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Nome: Thiago Pereira Camargo Comelli R.

A: 1811400386

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA CRIMINAL DE


SANTOS/SP

MARCOS DA SILVA, (QUALIFICAÇÃO), residente na cidade de SANTOS/SP através


de seu advogado devidamente qualificado, vem perante Vossa Excelência
requerer:
RELAXAMENTO DE PRISÃO, com fulcro no artigo LXV da Constituição Federal e
artigo 310, I do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e direito a seguir
expostas:

Dos Fatos
(NÃO SERÁ NECESSÁRIO A EXPOSIÇÃO DOS FATOS)

DO DIREITO
A prisão em flagrante possui requisitos que, quando não observados, podem
caracterizá-la como ilegal.
No caso concreto, o magistrado apenas homologou o auto de prisão em flagrante,
remetendo-o ao Ministério Público, sem se ater ao que dispõe o artigo 310 do
Código do Processo Penal, “verbis”:
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá
fundamentadamente:
I - Relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos
constantes do art.312, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas
cautelares diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
De pronto, devemos destacar que não há o nexo causal que comprove que a
substancia ilícita estava realmente na posse do requerente, haja visto que a
mesma fora encontrada dentro de um cano de esgoto nas proximidades.
Assim, sendo a prisão ilegal, deve ocorrer o seu relaxamento, soltando o
requerente, sem prejuízo da responsabilização funcional e criminal da autoridade
responsável pelo ato, em caso de abuso.
O relaxamento de prisão ilegal é previsto na Constituição Federal em seu artigo 5º:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguinte ...
[...]
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
Salienta-se que o ofendido não teve seus direitos constitucionais cumpridos por
parte dos policiais que realizaram a prisão em flagrante, não podendo este ter
entrado em contato com um advogado de sua confiança.
No presente caso ficou evidente que não houve nenhuma decisão fundamentada
neste sentido, o que não foi de encontro ao que dispõe no Código de Processo
Penal:
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será
sempre motivada.
O requerente encontra-se preso desde a data da execução do mandado de busca e
apreensão, ou seja, mais de xx dias, ocasionando, desse modo, o constrangimento
ilegal da sua liberdade de locomoção.
Acerca da possibilidade de relaxamento de prisão, o Tribunal de XX já decide de
forma favorável:
Da possibilidade do relaxamento da prisão em flagrante, é de entendimentos dos
tribunais:
PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE
ENTORPECENTES. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PRISÃO PREVENTIVA.
EXCESSO DE PRAZO. CONFIGURADO. RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA. 1.
A aferição do excesso de prazo reclama a observância da garantia da duração
razoável do processo, prevista no art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal. Tal
verificação, contudo, não se realiza de forma puramente matemática. Reclama, ao
contrário, um juízo de razoabilidade, no qual devem ser sopesados não só o tempo
da prisão provisória, mas também as peculiaridades da causa, sua complexidade,
bem como quaisquer fatores que possam influir na tramitação da ação penal. 2. No
caso em exame, o recorrente encontra-se custodiado desde 22/11/2018 por ter
sido flagrado, em companhia de corréu, em posse de 10g (dez gramas) de cocaína.
3. A pequena quantidade de drogas apreendidas, associada aos predicados
pessoais favoráveis do recorrente, indica ser desarrazoado o prazo de 10 meses de
custódia cautelar, mormente serem apenas dois corréus, sem necessidade de
expedição de cartas precatórias. 4. Recurso ordinário provido para relaxar a prisão
preventiva.
(STJ - RHC: 115291 CE 2019/0202028-0, Relator: Ministro ANTONIO SALDANHA
PALHEIRO, Data de Julgamento: 24/09/2019, T6 - SEXTA TURMA, Data de
Publicação: DJe 02/10/2019)Desta feita, tendo o requerente plena condição de
responder o processo criminal em liberdade, não há qualquer razão para mantê-lo
restrito de sua locomoção, sendo medida que se impõe a concessão do
relaxamento de prisão, uma vez que o juiz ao receber o APF (auto de prisão em
flagrante), apenas o homologou, não tomando nenhuma das decisões previstas no
artigo 310 do Código de Processo Penal.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se a procedência do pedido com o consequente
relaxamento de prisão em flagrante, expedindo-se o competente alvará de soltura
em favor do requerente, conforme o artigo 310, I do Código de Processo Pen

Nestes termos,
Pede deferimento.
Santos, 18 de abril de 2021

(Assinatura do Advogado)
(Número de Inscrição na OAB)

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