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Aula 11
Resumo elaborado pela equipe de monitores. Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a
reprodução e quaisquer outras formas de compartilhamento.
Art. 26 – Os recurso extraordinário e especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão
interpostos no prazo comum de quinze dias, perante o Presidente do Tribunal recorrido, em
petições distintas que conterão: (Lei 8.038/90)
1ª Orientação (Ada) – não é uma exceção, pois cada recurso se presta a impugnar um único aspecto
daquela decisão.
2ª Orientação (Polastri) – é exceção, pois uma decisão será impugnada com dois recursos.
3. Fungibilidade (Teoria do Recurso Indiferente ou Teoria Tanto Vale) – a parte não será
prejudicada se interpuser o recurso errado, pois ele será recebido como se fosse o recurso correto,
salvo a hipótese de má-fé (art.579, CPP).
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso
por outro.
O recurso de ofício é uma exceção a esse princípio? Esse recurso foi recepcionado pela
Constituição?
1ª Orientação (Ada, Tourinho, Rangel) – não é uma exceção, pois não se trata de um recurso, uma
vez que este pressupõe inconformismo e o juiz não pode estar inconformado com algo que ele fez.
Trata-se na verdade de um duplo grau de jurisdição.
2ª Orientação (Polastri) – ele tem natureza de recurso, pois foi chamado de recurso pelo CPP.
Porém, como recurso é um desdobramento do direito de ação, e como a ação penal é exclusiva do
Ministério Público, o juiz não pode recorrer.
3ª Orientação (Geraldo Prado) – este recurso é um resquício do sistema inquisitivo, onde o
legislador desconfiava de determinadas decisões que beneficiavam o réu e exigiam a sua
confirmação pelo tribunal.
Art. 7º. Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados em processo por
crime contra a economia popular ou contra a saúde pública, ou quando determinarem o
arquivamento dos autos do respectivo inquérito policial. (Lei 1.521/51)
O art. 7º da Lei nº 1.521/51 que exige recurso de ofício de decisão que arquiva inquérito foi
recepcionado pela Constituição?
1ª Orientação (Frederico Marques) – o dispositivo é válido, e se o tribunal entender que a hipótese
não é de arquivamento, o promotor é obrigado a denunciar.
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2ª Orientação (Paulo Rangel) – o dispositivo é válido e trata-se de uma cautela a mais do
legislador. Se o tribunal descordar do arquivamento ele deverá aplicar o art. 28 do CPP.
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo
réu, seu procurador ou seu defensor.
5. Proibição da Reformatio in Pejus – este princípio está previsto no art. 617 do CPP, no capítulo que
trata da apelação, porém é aplicado para todos os recursos no processo penal. É proibida a reforma
para pior no julgamento de recurso exclusivo da defesa.
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e
387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu
houver apelado da sentença.
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Julgado procedente recurso exclusivo da defesa, o tribunal anula o processo ou parte deste,
devolvendo os autos ao juízo singular para a sua reconstrução. Nessa hipótese seria possível
agravar a situação do réu?
1ª hipótese – apenas a sentença é anulada e ela é devolvida para que seja proferida outra.
1ª Orientação (Ada e Rangel) – a primeira sentença foi invalidada, não serve de parâmetro para
mais nada, não podemos agravar o que não existe mais. Ademais, o art. 617 do CPP proíbe a
reforma para a pior feita pelo tribunal e não pelo próprio juiz sentenciante. Desta forma, é possível
agravar a situação do réu.
2ª Orientação (Tourinho) – o réu não pode ser prejudicado quando estiver no exercício do direito
de defesa. Ademais, isso seria uma reformatio in pejus indireta, o que é proibido pelo art. 617 do
CPP.
2ª Hipótese – o processo é anulado desde a denúncia
1ª Orientação (Tourinho) – nesse caso não há como limitar a atuação do juiz competente, ou seja, é
possível agravar a situação do réu.
2ª Orientação (jurisprudência) – não é possível agravar a situação do réu, sob pena de violarmos o
art. 617 do CPP.
3ª Hipótese - “A” foi denunciado e pronunciado pela prática de um homicídio duplamente
qualificado. No Plenário foram afastadas as qualificadoras e ele condenado a 6 anos de reclusão
por homicídio simples. Julgado procedente recurso exclusivo da defesa, “A” será submetido a
novo júri. No segundo Plenário será possível agravar a sua situação processual?
1ª Orientação (Tourinho, Damásio, Mirabete) – o primeiro julgamento foi invalidado, desapareceu
da ordem jurídica e não é possível agravar o que não existe mais. Ademais, a soberania dos
veredictos é um dogma constitucional que não pode ser limitado.
2ª Orientação (Ada e STF) – a soberania dos veredictos será respeitada na medida em que os
jurados apreciarão o feito livremente, podendo até reconhecer qualificadoras. Porém, a pena não
poderá ultrapassar a do julgamento anterior, pois o réu não pode ser prejudicado quando estiver
no exercício da ampla defesa constitucional.
3ª Orientação (Pacelli e STJ) – se no segundo Plenário os jurados julgarem da mesma forma, não
será possível agravar a situação do réu. Porém, se os jurados reconhecerem qualificadoras não há
como limitar a soberania dos veredictos.
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1. Efeito devolutivo – é aquele efeito que cria o âmbito de impugnação do recurso, ou seja, aquilo
que será apreciado pelo tribunal.
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as
razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o
prazo será de trinta dias.
2ª Orientação (Adalberto Aranha) – o que limita o recurso são as razões, nela podemos encontrar o
inconformismo da parte. A petição de interposição serve apenas para análise dos pressupostos de
admissibilidade.
OBS: O STJ vem atenuando os rigores do art. 601 do CPP em se tratando de recurso da defesa, uma
vez que esse recurso “subiria” enfraquecido. O juiz deverá intimar o réu para constituir novo
advogado, sob pena das razões serem apresentadas pela Defensoria Pública.
2. Efeito regressivo – é o efeito que permite o juízo de retratação por parte do órgão que prolatou a
decisão. Além dos embargos, o único recurso que possui esse efeito é o recurso em sentido estrito.
3. Efeito extensivo (art. 580, CPP) – é aquele efeito que permite estender a outro réu que não
recorreu o resultado favorável de um recurso.
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto
por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal,
aproveitará aos outros.
“A” e “B” foram pronunciados pela prática de um homicídio duplamente qualificado. Como os
processos foram separados, o Plenário de “A” ocorreu antes do Plenário de “B”, sendo este
condenado por homicídio simples com a sentença transitada em julgado. Após o trânsito em
julgado, “B” é submetido ao Plenário do júri. O juiz presidente poderá aquisitar as
qualificadoras?
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1ª Orientação – devemos aplicar analogicamente o art. 580 do CPP de forma que o resultado
favorável do Plenário de “A” crie um limite no Plenário de “B” impedindo a quesitação das
qualificadoras.
2ª Orientação – por conta dos limites subjetivos da coisa julgada, o resultado do Plenário de “A”
não repercute em “B”. Se no final surgirem decisões conflitantes, a parte prejudicada poderá
ajuizar revisão criminal.
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