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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA XXXX VARA

CRIMINAL DE XXXXX

XXXX, nacionalidade, estado civil, inscrito no CPF sob o n° ....residente


e domiciliado na Rua xxxx, bairro xxx, na cidade de xxx, através e
RG de seu advogado (documento incluso), vem perante Vossa Excelência
requerer:

RELAXAMENTO DE PRISÃO, com fulco no artigo LXV da Constituição


Federal e artigo 310, I do Código de Processo Penal, pelas razões de fato
e direito a seguir expostas:

DOS FATOS

O requerente foi preso no dia XX / XX / XXXX em fragrante delito por


suposta prática de crime de xxxx.

O requerente foi recolhido no presídio de xxx após a lavratura do auto


de prisão em flagrante e assim permanece desde então, sem que
houvesse qualquer manifestação do magistrado sobre a liberdade do
requerente, ou fundamentos que justificassem sua segregação.

Ainda, logo após a homologação da prisão em flagrante, os autos foram


remetidos ao Ministério Público, lá permanecendo até a presente data.

DO DIREITO

A prisão em flagrante possui requisitos que, quando não observados,


podem caracterizá-la como ilegal.
No caso concreto, o magistrado apenas homologou o auto de prisão em
flagrante, remetendo-o ao Ministério Público, sem se ater ao que dispõe
o artigo 310 do Código do Processo Penal, "verbis":

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá


fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os


requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão;
ou

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Quando o magistrado deixou de se manifestar sobre a liberdade do


reque- rente, acabou tornando a prisão ilegal.

Assim, sendo a prisão ilegal, deve ocorrer o seu relaxamento, soltando o


requerente, sem prejuízo da responsabilização funcional e criminal da
autoridade responsável pelo ato, em caso de abuso.

O relaxamento de prisão ilegal é previsto na Constituição Federal em


seu artigo 5°:

Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguinte
[...]

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade


judiciária;

O fato é que, ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deveria


motivadamente decidir a medida cabível à espécie, que seria o
relaxamento de prisão ilegal, a conversão da prisão em flagrante em
preventiva, ou ainda concedendo a liberdade provisória com ou sem
fiança.

No presente caso ficou evidente que não houve nenhuma decisão


fundamentada neste sentido, o que não foi de encontro ao que dispõe
no Código de Processo Penal:

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão


preventiva será sempre motivada.

O requerente encontra-se preso desde a data da execução do mandado


de busca e apreensão, ou seja, mais de xx dias, ocasionando, desse
modo, o constrangimento ilegal da sua liberdade de locomoção.

Acerca da possibilidade de relaxamento de prisão, o Tribunal de XX já


decide de forma favorável:

Colocar uma jurisprudência aqui

Desta feita, tendo o requerente plena condição de responder o processo


criminal em liberdade, não há qualquer razão para mantê-lo restrito
de sua locomoção, sendo medida que se impõe a concessão do
relaxamento de prisão, uma vez que o juiz ao receber o APF (auto de
prisão em flagrante), apenas o homologou, não tomando nenhuma das
decisões previstas no artigo 310 do Código de Processo Penal.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requer-se a procedência do pedido com o


consequente relaxamento de prisão em flagrante, expedindo-se o
competente alvará de soltura em favor do requerente, conforme o artigo
310, I do Código de Processo Penal.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local, Data

Advogado...OAB...

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