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TEORIA GERAL DOS RECURSOS

O recurso é uma forma de impugnação de decisões judiciais, que se desenvolve dentro


da mesma relação processual.
Dentro do recurso, vou alegar os vícios da decisão, que podem ser divididos:
I – Error In Judicando: torna a decisão injusta
II – Error in procedendo: erro da atividade, no procedimento.
Beleza, sei o que é, sei para o que vou usar, agora, precisamos saber sobre o que vou
manejar:
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: (rol TAXATIVO)

I - apelação;

II - agravo de instrumento;

III - agravo interno;

IV - embargos de declaração;

V - recurso ordinário;

VI - recurso especial;

VII - recurso extraordinário;

VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;

IX - embargos de divergência.

Princípio da Taxatividade → para que haja recurso, é necessário a previsão como


recurso, por meio de lei federal.
Em relação a fundamentação, podemos ter 2 duas possibilidades:
I – Livre → Posso alegar QUALQUER MATÉRIA!
Ex. Apelação / Agravo de Instrumento / Recurso Ordinário
II – Vinculada → A lei, previamente estabeleceu as hipóteses de cabimento.
Ex. Recurso Especial / Recurso Extraordinário / Embargos de Declaração
- Qualquer decisão judicial / manifestação do Juiz, são passíveis de recurso?
CONTRA DESPACHO NÃO CABE RECURSO:
Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso.

OBS. Apesar da lei determinar que o ED poderá ser cabível em qualquer decisão,
jurisprudência não tem admitido quanto a decisões inadmitindo o RE e RESP.
1.0 PRINCÍPIOS RECURSAIS
Os analisados abaixo, não são os únicos, mas os principais.
1.1 DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Implícito em nossa CRFB, como cansamos de saber.
Ele é amplo, mas não é absoluto, ou seja, podemos ter decisões irrecorríveis!
1.2 TAXATIVIDADE
Como vimos, para ser recurso, precisa estar previsto como recurso, por meio de lei
federal.
1.3 UNICIDADE (UNIRRECORRIBILIDADE / SINGULARIDADE)
Deverás cobrado, tal regra dispõe que para cada decisão, caberá um recurso.
Logo, se eu der entrada no recurso errado, de acordo com parte da doutrina, choro!
Exceções, é na possibilidade de que eu maneje dois recursos contra a mesma decisão.
Exemplo, contra um acórdão eu manejo RESP/RE.
Outro exemplo, com base no manejo dos recursos acima, simultâneo:
A decisão do relator, foi diferente em cada recurso, por conta disso, vou manejar
recursos diferentes.
1.4 FUNGIBILIDADE
Para que seja possível, o manejo de um recurso errado, e ainda assim, a sua admissão, é
necessário que haja dúvida objetiva!
É aquela, em que doutrina e jurisprudência discutem qual é o recurso cabível
contra aquela decisão.
Tal princípio é aplicado de ofício.

1.5 CONSUMAÇÃO
Interposto o recurso, o ato é consumado, assim, posteriormente não poderei alterar a
peça.
Agora, tal consumação, tem sido abrandada no NCPC, como a possibilidade de
complementação, em alguns casos de erro.
Art.1007§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do
preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para
realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.

1.6 COMPLEMENTARIEDADE
Recorri, mas a outra parte propôs ED.
Com a interposição do ED, a decisão a qual recorri, foi modificada, logo, minha decisão
recorrida foi alterada, me atingindo.
Sendo possível, a possibilidade de complementação posterior, uma exceção a
consumação
1.7 IRRECORRIBILIDADE EM SEPARADO DAS DECISÕES
INTERLOCUTÓRIAS
Quando recorro de uma decisão interlocutória, o processo continua andando, ainda
com decisão suspensiva!
2.0 JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE X JUÍZO DE MÉRITO

Notamos, para que tenhamos análise do mérito, é necessário que nosso recurso seja
CONHECIDO! Ou sejam, passe pela análise de admissibilidade!
2.1 JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
Poderá ser dividido em:
I – Único: quando feito no chamado juízo ad quem
II – Bifásico: quando é feito em ambos, juízo a quo (o que proferiu a decisão recorrida)
e poderá ser reanalisado no juízo ad quem
Dividimos esse juízo, em 7 pressupostos:
Intrínsecos – levam em consideração a decisão
Extrínsecos – levam em consideração o recurso!
OBS. Em relação ao 4, existe um buruçu, qual é a sua classificação, aparentemente, a
majoritária é que ela seria intrínseco.
A decisão do juízo de admissibilidade possui natureza DECLARATÓRIA, logo,
retroage no tempo. Ainda, por ser matéria de ordem pública, poderá ser revisto a
qualquer tempo.
2.1.1 Cabimento (Extrínseco)

1 – É basicamente, vê quais as decisões são cabíveis de recurso;


2 – Existem decisões, que poderão ser alvo de variados recursos;
2.1.2 Legitimidade e Interesse em recorrer (Extrínseco)
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte VENCIDA, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério
Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Em relação ao terceiro, note, é necessário que ele traga um nexo causal!
Ainda, a legitimidade é regida pelo princípio da voluntariedade, quer dizer, as partes,
MP, terceiros vão recorrer se quiserem e do que quiserem! Por conta da presença dessa
voluntariedade, Mozart defende que a remessa necessária não é um recurso.
Sempre lembrar, a utilidade, está ligado a sucumbência, mas temos que recordar da
divisão entre formal e material!
2.1.3 Fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer (Extrínseco)
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso.

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte.

Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.

Notamos que no âmbito recursal, não preciso da concordância da parte contrária!


Seja desistência/renúncia, atravessada a petição, o ato já produz os efeitos,
imediatamente!
“Qualquer Tempo” para pedir a desistência, deixa bem alargado o momento para
comunicar, a merda é que pode gerar uns bons buruçus. De acordo com Mozart, é
possível até antes do início do julgamento.
- Com base ainda nisso, temos uma situação de recursos repetitivos, e meu causo é
a piloto, seria possível eu pedir a desistência?
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já
tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais
repetitivos.

De acordo com Mozart, explicação mais a frente, deixa de ser uma causa piloto e vira
um procedimento modelo.

Ou seja, analiso a tese, mas ante a desistência não vou aplicar ao recurso desistido.
No âmbito da aquiescência, é possível que você pratique um ato contrário, como pagar a
condenação, mas fazer uma ressalva, o que não vai gerar nenhum prejuízo na
admissibilidade:
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com
a vontade de recorrer.

2.1.4 Tempestividade (Intrínseco)

3 – Tal súmula, determinava que era no registro do cartório e não a entrega no correio.
Ocorre que o NCPC trouxe a determinação expressa, de que se conta da entrega no
correio.
4 – Quanto a esse ponto, se ligar no seguinte, visto que a folha do fax se apaga, é
necessário que enviemos o original posteriormente, e para esse envio, existe um prazo
de 5 dias, a forma de contagem pode mudar. Caso não tenha um prazo estabelecido,
como envio de uma procuração, conta-se do envio por meio do fax. Caso tenha, como
uma apelação, conta-se os 5 dias, após o término do prazo para apelar, ou seja, inicia-se
a contagem após o decimo sexto dia.

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