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Proc. N°
______________________________________________________, vem,
com o devido respeito à presença de V. Exa., no prazo legal, por seu advogado “in
fine” assinado, conforme instrumento procuratório já anexo, apresentar
CONTESTAÇÃO A AÇÃO DE EXONERAÇÃO, que tramita perante esse respeitável
Juízo, promovida por __________________________________, já qualificado na
peça exordial, pelas razões de fato e de direito adiante expostas:
1.PRELIMINARMENTE
1.1 JUSTIÇA GRATUITA
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
[...]
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente
por pessoa natural.(NOVO CPC)
ART. 5ºTodos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;(Constituição Federal 88)
DOS FATOS
No caso Exa. a promovida,como foi colocado na exordial, ainda se
encontra realizando o ensino superior.
O fato do promovente alegar que possui outra família não merece
prosperar, pois sequer comprovou essa alegação.
É de bom alvitre ressaltar que o autor não conseguiu de desimcumbir de
seu ônus probante, pois as fotografias não são suficientes para comprovar qualquer
alegação de casamento e/ou união estável da promovida.
Assim as despesas mensais da promovida são as seguintes, de acordo
com comprovantes em anexo:
DESPESAS LEONARDO POR Valor em euro
MÊS
Transporte 113,6 €
Curso de alemão 201,00 €
Alimentação na escola 100,00 €
Celular 20,00 €
Vestuário 70,00 €
SUBTOTAL 504,60 € (R$ 6,28 cotação em
06/09/2020)
TOTAL EM REAIS R$3.168,88
DO DIREITO
Conforme Orlando Gomes (Direito Civil: Direito de Família. 14 ed. Rio de
Janeiro:Forense, 2001, p. 427.):
Do ponto de vista jurídico, entende-se por alimentos tudo o que for necessário ao
sustento do ser humano, para o suprimento de suas necessidades vitais e sociais.
Tem-se como exemplo de alimentos os gêneros alimentícios, o vestuário, a
habitação, a saúde, a educação e o lazer. Os alimentos não se referem apenas à
subsistência material do alimentado, mas também à sua formação intelectual. Eles
visam a satisfazer as necessidades de quem não pode provê-las integralmente por
si.
O instituto dos alimentos destaca-se no meio jurídico pela sua importância
em relação ao direito à vida, pois todos sabem que o direito primordial do ser
humano é o de sobreviver com dignidade. O indivíduo, a princípio, possui todos os
predicados que o tornam capaz de subsistir por meio de seu próprio esforço, porém,
Ed. Premium, Av. Humberto Monte nº 2929, Sala 316 Sul, bairro Pici, CEP 60.440-593.
Fortaleza-Ceará. Telefones: (85) 3287-0108. (85) 98901-9974. (85) 99645-8278.
em determinadas circunstâncias, isso se torna impossível ou temporariamente
inviável.O direito alimentar também se destaca por ser de ordem pública,
prevalecendo na proteção da família e da vida, o interesse social.
O Estado fiscaliza e instrui normas que regem as relações sociais, em
especial no concernente ao direito de família, pois há mitigada liberdade na
autonomia de vontade, sendo este direito alimentar questão de ordem
pública.Nestes termos, salienta Rolf Madaleno (Direito de família em pauta. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2004, p. 197-198)
O direito alimentar é de ordem pública, por prevalecer o interesse social na
proteção e na preservação da vida e da família, cometendo associar sua ordem
pública com o princípio constitucional do artigo3º, inciso I, da Carta Federal de
1988, quando aponta ser objetivo fundamental da República Federativa do Brasil
construir uma sociedade livre, justa e solidária.
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Demonstra-se que é majoritário, na doutrina e na jurisprudência, que a
obrigação alimentar se prorrogue ao filho maior estudante até seus vinte e quatro
anos, ou,dependendo do caso, até a conclusão da faculdade ou curso
profissionalizante. Ademais,com a maioridade, a obrigação alimentar entre pais e
filhos é pelo dever de solidariedade e relação de parentesco.
Veja-se a respeito a seguinte decisão:
“Ementa CIVIL. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. FILHA FREQUENTANDOCURSO
DE ENSINO TÉCNICO. LIMITE DA OBRIGAÇÃO ATÉ 24 ANOS DE IDADE.
MANUTENÇÃO DO ENCARGO. RECURSO DESPROVIDO.A obrigação alimentícia
decorrente do poder familiar cessa, em regra, com a maioridade civil do
alimentário. Entretanto, o dever dos genitores de sustentar a prole estende-se até a
data em que o alimentando completar 24anos de idade, se estiver frequentando
curso de ensino técnico ou superior.AC758837 SC 2008.075883-7, Orgão Julgador
Segunda Câmara de Direito Civil Partes Apelante: M. F., Apelada: V. L. F.
Publicação Apelação Cível n. ,da Capital Julgamento 31 de Agosto de 2009, Relator
Luiz Carlos Freyesleben.”
Em suma, a mudança do “status quo” é condição indispensável para a
revisão do quantum alimentar, o que não pode ser vislumbrado no presente caso!
A Lei 5.478/68, que trata de alimentos, é clara sobre a modificação
financeira da situação dos interessados:
“Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a
qualquer tempo ser revista em face da modificação da situação financeira dos
interessados”.
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Com efeito, a ré detém plena legitimidade para receber alimentos, frente à
possibilidade material do autor, ora contestado, de lhe alimentar. In casu, o autor
tem total possibilidade de suprir tal pensão, pois não demonstrou o contrário em sua
exordial.
Em se tratando do ÔNUS DA PROVA QUANTO À EXISTÊNCIA DE
FATOS NOVOS APTOS A ENSEJAREM UMA MUDANÇA NOS VALORES DO
ENCARGO ALIMENTAR, com efeito, este cabe ao autor da Ação
Revisional/Exoneração de Alimentos, conforme se interpreta do art. 373, I, do
Código de Processo Civil Brasileiro, IN VERBIS:
“Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;”
Nesse diapasão, sobre o ônus da prova ser do autor sobre a alegação de
que a requerida vive em união estável, a jurisprudência pátria é categórica, IN
VERBIS:
DA RECONVENÇÃO
O novo CPC dirime o seguinte sobre a reconvenção, IN VERBIS:
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
No Caso Exa. o valor pago pelo autor, a titulo de pensão alimentícia, já se
encontra defasado pois as despesas da promovida aumentaram sobremaneira com
o ingresso no ensino superior, ao passo que o demandante teve aumento
considerável nas suas receitas, conforme o que será demonstrado na instrução.
Assim sendo, ante o exposto requer a procedência da reconvenção com a
majoração da obrigação alimentar para que além da mensalidade escolar e na
responsabilidade para arcar com a metade do fardamento e material escolar que o
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autor seja compelido a pagar 50% do salário mínimo vigente nacionalmente a
demandada.
O novo CPC dirime o seguinte sobre a reconvenção, IN VERBIS:
3.DO PEDIDO
Requer os benefícios da gratuidade judicial em virtude do retro aludido.
Em caso de indeferimento do benefício supra requerido, requer que as
custas sejam recolhidas ao final do processo de forma parcelada.
Ante o exposto requer ainda Exa., que seja a presente defesa recebida,
julgando plenamente improcedente a ação, nos termos acima explicitados.
Assim sendo, ante o exposto requer a procedência da reconvenção com a
majoração da obrigação alimentar para que além da mensalidade escolar e na
responsabilidade para arcar com a metade do fardamento e material escolar que o
autor seja compelido a pagar 50% do salário mínimo vigente nacionalmente a
demandada.
Roga ainda pela condenação do demandante no pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios.
Para provar o alegado Exa.,protesta desde já por todos os meios de provas
em direito admitidos,notadamente juntada posterior de documentos, oitiva de
testemunhas,depoimento pessoal do promovente, sob pena de confissão, perícia tudo
de logo requerido.
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