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MATERIAL DIDÁTICO DA DISCIPLINA DE DIREITO PROCESSUAL PENAL I**


2º Semestre de 2016 – Prof.ª Ana Paula do Vale Fossali Paranhos
UNIDADE VI- JURISDIÇÃO
1- CONCEITO: é o poder de julgar (inerente a todos os juízes).
 Possibilidade de aplicar a lei abstrata aos casos concretos - poder de solucionar lides.
2- PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
2.1- Princípio do juiz natural
 Ninguém pode ser processado ou julgado senão pelo juiz competente, de acordo com normas preestabelecidas (art. 5º, LIII, CR/88).
Art. 5º. (...)
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

 Consequentemente: são vedados os juízos e tribunais de exceção (art. 5º, XXXVII, CR/88).
Art. 5º. (...)
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

2.2- Princípio da investidura


 A jurisdição só pode ser exercida por quem foi aprovado em concurso público da magistratura, nomeado, empossado e que está no exercício
de suas atividades.
 E o Quinto Constitucional?
 Exceção apenas no que tange à inexistência do concurso público de ingresso à carreira da magistratura.
2.3- Princípio da indeclinabilidade
 O juiz não pode deixar de dar a prestação jurisdicional, tampouco uma lei pode ser feita para excluir da apreciação do Judiciário lesão ou
ameaça a direito de alguém (art. 5º, XXXV, CR/88).
Art. 5º. (...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

2.4- Princípio da indelegabilidade


 Nenhum juiz pode delegar sua jurisdição a outro – fere outro princípio – qual?
 E a expedição de carta precatória ou carta de ordem?
 É apenas para a realização de determinado ato processual – não há transferência de poder decisório ao juízo deprecado.
 SUSPRO - caso a proposta seja aceita pelo réu, a precatória deve ser devolvida para homologação do juiz da causa.
2.5- Princípio da improrrogabilidade
 O juiz não pode invadir a área de atuação de outro, salvo nas hipóteses expressamente previstas em lei de prorrogação de competência em
certos casos de conexão.
2.6- Princípio da inevitabilidade (ou irrecusabilidade)
 As partes não podem recusar o juiz, salvo nos casos de suspeição, impedimento ou incompetência.
2.7- Princípio da inércia (ou da iniciativa das partes)
 O juiz não pode dar início à ação penal.
 Mas, poderá:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:  (Redação dada pela
Lei nº 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e
relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida
sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será
concluída sem as alegações finais. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.
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3- UNIDADE DA JURISDIÇÃO E CLASSIFICAÇÕES


 Jurisdição - poder que detém o Estado de dizer o Direito por intermédio do Judiciário tem como característica a UNIDADE.
 A doutrina faz a seguinte divisão – objetivo de estudo:
a) quanto à MATÉRIA: a jurisdição pode ser civil, penal, trabalhista etc.;
b) quanto ao OBJETO: pode ser contenciosa (conflito de interesses entre as partes) ou voluntária (inexistir litígio);
c) quanto à GRADUAÇÃO: inferior (1ª instância) ou superior (julga a ação em grau de recurso);
d) quanto à FUNÇÃO: comum (estadual ou federal) ou especial (militar ou eleitoral).
No âmbito trabalhista, não existe julgamento de crimes.

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.

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