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TEORIA GERAL DOS RECURSOS

Os contra as decisões judiciais, podem ser classificados, como espécies, em recursos e


ações autônomas de impugnação.
Os recursos, por não terem a natureza de ação autônoma, são interpostos dão
continuidade ao processo já existente.
A ação revisória e o mandado de segurança contra ato judicial têm natureza de ação
autônoma de impugnação, pois dão origem ao processo destino e não tem natureza
recursal.
CONCEITO DE RECURSO
Recurso é o poder que se reconhece à parte vencida em qualquer incidente ou no mérito
da demanda de provocar o reexame da questão decidida pela mesma autoridade judiciária
ou por outra de hierarquia superior, ou, segundo As várias espécies de recursos e as
hipóteses em que eles podem ser interpostos estão previstas em lei processual.

Além dos recursos, existem meios autônomos de impugnação das decisões judiciais,
como, por exemplo, a ação rescisória, que não é um recurso, mas se presta a impugnar
sentenças e acórdãos transitados em julgado, quando ocorrente qualquer das hipóteses
previstas no art. 966 do Código de Processo Civil.

O poder de recorrer somente existe para quem tem interesse na modificação da decisão,
modificação que não pode ser para pior - reformatio in pejus. Assim, é requisito
indispensável de qualquer recurso que o recorrente tenha sucumbido, isto é, que não
tenha sido atendido em sua pretensão, no todo ou em parte. Somente aqueles atos que
ostentam conteúdo decisório é que são passíveis de recurso, pois somente estes podem
gerar a sucumbência.

NATUREZA JURIDICA DO RECURSO

É uma extensão do direito de agir. Somente são ações, evidentemente, as ações


autônomas de impugnação.

A especificação muda de acordo com o momento do processo. O sujeito tem o ônus de


provar, mas a faculdade de especificar provas. O dever processual é a praticar o ato para
satisfazer o direito alheio. É uma obrigação para satisfazer o direito de outrem. Dever de
pagar, por exemplo, que for imposto à parte. Quem paga satisfaz o direito da outra parte.

Faculdade processual: quando dizemos que alguém tem a faculdade processual, a


consequência jurídica é a mesma. Praticando ou não o ato, sobrevirá a mesma
consequência. Exemplo: especificar provas. Se a parte disser que não tem provas a
produzir, ou ficar silente, a consequência será a mesma. Se não ganhar no reexame, a
consequência é a mesma que já ocorreria caso não ocorresse (exceto quanto às custas).

Quando o Código de Defesa do Consumidor diz: “o consumidor tem direito à inversão do


ônus da prova”. Se o fornecedor não provar, ele será o prejudicado. Ônus é satisfação do
direito próprio. A parte tem o ônus de provar, em regra, o alegado. Ao deixar de provar, ela
deixa de satisfazer interesse próprio. Da mesma forma que na contestação: quem é citado
tem o ônus de contestar, e não a faculdade ou dever, pois a não apresentação de
contestação implica um prejuízo à própria parte que deixou de fazê-lo.

PRINCÍPIOS DOS RECURSOS

Duplo grau de jurisdição: este princípio permite que a parte vencida ou prejudicada possa
ter uma nova apreciação da questão que foi decidida. É princípio constitucional, pertinente
ao direito processual. Este princípio só existe, pois a justiça brasileira conta com órgãos de
primeira e segunda instância.

Taxatividade: todos os recursos para que possam existir devem estar expressos em lei.
Nenhuma parte pode se valer de recursos “implícitos”, ou que não estejam literalmente
previstos em lei.

Unirrecorribilidade ou singularidade: embora existam situações em que é cabível mais de


um recurso para a mesma situação/decisão, não é possível que os mesmos sejam
utilizados simultaneamente.

Adequação: o recurso manejado pela parte deve ser o recurso indicado pelo ordenamento
jurídico.

Fungibilidade: na hipótese de um erro escusável sobre qual o recurso cabível, como por
exemplo, errar o título do recurso, mas este esteja materialmente correto, e tempestivo,
com relação ao recurso correto, o julgador pode receber o recurso inadequado como se
fosse o certo.

PRESSUPOSTOS RECURSAIS

1º Juízo de Admissibilidade (juízo a quo): realizado pela autoridade que proferiu a decisão
recorrida.

2º Juízo de Admissibilidade (juízo ad quem): realizado pelo órgão que julgará o recurso.

O objetivo da realização do duplo juízo de admissibilidade é a verificação dos pressupostos


recursais ou também chamados, requisitos de admissibilidade recursal, sendo que o
recurso somente será conhecido se preenchido todos requisitos exigidos pelo
ordenamento jurídico vigente.

PRESSUPOSTOS RECURSAIS (OBJETIVO E SUBJETIVO)

Pressupostos Objetivos: Adequação: Observância ao recurso adequado.


Tempestividade: Deve ser observado o prazo legal para interposição do recurso.

Preparo: Recolhimento das custas e depósito recursal, sob pena de deserção.


Regularidade de representação: O recurso deve estar devidamente subscrito pelo
advogado constituído nos autos pelo Recorrente ou na hipótese de jus postulandi deve
ser subscrito pela própria parte.

Pressupostos subjetivos: Legitimidade: Podendo ser o recurso interposto pela parte


vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público;
Capacidade para estar em juízo;
Interesse: Observância da utilidade e necessidade do recurso para a parte.

CLASSIFICAÇÕES RECURSAIS

TOTAL E PARCIAL: Esta classificação se baseia no conteúdo a ser impugnado e divide os


recursos entre aqueles que abrangem a sua totalidade – recurso total – ou aqueles que
não abrangem a totalidade do conteúdo impugnável da decisão – recurso parcial. Este
último trata-se de uma busca do recorrente em obter a reforma parcial da decisão
proferida, nos termos em que vai de encontro aos seus interesses. Por sua vez, a recurso
total é cabível quando há a sucumbência total de uma das partes, nestes casos a parte
vencida entrará com recurso para buscar uma reforma completa daquilo que foi decidido.

ORDINÁRIOS E EXTRAORDINÁRIOS: O critério utilizado nesta classificação tem o


objetivo imediato tutelado pelo recurso, ou seja, enquanto os recursos extraordinários
tutelam o direito objetivo, os recursos ordinários buscam por sua vez proteger os direitos
subjetivos dos recorrentes.
Em face desta característica dos recursos extraordinários, eles são considerados recursos
de estrito direito ou excepcionais. Eles visam somente averiguar se a lei foi corretamente
aplicada aquele determinado caso concreto, não buscam, portanto, a correção da
“injustiça” da decisão.
Em contrapartida, os recursos ordinários não são excepcionais e são aqueles que
garantem a tutela dos direitos subjetivos das partes, inclusive o direito ao duplo grau de
jurisdição.
FUNDAMENTAÇÃO LIVRE E FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA: Já esta classificação,
como bem diz seu nome, tem como critério a fundamentação dos recursos. Considera-se
um recurso de fundamentação vinculada quando a lei exige a presença de determinados
tipos de vícios na decisão, para que então tenha cabimento. No nosso sistema atual, são
eles os recursos: especial, extraordinário e embargos de declaração. No caso do recurso
especial, por exemplo, a existência tão somente de um acórdão não é suficiente, é
imprescindível também violação à lei federal; enquanto nos embargos de declaração, por
sua vez, deve haver omissão, obscuridade ou contradição na decisão impugnada.
JUIZO DE MÉRITO DOS RECURSOS
O juízo de mérito, bem como o juízo de admissibilidade, faz parte do duplo exame, ao qual
os recursos precisam, necessariamente, se sujeitar. Primeiramente, verificam-se as
condições processuais que a lei impõe, se estão satisfeitas – assim como ocorre ao se
ajuizar a ação - para, só então, avançar para o exame do mérito, ou melhor, para a
apreciação do fundamento da matéria impugnada.
A importância sistemático-metodológica de se distinguir juízo de admissibilidade do juízo
de mérito dos recursos se refere ao fato de ser o recurso ato processual postulatório e, por
isso, dever submeter-se a rigoroso exame sobre sua admissibilidade para, só então,
passar à análise de sua procedência. Os pressupostos de admissibilidade são processuais
e apresentam, em um prisma organizacional, uma espécie de analogia com as condições
da ação, pois ambos se referem a questões prévias. Há uma antecedência lógica e
cronológica destes em relação à análise do mérito.

Ademais, essa diferenciação tem como consequência a possível substituição da decisão


da qual se recorre pela nova decisão proferida por outro órgão, depois de admitido o
recurso.

EFEITO DOS RECURSOS

Devolutivo: O efeito devolutivo é considerado o mais importante dos recursos, pois


demonstra a própria essência do instituto, que é o de levar ao conhecimento do Tribunal a
matéria objeto do recurso.

Devolutivo em extensão: A máxima muitas vezes ouvida de que o recurso remete ao


tribunal o conhecimento da matéria impugnada faz menção à tal espécie de efeito
devolutivo, uma vez que somente serão analisados os impugnados, transitando em julgado
os demais. A parte recorrente fixa a extensão do recurso, fazendo com que o apelo seja
classificado em total ou parcial, caso impugne todos os capítulos desfavoráveis ou apenas
um ou alguns.

Devolutivo em profundidade: Ao afirmar que os fundamentos da petição inicial e defesa


são automaticamente levados ao conhecimento do Tribunal, mesmo que não analisados
pela sentença, não se aplicando em relação aos pedidos não julgados pela sentença.

Suspensivo: conforme já estudado, trata-se de efeito excepcional na seara trabalhista, já


que o art. 899 da CLT prevê que os recursos serão recebidos apenas no efeito devolutivo,
permitindo desde logo a execução/liquidação provisória. O TST previu na Súmula nº 414 a
possibilidade de concessão de efeito suspensivo, por meio de ação cautelar. Assim, não se
requer o dito efeito na petição do recurso, e sim, por meio de ação cautelar autônoma.

Translativo: o efeito em estudo está relacionado à possibilidade do Tribunal, ao analisar o


recurso, conhecer as matérias de ordem pública de ofício, ou seja, mesmo sem pedido da
parte recorrente.

Regressivo: A regra prevista no art. 463 do CPC é no sentido de impedir o Magistrado


prolator da sentença de reconsiderá-la após a sua publicação. Há hipóteses, contudo,
como ocorre com as decisões interlocutórias, em que o Magistrado, ao receber o recurso,
pode reconsiderar a decisão impugnada, isto é, pode reconsiderá-la. Tal possibilidade
decorre do efeito regressivo.

Substitutivo: Ao se interpor um recurso, requer-se ao Tribunal a reapreciação da matéria. A


decisão a ser proferida por aquele órgão, por razões lógicas, substituirá a decisão anterior,
caso o mérito do recurso seja analisado, seja para manter a decisão ou reformá-la. Tal
regra, denominada de efeito substitutivo, encontra-se prevista no art. 512 do CPC.
Extensivo: previsto no art. 509 do CPC, destaca que
o recurso interposto por um litisconsorte aproveitará aos demais, isto é, se
estenderá automaticamente aos outros litisconsortes, caso os interesses sejam
comuns. O dispositivo do Código de Processo Civil revela que tal situação não
ocorrerá se os interesses e defesas forem distintos.

RECURSOS EM ESPÉCIES NO PROCESSO DO TRABALHO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias,
devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua
apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de
omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos
extrínsecos do recurso.

AGRAVO DE PETIÇÃO
Conforme cita o art.897, “a” da CLT: “Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição,
das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;
Interpõe-se agravo de petição, em regra, contra decisões definitivas ou terminativas que
são prolatadas em processo de execução no âmbito laboral, não hipótese de decisões que
julgam embargos à execução ou de terceiros, no caso de cessação total ou parcial da
execução.
De acordo com o §3º do art.897 da Consolidação das Leis Trabalhistas: “Na hipótese da
alínea a deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio tribunal, presidido pela autoridade
recorrida, salvo se se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1ª Instância ou de Juiz de
Direito, quando o julgamento competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que
estiver subordinado o prolator da sentença, observado o disposto no art. 679. Neste caso,
o requisito específico da admissibilidade do agravo de petição é a limitação.

AGRAVO DE INSTRUMENTO
Segundo explana o art.897, “b” da CLT: “Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: [...] b) de
instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos”.
O prazo para interpor e contrarrazoar um agravo de instrumento são de 08 (oito) dias.
Entretanto, poderá o agravante ajuizar uma ação cautelar perante o órgão que seja apto
para julgar o recurso, com objetivo de obter o efeito suspensivo, interrompendo assim a
execução.

AGRAVO REGIMENTAL
Como o próprio nome já faz alusão, encontra-se previsão do Agravo Regimental no
Regimento Interno dos Tribunais, mencionando-se sucintamente sobre o mesmo no §1º do
art.709 da CLT.
O prazo para a interposição do agravo regimental é fixado pelos próprios tribunais
trabalhistas, de maneira independente. Entretanto, os TRT’s têm adotado o prazo de 05
(cinco) dias para este recurso. No caso do agravante ser o Ministério Público ou uma
Pessoa Jurídica de Direito Público, o prazo de interposição é contado em dobro.

EMBARGOS
Conforme expressa o art.894 da CLT, com a nova redação dada pela Lei nº.11.496/2007:
“No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: I - de
decisão não unânime de julgamento que. concilia, julga ou homologa conciliação em
dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do
Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho,
nos casos previstos em lei.

RECURSO ADESIVO
Na CLT, não é previsto Recurso Adesivo, cada parte interporá o recurso,
independentemente, no prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos
autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso
adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes: I -
será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo
de que a parte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, nos embargos
infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - não será conhecido, se
houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto.
Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso
independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal
superior.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe, julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou
última instância, quando a decisão recorrida, contrariarem dispositivo desta Constituição,
declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, julgar válida lei ou ato de governo
local contestado em face desta Constituição, julgar válida lei local contestada em face de
lei federal.

RECURSO DE REVISTA
Segundo estabelece o art.896, caput, CLT: “Cabe Recurso de Revista para Turma do
Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em
dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho.

AGRAVO DE INSTRUMENTO
Agravo de instrumento no processo de trabalho é uma espécie de recurso, com base legal
no artigo 897, alínea “b” da CLT, assim sendo, depende dos requisitos de admissibilidade e
preparo, além de possuir o prazo de 8 (oito) dias para sua interposição.

Apesar do mesmo nome, possui aplicação diferente em comparação ao agravo de


instrumento do processo civil. Uma vez que no processo civil sua aplicabilidade se dá com
o objetivo de impugnar decisões interlocutórias, no processo trabalhista o agravo de
instrumento tem a única e específica finalidade de contestar as decisões que denegarem
(trancaram) seguimento a outro recurso para o Tribunal Superior.

O agravo deverá ser instruído, obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da


certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do
agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do
depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar, da comprovação do
recolhimento das custas e do depósito recursal do próprio agravo de instrumento.

Porém, acerca do deposito recursal, devemos nos atentar para uma importante
observação: No que tange ao agravo de instrumento trabalhista, interposto em decorrência
de denegação de seguimento a Recurso Extraordinário para o Supremo Tribunal Federal,
não há que se falar em depósito recursal, pois para tal recurso aplica-se o Código de
Processo Civil e não a CLT.

RECURSO DE REVISTA

O Recurso de Revista é um recurso de caráter extraordinário, admitido contra acórdãos


proferidos em sede de Recurso Ordinário e Agravo de Petição e tem por objetivo a
uniformização da jurisprudência dos Tribunais Regionais do Trabalho, não podendo ser
utilizado para discutir matérias de fato, sendo admissível inclusive nas ações submetidas
ao Rito Sumaríssimo.

Está previsto no artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o qual apresenta
um rol taxativo para o seu cabimento.

AGRAVO REGIMENTAL E AGRAVO INTERNO

O agravo regimental: Pode-se afirma que o agravo regimental caberá quando não houver
um meio de impugnação específica previsto na legislação, cabendo ao
regimento interno no tribunal fazer a precisão supletiva. Geralmente o recurso
é previsto em face de decisões do Presidente do Tribunal, quando da análise de medidas
urgentes, assim como na hipótese de indeferimento de petições inicial de ações de
competência originária, tais como mandados de segurança, dissídios coletivos, ações
rescisórias, etc.

Em regra, os regimentos internos dos tribunais regionais do trabalho prevêem o seu


cabimento no prazo de 5 (cinco) dias, por questões de celeridade, mas o TST prevê no art.
235 de seu regimento interno o prazo de 8 (oito) dias, seguindo a sistemática recursal
trabalhista.

O agravo interno: está previsto nos artigos 557, §1º do CPC e 896, §5º da CLT, sendo
interposto das decisões do Relator, que conforme dispositivos acima referidos, ao receber
um recurso, pode: Inadmiti-lo por ausência de pressupostos recursais, tais como preparo,
tempestividade, regularidade formal, dentre outros. Negar provimento ao apelo, quando a
decisão recorrida estiver fundada em Súmula ou jurisprudência dominante dos tribunais
superiores; Dar provimento ao recurso quando a decisão recorrida estiver em confronto
com Súmula ou jurisprudência dominante dos tribunais superiores.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

O recurso de embargos de declaração está fundamentado nos princípios constitucionais do


devido processo legal (art. 5º, XXXV) e da inafastabilidade do controle jurisdicional (art. 5º,
LIV).

O devido processo legal porque os embargos de declaração estão inseridos no rol dos
recursos, tanto pela CLT como no CPC. Desta forma, se há algum vício na decisão, o
Judiciário deve saná-lo, cumprindo a previsão do sistema recursal.
A inafastabilidade da tutela jurisdicional se dá devido os embargos de declaração, além de
sanar omissão, contradição e obscuridade, pode conferir efeito modificativo ao julgado,
para que a prestação jurisdicional seja aperfeiçoada e completa.

No processo do trabalho, os embargos de declaração também são cabíveis para corrigir


erro material e equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos (gerais e específicos) do
recurso. Igualmente, cabe o recurso de ofício ou a requerimento da parte para fins de
esclarecimentos do julgado.

Por conseguinte, conclui-se que: 1- cabem embargos de declaração em sede de despacho


de admissibilidade de recurso de revista se houver omissão quanto a um ou mais temas,
sob pena de preclusão; 2 – que se o recurso de revista for admitido parcialmente, sobre os
temas não admitidos cabem recurso de agravo de instrumento.

Outra alteração do CPC de 2015 foi a porcentagem da multa por litigância de má-fé por
embargos protelatórios (art. 1.026), que antes era de 1% sobre o valor da causa atualizado
e agora passou para 2%. E, ainda, estabelece que não sejam admitidos novos embargos
de declaração se os dois anteriores houverem sido considerados protelatórios.

Quanto a extemporaneidade da interposição recursal, o CPC de 2015, através do artigo


218, § 4º, excluiu o prejuízo do ato praticado antes do prazo. Mas a Súmula 434 do TST
ainda continua vigente e com entendimento contrário, qual seja recurso extemporâneo
(prematuro) se interposto antes do prazo.

Enfim, essas são as principais alterações trazidas pelo CPC de 2015 aos embargos de
declaração na justiça do trabalho.

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