIRMAÇÃO DE


POBREZA. REFORMA QUE SE IMPÕE. RECURSO A QUE
SE DÁ PROVIMENTO EM CARÁTER MONOCRÁTICO. ...

Por sua vez, a Lei nº 1.060/50, que estabelece normas para a concessão
de assistência judiciária aos necessitados, garante, em seu artigo 4º, que
a mera alegação de insuficiência econômica para o pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo próprio ou de sua
família, é suficiente para o deferimento do benefício da justiça gratuita,
ante a presunção iuris tantum de veracidade, considerando ausência de
prova em sentido contrário.

Dessa forma, a alegação da carência econômica é suficiente para o


deferimento da benesse.

Nesse sentido, inclusive, o CPC/15, disciplina, em seu artigo 99 que:

“O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado


na petição inicial, na contestação, na petição para
ingresso de terceiro no processo ou em recurso”.

Isto posto, Excelência, informa o Requerente que é auxiliar de serviços


gerais, na empresa “JOSE ROBERTO DE OLIVEIRA MUNIS”, inscrita no
CNPJ n. 18.457.559/0001-00, com endereço na Avenida Carmem Miranda,
n. 1470, no Conjunto Cidade Alta, nesta urbe, auferindo renda mensal de
R$1.200,00 (mil e duzentos reais), nos termos da declaração de trabalho
anexa, além disso, mora com sua convivente, com quem tem uma filha
bêbe, e paga pensão ao menor Heitor, portanto, não reúne, no momento,
condições de arcar com às custas processuais referente a presente
demanda, sem que isso importe em prejuízo próprio e dificuldades na
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manutenção de suas despesas familiares, tendo o mesmo o direito a


concessão da justiça gratuita em conformidade com os dispositivos legais
retro citados bem como na forma prevista no Art. 4º da Lei n. 1.060/50.
II- DOS FATOS

O requerente e a requerida mantiveram um relacionamento, fruto do qual


nasceu: HEITOR RIBEIRO MUNIS, em 01/02/2020, nos termos da
certidão de nascimento anexa, ocorre, que após o fim do relacionamento,
Jakeline dificulta as visitas de Fabrício ao filho, e mesmo após diversas
tentativas amigáveis de regularizar a situação, o autor não obteve êxito,
razão pela qual ingressa com o presente processo.

III- DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Nos termos da disposição do art. 319, em seu inciso VII, do Código de


Processo Civil, o autor requer seja designada audiência de conciliação, por
meio virtual, aguardando a citação da requerida para tal ato.

IV- DOS DIREITOS

É direito fundamental da criança e do adolescente ter a presença de seus


pais, sendo também direito do pai.

Acerca do terma, o art. 1583, parágrafo 5 do Código Civil diz que aquele
que não detenha a guarda tem a obrigação de supervisionar o interesse
de seu filho, transcrevo:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.


(Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008).

§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não


a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e,
para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores
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sempre será parte legítima para solicitar informações


e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em
assuntos ou situações que direta ou indiretamente
afetem a saúde física e psicológica e a educação de
seus filhos. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014).

A Doutrinadora Maria Berenice Dias, esclarece que:

“A visitação não é somente um direito assegurado ao


pai ou à mãe, é direito do próprio filho de com eles
conviver, o que reforça os vínculos paterno e materno-
filiar. (...)

Consagrado o princípio proteção integral, em vez de


regulamentar as visitas, é necessário estabelecer
formas de convivência, pois não há proteção possível
com a exclusão do outro genitor”.

Assim, o autor requer sejam regulamentadas as visitas, como forma de


não privar o menor de sua presença, e não prejudicar a saúde emocional
do mesmo.

Então, requer, desde já, seja estabelecido que o pai, possa visitar o filho,
em finais de semana alternados, podendo retirá-lo do lar materno aos
sábados às 09h00min e devolvê-lo nos domingos às 19h00min.

No dia dos pais, e em feriados alternados, bem como na primeira metade


das férias escolares/creche; nos aniversários, permanecerá nos anos
ímpares com o pai, e pares com a mãe, com livre visitação do outro
genitor nesta data.

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O art. 6 do Estatuto da Criança e do Adolescente rege sobre a necessidade


de se observar a condição peculiar dos mesmos como pessoa em
desenvolvimento, transcrevo-o:

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em


conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências
do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, e a condição peculiar da criança e do
adolescente como pessoas em desenvolvimento.

No presente caso, conforme já dito, o pai, vem tendo grande dificuldade


para visitar seu filho.

Por sua vez, o Código Civil, em seu art. 1589, dispõe que:

Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não


estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua
companhia, segundo o que acordar com o outro
cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar
sua manutenção e educação.

Como, no presente caso, não foi possível estabelecer consensualmente,


regras para a visita do pai a seu filho, o mesmo recorre à tutela
jurisdicional para ter assegurado seu direito.

V- DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA PARA FIXAÇÃO


DAS VISITAS

Presentes os requisitos insertos no art. 273 do Código de Processo Civil


para deferimento da tutela antecipada. Provas inequívocas estão
substanciadas na certidão de nascimento e exposição fática.

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No presente caso, faz-se necessário o pedido liminar de tutela para que


sejam fixadas as visitas provisórias ao autor, para que o pai possa
retomar seu contato com seu filho, extremamente dificultado pela
genitora.

O direito de visitas, abrange o direito de manter correlação com a criança,


fiscalizar sua manutenção e educação e tê-lo em sua companhia e demais
familiares paternos.

Não há motivação real, lógica ou racional para que a genitora


obstacularize o convívio de Fabrício com Heitor, por isso é imperiosa a
concessão do pedido liminar no presente caso, sob pena de dano
irreverssível ao menor.

Por isso, se invoca, no presente caso, liminarmente a proteção jurídica


para fixação das visitas provisórias, em finais de semana alternados, com
retirada do menor ás 09h00min dos sábados e devolução à residência
materna às 19h00min dos domingos.

IX- DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) Sejam concedidas as benesses da justiça gratuita, visto o


requerente ser pobre, na acepção jurídica do termo, nos termos da
declaração anexa;
b) Seja deferida em sede liminar de tutela a regulamentação provisória
de visitas em favor do genitor;

c) A oitiva do Ilustre representante do Parquet, nos termos do Art.


178, inciso I, do Código de Processo Civil;

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d) Seja designada audiência de conciliação na modalidade virtual;


e) Seja, ao final, julgada totalmente procedente a demanda, para
regulamentar de forma definitica a visitação do pai ao menor.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito


admitidas.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

Dá-se a causa o valor de: R$1.212,00 (mil duzentos e doze reais).

Maringá-PR, 25 de outubro de 2022.

Acxia Thais Gamaroni dos Santos

Advogada OAB/PR 82.234

Documentos anexos:

- Documentos pessoais do requerente;

- Certidão de nascimento do filho;

- Comprovante de endereço do requerente;

- Procuração;

- Declaração de hipossuficiência, e

- Declaração de trabalho.

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