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ILMO SR.

DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE


xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Auto de Infração nº XXXXXXXXXXXXXXXXXX (recebido em


10/12/2015)

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, com sede e


estabelecimento comercial na Rua
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXX, inscrita no CNPJ nº XXXXXXXXXXXXXX, representado
neste ato por seu representante legal, Sr.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, não se conformando com o auto de
infração acima referido, lavrado pelo Sr. Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil, vem, respeitosamente, no prazo legal, com amparo
no que dispõe o artigo 15 do Decreto nº 70.235/72, apresentar a
presente IMPUGNAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito que
seguem:

I – DOS FATOS

A empresa impugnante acima identificada, entregou


espontaneamente em atraso as GFIPs das competências 02/2010 a
01/11. A Receita Federal do Brasil, no uso de suas atribuições, lavrou
o auto de infração nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, facultando à autuada a
impugnação ou pagamento da multa com desconto no prazo de 30
(trinta) dias
O auto de infração em comento fere frontalmente o princípio da
legalidade inerente ao sistema tributário nacional, conforme se verá
adiante.

II – DO DIREITO

II. 1 – DA INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DO ARTIGO 32-A DA


LEI 8.212/91.

O artigo 32-A da Lei nº 8.212/91 estabelece que o contribuinte


deve ser obrigatoriamente ser intimado a prestar esclarecimentos
ou apresentar a declaração, in verbis:

Art. 32-A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que


trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a
apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresenta-
la ou prestar esclarecimentos e sujeitar-se-á às seguintes multas:

(...)

Ora nobre julgador. Para que se possa ventilar a hipótese de


aplicação das multas elencadas no artigo 32-A da Lei 8.212/91, com
redação dada pela lei 11.941/2009, necessária se faz a intimação do
contribuinte. Não estamos diante de uma opção, mas sim de uma
obrigação, definida em lei, que vincula o ato administrativo.
É óbvio que a interpretação do caput do artigo 32-A orienta e
vincula toda a aplicação das sanções elencadas em seus parágrafos,
incisos e alíneas. Pensar de forma diferente, seria ferir frontalmente a
legalidade, princípio insculpido em nossa carta magna.

Se a GFIP foi entregue espontaneamente e o tributo


confessado foi pago, a própria obrigação principal está extinta,
ressalvada ao sujeito ativo do tributo a apuração de eventual
diferença, o que não é o caso, tendo em vista que o fisco reputou
corretos os recolhimentos feitos nos exatos termos das informações
prestadas.

Como se verifica, a parte impugnante apresentou a declaração fora do


prazo, mas inexistiu intimação por parte do fisco, não havendo o
que se falar nas penalidades dos parágrafos, incisos e alíneas do
artigo 32-A da Lei 8.212/91.

Em resumo, temos que a hipótese de incidência para a


aplicação do auto de infração em comento é a entrega da GFIP fora
do prazo precedida de uma intimação obrigatória por parte do
fisco.

Na Visão de Alfredo Augusto Becker[1]:

“Quando a hipótese de incidência se realiza (acontece, deixa de ser


hipótese), então imediatamente após, sobre ela (sobre a hipótese
realizada) incide a regra jurídica.
Entretanto, a hipótese de incidência somente se realiza quando se
realizaram (aconteceram e, pois, existem) todos os elementos que a
compõem. Basta faltar um único elemento para que a hipótese de
incidência continue não realizada; e enquanto não se realizar este
último elemento, não ocorrerá a incidência da regra jurídica.”
(grifamos)

E prossegue o festejado tributarista, dizendo que:

“O fenômeno da atuação dinâmica da regra jurídica, isto é,


a incidência automática da regra jurídica sobre a sua hipótese de
incidência, somente, desencadeia-se depois da realização integral da
hipótese de incidência pelo acontecimento de todos os fatos nela
previsto e que formam a composição específica àquela hipótese de
incidência. Depois da incidência da regra jurídica é que ocorre a
irradiação dos efeitos jurídicos, os quais consistem nas conseqüências
(ex.: relação jurídica e seu conteúdo de direito e dever, etc.) pré-
determinadas pela regra que, juntamente com a hipótese de
incidência, compõe a estrutura lógica da regra jurídica.”[2] (grifamos)

Desta forma, resta cristalino que a hipótese de incidência não


se materializou, pois, INEXISTIU A INTIMAÇÃO NECESSÁRIA POR
PARTE DO FISCO.

Sobre o tema, o Tribunal Regional da 1ª Região assim se


manifestou quanto à necessidade da intimação prévia do contribuinte:

EMENTA. TRIBUTÁRIO. IRREGULARIDADE NA APRESENTAÇÃO


DA GFIP. MULTA. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PRÉVIA DO
CONTRIBUINTE. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO POSTERIOR MAIS
BENÉFICA, COM FULCRO NO ARTIGO 106, DO CTN.
A não entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, a sua
entrega em atraso, com incorreções ou omissões constitui violação à
obrigação acessória prevista no artigo 32, inciso IV, da Lei 8.212/91 e
sujeita o infrator à multa prevista na legislação previdenciária.

Antes da publicação da Lei nº 11.941/09, a multa pela (i) não


declaração em GFIP de fatos geradores da contribuição
previdenciária; (ii) não apresentação de GFIP; e (iii) pelo
preenchimento incorreto da GFIP estava prevista no artigo 32, § 5º, da
Lei 8.212/91.

Com a publicação da Lei 11.941/09, entrementes, o mencionado


artigo foi revogado e a multa do artigo 32, § 5º, da Lei 8.212/91
restou substituída por aquela prevista no artigo 32-A da Lei
8.212/91, que determina, expressamente, a necessidade de
intimação do contribuinte previamente à imposição da
penalidade, além de sua redução. Apelação provida.” ( TRF/1ª, 5ª
Turma Suplementar. Apelação Cível nº 2001.38.03.003902-9, Relator
Desembargador Wilson Alves de Souza, Julgamento: 12/06/2012, e –
DJF1 de 27/06/2012). (grifos acrescidos).

II.2 – DA APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DA DECLARAÇÃO –


DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA REALIZADA.

Ao analisarmos o artigo 138 do Código Tributário Nacional, e as


próprias disposições expressas emitidas pelo agente fiscalizador, em
especial o manual da GFIP/SEFIP, para os usuários do SEFIP 8.4,
verificamos que a entrega espontânea da declaração, antes da
intimação, se encaixa perfeitamente no conceito de denúncia
espontânea, senão vejamos.
Art. 138 – A responsabilidade é excluída pela denúncia
espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do
pagamento do tributo devido e dos juros de mora ou do depósito
da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o
montante do tributo dependa de apuração.

A Instrução normativa 971/2009 em seu artigo 472, preceitua


que:

Art. 472 - Caso haja denúncia espontânea da infração, não cabe a


lavratura de auto de infração para aplicação de penalidade pelo
descumprimento de obrigação acessória.

§ único – Considera-se denuncia espontânea o procedimento


adotado pelo infrator que regularize a situação que tenha
configurado a infração, antes do início de qualquer ação fiscal
relacionada a infração, dispensada a comunicação da correção
da falta à RFB.

No site da própria Receita Federal do Brasil, foi disponibilizado


o manual da GFIP/SEFIP, para os usuários do SEFIP 8.4
(Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/previdencia/gfip/gfip3manfor
m.htm), o qual descreve as penalidades no item 12, in verbis:
12 – PENALIDADES

Estão sujeitas as penalidades as seguintes situações:

- Deixar de transmitir a GFIP/SEFIP;

- Transmitir a GFIP/SEFIP com dados não correspondentes aos fatos


geradores;

- Transmitir a GFIP/SEFIP com erro de preenchimento nos dados não


relacionados aos fatos geradores.

Os responsáveis estão sujeitos às sanções previstas na Lei nº 8.036,


de 11 de maio de 1990, no que se refere ao FGTS, e às multas
previstas na Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 e alterações
posteriores, no que tange à Previdência Social, observando o disposto
na Portaria Interministerial MPS/TEM nº 227, de 25 de fevereiro de
2005.

A correção da falta, antes de qualquer procedimento


administrativo ou fiscal por parte da Secretaria da Receita
Federal do Brasil, caracteriza a denúncia espontânea, afastando a
aplicação das penalidades previstas na legislação citada.

(grifos acrescidos).
Desta forma, as orientações da própria Receita Federal do Brasil,
sempre foram neste sentido, informando que a aplicação da multa
somente ocorreria se após a intimação do contribuinte, o mesmo não
efetuasse a regularização.

O próprio auto de infração comprova que a parte impugnante


apresentou espontaneamente a declaração, quando descreve na
fundamentação legal da aplicação da multa que: “A multa cabível foi
reduzida em 50% (cinquenta por cento) em virtude da entrega
espontânea da declaração (...).

Desta forma, tendo em vista a apresentação da declaração de


forma espontânea, antes da intimação do contribuinte, caracterizada a
denúncia espontânea prevista no artigo 138 do CTN, excluindo-se,
portanto, a penalidade aplicada, tornando nulo de pleno direito o auto
de infração em epígrafe.

II.3 – DA FALTA DE MOTIVAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO


Compulsando-se o auto de infração em epígrafe, verifica-se
que sua motivação é inadequada, pois, contrária à lei que prevê a
necessidade de intimação do contribuinte antes da aplicação das
penalidades.

Para Lúcia Valle Figueiredo, a exigência de motivação é expressa


no texto constitucional:

(...) a necessidade de motivação é expressa no texto


constitucional. É o que se colhe do art. 93, inciso X, que obriga
sejam as decisões administrativas do Judiciário motivadas. Ora,
se quando o Judiciário exerce função atípica – a administrativa –
deve motivar, como conceber esteja o administrador desobrigado
da mesma conduta?

Além disso, o dever de motivar, artigo 5º, XXXV, da CF/88, é


garantidor do direito à apreciação judicial, sendo a motivação
uma exigência constitucional, por ser pressuposto para a
realização do direito fundamental à inafastabilidade da tutela
judicial.

A exigência de motivar não somente é implícita, mas também


expressa, pois, segundo consta do artigo 2º da lei 9784/99, o
princípio da motivação deve ser obedecido pela Administração.
Como podemos observar, a motivação do ato administrativo em
comento não condiz com a realidade fática uma vez que inexistiu
a intimação prévia prevista no artigo 32-A da Lei 8.212. Desta
forma, a falta de motivação torna o auto de infração nulo de pleno
direito.

II.4 – DO ESTATUTO DA MICROEMPRESA E EMPRESA DE


PEQUENO PORTE LEI COMPLEMENTAR 123/06

A autuada é uma Microempresa, amparada pelo Estatuto da


Microempresa e Empresa de Pequeno Porte. Prevê o artigo 55 da
Lei Complementar 123:

Artigo 55. A fiscalização, no que se refere aos aspectos:trabalhista,


metrológico, sanitário, ambiental e de segurança, das microempresas
e empresas de pequeno porte deverá ter natureza prioritariamente
orientadora, quando a atividade ou situação, por sua natureza
comportar grau de risco compatível com esse procedimento.

Parágrafo Primeiro: Será observado o critério de dupla visita para


lavratura de autos de infração salvo quando for constatada infração
por falta de registro de empregado ou anotação da Carteira de
Trabalho e Previdência Social, ou ainda na o ocorrência de
reincidência , fraude, resistência ou embaraço a fiscalização”

A autuada é uma MICROEMPRESA que entregou espontaneamente


suas declarações, formalizando sua denúncia espontânea nos termos
exatos do manual GFIP/SEFIP, 8.4, disponível para consulta:

http://www.receita.fazenda.gov.br/previdencia/gfip/gfip3manform.htm
Tendo em vista a legislação aplicável e o seu enquadramento, a
autuada faz jus aos benefícios previstos na LC 123/2006 que prevê a
fiscalização orientadora, não punitiva, tal como ocorreu no caso em
apreço.

II.5 – DO CARÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTA APLICADA

A multa aplicada é dezarrazoada e desproporcional. Basta que esta


autoridade verifique que a autuada sequer possui empregados. O
único fato gerador de contribuição previdenciária é o trabalho exercido
por um sócio. A aplicação de multa em valor mínimo para o caso em
questão, fere a proporcionalidade e a razoabilidade.

A vedação ao confisco é princípio com sede constitucional (art. 150, IV


da CF/88[3]), não podendo ser jamais olvidado pelas Autoridades
Fiscais.

O confisco consiste no consumo da propriedade privada pelo Poder


Público, sem a correspondente indenização. Aparece como medida de
caráter sancionatório, excepcionalmente admitida nas hipóteses
previstas pela Constituição da República, mas nunca no campo do
Direito Tributário[4].

Neste pormenor, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou,


tratando da redução ou exclusão de multas aplicadas pela autoridade
administrativa nos termos de lei fixadora da sanção:

"ICM. Redução de multa de feição confiscatória. Tem o STF admitido


a redução de multa moratória imposta com base na lei, quando
assume ela, pelo seu montante desproporcionado, feição
confiscatória. Dissídio de jurisprudência não demonstrado. RE não
conhecido" (RE 91.707-MG, Rel. Min. Moreira Alves, Ac. Unânime da
2ª Turma - RTJ 96/1354).
"Multa fiscal. Pode o Judiciário, atendendo às circunstâncias do caso
concreto, reduzir multa excessiva aplicada pelo Fisco" (RE 82.510-SP,
AC. Unânime da 2ª Turma, Rel. Min. Leitão de Abreu - RTJ37/296-97).

Conclui-se, portanto, que a fixação da multa pecuniária punitiva deve


seguir parâmetros que não venha a ser essa classificada como
abusiva ou confiscatória, fato este não observado no presente feito.

II.6 – DO Projeto de Lei 7.512/2014

Foi aprovado na Comissão do Trabalho, Administração e


Serviço Público o PL 7512/2014, de autoria do deputado federal
Laércio Oliveira, que propõe a anistia da cobrança de multas geradas
pela falta ou atraso na entrega da guia de recolhimento do FGTS e
Informações à Previdência Social (GFIP).
Na visão do nobre deputado:

“O que a Receita Federal está fazendo não é moralmente aceitável”

Para o presidente do sindicato de Serviços Contábeis (SESCON-SP),


Sérgio Approbato Machado Júnior, a cobrança precisa ser revertida,
pois a falta destes dados não gerou prejuízos ao Governo, mas o
acumulado destas penalidades pode acarretar em grandes danos aos
contribuintes.

"A situação esbarra no caráter educativo das multas e pode trazer


consequências como a descontinuidade de empresas e desemprego",
frisa o líder setorial.
O projeto agora segue para a Comissão de Finanças e Tributação e
em seguida para a Comissão de Constituição e Justiça e o Plenário da
Câmara dos Deputados.

A impugnante anexa o projeto de lei na íntegra, sendo certo que as


multas constantes no auto de infração serão anistiadas quando da
aprovação do presente dispositivo legal.
III- DO PEDIDO

Diante do exposto, requer a anulação do auto de infração


xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, com o conseqüente cancelamento do mesmo
para que não produza nenhum efeito jurídico, como forma da mais
ínteira justiça.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Belo Horizonte, 15 de dezembro de 2015.


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

[1] BECKER, Alfredo Augusto. Teoria geral do direito tributário. 3 ed.


São Paulo: Lejus, 2002, p. 307.

[2]Idem, p. 320.

[3]Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: (...)

IV – utilizar tributo com efeito de confisco.

[4] "O conceito clássico de confisco operado pelo Poder do Estado


contra o cidadão empata com a apropriação de alheia propriedade
sem contraprestação, pela expropriação indireta ou pela tributação. O
confisco pela tributação é indireto. Quando o montante do tributo é tal
que consome a renda ou a propriedade, os proprietários perdem ou
tendem a desfazer-se de seus bens" (Comentários à Constituição de
1988 - Sistema Tributário, Forense, Rio, 1990, p. 335).

Disponibilizamos outras alternativas.


Por fim, seguem ainda alguns esclarecimentos da Receita Federal do
Brasil sobre pagamento e parcelamento, solicitados pelo
o Sinescontabil : O Decreto Nr. 7.574, de 29 de Setembro de 2011,
que regulamento o Processo Administrativo Fiscal (PAF), dispõe
que: "Art. 52. Será concedida redução de cinquenta por cento do valor
da multa de lançamento de ofício ao sujeito passivo que, notificado,
efetuar o pagamento ou a compensação do crédito tributário no prazo
previsto para apresentar impugnação (Lei no 8.218, de 1991, art. 6o,
com a redação dada pela Lei n o 11.941, de 2009, art. 28; Lei no 9.430,
de 1996, art. 44, § 3o). § 1o Apresentada impugnação
tempestivamente, a redução será de trinta por cento se o pagamento
ou a compensação forem efetuados no prazo de trinta dias, contados
da data da ciência da decisão de primeira instância (Lei no 8.218, de
1991, art. 6o, inciso III, com a redação dada pela Lei no 11.941, de
2009, art. 28; Lei no 9.430, de 1996, art. 44, § 3o). § 2o No caso de
provimento a recurso de ofício interposto pela autoridade julgadora de
primeira instância, será aplicada a redução de trinta por cento se o
pagamento ou a compensação for efetuado no prazo de trinta dias
contados da ciência da decisão (Lei no 8.218, de 1991, art. 6o, § 1o,
com a redação dada pela Lei no 11.941, de 2009, art. 28). Art. 53.
Será concedida redução de quarenta por cento do valor da multa de
lançamento de ofício, ao sujeito passivo que, notificado, requerer o
parcelamento do crédito tributário no prazo previsto para apresentar
impugnação (Lei no 8.218, de 1991, art. 6o, inciso II, com a redação
dada pela Lei no 11.941, de 2009, art. 28; Lei no 9.430, de 1996, art.
44, § 3o). § 1o Apresentada impugnação tempestivamente, a redução
será de vinte por cento se o parcelamento for requerido no prazo de
trinta dias, contados da data da ciência da decisão de primeira
instância (Lei no8.218, de 1991, art. 6o, inciso IV, com a redação dada
pela Lei no11.941, de 2009, art. 28; Lei no 9.430, de 1996, art. 44, §
3o). § 2o No caso de provimento a recurso de ofício interposto pela
autoridade julgadora de primeira instância, será aplicada a redução de
vinte por cento se o parcelamento for requerido no prazo de trinta dias
contados da ciência da decisão (Lei no 8.218, de 1991, art. 6o, § 1o,
com a redação dada pela Lei n o 11.941, de 2009, art. 28). § 3o A
rescisão do parcelamento, motivada pelo descumprimento das normas
que o regulam, implicará restabelecimento do montante da multa
proporcionalmente ao valor da receita não satisfeita e que exceder o
valor obtido com a garantia apresentada (Lei no 8.218, de 1991, art. 6o,
§ 2o, com a redação dada pela Lei no 11.941, de 2009, art. 28).“ Em
resumo, o Decreto 7.574, oferece as seguintes reduções relativas a
multa de ofício aplicada: - 50%: se for efetuado o pagamento ou a
compensação no prazo de 30 dias, contados da data em que o sujeito
passivo foi notificado do lançamento. - 40%: se o sujeito passivo
requerer o parcelamento no prazo de 30 dias, contados da data em
que foi notificado do lançamento. - 30%: se for efetuado o pagamento
ou a compensação no prazo de 30 dias, contados da data em que o
sujeito passivo foi notificado da decisão administrativa de primeira
instância. - 20%: se o sujeito passivo requerer o parcelamento no
prazo de 30 dias, contados da data em que foi notificado da decisão
administrativa de primeira instância.

O Sinescontabil tem recebido, nos últimos dias, diversos contatos


telefônicos e por e-mail reclamando da aplicação, pela Receita
Federal do Brasil, de multas por entrega fora do prazo da GFIP,
relativas ao ano de 2010.

Em 19 de janeiro de 2015 foi editada a Lei 13.079, que em seus


artigos 48, 49 e 50 estabelece anistia para multas aplicadas, porém
não alcançou a todos. O Sinescontabil orienta a todos que analisem
as multas recebidas, para se enquadrando nos artigos acima
mencionados, entrem em contato com a Receita Federal do Brasil
para impugnação das mesmas.

Vejamos o que diz a consultoria jurídica especializada do


Sinescontabil :

Trata-se, no caso, de atraso na entrega da GFIP, que será anistiado


se a declaração foi apresentada até o último dia do mês seguinte
àquele em que era devida. Por exemplo: se a declaração referente à
competência abril de 2015, que deveria ter sido apresentada em maio
de 2015, foi entregue até 30.06.14, há dispensa da multa. Ocorre que
o texto limita o benefício às multas “lançadas até a publicação desta
Lei”, ou seja, lançadas até 20 de janeiro de 2015. Assim, o que
importa não é a data do fato gerador da multa (o atraso em
determinado mês), mas a data do seu efetivo lançamento no sistema
da Receita Federal, ainda que a notificação somente ocorra depois.
Exemplificando: i) multa lançada e notificada ao contribuinte até
20.01.15 – é alcançada pela anistia; ii) multa lançada até 20.01.15,
mas notificada ao contribuinte posteriormente a tal data – também é
alcançada pela anistia; iii) multa lançada após 20.01.15, ainda que se
refira a atraso havido até tal data – NÃO é alcançada pela anistia.

Enfim, a anistia se aplica aos casos em que cumulativamente: o


contribuinte apresentou a declaração até o último dia do mês seguinte
àquele em que deveria ter apresentado; a multa foi efetivamente
lançada até 20.01.15.

Entendemos que a aplicação das multas ora em pauta não dependem


exclusivamente da boa vontade da Receita Federal, pois as mesmas
estão estabelecidas no artigo 32-A da Lei 8,212, de 24 de julho de
1991.

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