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DOS FATOS
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Com sua prisão ocorrida, o acusado compareceu na sua a audiência de custódia
após um mês decorrido fato. Ressalta que até o presente momento não houve
indiciamento, já se ultimando 90 diais de investigação, ultrapassando o prazo
previsto no art. 51 da Lei nº 11.343/06.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo
juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia
judiciária.
Ademais a autoridade policial não requereu a realização do laudo definitivo e nem
procedeu a oitiva das testemunhas, inexistindo, assim, sequer o indiciamento do
acusado. Tendo em vista que o Juízo decretou a prisão preventiva do acusado,
embasando a decisão para o fim de assegurar a ordem pública.
DO DIREITO
Conforme previsto no Art. 312 do CPP, caput: A prisão preventiva poderá ser
decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência
da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo
estado de liberdade do imputado).
Entretanto, a referida PRISÃO neste caso constitui uma coação ilegal contra o
requerente, tratando-se de uma medida de extrema violência, uma vez que não foi
julgado dentro de 24H como prevê o Art. 310 § 4º e esteve preso por mais de 30
dias aguardando o julgamento, infligindo princípio fundamental discriminado no
Art.5º, LXV da Constituição Federal.
Ainda, que mesmo que as nulidades do auto de prisão em flagrante tivessem sido
sanadas, caberia no caso, a prisão provisória. Ausentes os requisitos que autorizam
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a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória,
impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP.
Apesar do acusado estar sendo investigado, isto não pode ser considerado como
fato desabonador de sua conduta, tendo em vista que a Constituição Federal afirma
que somente é considerado culpado após condenação penal transitada em julgado:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
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sociedade, que, como regra, é abalada pela prática de um delito. Verifica-se que o
acusado foi preso em flagrante em sua residência, estando atualmente preso,
restabelecendo a ordem pública, não existindo nenhum fato que demonstre que a
sociedade encontra-se abalada pelo crime, razão pela qual não se pode cometer a
injustiça de presumir uma periculosidade inexistente.
Sendo assim, nota-se que houve descumprimento das disposições previstas no art.
50 e §§ da Lei 11.343/06 in verbis:
DO PEDIDO
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c) Requer, caso não seja revogada a prisão preventiva, pelo princípio da
eventualidade, a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão,
conforme prudente arbítrio de Vossa Excelência, na forma do art.319, CPP.
d) Requer, ainda, a imediata expedição de alvará de soltura de Fulano de tal,
para que possa, em liberdade, defender-se no curso da ação penal,
comprometendo-se a comparecer a todos os atos processuais.
e) Por fim, seja ouvido o ilustre representante do Ministério Público.
Advogado (a)