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Autor(a): MARCELA DALCON DE FREITAS

Assunto: LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE


1989

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PRISÃO:
• PRISÃO PENA – finalidade punitiva - surge a partir de uma sentença penal condenatória.
• PRISÃO NÃO PENA / CAUTELAR / PROVISÓRIA – finalidade não punitiva e sim usada
para evitar prejuízos - natureza cautelar (ainda não existe uma condenação):
• Prisão em flagrante - CPP
• Prisão preventiva - CPP
• Prisão temporária – lei 7.960/89

PRISÃO TEMPORÁRIA:
• Não está prevista no CPP
• Prevista em lei própria
• Possui prazo certo
• Só pode ser decretada durante a investigação policial - após o recebimento da denúncia ou
queixa, não poderá ser decretada nem mantida a prisão temporária.

Hipóteses de cabimento: artigo 1°


• Inciso I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial
• Inciso II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade
• Inciso III - quando houver fundadas razões de autoria e participação nos seguintes
crimes:
➢ homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
➢ Sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
➢ Roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
➢ extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
➢ extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
➢ estupro (art. 213, caput)
➢ atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput,
e parágrafo único);
➢ rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);
➢ epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
➢ envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado
pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
➢ quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
➢ genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer
de sua formas típicas;
➢ tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
➢ crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).

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➢ crimes previstos na Lei de Terrorismo.

IMPORTANTE – atenção aos crimes das alíneas “g” e “h” do inciso III do artigo 1°:
• O crime de atentado violento ao pudor foi revogado e a conduta criminosa foi constituída
como estupro.
• O crime de rapto violento foi revogado.

ATENÇÃO!!!

• A prisão temporária só é cabível para os crimes expressamente previstos no art. 1º, III da
Lei 7.960/89, bem como para os crimes hediondos ou equiparados (estejam, ou não, no rol
do art. 1º, III da Lei 7.960/89).
• Só é cabível quando estivermos diante de um dos crimes do art. 1°, III da Lei 7.960/89 ou
de um crime hediondo ou equiparado e que esteja presente uma das duas situações
previstas nos incisos I e II do art. 1° da Lei 7.960/89

QUEM DECRETA A PRISÃO TEMPORÁRIA?

• Só pode ser decretada pela autoridade judiciária, ou seja, pelo Juiz ou Tribunal
competente, nas seguintes condições:
• Não pode ser decretada de ofício pelo juiz.
• Requerida pelo MP
• Representação da autoridade policial – nesse caso, antes de decretar a prisão
temporária o juiz deve ouvir o MP.

Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade
policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério


Público.

PRAZO:
• Regra: 5 dias - prorrogável por igual período mediante comprada a necessidade – caput
artigo 2°

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• Exceção: crime hediondo (ou equiparado), prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias
- a Lei 8.072/90 estabelece, em seu art. 2°, §4°:

Art. 2º (…)
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos
crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso
de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

PROCEDIMENTO DA PRISÃO TEMPORÁRIA:

• Início:
• Requerimento do MP
• Representação da autoridade policial
• Juiz deve decidir (decisão fundamentada) no prazo de 24 horas – art. 2° §2°:

§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do
requerimento.

•Antes de decidir, porém, o Juiz pode (de ofício ou a requerimento do MP ou do advogado do


indiciado): artigo 2º §3º:
• determinar que o preso lhe seja apresentado
• submetê-lo a exame de corpo de delito
• solicitar informações à autoridade policial
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar
que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e
submetê-lo a exame de corpo de delito.

• Decretada a prisão, será expedido mandado de prisão, em duas vias, sendo uma delas
destinada ao preso, e servirá como nota de culpa.

§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais
será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.

§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão temporária


estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado. (Incluído
pela Lei nº 13.869. de 2019)

• só podendo ser efetuada a prisão após a expedição do mandado

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§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial.

• Depois de efetuada a prisão, a autoridade policial deverá informar ao preso os seus direitos,
previstos no art. 5° da Constituição:

§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5° da
Constituição Federal.
• Direito de permanecer em silêncio
• contar com patrocínio de advogado
• comunicar-se com seus familiares
• etc

§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia


deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em
liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação
da prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 13.869. de 2019)

§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão


temporária. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019)

• os presos temporários devam ficar separados dos demais detentos:

Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais


detentos.

• Em cada comarca ou seção judiciária, deve haver, obrigatoriamente um membro do Poder


Judiciário e um do MP, em plantão, 24 horas, para apreciação dos pedidos de prisão
temporária:

Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão permanente de vinte e quatro
horas do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos pedidos de prisão temporária.

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