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Exmo(a). Sr(a). Dr(a).

Juiz(a) de Direito da ________ Vara de Família da Comarca


de _____________________________.

JOSÉ LUIZ CAMPOS DA SILVA, brasileiro,


casado, policial militar inativo, domiciliado nesta cidade, onde reside, na rua
Aruama, 2807, bairro Guarania, por seu bastante procurador e advogado, infra-
assinado, com escritórios nesta cidade, na rua Major Gastão, 03, e rua 13 de
Junho, 1088, conjs. 207/208, locais onde recebe intimações (doc. 01), na AÇÃO
DE ALIMENTOS (autos nº 004.02.87826117-9), movida pelo seu filho
SEBASTIÃO JOSÉ CAMPOS, em curso por esse ilustrado Juízo de Direito e
Cartório do 3º Ofício de Família dessa Comarca, vem perante V. Exa. aduzir a
presente DEFESA, pelos motivos a seguir expostos:

Antes, porém, requer os benefícios da


ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA por não dispor de recursos financeiros suficientes ao
pagamento das custas e demais despesas processuais, sem prejuízo do sustento
próprio e familiar (doc. 02).

Fixada tal premissa, passar-se-á aos


fundamentos da lide.

Bem de se ver, de início, que não é razoado o


pleito do requerente, na medida em que tem ele condições plenas de desenvolver
atividade laboral, para auferir rendimentos suficientes à sua subsistência, não só
por contar com 18 anos de idade, completos, eis que nasceu no dia 26 de janeiro
de 1.986, conforme se vê da certidão de nascimento de fls., e gozar de perfeita
saúde, como, também, pelo que se tem notícia, não está cursando nível superior,
ultrapassando, assim, a idade limite de ser mantido pelo requerido. Nesse sentido
é abundante a messe jurisprudencial:

“ A maioridade extingue o pátrio poder, não


havendo mais a obrigação de sustento, podendo se socorrer do art. 397 do
CC somente quando o alimentando não possui bens nem pode prover sua
própria subsistência pelo seu trabalho, ainda que seja estudante. ” TJMS, 3ª
Turma Cível, rel. Des. HAMILTON CARLI, v.unân. In, RT 727/262.

“ O alimentante fica exonerado da obrigação


de prestar os alimentos no momento em que os alimentados atingem a
maioridade. (TJMG- AC 000.202.010-5/00- 1ª C.Civ.- Rel. Des. Antônio Hélio
Silva- J. 20.02.2001). ” In, OZÉIAS J. SANTOS, Alimentos no Novo Código Civil,
Editora Vale do Magi/2003, pág. 194.

Desse modo, não é lícito ao requerente receber


alimentos do requerido, até porque, sendo ele adulto e sadio, podendo subsistir
com os rendimentos do próprio trabalho, não pode sacrificar seu pai, aposentado,
após muitos e muitos anos de duro trabalho, enfrentando difícil situação financeira,
mercê dos baixos ganhos, para cobrir elevadas despesas com o seu sustento e de
sua família, com alimentação, vestuário, medicamentos, escolas, moradia, tarifas
de água, luz, telefone, transportes, impostos e taxas, etc... e tenha, ainda, por
cima, de prover a subsistência de filho quem tem condições de trabalho.

Em sendo assim, é inadmissível que o


requerente viva às custas do requerido, não só pelo prejuízo que irá causar a este,
mas, sobretudo, porque o recebimento da prestação alimentar questionada
implicaria necessariamente em estímulo e incentivo ao nada fazer, o que, com
certeza, não seria bom para ele, requerente, e nem tampouco para a sociedade,
vez que é por demais sabido que “ a ociosidade é a mãe de todos os vícios ” e
“ cabeça vazia é oficina do diabo ”. A propósito vem a talho o escólio de
WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO, em Curso de Direito Civil, 2º vol.,
Direito de Família, 9ª edição/Saraiva, pág. 300/301:

“ Em regra, todo indivíduo adulto e são deve


trabalhar para o próprio sustento. Como diz Clovis, com toda a propriedade,
o instituto dos alimentos foi criado para socorrer necessitados, não para
fomentar a ociosidade ou favorecer o parasitismo. ”

Assim sendo, o requerido, JOSÉ CAMPOS DA


SILVA, requer a V. Exa. a improcedência total do pedido inicial e, de conseguinte,
exoneração dos alimentas provisórios, fixados às fls. 14, ítem 2,
comunicando-se tal fato à fonte pagadora, para as medidas cabíveis, e,
conseguintemente, condenando o requerente ao pagamento das custas e
demais despesas processuais, inclusive honorários advocatícios, como
inescusável providência de Direito e de Justiça.

Protesta provar o alegado por todos os meios


probatórios em direito permitidos, notadamente, depoimento pessoal do réu, sob
pena de confissão; juntada de documentos “a posteriori”; requisição de
documentos às repartições públicas e entidades privadas; perícia; vistoria;
inspeção judicial; e oitiva de testemunhas, cujas provas requer, desde já.

Pede e espera deferimento.

Local e Data

ADVOGADO
OAB

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