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PATRICK ABREU DE OLIVEIRA, já qualificado, por seu advogado e procurador bastante, infra
assinado, nos autos da AÇÃO DE OFERTA DE ALIMENTOS em epígrafe, que move em relação à
MONALISA PEREIRA ABREU, menor impúbere, representado por sua genitora MARIA BEATRIZ
PEREIRA DE OLIVEIRA, também devidamente qualificadas, em trâmite perante este D. Juízo e
Cartório respectivo, vem, respeitosamente, a presença de V.Exa., em cumprimento ao r. despacho
de id. 45748789 - Intimação, apresentar sua RÉPLICA à contestação id. 44881539 - CONTESTAÇÃO,
o que faz pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
Data máxima vênia, nenhuma razão assiste a Requerida, visto que, as assertivas
trazidas não condizem com a realidade fática, se encontrando totalmente invertidas e
manipuladas, à vista dos documentos acostados pelo Requerente, consoante restará provado não
só com a presente réplica, mas, se necessário for no decorrer da regular instrução da presente
demanda, re-ratificando os termos do pedido inicial, devendo a presente demanda ser julgada
procedente, com a consequente condenação da Requerida nos consectários legais.
Senão vejamos.
Aduziu a Requerida ab initio que a mesma vive com os pais e não possui condições de
arcar sozinha com todos os custos que uma criança necessita, enquanto cria uma situação diversa
da realidade onde põe o Requerente como desfrutador de uma vida isenta de obrigações legais e
consequentemente sem contribuir satisfatoriamente com o sustento de sua filha, o que não se
traduz em verdade e a principal prova é a demanda processual em questão que foi ofertada pelo
mesmo mostrando o claro interesse em contribuir de forma mais do que satisfatória com a vida de
sua filha, no entanto sem pôr em risco seu sustento e de sua atual família, tendo em vista, e
conforme já previa, a Requerida iria criar uma realidade distorcida para atingir o Requerente
usando sua própria filha para tal fim.
Assim, MM. Juíza, o Requerente vem contestar ponto a ponto as alegações em sede
de Contestação.
Quanto a alegação de não ter condições de arcar com o sustento da filha se traduz em
inverdade, tendo em vista que a Requerida é pessoa jovem, possui emprego fixo, ou seja, trabalho
remunerado, pois trabalha na Escola Municipal do Município de Sigefredo Pacheco (foto a seguir) e
é Graduada em Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade Integrada do Brasil, com especialização
em Metodologia do ensina da História (DOC. 1), portanto apta a prover o sustento de sua filha na
parte que lhe cabe, não devendo tal dever recair integralmente sobre o Requerente.
Ademais, a Requerida junta uma tabela com valores sem qualquer comprovação de
fato, alegando que o Requerente deve arcar com tais despesas em favor da criança, ocorre
Excelência, que tal obrigação é DOS PAIS por igual, devendo a Requeria também contribuir com sua
cota parte.
Dessa feita, é dever dos pais assistir, educar e criar os filhos menores, conforme
dispõe o art. 229 da CF/88, regulamentado pelo Código Civil, que impõe a ambos os genitores o
dever de sustentar, guardar e educar os filhos menores.
A situação de renda e todos os gastos que o Requerente adianta será provado. Nos
termos dos arts. 98 e 99 do Diploma Processualista, e art. 1º da lei de alimentos 5.478/68 § 2º e
3º, a gratuidade da justiça é direito personalíssimo. Portanto, requer-se que seja conservado o
benefício de gratuidade da justiça concedido, com fulcro no art. 5º, inc. LXXIV da Constituição
Federal, e nos termos do art. 99, § 2º, 3º e § 6º do Código de Processo Civil Brasileiro.
Ademais, o Requerente possui gastos fixos mensais essenciais para seu sustento e não
podem e nem devem ser deixados de levar em conta, com valores aproximados detalhados na
tabela abaixo. Vale destacar que ele é diabético, faz uso de medicação constante e não possui
plano de saúde.
Nota-se que os gastos essenciais do Requerente representam grande parte dos seus
ganhos líquidos, para detalhar seus ganhos e contrapor aos gastos, o Requerente junta de livre e
espontânea vontade seus extratos bancários dos últimos 3 meses e se fizer necessária junta
quantos forem necessários e não se opõe a quebra de sigilo Bancário tendo em vista já está o
fazendo por conta própria. Ademais junta também seu extrato do Serasa, onde é declarada 3
dívidas em seu nome, que somam R$ 5.071,98 (cinco mil setenta e um reais e noventa e oito
centavos).
Outrossim, a Requerida também requer, além da quebra de sigilo bancário dos
últimos 03 anos que por sinal, esse tempo prolongado não possue qualquer relação com a
presente demanda, que seja oficiado órgãos como o Detran-PI para que seja indicado a existência
de veículo de propriedade do Requerente.
Decidir de forma diversa estaria ferindo o Princípio da Congruência que nos leciona
que o pedido é o norte vislumbrado pelo magistrado e a ele deve o mesmo ficar adstrito, sob pena
de concessão de tutela diversa da natureza, do objeto e da quantia, causando, assim, a nulidade da
sentença.
Portanto, não há que se falar em quebra de sigilo dos últimos 03 anos e Oficiar
Detran-PI, pois além de não ter fundamentado tal pedido, bem como sua necessidade, foge do
objetivo da demanda. Se o objetivo de tal quebra de sigilo bancário for, hipoteticamente, para
descobrir a capacidade contributiva do Requerente não há que se falar em 03 anos (2023, 2022 e
2021) pois não possuem qualquer interesse presente a ser provado com isso, no entanto os
últimos 03 (três) meses de seus extratos bancário o próprio Requerente já junta em anexo DOC. 4 e
5.
Desta forma, restando assim clara a condição financeira do Requerente e como foi
declarada anteriormente, portanto não apresenta má-fé, não possui renda extra e claramente não
possui condição financeira para arcar com as custas do processo e nem que ocorra majoração da
Pensão.
Noutra diapasão o Requerente junta aos autos prova concreta daquilo que alega,
conforme demonstrado em anexo, onde comprova que tal negócio se trata apenas de um
passatempo, ou seja, uma atividade que é praticada por prazer nos tempos livres e não aufere
lucro, ao contrário, muitas vezes tem prejuízos de diversas formas. Ademais, tais facas muitas vezes
são presentes para amigos e familiares bem como outras feitas apenas para uso pessoal e coleção,
sendo uma minoria apenas para venda quando aparece alguém interessado quando posta em seu
Instagram pessoal.
Junta aos autos prova total dos gastos das facas e todas as que foram vendidas.
Resumidamente temos que o Requerente produziu em pouco mais de 03 anos cerca de 42 facas
neste período (apenas 26 foram vendidas), arrecadando um valor bruto de aproximadamente R$
11.540,00 (onze mil quinhentos e quarenta reais). Os custos envolvidos na produção, referentes a
materiais, ferramentas e equipamentos utilizados, detalhados em anexo, foram cerca de R$
12.500,00 (doze mil e quinhentos reais).
Desta forma, fica claro ser apenas um passatempo não retornando lucro e não que
muito menos chega a compor sua renda, sendo algo que muitas vezes se verte em prejuízo tendo
em vista que sequer consegue retornar o tempo gasto de mão de obra, gastos de energia e tantos
outros que envolvem tal ofício de cuteleiro.
A grosso modo se tudo que tivesse vendido fosse sem qualquer custo/gasto, os R$
12.500,00 divido por 36 meses (3 anos) conforme alega a Requerida, seria pouco mais de R$
347,22 (trezentos e quarenta e sete reais e vinte de dois centavos). Ora Excelência resta
comprovado em anexo todos os custos para a produção das facas sento portanto nem desse valor
médio, possível falar.
Quanto a tal alegação por parte da Requerida, onde afirma que a presente ação de
oferta de alimentos é uma manobra ardilosa feita pelo devedor de alimentos, afirmando ser o caso
em questão, não merece prosperar.
''... a oferta de alimentos pode ser uma opção para evitar qualquer
alegação de abandono material em razão da mera separação fática do
casal e dos filhos comuns, ou para não ser surpreendido com uma
cobrança de soma alimentar elevada e abusiva, evitando os riscos de
precisar provar o abuso do valor alimentar reclamado e sua redução
incidental, especialmente quando os alimentos são irrepetíveis.''
O Requerente não ingressa com a presente ação com intuito ofertar muito menos do
que o alimentante carece, em relação aos efetivos ingressos financeiros da alimentante, conforme
restou provado por tudo exposto.
Do suso exposto, com o devido acatamento, face toda fundamentação legal esposada e
provada, é imperativo concluir-se que as assertivas trazidas na peça contestatória não condizem
com a realidade fática, bem por isso, reitera o Requerente o seu pedido inicial, requerendo seja
julgada procedente a presente ação conforme os pedidos iniciais, e manter a decretação da pensão
alimentícia provisória até o fim da instrução processual, qual seja, no valor de 30% do Salário
mínimo, bem como a condenação da Requerida nas custas, honorários advocatícios e demais
consectários legais.
Termos em que,
Assinado digitalmente