Você está na página 1de 84

11ª QUESTÃO

Como se pode o executado defender da


VALORES
penhora?DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
ESQUEMA EXPLICATIVO +
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
JURISPRUDÊNCIA
QUADRO DOS MEIOS DE DEFESA DOS ATOS
DE PENHORA PELO EXECUTAD0, EM ESPECIAL

OPOSIÇÃO À PENHORA (arts. 784º e 785º CPC)


OPOSIÇÃO À PENHORA POR SIMPLES REQUERIMENTO (art. 744º nº 2 CPC)

ARGUIÇÃO DE NULIDADES
Nulidades atípicas de qualquer ato processual (art. 195º CPC)

RECURSODAS DECISÕES DO TRIBUNAL (arts. 852º a 854º CPC)


RECLAMAÇÃO DOS ATOS DO AGENTE DE EXECUÇÃO (art. 723º nº 1 al. c) CPC)

ATENÇÃO: se fosse um TERCEIRO À EXECUÇÃO os meios seriam embargos de terceiro e


ação de reivindicação; residualmente recurso judicial e reclamação dos atos e decisões do
agente de execução
INCIDENTE DE OPOSIÇÃO À PENHORA
INCIDENTE AUTÓNOMO (forma ordinária [cf. art. 785º] ou sumária [cf.
art. 856º nº 4], sem dedução de oposição à execução)
INCIDENTE NÃO AUTÓNOMO (forma ordinária (no caso do art. 727º) ou
sumária (artigo 856º), com dedução oposição à execução)
FUNDAMENTOS: impenhorabilidades objetivas
OPOSIÇÃO À PENHORA POR SIMPLES REQUERIMENTO
ÂMBITO MATERIAL: bens móveis

PRESUNÇÃO ILIDÍVEL?

Noção de “seu poder”

PODE SER AFASTADA OU ILIDIDA PERANTE O AGENTE DE EXECUÇÃO?

O QUE É “prova documental inequívoca”?

QUAL É O PRAZO PARA DEDUÇÃO?

TEM EFEITO SUSPENSIVO?

FAZ CASO JULGADO MATERIAL?

COMO SE RELACIONA COM OS EMBARGOS DE TERCEIRO?


12ª QUESTÃO
Em que casos se pode embargar de terceiro?
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
Artigo 342.º
Fundamento dos embargos de terceiro
1 — Se a penhora, ou qualquer ato judicialmente ordenado de apreensão ou entrega de
bens, ofender a posse ou qualquer direito incompatível com a realização ou o âmbito da
diligência, de que seja titular quem não é parte na causa, pode o lesado fazê -lo valer,
deduzindo embargos de terceiro.
2 — Não é admitida a dedução de embargos de terceiro relativamente à apreensão de
bens realizada no processo de insolvência.

Artigo 343.º
Embargos de terceiro por parte dos cônjuges
O cônjuge que tenha a posição de terceiro pode, sem autorização do outro, defender por
meio de embargos os direitos relativamente aos bens próprios e aos bens comuns que
hajam sido indevidamente atingidos pela diligência prevista no artigo anterior.

RPinto 12
ESQUEMA EXPLICATIVO
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
CONDIÇÕES DO EMBARGO DE TERCEIRO
PENHORA OU QUALQUER ATO JUDICIALMENTE ORDENADO DE APREENSÃO
OU ENTREGA DE BENS
Atos executivos: penhora, apreensão para entrega

Atos cautelares: arresto, arrolamento, restituição provisória de posse, apreensão inominada

OFENSA OU AMEAÇA DE OFENSA: inibição, total ou parcial, material ou jurídica, do


exercício do direito ou posse pelo seu titular
Ofensa, seja pela apreensão, seja pelo mero registo da penhora

Ameaça de ofensa (cf. art. 350º)

TITULARIDADE DE DIREITO OU POSSE


Terceiros à titularidade não têm legitimidade para embargar de terceiro

STJ 17-4-1997/Proc. 97B110 (COSTA MARQUES)


Não tem legitimidade para embargar de terceiro contra a penhora de uma fração a doadora que
resida na mesma conjuntamente com o filho proprietário donatário.
13ª QUESTÃO
Quais são as recentes alterações legislativas
VALORES
à penhoraDEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
de salários?
Artigo 738.º
Bens parcialmente penhoráveis
1 - São impenhoráveis dois terços da parte líquida dos vencimentos, salários, prestações periódicas pagas
a título de aposentação ou de qualquer outra regalia social, seguro, indemnização por acidente, renda
vitalícia, ou prestações de qualquer natureza que
assegurem a subsistência do executado.
2 - Para efeitos de apuramento da parte líquida das prestações referidas no número anterior, apenas são
considerados os descontos legalmente obrigatórios.
3 - A impenhorabilidade prescrita no n.º 1 tem como limite máximo o montante equivalente a três
salários mínimos nacionais à data de cada apreensão e como limite mínimo, quando o executado não
tenha outro rendimento, o montante equivalente a um salário mínimo nacional.
4 - O disposto nos números anteriores não se aplica quando o crédito exequendo for de alimentos, caso
em que é impenhorável a quantia equivalente à totalidade da pensão social do regime não contributivo.
5 - Na penhora de dinheiro ou de saldo bancário, é impenhorável o valor global correspondente ao
salário mínimo nacional ou, tratando-se de obrigação de alimentos, o previsto no número anterior.
6 - Ponderados o montante e a natureza do crédito exequendo, bem como as necessidades do executado e
do seu agregado familiar, pode o juiz, excecionalmente e a requerimento do executado, reduzir, por
período que considere razoável, a parte penhorável dos rendimentos e mesmo, por período não superior
a um ano, isentá-los de penhora.
7 - Não são cumuláveis as impenhorabilidades previstas nos n.os 1 e 5.

RPinto 20
Artigo 738.º [aditado o nº 8 pela Lei nº 114/2017, de 29 de dezembro)
Bens parcialmente penhoráveis
8 - Aos rendimentos auferidos no âmbito das atividades especificamente previstas na tabela a que se
refere o artigo 151.º do Código do IRS, aplica-se o disposto nos n.os 1 a 4 deste artigo, com as seguintes
adaptações:
a) A parte líquida dos rendimentos corresponde à aplicação do coeficiente 0,75 ao montante total pago
ou colocado à disposição do executado, excluído o IVA liquidado;
b) O limite máximo e mínimo da impenhorabilidade é apurado globalmente, para cada mês, com base no
total do rendimento mensal esperado do executado, sendo aqueles limites aplicados à globalidade dos
rendimentos esperados proporcionalmente aos rendimentos esperados de cada entidade devedora;
c) A impenhorabilidade prevista neste número é aplicável apenas aos executados que não aufiram, no
mês a que se refere a apreensão, vencimentos, salários, prestações periódicas pagas a título de
aposentação ou qualquer outra regalia social, seguro, indemnização por acidente, renda vitalícia ou
prestações de qualquer natureza que assegurem a sua subsistência;
d) A aplicação desta impenhorabilidade depende de opção do executado a apresentar por via eletrónica
no Portal das Finanças, ficando aquele obrigado a comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT):
i) A identificação das entidades devedoras dos rendimentos em causa com menção de que os mesmos
são auferidos no âmbito de uma das atividades especificamente previstas na tabela a que se refere o
artigo 151.º do Código do IRS;

RPinto 21
ii) O montante global de rendimentos que, previsivelmente, vai auferir, de cada uma das entidades
devedoras em cada mês;
iii) A inexistência de vencimentos, salários, prestações periódicas pagas a título de aposentação ou de
qualquer outra regalia social, seguro, indemnização por acidente, renda vitalícia, ou prestações de
qualquer natureza que assegurem a sua subsistência;
e) Com base nas informações prestadas nos termos da alínea anterior é emitida uma declaração relativa
aos limites máximo e mínimo da impenhorabilidade de todas as entidades pagadoras, que pode ser
consultada no Portal das Finanças pelo exequente e pelas entidades devedoras dos rendimentos, a quem
o executado deve fornecer um código de acesso especificamente facultado pela AT para este efeito;
f) A aplicação desta impenhorabilidade cessa pelo período de dois anos a contar do conhecimento da
inexatidão da comunicação a que se refere a alínea d), quando o executado preste com inexatidões essa
comunicação de forma a impossibilitar a penhora do crédito;
g) Para o exercício da competência prevista neste artigo, a AT pode utilizar toda a informação relevante
para o efeito disponível nas suas bases de dados.

Código do IRS – Artigo 151.º


Classificação das atividades
As atividades exercidas pelos sujeitos passivos do IRS são classificadas, para efeitos deste
imposto, de acordo com a Classificação das Atividades Económicas Portuguesas por Ramos
de Atividade (CAE), do Instituto Nacional de Estatística, ou de acordo com os códigos
mencionados em tabela de atividades aprovada por portaria do Ministro das Finanças

RPinto 22
14ª QUESTÃO
Como é o procedimento de penhora de
VALORES DEVIDOS
saldos bancários e deAO AGENTE
produtos DE EXEC. (ART. 20º)
financeiros?
ESQUEMA EXPLICATIVO
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
OBJETO
OBJETO
PROCEDIMENTO
PENHORA DE SALDO BANCÁRIO
PENHORA DE SALDO BANCÁRIO
PENHORA DE SALDO BANCÁRIO
A instituição de crédito considera-se notificada

- no dia da receção do pedido de bloqueio do agente de execução, ou


- no primeiro dia útil seguinte caso o dia da receção não o seja,

exceto se o pedido for insuscetível de tratamento técnico, por causa que não seja
imputável à instituição de crédito, caso em que a notificação apenas se considera
efetuada no primeiro dia útil em que o pedido possa ser tecnicamente tratado por esta

 A instituição de crédito deve executar os pedidos de bloqueio e de penhora até às 23:59


horas do dia em que se considera notificada.

 O agente de execução pode cancelar o pedido de bloqueio indicando o motivo de


cancelamento.
PENHORA DE SALDO BANCÁRIO
PENHORA DE SALDO BANCÁRIO
BLOQUEIO E VICISSITUDES

Artigo 780º nº 10º


O saldo bloqueado ou penhorado pode, porém, ser afetado, quer em benefício, quer
em prejuízo do exequente, em consequência de:
a) Operações de crédito decorrentes do lançamento de valores anteriormente
entregues e ainda não creditados na conta à data do bloqueio;
b) Operações de débito decorrentes da apresentação a pagamento, em data
anterior ao bloqueio, de cheques ou realização de pagamentos ou
levantamentos cujas importâncias hajam sido efetivamente creditadas aos
respetivos beneficiários em data anterior ao bloqueio.

 Quando o saldo bloqueado ou penhorado venha a ser afetado, nos


termos previstos no n.º 10 do artigo 780.º, a instituição de crédito,
através da plataforma informática comunica o facto ao agente de
execução, e, caso a afetação se deva a operações anteriores à data do
bloqueio, disponibiliza o extrato onde constem todas as operações que
afetem os depósitos penhorados.
PENHORA DE SALDO BANCÁRIO
PENHORAADE SALDO BANCÁRIO
PENHORA

 a penhora é efetuada comunicada de imediato ao executado pela instituição de crédito

 A instituição de crédito deve executar o pedido de penhora até às 23:59


horas do dia em que se considera notificada.

 O agente de execução pode cancelar o pedido de penhora até ao momento da


transferência da quantia penhorada, indicando o motivo de cancelamento.

O DESBLOQUEIO
Na pendência daquele prazo de 5 dias, as instituições de crédito apenas podem

desbloquear o remanescente do saldo da conta penhorada bem como os demais saldos


das contas bloqueadas após a receção da comunicação de desbloqueio

 Decorrido aquele prazo, a instituição de crédito apenas pode desbloquear o


remanescente do saldo da conta penhorada bem como os demais saldos das contas
bloqueadas, sem indicação do agente de execução, após ser notificada das
comunicações respeitantes ao 5.º dia do prazo de 5 dias.
PENHORA DE SALDO BANCÁRIO
BLOQUEIO E PENHORA

Na pendência do prazo de cinco dias após a receção da comunicação da


instituição de crédito, esta comunica ao agente de execução, através da
plataforma, a receção de qualquer ordem de penhora ou qualquer outra forma
de apreensão ou de oneração, judicial ou administrativa [DE OUTRO AGENTE
DE EXECUÇÃO OU TRIBUNAL], que incida sobre os saldos bloqueados e
determine o levantamento total ou parcial do bloqueio.

CONCLUSÃO: o bloqueio parece ser uma penhora sob condição


resolutiva…pois qualquer penhora prevalece sobre o
bloqueio
ADJUDICAÇÃO DO SALDO BANCÁRIO
ARTIGO 780º nº 13
Findo o prazo de oposição, se esta não tiver sido deduzida, ou julgada a oposição
improcedente, o agente de execução entrega ao exequente as quantias penhoradas
que não garantam crédito reclamado, até ao valor da dívida exequenda, depois de
descontado o montante relativo a despesas de execução referido no n.º 3 do artigo
735º

ARTIGO 18º nºs 18 a 21 Port 282/2013

 o agente de execução efetua o pedido de transferência do montante penhorado à


instituição de crédito através do SISAAE; uma vez realizada a transferência, é comunicada ao
agente de execução
as instituições de crédito que não possam efetuar a transferência das quantias penhoradas
por referência multibanco, podem fazê-lo por transferência bancária para a conta-cliente do
agente de execução, devendo comunicar, através da plataforma e na data da transferência, a
operação efetuada
 as transferências das quantias penhoradas devem ser efetuadas por referência multibanco,
ou por documento único de cobrança (DUC) quando o agente de execução seja oficial de
justiça.
15ª QUESTÃO
Como é o regime de penhora e venda da casa
VALORES
de moradaDEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
de família?
ESQUEMA EXPLICATIVO
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
PENHORA
VENDA
ENTREGA
JURISPRUDÊNCIA
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
RC 12-7-2017/Proc. 422/13.7TBLMG-C.C1 (FERNANDO MONTEIRO)

1.- No âmbito dos artigos 861º, nº 6 e 863º, nº 3, do Código de Processo Civil, são requisitos para a
suspensão da execução, da entrega da coisa:

(i)Tratar-se da casa de habitação principal do executado;


(ii) Apresentar-se atestado médico que indique fundamentadamente o prazo durante o qual se
deve suspender a execução;
iii) Apresentar-se atestado médico que indique fundamentadamente a doença aguda que sofre a
pessoa que se encontra no local e a coloque em risco de vida com a realização da diligência.

2.- Doença aguda significa doença súbita e inesperada, por contraposição a doença crónica. Ela
tem um curso acelerado, terminando com a convalescença ou a morte em menos de três
meses. Por isso a lei exige que o atestado médico diga a duração provável da crise.
16ª QUESTÃO
Como são protegidos os direitos do arrendatário
na execução movida (por terceiro)
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
contra o senhorio?
ESQUEMA EXPLICATIVO
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
17ª QUESTÃO
Que efeitos tem a penhora sobre as vendas e arrendamentos
posteriores?
18ª QUESTÃO
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
Que efeitos tem a penhora sobre os contratos de arrendamento
e de trabalho anteriores?
RPinto 53
ESQUEMA EXPLICATIVO
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
 UMA NOTA DESLIGADA……

 Na penhora de parte do salário do devedor, a penhora impede a extinção


do contrato de trabalho por causa dependente da sua vontade ou da
vontade da entidade patronal
19ª QUESTÃO
Como funciona e qual é o valor dos honorários
VALORES
do AgenteDEVIDOS AO no
de Execução AGENTE DEpagamentos?
acordo de EXEC. (ART. 20º)
Artigo 806.º
Pagamento em prestações
1 — O exequente e o executado podem acordar no pagamento em prestações da dívida
exequenda, definindo um plano de pagamento e comunicando tal acordo ao agente de
execução.
2 — A comunicação prevista no número anterior pode ser apresentada até à transmissão do
bem penhorado ou, no caso de venda mediante proposta em carta fechada, até à aceitação de
proposta apresentada e determina a extinção
da execução.

RPinto 60
RPinto 61
ESQUEMA EXPLICATIVO + JURISPRUDÊNCIA
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
VALOR DOS HONORÁRIOS

O artigo 50º nº 6 al. b) equipara a valor garantido o “valor a recuperar por via de acordo
de pagamento”, do artigo 806º
Isto quer dizer que o exequente terá de pagar ao agente de execução a integralidade dos

honorários correspondentes à divida negociada, apesar de ainda a não ter visto saldada e de os
bens do devedor não terem sido vendidos para pagar, sequer, a responsabilidade do próprio
exequente perante o agente de execução.

Alguns arestos já consideraram inconstitucional a aplicação daquela norma por violação


do princípio da proporcionalidade: assim, o ac. RP 2-6-2016/ Proc. 5442/13.9TBMAI- B.P1
(ARISTIDES RODRIGUES DE ALMEIDA) e o ac. RP 10- 1- 2017 / Proc.
15955/15.2T8PRT.P1 (MARIA CECÍLIA AGANTE)
RP 10- 1- 2017 /Proc. 15955/15.2T8PRT.P1 (MARIA CECÍLIA AGANTE)

Existe desproporção se não há nexo causal entre a atividade do agente de execução (normalmente
a promoção da penhora de alguns bens), e a obtenção (para o processo executivo), de valores
recuperados e garantidos ao exequente. Se foram as partes que tiveram a iniciativa do acordo, em
especial de acordo extrajudicial, o agente não pode ser pago pela totalidade da dívida exequenda,
mas apenas pelo valor efetivamente recebido peloexequente
ATENÇÃO: apesar da existência do regime dos arts. 806º ss. o exequente pode desistir da
instância ou do pedido (cf. arts. 277º al. d) e 849º nº 1 al. f) por qualquer que seja a razão –
incluindo porque celebrou um acordo extrajudicial com o executado

o regime do art. 806º ss. não afasta o acesso ao regime geral


O regime dos arts. 806º tem vantagens para o exequente que este poderá relevar

 parece que o agente de execução deve ser remunerado em função do valor dos bens

penhorados (cf. artigo 50º nº 6 al. b) Port. 282/2013)

Deverá o autor enviar ao agente de execução documento de desistência ou fazer lavrar termo
de desistência (cf. art. 290º nº 1), não carecendo de homologação judicial

 Esta hipótese não cabe no âmbito do art. 50º nº 6 al. b) (pelo que o agente de execução só tem
de ser pago pelos atos processuais praticados, em sede remuneração fixa)? Ou deve ser
remunerado pelo valor dos bens penhorados?
RE 30- 11- 2016 /Proc. 3443/14.9T8STB.E1 (ALBERTINA PEDROSO)

II - Operando as necessárias adaptações entre o processo declarativo e o processo executivo,


podemos concluir que a desistência do pedido, tendo na acção executiva a mesma natureza de
negócio de direito privado que tem na acção declarativa, configura uma declaração de renúncia ao
próprio crédito exequendo.

III - Porém, ao invés do que ocorre na acção declarativa, não é homologada por sentença,
produzindo directamente, não apenas aqueles efeitos de direito civil, mas também o efeito
processual de extinção da obrigação exequenda.

IV - Actualmente, a extinção do processo executivo não é declarada por sentença, decorrendo


automaticamente da verificação das situações elencadas no artigo 849.º, n.º 1, do CPC, e não
carecendo de intervenção judicial ou da secretaria, conforme expressamente declara o n.º 3 do
preceito.

V - Assim, sendo a declaração de desistência do pedido, uma das outras causas de extinção da
execução, a que alude a norma residual constante da alínea f) do n.º 1 do artigo 849.º do CPC, com
a notificação aos executados de tal acto jurídico (n.º 2 do mesmo artigo), opera-se
automaticamente a extinção da execução.
RL 9-2-2017 / Proc. 24428/05.0YYLSB-F.L1-2 (EZAGÜY MARTINS)

I–A remuneração adicional do agente de execução prevista na Portaria n.º 282/2013, de 29-08, é
sempre devida desde que haja produto recuperado ou garantido.

II–Como exceção a esta regra prevê-se unicamente, no artigo 50º, n.º 12 da referida Portaria, que
nos processos executivos para pagamento de quantia certa em que há lugar à citação prévia do
executado, se este efectuar o pagamento integral da quantia em dívida até ao termo do prazo para
se opor à execução, não há lugar ao pagamento de remuneração adicional.

III–Porém, se sendo deduzidos embargos à execução, e tendo embora o embargante prestado


caução para obter a suspensão da execução, for na pendência daqueles celebrada transação
pela qual o exequente desiste do pedido, desde logo autorizando que fosse libertada a
garantia bancária prestada como caução, nenhum valor tendo sido «recuperado», também
nenhum valor resultou «garantido», pelo que não há lugar, nesse caso, ao pagamento de
qualquer remuneração adicional ao agente de execução.
20ª QUESTÃO
Como se faz a venda por leilão eletrónico?
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
ESQUEMA EXPLICATIVO
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
REGRA GERAL

Artigo 837.º

“1- Excepto nos casos referidos nos artigos 830.º e 831.º [venda em bolsa
e venda direta], a venda de bens imóveis e de bens móveis penhorados é
feita preferencialmente em leilão eletrónico, nos termos a definir por
portaria(…)”
REGIME APLICÁVEL

O AEX apenas deixará de realizar esta venda quando


fundamentadamente declare que outra modalidade de venda permite a
satisfação do credor mais rapidamente, ou por outra razão atendível
segundo os princípios regentes da penhora e da venda.

Regime aplicável

 Regime especial: artigos 20º ss. Port 282/2013, de 29/8

 Publicitação nos termos do art. 817º nºs 2 a 4 CPC

 Regime supletivo: venda em estabelecimento de leilão (arts. 834º nºs


3 + 4 e art. 835º)

Despacho n.º 12624/2015 da Ministra da Justiça


PROCEDIMENTO
RPinto 74
 REGISTO DO UTILIZADOR

 Só podem efetuar ofertas de licitação no leilão eletrónico utilizadores que


se encontrem registados, após autenticação efetuada de acordo com as
regras do sistema.

As regras do sistema regulam o processo de registo referido no número


anterior, devendo assegurar a completa, inequívoca e verdadeira
identificação de cada uma das pessoas registadas como utilizadores

A cada utilizador registado são fornecidas credenciais de acesso


constituídas por um nome de utilizador e uma palavra -chave pessoais e
intransmissíveis, que permitam a sua autenticação na plataforma
 LICITAÇÃO ELETRÓNICA

 As ofertas de licitação para aquisição dos bens em leilão são


introduzidas na plataforma entre o momento de abertura do leilão e o dia e
hora designados para o seu termo

Só podem ser aceites ofertas de valor igual ou superior ao valor base da
licitação de cada bem a vender

De entre estas, é escolhida a proposta cuja oferta corresponda ao maior


dos valores de qualquer das ofertas anteriormente inseridas no sistema
para essa venda.

ATENÇÃO: O AEX DEVE FAZER NOTIFICAÇÃO DOS


PREFERENTES PARA COBRIREM ESTE VALOR (art. 819º nCPC, ex vi
art. 811º nº 2 in fine nCPC)

As ofertas, uma vez introduzidas no sistema, não podem ser retiradas.
Artigo 825.º   (Falta de depósito)
1 — Findo o prazo referido no n.º 2 do artigo anterior, se o proponente ou
preferente não tiver depositado o preço, o agente de execução, ouvidos os
interessados na venda, pode:
a)Determinar que a venda fique sem efeito e aceitar a proposta de valor
imediatamente inferior, perdendo o proponente o valor da caução constituída nos
termos do n.º 1 do artigo anterior; ou
b) Determinar que a venda fique sem efeito e efetuar a venda dos bens
através da modalidade mais adequada, não podendo ser admitido o proponente ou
preferente remisso a adquirir novamente os mesmos bens e perdendo o valor da
caução constituída nos termos do n.º 1 do artigo anterior; ou
c) Liquidar a responsabilidade do proponente ou preferente remisso,
devendo ser promovido perante o juiz o arresto em bens suficientes para garantir o
valor em falta, acrescido das custas e despesas, sem prejuízo de procedimento
criminal e sendo aquele, simultaneamente, executado no próprio processo para
pagamento daquele valor e acréscimos.
3 — O preferente que não tenha exercido o seu direito no ato de
abertura e aceitação das propostas pode efetuar, no prazo de cinco dias,
contados do termo do prazo do proponente ou preferente faltoso, o depósito do
preço por este oferecido, independentemente de nova notificação, a ele se
fazendo a adjudicação.
MOMENTO DIVERSO DO REGIME GERAL?

Artigo 843.º   (Até quando pode ser exercido o direito de remição)

1 — O direito de remição pode ser exercido:


a) No caso de venda por propostas em carta fechada, até à
emissão do título da transmissão dos bens para o proponente ou no prazo e
nos termos do n.º 3 do artigo 825.º;
b) Nas outras modalidades de venda, até ao momento da
entrega dos bens ou da assinatura do título que a documenta.
JURISPRUDÊNCIA
VALORES DEVIDOS AO AGENTE DE EXEC. (ART. 20º)
RC 27-2-2018 /Proc. 818/15.0T8CBR-C.C1 (MOREIRAR DO CARMO)

1.O Despacho da M. Justiça 12.624/2015, em DR, II Série, de 9.11.2015, que regula vários aspectos
da venda de bens em leilão electrónico, não viola o princípio da hierarquia das normas e actos
legislativos, porquanto o NCPC, aprovado pela Lei 41/13, de 26.6, prevê tal modalidade de venda,
remetendo os termos a definir para portaria do membro do Governo responsável pela área da justiça,
que é a Portaria 282/2013, de 29.8, que por sua vez prevê que o dito leilão electrónico se processa
em plataforma electrónica acessível na Internet, nos termos definidos na referida portaria e nas
regras do sistema que venham a ser aprovadas pela entidade gestora da plataforma e homologadas
pelo membro do Governo responsável pela área da justiça. O Despacho 12.624/2015, veio
precisamente definir como entidade gestora da plataforma de leilão electrónico a Câmara dos
Solicitadores e homologar as regras do sistema aprovadas por essa entidade.
2. Estabelecida, assim, uma cadeia legislativa formalmente hierarquizada, em que a Lei remete para
um diploma hierarquicamente inferior, uma Portaria, e esta, por seu turno, para um Despacho
ministerial, também hierarquicamente inferior, inexiste a apontada inconstitucionalidade.
3. O art. 7º, nº 1, ao apontado Despacho, regula apenas sobre a apresentação de propostas, enquanto
o art. 22º da indicada Portaria regula sobre a duração do leilão, pelo que aquele normativo não atenta
contra este último preceito (ou contra o art. 837º, nº 1, do NCPC), não sendo, por isso, aquele
comando ilegal, por desrespeito de norma de grau superior, as da referida Portaria ou NCPC.

RPinto 83
4. O art. 817º, nº 1, a) do NCPC, que regula a publicidade da venda na venda por propostas em carta
fechada, não é aplicável à venda em leilão electrónico, porquanto o art. 837º, nº 2, não remete para
tal dispositivo, antes se aplicando neste campo o art. 6º do Despacho.
5. O art. 824º, nº 1, do NCPC, que dispõe sobre a caução a prestar pelos proponentes é privativo da
venda mediante propostas em carta fechada, ao invés quedando aplicável o art. 7º, nº 15, do
Despacho e Anexo I, que obriga o licitante com o encerramento do leilão ao depósito do preço no
caso de a sua proposta ser a mais elevada e superior ao mínimo de venda.
6. Nos termos do aludido art. 7º, nº 1, do Despacho, as propostas podem ser apresentadas até à hora
limite fixada, podendo, no entanto, essa hora limite ser diferida para além daquela hora, nos casos
previstos no mesmo número, alíneas a) e b).
7. Se a hora de fecho do leilão era às 10h e o leilão só foi encerrado às 11.24h, e não se demonstra
terem ocorrido as situações de excepção previstas nas ditas a) e b), foi praticada uma irregularidade
que viciou o resultado final do leilão, o que importa a anulação do mesmo (art. 835º, nº 2, do NCPC,
ex vi do art. 837º, nº 3).

RPinto 84

Você também pode gostar