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MATERIAL DIDÁTICO DA DISCIPLINA DE DIREITO PROCESSUAL PENAL I**


2º Semestre de 2016 – Prof.ª Ana Paula do Vale Fossali Paranhos
 Unidade VII – Competência
• 1- CONCEITO DE COMPETÊNCIA E CRITÉRIOS PARA SUA FIXAÇÃO
• Conceito - delimitação da jurisdição.
• Art. 69, CPP – 7 critérios
• I- estabelecer o foro – comarca – Lugar/Territorial/Ratione Loci
• III- natureza da infração – Comum (Estadual e Federal)/Militar/Eleitoral – Matéria ou Ratione Materiae
• Varas Especializadas (Júri/JEspCrim/Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher)
• Vários Juízes – se praticou algum ato (VI - prevenção), se não praticou (IV) distribuição
• II – Domicílio do réu – natureza subsidiária – totalmente desconhecido o local do crime
• Ex. Furto consumado – CEF – Av. Afonso Pena – Comarca: BH – JF BH: Empresa Pública controlada pela União – art. 109, IV, CR/88
• Vários juízes – prevenção ou distribuição
• Conexão e Continência
• Ex. Tício subtrai carro em BH e vende a Mévio em Contagem – Conexão art. 76, I, CPP c/c art. 78, II, a, CPP
• Comarca competente: BH
• Prerrogativa de Função: relevância do cargo ou função – Em razão da Pessoa/Ratione Personae
• Deputado Federal/Senador - crime comum – STF
• Governadores - crime comum – STJ
• Utilizar: CR/88 e Constituições Estaduais
• Competência Absoluta/Relativa
• Em razão da pessoa e da matéria – absoluta – interesse público – gera nulidade absoluta e qualquer tempo pode ser alegada e reconhecida.
• Ex. Crime militar julgado na Justiça Comum
• Competência territorial – sempre relativa – alegação até a resposta escrita (exceção de incompetência) – se não alegada - prorrogada
• 2- COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
• Local da consumação – art. 70, caput, 1ª parte, CPP
• Art. 14, I, CP
• 2.1- Crimes Consumados
• Homicídio doloso
• Local da ação em razão do julgamento no Tribunal do Júri
• Vítima alvejada em Contagem – morre em BH – Julgamento em Contagem
• Júri – Justiça Estadual exceto se cometido contra servidor federal no exercício das funções ou em navio ou aeronave – Justiça Federal – art.
109, IV e IX, CR/88
• Homicídio praticado por militar contra militar – Justiça Militar
• Homicídio praticado por militar contra civil – Justiça Comum – Tribunal do Júri
• Art. 125, §4º, CR/88 e art. 9º, parágrafo único da Lei n.º 9.299/96.
• Homicídio culposo
• Regra geral – art. 70, caput, CPP
• Crimes qualificados pelo resultado
• Crime base em uma cidade e resultado agravador em outra
• Ex. roubo em BH – Tiros em Contagem – Latrocínio – Competência: Contagem
• Outros crimes: art. 129, §3º, CP; art. 157, §3º, CP; art. 158, §3º, CP; art. 159, §§2º e 3º, CP; 213, §§1º e 2º, CP; art. 1º, §3º da Lei 9.455/97
• Crimes previstos art. 157, §3º, CP; art. 158, §3º, CP; art. 159, §§2º e 3º, CP - Mesmo se houver dolo no antecedente e dolo no resultado –
quem julga é juiz singular – Súmula 603, STF.
• Apropriação indébita
• Ex. recebeu a posse do bem em BH – deveria devolver em Contagem - Competência: BH
• Onde inverteu a posse.
• Crime de emissão de cheque sem fundos (art. 171, § 2º, VI, CP)
• Emitir – colocar em circulação
• Consumação – quando o cheque é apresentado ao banco de quem fez a emissão do cheque – local do banco.
• Ex. se a conta é em BH e a compra com o cheque é feita em Contagem - Competência: BH
** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.
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• Súmulas 521, STF e 244, STJ.


• Crime de estelionato comum cometido mediante falsificação de cheque
• Ex. emissão de cheque de 3º falsificado em BH – o cheque é utilizado para compras em Contagem - Competência: Contagem.
• Súmula 48, STJ
• Crimes de estelionato mediante remessa bancária de valores de uma cidade para outra
• Ex. anúncio no jornal – várias pessoas de cidades diversas são convencidas a efetuar depósito na conta do estelionatário.
• Competência – foro do banco do criminoso – local de obtenção da vantagem indevida.
• Furto via eletrônica
• Conta da vítima em BH – saque em Contagem
• Competência – foro do banco da vítima.
• O crime de furto se consuma no momento da subtração – quando o dinheiro é tirado da conta bancária da vítima.
• Falso testemunho prestado em carta precatória
• Local onde foi prestado o depoimento
• Crime de uso de passaporte falso
• Súmula 200, STJ – Justiça Federal do local onde foi apresentado o passaporte para embarque, ainda que constatado no estrangeiro.
• Crime de contrabando ou descaminho
• Crime instantâneo de efeitos permanentes ou permanente?
• Se o entendimento for ser este crime instantâneo de efeitos permanentes – a consumação será no momento em que as mercadorias
ingressarem no território nacional.
• Se for permanente – momento consumativo se prolonga no tempo após o ingresso indevido.
• Ex. ingresso das mercadorias em Guarulhos (Instantâneo – Justiça Federal de Guarulhos) – se estas mesmas mercadorias foram
apreendidas em BH (permanente – pode ser julgado tanto em Guarulhos, quanto em BH – critério prevenção – art. 71, CPP).
• Súmula 151, STJ
• Infrações de menor potencial ofensivo
• Art. 63, Lei 9.099/95 – “praticada” – onde ocorreu a ação ou omissão – Teoria da Ubiquidade – art. 6º, CPB.
• 2.2- Crimes Tentados
• Art. 70, CPP – último ato de execução.
• Ex. Primeiro ato em BH e segundo em Contagem – sem que exista a consumação - Competência: Contagem.
• Ex. Agente tenta matar uma pessoa em Contagem e a vítima é levada para hospital de BH. Dias depois este mesmo agente entra no hospital
e tenta matar a vítima novamente – 2 crimes de tentativa de homicídio – art. 71, CP crime continuado – Critério art. 71, CPP – prevenção.
• 2.3- Crimes permanentes no território de duas ou mais comarcas
• Consumação se prolonga no tempo – art. 159, CP – consumação com a captura da vítima – pagamento exaurimento
• Ex. sequestro em BH – Cativeiro em Contagem – critério art. 71, CPP.
• 2.4- Crimes à Distância
• Cometidos parte no território nacional e parte no estrangeiro:
• a) Crime iniciado no Brasil e consumação no exterior – art. 70, §1º, CPP – lugar no Brasil onde foi praticado o último ato de execução.
• b) Último ato de execução no exterior para produzir resultado em território brasileiro – art. 70, §2º, CPP e art. 6º, 2ª parte do CP.
Ex. Agente em Buenos Aires tenha encaminhado para Porto Alegre alimento envenenado, vindo a ser ingerido no Brasil, causando a morte
de alguém ou caso tenha sido ingerido, mas não tenha causado a morte, por circunstâncias alheias à vontade do agente.
• 2.5- Crimes praticados fora do território nacional
• Crime cometido integralmente no exterior não será julgado no Brasil.
• Exceções – art. 7º, CP – Extraterritorialidade.
• Art. 88, CPP.
• 2.6- Crimes cometidos a bordo de embarcação ou aeronave que se aproxima ou se afasta do território nacional
• Art. 89, CPP – embarcação
• Art. 90, CPP – aeronave
• Competência: Justiça Federal
• 2.7- Crime praticado em local certo, havendo incerteza quanto a pertencer a uma ou outra comarca
• Art. 70, §3º, 1ª parte, CPP – Prevenção.
• 2.8- Crime praticado em local incerto na divisa de duas ou mais comarcas
• Quando não se sabe o local exato da consumação do crime.

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.
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• Ex. furto cometido em ônibus no trajeto entre duas ou mais cidades – descobre-se o crime na chegada – art. 70, §3º, 2ª parte, CPP –
prevenção.
• 3- COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU
• Tem como fim apontar o foro (comarca) competente.
• Critério subsidiário – totalmente desconhecido o lugar da infração.
• Ex. objeto furtado por desconhecido em BH e encontrado em poder do receptador em Salvador. Não se sabe onde o receptador comprou o
objeto.
• Domicílio – art. 70, CC – “O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo”.
• Réu com duas ou mais residências – art. 72, §1º, CPP – prevenção.
• Réu com residência ignorada ou cujo paradeiro é desconhecido – art. 72, §2º, CPP – juiz que primeiro tomar conhecimento formal dos
fatos.
• Foro pelo domicílio do querelado nos crimes de ação privada exclusiva
• Art. 73, CPP – exceção à regra – APPrivada Exclusiva – foro do domicílio do querelado – mesmo que conhecido o local da infração.
• 4- COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO
• Primeiro – foro competente
• Segundo – qual a justiça irá julgar?
• Para encontrar o segundo critério – espécie de crime – Comum (Estadual ou Federal), Militar e Eleitoral.
• Fixado o foro competente e natureza da ação – verificar qual o órgão do Judiciário fará o julgamento – Juízo singular, Júri, JEspCrim,
Violência Doméstica.
• 4.1- Justiça Militar
• Art. 124, CR/88
• CPM
• 02 categorias:
- Próprios – previstos no CPM e não encontram paralelo na legislação comum – insubordinação, deserção etc. – Art. 64, II, CP
- Impróprios – previstos no CPM e na legislação comum.
• Crimes praticados por militares, que não se inserem na competência da Justiça Militar
• Crimes contra a vida de civis – Justiça Comum – Tribunal do Júri – art. 125, §4º, CR/88.
• Justiça Militar – julga apenas crimes contra a vida praticado por militar contra outro militar.
• Justiça Militar – julga crimes praticados por militares.
• Apesar de estar em serviço – se o crime não estiver previsto no CPM – Competência da Justiça Comum.
Ex. Abuso de Autoridade – Lei 4.898/65 – Súmula 172, STJ
• Verificar ainda as Súmulas 6 e 75 do STJ.
• Justiça Militar não julga crimes comuns previstos em outras leis conexos com crimes militares – separação dos processos.
Ex. Crime militar + abuso de autoridade – art. 79, I, CPP e Súmula 90, STJ
• Ainda haverá separação – militar e civil praticarem um crime em concurso previsto no CPM e na legislação comum – Justiça Militar julga o
militar e justiça comum julga o civil – art. 79, I, CPP.
• Composição da Justiça Militar
• Justiça Militar Estadual
• Julga integrantes das polícias militares dos Estados (incluindo Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária Estadual).
• 1ª instância - Auditorias Militares - juízes de direito (juízes-auditores) ou pelos Conselhos de Justiça.
• Aos juízes compete processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis (art. 125, § 5º, da CF), exceto os dolosos
contra a vida, de competência do Júri.
• Aos Conselhos de Justiça cabe o julgamento dos demais crimes militares.
• Conselho de Justiça Permanentes - julga os praças e Conselhos de Justiça Especiais – julga Oficial da Corporação.
• Conselhos de Justiça – 5 julgadores - 4 pertencentes à carreira militar, oficiais, e um juiz civil (juiz auditor militar) provido por concurso e
presidente do Conselho (art. 125, § 5º, da CR/88).
• A competência da Auditoria Militar estende-se aos militares que integrem a corporação de determinado Estado, ainda que o crime tenha sido
cometido em outro Estado.
Ex. Tenente militar de Minas Gerais e comete crime militar em São Paulo, será julgado pela Justiça Militar de Minas Gerais.
• Súmula 78, STJ
• Perante a 1ª instância da Justiça Militar Estadual atuam membros do MP Estadual.

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.
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• Em 2ª instância - julgamento é feito pelos TJM, nos Estados onde houver, ou pelo próprio TJ Estadual, onde não houver TJM.
• O Tribunal de Justiça Militar é composto por quatro juízes militares e três juízes civis.
• Justiça Militar Federal
• Julga membros das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica).
• Em segunda instância, o julgamento é feito pelo Superior Tribunal Militar - STM.
• 02 peculiaridades:
• a) Art. 125, §4º, CR/88 - competência Tribunal do Júri no caso de crime doloso contra a vida de civil - menção somente à Justiça Militar
Estadual – entende-se: Justiça Militar Federal continua competente para julgar crimes dolosos contra a vida de civis cometidos por
integrantes das Forças Armadas.
• b) Crimes praticados por civis contra instituições militares federais – competência da Justiça Militar Federal – praticados de forma isolada ou
em concurso com militares.
• A Justiça Militar Estadual, por sua vez, não julga civis que cometam crime contra instituições militares - Súmula 53, STJ
• Inaplicabilidade da Lei n. 9.099/95 na Justiça Militar
• Art. 90-A, Lei 9.099/95.
• 4.2- Justiça Eleitoral
• Julga os crimes eleitorais e seus conexos - art. 121, CR/88 c/c art. 109, IV, CR/88 - exclusão da competência da Justiça Federal quando se
tratar de crime eleitoral.
• Se houver conexão entre crime eleitoral e crime comum, prevalecerá a competência da justiça especial para o julgamento de ambos.
• Crimes eleitorais - previstos no Código Eleitoral (Lei n. 4.737/65) e em lei especiais como a Lei Complementar n. 64/90 e a Lei n. 9.504/97.
• Julgamento 1ª instância - feito pelos juízes eleitorais, função exercida pelos próprios juízes estaduais designados para tal atividade pelo
TRE.
• Atuam perante a Justiça Eleitoral membros do MP Estadual também designados para essas funções.
• Há aplicação das medidas despenalizadoras da Lei n. 9.099/95 para IMPO – pena máxima de até 02 anos.
• Ofensas contra juiz ou promotor eleitoral, ou qualquer outro servidor do cartório eleitoral ou convocado para servir nas eleições (mesários) –
Competência da Justiça Federal, pois o crime de desacato não é previsto na legislação como delito eleitoral.
• A apuração dos crimes eleitorais é de atribuição da Polícia Federal.
• Se MP requerer o arquivamento de IP que apura crime eleitoral e o juiz discordar - regra do art. 28 do CPP, a decisão não será tomado pelo
Procurador-Geral de Justiça, e sim pelo Procurador Regional Eleitoral.
• Em segunda instância, os recursos referentes aos crimes eleitorais são julgados pelos Tribunais Regionais Eleitorais, e, em última instância,
pelo Tribunal Superior Eleitoral – Ver arts. 118 a 120 da CR/88.
• 4.3. Justiça Federal
• Justiça Federal e a Estadual - órgãos da chamada Justiça Comum.
• A CR/88 expressamente prevê a competência criminal da Justiça Federal em seu art. 109, incisos IV, V, V-A, VI, VII, IX e X.
• Crimes políticos (art. 109, IV, 1ª parte, CR/88)
• De acordo com o STF - configuração de crime político - necessário, além da motivação e dos objetivos políticos do agente, que tenha havido
lesão real ou potencial aos bens jurídicos indicados no art. 1º da Lei de Segurança Nacional (Lei n. 7.170/83) — integridade territorial,
soberania nacional, regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito ou a pessoa dos chefes dos Poderes da União.
• Infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral (art. 109, IV, 2ª parte,
CR/88)
• Crimes contra BENS da União.
Ex. – danificar objetos no interior de uma universidade federal ou furtar valores de repartição federal etc.
• Crimes contra SERVIÇOS da União:
• Em todas as áreas - educação, saúde, transporte, economia etc.
Ex. agressão contra um professor que está ministrando aula em instituto de ensino federal.
• Súmula 147, STJ
• Competência ainda da Justiça Federal - crimes praticados por servidor público federal no desempenho das funções são julgados na esfera
federal (concussão, corrupção passiva, prevaricação etc.).
• Atingem INTERESSES da União - crimes de sonegação de tributo federal.
• Súmula 140, STJ – Autor ou vítima indígena – Justiça Comum.
• Porém: se o crime tiver como objeto algum tipo de disputa sobre direito indígena - competência Justiça Federal - art. 109, XI, CR/88.

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.
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Ex. garimpeiro que ameaça e agride índios para poder procurar metais preciosos na reserva indígena.
• Crimes contra a flora (desmatamentos, destruição de florestas) - competência da Justiça Federal se a unidade de conservação pertencer à
União. Caso pertença aos Estados ou Municípios, a competência é estadual.
• Crimes contra a fauna - Justiça Estadual, exceto se as proporções do delito atingirem interesse da União, como se tem decidido em casos
de pesca predatória em rio interestadual.
• Os delitos contra o patrimônio cultural são de competência da Justiça Federal se o patrimônio atingido for da União.
• Desvio de verbas perpetrado por Prefeitos Municipais – Súmulas 208 e 209, STJ.
• Justiça do Trabalho não recebeu do constituinte qualquer competência em matéria penal.
• Justiça Federal – competente para julgar crimes cometidos perante a Justiça do Trabalho a fim de induzir em erro o juiz trabalhista
• Súmula 165, STJ
• Art. 109, IV, 2ª parte, CR/88 - competência da Justiça Federal os crimes que afetem bens, serviços ou interesses de entidades autárquicas
da União ou de suas empresas públicas.
• Crimes cometidos contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - autarquia da União, são julgados na esfera federal.
• Furtos ou roubos praticados contra a CEF ou contra alguma agência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (não franquiada) são
julgados pela Justiça Federal, pois as vítimas são empresas públicas da União.
• Súmula 62, STJ – Justiça Comum (lesar direitos individuais de trabalhadores) – apenas se a falsidade for meio para lesar o INSS, a
competência será da Justiça Federal.
• Sociedades de economia mista controladas pela União não se inserem na competência da Justiça Federal.
• Ex. furto praticado praticados contra o Banco do Brasil.
• Súmula 42, STJ
• O art. 109, IV, 2ª parte, CR/88 expressamente previu que a Justiça Federal não julga contravenções penais, nem mesmo se conexas com
crime apurado em tal esfera.
• Súmula 38, STJ
• Crimes previstos em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no país, o resultado tenha ou devesse ter
ocorrido no estrangeiro ou reciprocamente (art. 109, V, CR/88)
• Dispositivo importante: tráfico internacional de drogas é julgado pela Justiça Federal e enquanto o tráfico interno é julgado pela Justiça
Estadual, salvo se cometido a bordo de navio ou aeronave - competência federal - art. 109, IX, CR/88.
Ex. tráfico internacional for cometido em Município que não seja sede de Vara Federal, os agentes serão processados e julgados na Vara
Federal da circunscrição respectiva (art. 70, parágrafo único, da Lei n. 11.343/2006).
• Brasil, por meio do Decreto n. 5.017/2004, aderiu ao Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado
Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças – art. 231, CP e art.
239 da Lei n. 8.069/90 - competência da Justiça Federal.
• Casos de grave violação de direitos humanos, se houver necessidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de
tratados internacionais sobre direitos humanos dos quais o Brasil seja parte (art. 109, V-A, CR/88)
• O texto constitucional deixa claro que não basta haver violação a direitos humanos, exigindo que o fato concreto seja especialmente grave. A
competência da Justiça Federal pressupõe, ainda, que existam indícios de que as autoridades estaduais não estão apurando
satisfatoriamente os fatos, havendo, portanto, a necessidade de deslocamento da competência para aquela esfera a fim de garantir que o
Brasil cumpra as obrigações decorrentes de tratado internacional sobre direitos humanos.
• Crimes contra a organização do trabalho (art. 109, VI, 1ª parte, CR/88)
• Quando for atingido direito individual do trabalhador, a competência será da Justiça Estadual. Se for afetada categoria profissional como um
todo ou grande número de trabalhadores, a competência será da Justiça Federal.
• STF - decidiu que o crime de redução a condição análoga à de escravo (art. 149 do CP) é sempre de competência da Justiça Federal.
• Crimes contra o sistema financeiro e a ordem econômica nos casos determinados por lei (art. 109, VI, 2ª parte)
• A competência federal está circunscrita aos casos em que a lei definidora dos crimes dessa natureza expressamente declarar que serão eles
julgados na esfera federal.
• Veja o art. 26 da Lei n. 7.492/86, que define os crimes contra o sistema financeiro nacional.
• Ainda, compete à Justiça Federal julgar os crimes de “lavagem de dinheiro” quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem
econômico-financeira — ou, ainda, quando atinjam bens, serviços ou interesse da União, suas autarquias ou empresas públicas, ou se o
crime antecedente for de competência da Justiça Federal – veja art. 2º, III, da Lei n. 9.613/98, que cuida exatamente das questões criminais
referentes à “lavagem de dinheiro”.

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.
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• Os crimes contra a ordem econômica previstos nas Leis n. 8.137/90 e 8.176/91 (crimes de adulteração de combustível por distribuidoras e
revendas) são julgados pela Justiça Estadual por não haver previsão declarando competente a Justiça Federal.
• Súmula 498, STF - exceção, quando for atingido interesse da União, suas autarquias ou empresas públicas, porém, com fundamento no art.
109, IV, CR/88.
• Habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não
estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição (art. 109, VII, CR/88)
• É evidente que, quando se alega que o constrangimento está sendo causado por policial federal, cabe a um juiz federal conhecer e julgar o
habeas corpus.
• Da mesma forma, se a autoridade apontada como coatora for juiz federal, caberá ao Tribunal Regional Federal julgar o habeas corpus
impetrado.
• Crimes cometidos a bordo de navio ou aeronave, ressalvada a competência da Justiça Militar (art. 109, IX, CR/88)
• O texto constitucional deixa claro que a competência da Justiça Federal independe da espécie de infração penal cometida.
• Como o dispositivo constitucional usa a palavra “navio”, a competência federal não alcança crimes cometidos a bordo de pequenas
embarcações como lanchas, botes etc.
• Crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro (art. 109, X, CR/88)
• Esses crimes estão descritos no art. 125 da Lei 6.815/80.
• COMPOSIÇÃO DA JUSTIÇA FEDERAL
• 1ª instância - juízes federais Varas Federais ou Juizados Especiais Criminais Federais (IMPO), ou Tribunal do Júri Federal (homicídio contra
servidor público federal, aborto doloso no interior de um navio etc.).
• 2ª instância – TRF – Tribunais Regionais Federais – são 05 no Brasil e julgam os recursos criminais advindos da Justiça Federal do próprio
Estado em que está a sede e também de outros, de acordo com a seguinte divisão geográfica:
a) TRF da 1ª Região — sede em Brasília: seções judiciárias do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas
Gerais, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.
b) TRF da 2ª Região — sede no Rio de Janeiro: seções judiciárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
c) TRF da 3ª Região — sede em São Paulo: seções judiciárias de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
d) TRF da 4ª Região — sede em Porto Alegre: compreende as seções judiciárias de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
e) TRF da 5ª Região — sede em Recife: compreende as seções judiciárias de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte
e Sergipe.
• IMPO - julgamento dos recursos será feito pelas Turmas Recursais onde já instaladas.
• 4.4- Justiça Estadual
• A CR/88, bem como as leis processuais definem expressamente quando a competência é estadual, entretanto, como há previsão detalhada
acerca da competência militar, eleitoral e federal, é por exclusão que se conclui que um julgamento cabe à Justiça Estadual Comum.
• Existem inúmeras súmulas dos tribunais superiores solucionando controvérsias entre a competência da Justiça Estadual e as demais, nos
aspectos que, em determinado momento, foram considerados polêmicos.
• A competência da esfera estadual, exceto do Júri, cessa se houver conexão com crimes da esfera federal ou crimes eleitorais,
deslocando-se, nesse caso, para estas últimas.
• Em caso de conexão com crime militar haverá separação de processos, de modo que cada justiça julgue aquele de sua
competência (art. 79, I, do CPP).
• COMPOSIÇÃO DA JUSTIÇA ESTADUAL
• 1ª instância - julgamento é feito pelos juízes estaduais, nas Varas Criminais Comuns, nos Juizados Especiais Criminais ou da Violência
Doméstica ou Familiar Contra a Mulher, ou pelo Tribunal do Júri.
• 2ª instância - o julgamento dos recursos criminais fica a cargo dos Tribunais de Justiça ou das Turmas Recursais (IMPO).
• A natureza da infração como fator de divisão de competência dentro da mesma Justiça
a) Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, órgãos da Justiça Comum - art. 14 da Lei n. 11.340/2006 c/c arts. 5º e
7º da Lei n. 11.340/2006.
Ex. são competentes, portanto, para julgar estupros praticados pelo pai contra a filha, agressões de marido ou companheiro contra a esposa
ou companheira etc.
b) Juizados Especiais Criminais que, nos termos do art. 98, I, CR/88 e Leis n. 9.099/95 e 10.259/2001 - IMPO (todos os crimes com
pena máxima não superior a 2 anos e todas as contravenções penais). Esses Juizados existem na Justiça Estadual e na Federal. Além
disso, quando cometida infração de menor potencial de natureza eleitoral, o procedimento da Lei n. 9.099/95 será aplicado perante o Juiz
Eleitoral. Apenas no âmbito da Justiça Militar é expressamente vedada a aplicação da Lei n. 9.099/95, nos termos do art. 90-A desta Lei.

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.
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c) Tribunal do Júri, para julgamentos dos crimes dolosos contra a vida e seus conexos.
d) Varas Criminais Comuns - por exclusão, julgam todos os crimes não abrangidos nos itens anteriores. Em caso de conexão entre crime
de competência dos juízes em atuação nestas Varas com IMPO, prevalece a competência das Varas Comuns, onde as questões atinentes
aos benefícios eventualmente cabíveis às infrações menores serão ali apreciadas (art. 60, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95).
• Divisão da competência em razão da matéria dentro de uma mesma Comarca
• A Lei de Organização Judiciária dos Estados pode estabelecer divisão em razão da matéria dentro de uma mesma comarca, visando com
isso sistematizar o serviço por meio da especialização. Ex.: vara especializada no julgamento de crimes de tráfico de drogas.

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.

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