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Definição e as espécies de recursos penais

Recurso Criminal é o meio pelo qual os interessados, voluntariamente, podem se


insurgir contra uma decisão judicial no âmbito criminal, dentro de uma mesma relação
jurídica processual, com o objetivo de obter sua reanálise.

No direito Processual Penal Brasileiro existem algumas espécies de recursos, tais como;
Recurso em sentido estrito, Apelação, Embargos declaração, Carta testemunhável,
Agravos, Embargos infringentes, Protesto por novo júri, Correição parcial, Recurso
ordinário-constitucional, Recurso extraordinário e Recurso especial.

Antes do trânsito em julgado é dado o direito de recurso que é a medida processual


cabível que possibilita a parte vencida de obter um novo julgamento da decisão
desfavorável, que entende que carece de reforma, sendo cabível tanto na sentença
terminativa quanto na definitiva.

Esse direito que assiste a parte vencida do duplo grau de jurisdição, além de tudo de
uma finalidade preventiva, no que tange a o ilustre julgador, tendo em vista que com
certeza que sua decisão não é completamente soberana, sendo passível de reforma,
tendência o Magistrado a sentir-se na obrigatoriedade de julgar de forma equânime com
o direito e totalmente imparcial.

Direito Processual Penal: Recursos. Ou seja, recurso é o meio que a parte possui para
requerer o reexame da decisão proferida no processo, ou ainda, o meio pelo qual se
devolve ao órgão judicante superior o poder de julgar as lides, a fim de que este possa
rever a decisão proferida em primeira instância.

A classificação dos recursos no processo penal se dá da seguinte maneira:

- Recurso de fundamentação livre ou vinculada: Na vinculada, a lei estipula


expressamente o que pode ser alegado, enquanto no outro, o contrário ocorre.

- Recurso Ordinário ou Extraordinário: no ordinário a matéria é de fato ou de direito,


enquanto no extraordinário, a matéria só pode ser de direito.

- Recurso com devolutividade plena ou limitada: leva em consideração o que pode ser
conhecido no recurso. Na devolutividade parcial, só uma parte da sentença é recorrida,
portanto a sucumbência será parcial, na mesma media em que na devolutividade plena,
a sucumbência será total, dada a sentença por inteiro ter sido recorrida.

Princípios recursais

- PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE: 1º Aspecto: recorribilidade da decisão. 2º


aspecto: previsão em lei do respectivo recurso. Taxatividade está ligada ao cabimento.
Embora haja a taxatividade, esta é mitigada quando se aceita recurso contra decisão nula
que ainda produz efeitos.

- PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE: o recurso é dialético na medida em que a todo


recurso é reconhecido o direito de reação.
- PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE: ideia de que contra cada decisão é
cabível apenas um recurso. Exceção: decisão objetivamente complexa, sobre a qual
comporta recurso especial por afronta a legislação infraconstitucional e recurso
extraordinário por afronta ao texto constitucional.

- PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE: possibilidade de restituição de um recurso por


outro desde que não haja má fé ou erro grosseiro. Não é cabível quando houver expressa
previsão em lei de um recurso x ou y. Caso o advogado esteja em dúvida sobre qual
recurso interpor, deve usar o prazo menor, pois isso evidencia sua boa-fé.

- PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE: decorre da natureza voluntária do recurso. A


disponibilidade antes de exercer o direito recursal baseia-se na renúncia, enquanto a
disponibilidade posterior ao exercício do direito recursal funciona por meio da figura da
desistência.

Em caso de conflito entre a vontade do réu e a vontade de seu procurador, prevalecerá a


vontade do primeiro.

Já o Ministério Público, não pode desistir ou renunciar expressamente, mas pode deixar
fluir prazo sem manifestação.

- PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE: o recurso beneficia quem dele se utiliza e por


outro lado, não pode ser prejudicado pelo seu próprio recurso, caracterizando-se da
reformatio in pejus (regra de julgamento dentro da presunção de inocência).

Mesmo com a existência do princípio supradescrito, deve-se levar em consideração o


efeito extensivo dos recursos, ou seja, possibilidade de aproveitamento da decisão pelo
corréu que não interpôs o recurso, desde que estejam na mesma situação de fato.
Exemplo: A e B são réus. A interpõe recurso e este reconhece a inexistência do suposto
crime cometido. B neste caso, poderá se beneficiar desta decisão.

- PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES


INTERLOCUTÓRIAS: no geral, estas são decisões irrecorríveis, com exceção das
hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito. Vale lembrar também que ser
irrecorrível não é sinônimo de ser impugnável, já que existem outros meios de
impugnação que não sejam recursos. Exemplo: Mandado de segurança, preliminar de
Apelação.

Requisitos de admissibilidade dos recursos:

1) Requisitos objetivos de admissibilidade:

a) Cabimento: analisar se a decisão é recorrível e se o recurso está previsto em lei.

b) Tempestividade: o prazo em matéria recursal é sempre processual.

c) Regularidade formal: o recurso pode ser interposto por petição ou oralmente (por
termo nos autos), nos casos de Apelação ou recurso em sentido estrito.

d) Ausência de fatos impeditivos e extintivos: são eles: renúncia, desistência e deserção.

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