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THAMIRES VELASCO

Advocacia e Consultoria Jurídica

AO JUÍZO DA 5º VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE BELÉM/PA

ANNA BEATRIZ PENA FERREIRA & ANNA LUIZA PENA FERREIRA, representadas
por sua genitora ANNA MONIKA SOARES PENA, brasileira, solteira, do lar, portadora da cédula
de identidade RG nº 4099247 PC/PA e CPF n° 847.036.362-04, residente e domiciliada nesta
cidade, na Travessa Alferes Costa, Passagem Santa Helena, nº 133, bairro da Pedreira, CEP
66087-140, por intermédio da advogada que abaixo assina, vêm à presença de Vossa
Excelência, ajuizar

AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS

Em face de JOÃO RODRIGO DO NASCIMENTO FERREIRA brasileiro, solteiro,


autônomo, residente a domiciliado na cidade de São Sebastião da Boa Vista - Pará, na Rua 18
de novembro, n 26, bairro Centro, CEP 68820-000, pelas razões de fato, fundamento e direito
que se passa a apresentar.

I – DA JUSTIÇA GRATUITA
Em primeiro lugar, ressalta-se que Requerente a não possui condições de arcar com as
custas e despesas processuais oriundas da presente demanda sem prejuízos a seu sustento.
Dessa forma, à luz dessa situação econômica, com base no princípio constitucional da
inafastabilidade do Poder Judiciário, conforme art. 5º, XXXV da CRFB/88 e no princípio do
acesso à justiça também presente no mesmo art. 5º, LXXIV, declara expressamente, sob as
penas da lei, não possuir renda suficiente e requer os benefícios da gratuidade da justiça, na
forma do art. 98 do CPC.

II – DOS FATOS
Por sentença proferida nos autos da Ação de Alimentos de número nº 2007.1.107618-0,
o Requerido foi condenado a pagar 30% do salário mínimo a título de pensão alimentícia, além
de pagar a mensalidade escolar da Alimentanda ANNA BEATRIZ PENA FERREIRA. Entretanto,
a remuneração paga não é suficiente para satisfazer as necessidades básicas das Requerentes.
Além disso, o Requerido possui, atualmente, situação financeira melhor do que outrora,
tendo condições de pagar um valor justo.

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II. DO CABIMENTO

II.I DA NECESSÁRIA MAJORAÇÃO DOS ALIMENTOS EM RAZÃO DO AUMENTO DA


NECESSIDADE ALIMENTAR DAS REQUERENTES
As depessas básicas para garantir uma vida minimamente digna para as alimentandas
vem se tornando dificultosas, visto que a genitora não dispõe de recursos suficientes para o
sustento das duas filhas, uma vez que não possui vinculo empregatício. Nesse contexto, é
importante destacar que as oscilações econômicas, que evoluíram ao longo do tempo, têm
afetado os gastos relacionados à alimentação, vestuário, moradia, entre outros, resultando em
um aumento no custo de vida das Requerentes.
Diante disso, é evidente que os gastos fundamentais relacionados à menor, ANNA
LUIZA PENA FERREIRA, protegidos pelo Artigo 22 do ECA, são considerados indispensáveis
para garantir a manutenção de uma vida digna para a REQUERENTE, fato este também
assegurando pela Carta Magna:
“Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos
menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar
os pais na velhice, carência ou enfermidade.”
Da mesma forma, considerando os custos relacionados à ANNA BEATRIZ PENA
FERREIRA, que mantém um vínculo ativo com a Instituição de Ensino Superior
______________. Portanto, necessitando de apoio financeiro para cobrir as despesas
essenciais de subsistência, bem como os gastos adicionais associados à sua educação superior.
Estes custos representam um desafio significativo para serem suportados exclusivamente por
sua genitora, assim como para a própria requerente, pois o período cursado na faculdade
dificulta sua inserção no mercado de trabalho.
Neste viés, nas ilustres palavras Carlos Roberto Gonçalves, é o que se entende sobre a
importância da manutenção de apoio financeiro à alimentada que ingressa em Ensino Superior:
“As necessidades do alimentando podem servir também de motivo para
a majoração da pensão. À medida que os filhos crescem, as
necessidades e as despesas aumentam, principalmente quando
atingem a puberdade, sendo maiores nessa etapa da vida as exigências
femininas. Outras vezes a necessidade de receber maior auxílio tem por
causa doença grave de tratamento prolongado e de alto custo ou o
ingresso em dispendiosa instituição particular de ensino. [ ... ]”
Destarte, é o que também se entende nos tribunais:

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AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE


EXONERAÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE
NEGOU PROVIMENTO AO RECLAMO. IRRESIGNAÇÃO DO AUTOR. 1. O
julgador não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos invocados pelas
partes, quando tenha encontrado motivação satisfatória para dirimir o litígio. 2.
"O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento pacífico 'A maioridade
civil, em que pese faça cessar o poder familiar, não extingue, modo automático,
o direito à percepção de alimentos, que subjaz na relação de parentesco e na
necessidade do alimentando, especialmente estando matriculado em curso
superior'" ( AgInt no AREsp XXXXX/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, DJe 23/08/2016). Incidência da Súmula XXXXX/STJ. 3. Na
hipótese, o Tribunal de origem entendeu que a alimentanda demonstrou que
persiste a necessidade de receber os alimentos e que a verba alimentar se
justifica até a conclusão do curso superior. Para chegar à conclusão diversa
seria necessário o reexame de provas, providência sabidamente vedada em
sede de recurso especial. Incidência da Súmula 7/STJ. 4 . Agravo interno
desprovido.(STJ - AgInt no AREsp: XXXXX SP XXXXX/XXXXX-0, Relator:
Ministro MARCO BUZZI, Data de Julgamento: 04/04/2022, T4 - QUARTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 06/04/2022)

Frente a essa situação, pugna-se desde já, pela majoração dos alimentos, diante da
necessidade inerente a alteração no custo de vida das alimentandas, bem como do dever do
genitor.

II.II A POSSIBILIDADE DA MAJORAÇÃO DOS ALIMENTOS EM RAZÃO DO AUMENTO DA


CAPACIDADE FINANCEIRA DO RÉU
O Código Civil, em seu artigo 1.699 estabelece a possibilidade de majorar os valores
pagos à título de alimentos nos casos de mudança na situação financeira do alimentante e do
alimentado, vejamos:
“Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação
financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o
interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração,
redução ou majoração do encargo.”
Nesse sentido, insta ressaltar que atualmente o Requerido encontra-se em condições
financeiras superiores, pois exerce a função de vereador e presidente da câmara municipal,
conforme consta a Ata da Sessão de Eleição e Posse da Mesa Diretora da Câmara Municipal de
São Sebastião da Boa Vista, recebendo o valor de R$6.400,00, de acordo com a Tabela de
Cargos/Funções e Salários – 2022, do referido município.
Além disso, o Alimentante é Sócio Administrador da Empresa POSTO PETROLEO SAO
JOAO LTDA, inscrita no CNPJ nº 06.351.248/0001-83. Sendo assim, requer desde já que se
oficie à Junta Comercial – PA, para apurar a renda e os vencimentos do Requerido.

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Dessa forma, encontra-se comprovada a a possibilidade do Alimentante, no que se faz


necessária a revisão dos alimentos, uma vez que sua situação financeira foi completamente
alterada, provando ter a plena capacidade de arcar com o dever de dar sustento digno às suas
descendentes.

III - DO PEDIDO LIMINAR PARA MAJORAÇÃO DE ALIMENTOS


Diante de provas suficientes a comprovar os requisitos à concessão da majoração dos
alimentos, requer seja determinada o pedido liminar de Tutela, nos termos do artigo 311, IV do
CPC:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo, quando:
(...)
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova
capaz de gerar dúvida razoável.
Considerando o preenchimento dos requisitos legais, uma vez que a prova documental
foi pré-constituída, juntando-se à presente ação os comprovantes da possibilidade financeira do
réu, tem-se por necessária a concessão da tutela de evidência.

IV – DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer-se a Vossa Excelência:
1. A concessão da TUTELA DE EVIDÊNCIA com fulcro nos artigo 311 Inciso IV do Código
de Processo Civil para o fim de determinar a majoração dos alimentos fixados
anteriormente, o que deve ser reconhecido por este juízo, tendo em vista,
principalmente, os documentos anexos que comprovam a verossimilhança dos fatos
declinados nesta peça processual.

2. A intimação do órgão do Ministério Público para que acompanhe o presente feito, por se
tratar de interesse de menor, nos termos do artigo 178, II, do Código de Processo Civil;

3. A citação do REQUERIDO para que, querendo, conteste a presente ação no momento


processual oportuno, sob pena de revelia e confissão;

4. A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente a prova


documental, testemunhal e depoimento pessoal do Requerido, bem como a quebra de
sigilo fiscal e bancário do alimentante;

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5. Também fica requerida a expedição de ofício à Junta Comercial do Estado do Pará para
que informe a renda e participação do requerido perante a empresa POSTO PETROLEO
SAO JOAO LTDA, inscrita no CNPJ nº 06.351.248/0001-83;

6. A total procedência da presente ação, para:

I. Determinar a majoração dos alimentos anteriormente fixados, baseado nos


documentos que comprovam o aumento da capacidade financeira do réu, com a
elevação dos mesmos com base na renda mensal de R$6.400,00 do Alimentante,
além da sua participação nos lucros da Empresa POSTO PETROLEO SAO JOAO
LTDA, a qual é Sócio Administrador;

II. Confirmar a antecipação de tutela;

III. A condenação do Requerido ao pagamento das custas e demais despesas


processuais, inclusive em honorários advocatícios sucumbênciais, que deverão ser
arbitrados por este Juízo, conforme norma do artigo 85 do Código de Processo Civil;

IV. A concessão do benefício da justiça gratuita, por ser a parte REQUERENTE pessoa
sem condições de arcar com as custas, honorários advocatícios e demais despesas
processuais, sem prejuízo ao sustento próprio e de sua família.
Manifesta-se a parte REQUERENTE sobre seu interesse na realização de audiência de
conciliação ou mediação, nos termos do artigo 319, VII do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa o valor de R$18.240,00 (valor da diferença x12)

Anteriormente: 400, com base no salario mínimo (1.320,00)

Com base na renda atual comprovada: 6.400,00 – 30% = 1.920,00

- 400

=1.520,00

* 12 = 18.240,00

Termos em que, pede deferimento.

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BELÉM, ____________ 2023.


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OAB/XX XXXX

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