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DIREITO TRIBUTÁRIO E

CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO E
JUDICIAL

Turma: Maringá

Prof. Me. Vinícius Oliveira de Almeida


PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO

Ações do fisco
Processo judicial tributário
Ações do fisco

• O Fisco, no Brasil, não depende do Judiciário para


constituir seus créditos.
• O Fisco impõe, também, as multas pelo
descumprimento da legislação tributária.
• Com a Lei nº 13.606/2018, que alterou a Lei nº
10.522/2002, a Administração Tributária Federal
passou a ter a prerrogativa de efetuar, por ato
próprio, a constrição do patrimônio do devedor,
podendo realizar diretamente o bloqueio ou a
indisponibilidade de bens.
• Todavia não pode realizar atos expropriatórios.
DÍVIDA ATIVA

Conceito:

 “ Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública


dessa natureza proveniente de obrigação legal relativa a tributos
e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa Não Tributária
são os demais créditos da Fazenda Públicas” (Art. 39, 2º da Lei
4.320/64, que estatui normas gerais de direito financeiro).

 “Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito


dessa natureza, regularmente inscrita na repartição
administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado
para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em
processo regular” (art. 201 do CTN).
Dívida Ativa
Dados sobre dívida ativa:
• A Dívida Ativa da União: R$ 1,5 trilhões;
• No INSS tem 721.328 devedores inscritos, e R$ 374 bilhões em créditos para
serem cobrados;
• De cada 3 reais de Dívida Ativa, 2 referem-se a 1% do total do devedores;
• Os maiores devedores são companhias com dívida particulares superiores a
R$ 15 milhões;
• INSS: Varig (R$ 3,6 bilhões), Vasp (R$ 1,6 bilhões),Banco Comercial Bancesa
(R$ 1,4 bilhões)
• O sétimo maior débito no INSS, de R$ 1,2 bilhões, leva o nome de uma pessoa
física – Ilson Escóssia da Veiga- condenado em 1996 por desviar recurso do
INSS, morto em 2006. Foram recuperados R$ 156 milhões, com leilão de
imóveis, repatriação de dinheiro enviado ao exterior e penhora de joias.

Fonte: MOTA, C.V. Dívida ativa da Previdência chega a R$ 374 bi. Valor Econômico. São Paulo, 28 mar.
2016. Disponível em: www.valor.com.br. Acesso em 28 mar. 2016.
DÍVIDA ATIVA
Débitos de IPVA passam a ser inscritos em dívida ativa sem notificação prévia
Mudança traz economia de cerca de R$ 1,5 milhão por ano para o Estado
01/11/2017
A Secretaria de Estado da Fazenda passou a inscrever débitos de IPVA diretamente em
dívida ativa, abolindo a necessidade de prévia notificação fiscal ao devedor. A mudança,
amparada por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), elimina custos do Estado com
as notificações, além de tornar os procedimentos operacionais mais ágeis.
“O Estado precisava desembolsar cerca de R$ 1,5 milhão por ano com o envio pelos
Correios de notificações fiscais aos contribuintes e publicação de edital no Diário Oficial”,
explica Nilson Scheidt, gerente de arrecadação da Fazenda. O número médio de
notificações por ano é de 70 mil.
Neste mês de novembro, a Fazenda fará a inscrição em dívida ativa dos débitos relativos
ao ano base de 2014. Vale lembrar que o Estado, por meio da Procuradoria Geral do
Estado, está cobrando a dívida de 77 mil devedores em cartório. Depois de receber o título,
o contribuinte tem três dias para fazer o pagamento. Caso contrário, é inscrito no SPC e
Serasa.
Entenda – com a decisão do STJ (Recurso Especial nº 1.320.825 - RJ 2012/0083876-8), o
entendimento é de que o IPVA é lançado de ofício no início de cada exercício (art. 142 do
CTN), quando é feita a publicação das tabelas contendo as bases de cálculo e o calendário
para pagamento. Assim, o contribuinte torna-se ciente da sua obrigação de pagar o
imposto e, não o fazendo, terá o débito inscrito em dívida ativa a partir do ano seguinte ao
do vencimento. O débito é identificado pela placa e Renavam do veículo juntamente ao
CPF ou CNPJ do seu proprietário.

Disponível em: http://www.sef.sc.gov.br/midia/noticia/1972. Acesso em 3 nov. 2017.


DÍVIDA ATIVA
 Efeitos :

 A inscrição do crédito da Fazenda Pública em dívida ativa


tem como efeitos:

I. torná-lo exequível, presumidamente líquido e certo (CTN, art.


204);

II. estabelecer o marco a partir do qual a alienação de bens


que torna insolvente o devedor caracteriza fraude à
execução fiscal (CTN, art. 185), desde que o devedor não
tenha reservado bens ou rendas suficientes ao total
pagamento da dívida inscrita;
DIVIDA ATIVA
Portaria MF nº 75, de 22 de março de 2012.
DOU de 29.3.2012
Dispõe sobre a inscrição de débitos na Dívida Ativa da União e o ajuizamento
de execuções fiscais pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA , no uso da atribuição que lhe confere o
parágrafo único, inciso II, do art. 87 da Constituição da República Federativa do Brasil e tendo
em vista o disposto no art. 5º do Decreto-Lei nº 1.569, de 8 de agosto de 1977; no parágrafo
único do art. 65 da Lei nº 7.799, de 10 de julho de 1989 ; no § 1º do art. 18 da Lei nº 10.522, de
19 de julho de 2002 ; no art. 68 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 ; e no art. 54 da
Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 , resolve:
Art. 1º Determinar:
I - a não inscrição na Dívida Ativa da União de débito de um mesmo
devedor com a Fazenda Nacional de valor consolidado igual ou inferior a
R$ 1.000,00 (mil reais); e

II - o não ajuizamento de execuções fiscais de débitos com a Fazenda


Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00
(vinte mil reais).
Processo administrativo tributário
CERTIDÃO DE DIVIDA ATIVA

A lei poderá exigir que a prova da quitação de


determinado tributo, quando exigível, seja feita por
certidão negativa, expedida à vista de requerimento
interessado, que contenha todas as informações
necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio
fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período
a que se refere o pedido.
Súmula nº 446 do STJ - Declarado e não pago o débito
tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de
expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de
negativa. (Súmula 446, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010)
AVERBAÇÃO PRÉ-EXECUTÓRIA

Relativamente à Lei 13.606/2018 que alterou a Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002

Permitiu, no âmbito da União, a averbação por meio eletrônico da certidão de dívida


ativa nos órgãos de registro de bens e direitos sujeitos a arresto ou penhora,
tornando-os indisponíveis (AVERBAÇÃO PRÉ-EXECUTÓRIA):
Art. 25. A Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 20-B, 20-C,
20-D e 20-E:
“Art. 20-B. Inscrito o crédito em dívida ativa da União, o devedor será notificado para, em até cinco dias,
efetuar o pagamento do valor atualizado monetariamente, acrescido de juros, multa e demais encargos nela
indicados
§ 1o A notificação será expedida por via eletrônica ou postal para o endereço do devedor e será
considerada entregue depois de decorridos quinze dias da respectiva expedição.
§ 2o Presume-se válida a notificação expedida para o endereço informado pelo contribuinte ou
responsável à Fazenda Pública.
§ 3o Não pago o débito no prazo fixado no caput deste artigo, a Fazenda Pública poderá:
I - comunicar a inscrição em dívida ativa aos órgãos que operam bancos de dados e cadastros relativos
a consumidores e aos serviços de proteção ao crédito e congêneres; e
II - averbar, inclusive por meio eletrônico, a certidão de dívida ativa nos órgãos de registro de bens e
direitos sujeitos a arresto ou penhora, tornando-os indisponíveis.”
“Art. 20-C. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional poderá condicionar o ajuizamento de execuções
fiscais à verificação de indícios de bens, direitos ou atividade econômica dos devedores ou corresponsáveis,
desde que úteis à satisfação integral ou parcial dos débitos a serem executados.
Parágrafo único. Compete ao Procurador-Geral da Fazenda Nacional definir os limites, critérios e
parâmetros para o ajuizamento da ação de que trata o caput deste artigo, observados os critérios de
racionalidade, economicidade e eficiência.”
“Art. 20-D. (VETADO).”
“Art. 20-E. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional editará atos complementares para o fiel
cumprimento do disposto nos arts. 20-B, 20-C e 20-D desta Lei.” (PORTARIA PGFN nº 33, de 08 de
fevereiro de 2018)
AVERBAÇÃO PRÉ-EXECUTÓRIA
A Portaria PGFN nº 33 , de 08 de fevereiro de 2018:

CAPÍTULO V
DA AVERBAÇÃO PRÉ-EXECUTÓRIA
Art. 21. A averbação pré-executória é o ato pelo qual se anota nos órgãos de registros de
bens e direitos sujeitos a arresto ou penhora, para o conhecimento de terceiros, a existência de
débito inscrito em dívida ativa da União, visando prevenir a fraude à execução de que tratam os
artigos 185 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1996 (Código Tributário Nacional) e 792 da Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015.
§ 1º. A notificação de que trata o art. 6º dará ciência ao devedor ou corresponsável da
ocorrência da inscrição em dívida ativa e da possibilidade de efetivação da averbação pré-
executória, caso não adotadas as providências descritas nos incisos I e II do mesmo dispositivo.
§ 2º. A averbação poderá ser impugnada pelo sujeito passivo, inclusive em relação a seu
excesso, observado o procedimento previsto nessa Portaria.
Art. 22. Estão sujeitos à averbação pré-executória os seguintes bens e direitos, em valor
suficiente para satisfação dos débitos inscritos em dívida ativa de responsabilidade do devedor ou
corresponsável:
I - se pessoa física, os integrantes do seu patrimônio, sujeitos a registro público; e
II - se pessoa jurídica, os de sua propriedade, integrantes do ativo não circulante, sujeitos a
registro público.
§ 1º. A averbação poderá recair sobre bens e direitos que estiverem registrados em nome
do sujeito passivo nos respectivos órgãos de registro, ainda que não estejam declarados ou
escriturados na contabilidade.
(...)
AVERBAÇÃO PRÉ-EXECUTÓRIA

Relativamente à Lei 13.606/2018 que alterou a Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002

Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5890 proposta pela Confederação da


Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA questiona o art. 25 da Lei nº 13.606/18, que
adicionou os arts. 20-B, § 3º, II, e 20-E na Lei Federal nº 10.522/02.

O ato complementar editado pela Administração Fazendária para o fiel cumprimento


do dispostos nos arts. 20-B, 20-C e 20-D da Lei nº 10.522/02 é a PORTARIA PGFN
nº 33, de 08 de fevereiro de 2018.

A Portaria PGFN nº 33/18 disciplina os procedimentos para o encaminhamento de


débitos para fins de inscrição em dívida ativa da União, bem como estabelece os
critérios para apresentação de pedidos de revisão de dívida inscrita, para oferta
antecipada de bens e direitos à penhora e para o ajuizamento seletivo de execuções
fiscais.
Protesto da Certidão de Dívida Ativa.

LEI Nº 9.492, DE 10 DE SETEMBRO DE 1997.


Define competência, regulamenta os serviços concernentes ao protesto de títulos e
outros documentos de dívida e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
Da Competência e das Atribuições
Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a
inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos
e outros documentos de dívida.
Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto
as certidões de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações
públicas. (Incluído pela Lei nº 12.767, de 2012)
---------
 Consequências do Protesto: Restrição do crédito e a negativação
do CPF e CNPJ em todos os bancos de dados públicos e privados
enquanto não for quitada a dívida, além dos ônus das taxas
cartoriais para baixa do protesto.
Protesto da Certidão de Dívida Ativa.

 A CNI questionou no STF, através da Ação Direta de


Inconstitucionalidade nº 5135, o parágrafo único do art 1º da
Lei 9.492/1997, que foi acrescentado pelo art. 25 da Lei 12.
767/2012, que incluiu, no rol dos títulos sujeitos a protesto, as
Certidões de Dívida Ativa (CDA) da União, dos estados, do
Distrito Federal, dos municípios e das respectivas autarquias
e fundações públicas.

No entanto, o STF, por maioria, em decisão proferida em 09


de novembro de 2016, julgou improcedente a ADI 5135,
fixando a seguinte tese: "O protesto das Certidões de Dívida
Ativa constitui mecanismo constitucional e legítimo, por não
restringir de forma desproporcional quaisquer direitos
fundamentais garantidos aos contribuintes e, assim, não
constituir sanção política"
Ações ajuizadas pelo fisco

 Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80)


• É a via processual adequada para o sujeito ativo da
relação tributária, munido da Certidão de Dívida Ativa
(CDA) como título executivo extrajudicial, buscar a
satisfação compulsória do seu crédito.
• A Certidão de Dívida Ativa (CDA) dever revestir-se de
certeza, liquidez e exigibilidade.
• Quando suspensa a exigibilidade por alguma causas
previstas no art. 151 do CTN, já não mais poderá ser
ajuizada execução fiscal.
Ações ajuizadas pelo fisco
 Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80)

•Citação: prazo de 5 (cinco) dias, para pagar a


dívida ou garantir a execução mediante depósito
em dinheiro, fiança bancária ou nomeação de
bens à penhora.

•Súmula 414 do STJ: “A citação por edital na


execução fiscal é cabível quando frustadas as
demais modalidades”.
Ações ajuizadas pelo fisco
 Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80)

•O Executado deve colaborar com a execução,


eis que:
1. a não indicação de bens sujeitos ou da
respectiva localização é considerado ato atentatório a
dignidade da justiça, ensejando a aplicação de multa,
conforme arts. 774, V, e Parágrafo Único do CPC.
2. decretação da indisponibilidade dos seus bens
utilizando-se sistema BACEN-JUD, nos termos do art.
185-A do CTN c/c art. 854 do CPC.
Ações ajuizadas pelo fisco
 Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80)
• Sobre a indisponibilidade, importante posição do TRF4:

“Não sendo nomeados bens à penhora pelo executado, ou


havendo nomeação insatisfatória, é de ser imediatamente
deferida a utilização do Bacenjud, portanto, “O sistema Bacenjud
é o meio para viabilizar a penhora de numerário na forma do art.
655, §6º, do CPC”. (TRF4, Segunda Turma, Rel. Des. Fed. LUCIANE
AMARAL CORRÊA MUNCH, AG 0000543-34.2010.404.0000, mai/2012).

• Nessa mesma linha do STJ:

“(…) como o dinheiro é o bem sobre o qual


preferencialmente deve recair a constrição judicial, é
desnecessária a prévia comprovação de esgotamento das
diligências (note-se, para localização de bens classificados
em ordem inferior) (STJ, Primeira Seção, Rel. Min. HERMAN
BENJAMIN, AgRg no Ag 1429330/BA, ago/2012).
 Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80)
 PGE-GO consegue penhorar recebíveis de cartões de crédito e
de débito do Supermercado Tatico.
Acolhendo as razões jurídicas apresentadas pela Procuradoria-Geral
do Estado de Goiás (PGE-GO), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO)
deferiu pedido do ESTADO DE GOIÁS e determinou a substituição da
penhora de 10% do faturamento da sociedade empresária COMERCIAL
DE ALIMENTOS MONTEMAR LTDA (nome de fantasia:
"SUPERMERCADO TATICO") pela penhora de 10% dos ativos
financeiros (recebíveis) junto às administradoras de cartões de crédito e
débito. Na decisão, consignou-se que "a penhora sobre os ativos
financeiros da Executada junto às administradoras de cartões de crédito e
débito figura-se como modo de constrição modular da penhora sobre o
faturamento, embora com ela não se confunda". A decisão foi proferida no
julgamento do agravo de instrumento n. 130785-39.2014.8.09.0000,
interposto pelo Procurador do Estado Dr. Anderson Máximo de Holanda,
da Procuradoria Tributária.
Disponível em: http://www.pge.go.gov.br/post/ver/193139/pge-go-consegue-penhorar-recebiveis-de-cartoes-de-credito-e-de-debito-do-supermercado-tatico.
Acesso em 29/01//2015.
Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80)

• Justiça autoriza penhora na boca de caixa de supermercado


23 de março de 2017

Com base em mandato de penhora do juiz Eduardo Tavares, da 3ª Vara da Fazenda


Pública Estadual, auditores fiscais da Secretaria da Fazenda, acompanhados de oficiais de justiça,
cumpriram execução fiscal no estabelecimento Comercial de Alimentos Montemar, na Alameda
Contorno, em Goiânia. A sentença autoriza o recolhimento de dinheiro na boca do caixa para
quitar dívida de mais R$ 1,7 milhão com o Estado. O trabalho começou pela manhã e se estenderá
até o final do dia.
A decisão judicial, inédita, determina o recolhimento do dinheiro do caixa em três
diligências por mês, ou seja, três dias, comprometendo até 10% do faturamento do
estabelecimento. O recolhimento pode ser repetido até atingir o valor integral do débito.
O juiz autorizou que ação fosse realizada em três endereços do estabelecimento: na
Avenida Contorno, na T-7 e na Avenida do Comércio, em Campinas. A Gerência de Auditoria de
Varejo e Serviços da Sefaz, que comanda a operação, diz que ela será realizada novamente na
próxima semana. Cerca de 12 pessoas participaram da ação de hoje, inclusiva do Batalhão
Fazendário da Polícia Militar e da Procuradoria Tributária, da Procuradoria Geral do Estado.
A dívida do estabelecimento com a Sefaz é antiga, tramita na Justiça desde o final de
2008. Refere-se à utilização indevida de créditos tributários e impostos lançados e não recolhidos.
Até às 12h, a ação recolheu R$ 70 mil do valor da dívida.
Comunicação Setorial- Sefaz
Disponível em: http://www.sefaz.go.gov.br/. Acesso em 23 mar 2017.
Ações ajuizadas pelo fisco
 Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80)

Redirecionamento.
• Súmula 184 do TRF: Na execução inicialmente ajuizada
contra uma pessoa jurídica e posteriormente, redirecionada, o
sócio citado em nome próprio defender-se-á também através
de Embargos do devedor.
• O STJ entente que, constando o nome do sócio da CDA, há
presunção em favor do título, invertendo ônus probatório:
“O fato de constar da CDA o nome do sujeito passivo gera a
presunção de que houve regular processo ou procedimento
administrativo de apuração de sua responsabilidade na forma do
art. 135, do CTN, a afastar o entendimento de que está ali por
mero inadimplemento, que é o caso do acórdão eleito como
paradigma”. (STJ, Primeira Seção, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
AgRg nos REsp 41.860/GO, ago 2012).
Ações ajuizadas pelo fisco
 Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80)
Redirecionamento.

EXECUÇÃO FISCAL. REDIRECIONAMENTO.


DISSOLUÇÃO IRREGULAR. SOCIEDADE.
O fechamento da empresa sem baixa na junta
comercial constitui indício de que o estabelecimento
comercial encerrou suas atividades de forma
irregular. O comerciante tem obrigação de atualizar o
seu registro cadastral nos órgãos competentes.
Assim, tal circunstância autoriza a Fazenda a
redirecionar a execução contra os sócios e
administradores.
(Precedentes citados: EREsp 716.412-PR, REsp 839.684-SE, DJ 30/8/2006, e REsp
750.335-PR, DJ 10/4/2006. REsp 985.616-RS , Rel. Min. Castro Meira, julgado em
6/11/2007).
Ações ajuizadas pelo fisco
 Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80)

Redirecionamento:
TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. EXECUÇÃO
FISCAL. SÓCIO. ADMINISTRADOR. RESPONSABILIDADE
TRIBUTÁRIA. LIMITES. ART. 135, III, DO CTN. SÚMULA N.
168/STJ.
1. "Os bens do sócio de uma pessoa jurídica comercial não
respondem, em caráter solidário, por dívidas fiscais assumidas
pela sociedade. A responsabilidade tributária imposta por
sócio-gerente, administrador, diretor ou equivalente só se
caracteriza quando há dissolução irregular da sociedade ou se
comprova infração à lei praticada pelo dirigente" (EREsp n.
260.107, Primeira Seção, Ministro José Delgado).
2. (...).
3. Embargos de divergência não conhecidos.
(EREsp 422.732/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 13/04/2005, DJ 09/05/2005, p. 289)
Ações ajuizadas pelo fisco

 Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80)


Redirecionamento:
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SÓCIO-
QUOTISTA. RESPONSABILIDADE PESSOAL PELO NÃO-PAGAMENTO DO
FGTS. AUSÊNCIA DE PROVA DE INFRAÇÃO À LEI, CONTRATO SOCIAL OU
ESTATUTO.
I - O não recolhimento do tributo, por si só, não constitui
infração à lei, suficiente a ensejar a responsabilidade pessoal
do sócio, devendo-se comprovar a prática de atos fraudulentos
ou com excesso de poderes.
II - Os sócios quotistas que não participam da gestão da
empresa, não podem ser responsabilizados pelo não
pagamento de tributo, não devendo, portanto, ter a execução
redirecionada para si.
Precedentes: AGRAGA nº 506.449/SP, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ de 16/03/2004;
AGREsp nº 294.350/RS, Rel. Min ELIANA CALMON, DJ de 13/08/2001; AGREsp nº 276.779/SP, Rel. Min.
JOSÉ DELGADO, DJ de 02/04/2001; REsp nº 121.021/PR, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, DJ de 11/09/2000.
III - Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 641.831/PE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
02/12/2004, DJ 28/02/2005, p. 229)
Ações ajuizadas pelo fisco

 Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80)


Redirecionamento:
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. SÓCIO-
GERENTE. RESPONSABILIZAÇÃO PESSOAL. NÃO-CONFIGURAÇÃO,
POR SI SÓ, NEM EM TESE, DE SITUAÇÃO QUE ACARRETA A
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DOS SÓCIOS.
1. Segundo a jurisprudência do STJ, a simples falta de
pagamento do tributo e a inexistência de bens penhoráveis no
patrimônio da devedora (sociedade por quotas de
responsabilidade limitada) não configuram, por si sós, nem em
tese, situações que acarretam a responsabilidade subsidiária
dos representantes da sociedade.
2. Recurso especial a que se dá provimento.
(REsp 831.380/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 20/06/2006, DJ 30/06/2006, p. 192)
 Defesa do executado na Execução Fiscal (Lei nº
6.830/80)

A Exceção de pré-executividade e os Embargos do


devedor.
• O executado pode defender-se, na execução fiscal,
através da exceção de pré-executividade (sem
garantia do juízo) ou de embargos do devedor (com
garantia do juízo).
• Súmula 393 do STJ: “A exceção de pré-executividade
é admissível na execução fiscal relativamente às
matérias conhecíveis de ofício que não demandem
dilação probatória”.
• Matérias conhecíveis de ofício: pagamento,
decadência, prescrição;
Cautelar Fiscal
Arrolamento Administrativo
Representação Fiscal para Fins Penais
Ações realizadas pela Receita Federal
PORTARIA RFB Nº 1441, DE 07 DE OUTUBRO DE 2015
(Publicado(a) no DOU de 08/10/2015, seção 1, pág. 25)

Institui Equipes Regionais de Monitoramento Patrimonial e de Garantia do Crédito Tributário.


O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso de suas atribuições vigentes no Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela
Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, e tendo em vista o disposto na Instrução Normativa RFB nº 1.565, de 11 de maio de 2015, resolve:

Art. 1º As Superintendências Regionais da Receita Federal do Brasil (SRRF) deverão instituir


Equipes Regionais de Monitoramento Patrimonial e de Garantia do Crédito Tributário (Emop), às quais
compete gerir e controlar procedimentos de monitoramento patrimonial e de garantia do crédito tributário
dos contribuintes jurisdicionados pelas unidades da respectiva Região Fiscal, nas situações descritas
nesta Portaria.
Parágrafo único. Para os fins desta Portaria, consideram-se procedimentos de garantia do crédito
tributário o arrolamento de bens e direitos, a representação para a propositura de medida cautelar fiscal e
a identificação e o monitoramento patrimonial.
Art. 2º Compete às Emop a gestão e o controle dos seguintes procedimentos:
I - identificação e consolidação dos créditos tributários dos sujeitos passivos de interesse;
II - identificação dos bens e direitos dos devedores e responsáveis solidários;
III - lavratura e ciência dos termos de arrolamento de bens e direitos;
IV - triagem e adoção das providências decorrentes do recebimento de correspondências e de
informações do contribuinte, dos órgãos de registro de bens e direitos e do Poder Judiciário;
V - representação para propositura de medida cautelar fiscal, quando cabível;
VI - monitoramento patrimonial; e
VII - adoção de demais ações com o objetivo de garantir a efetiva realização do crédito tributário.
Ações ajuizada pelo fisco

 Cautelar Fiscal
• A Lei 8.397/92 trata da chamada Medida Cautelar Fiscal.
• Com fundamento nesta lei, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, bem como suas autarquias,
podem buscar acautelar os seus créditos quando o sujeito
passivo pratique atos que dificultem ou impeção a sua
satisfação.
• Deve o Fisco demonstrar a necessidade da medida, pois
a “Medida Cautelar Fiscal não é meio útil para atender os
caprichos do Fisco, exarcebando as suas atribuições de
cobrar o tributo devido, ao ultrapassar os limites do devido
processo legal.” (STJ, 1ª T, Rel. Min. José Delgado, Resp.
690.740,2005).
Ações ajuizada pelo fisco

 Cautelar Fiscal (Lei 8.397/92).


Alguns casos estabelecidos na lei que dificultam ou impeça
a satisfação do crédito tributário (art. 2º):

• Devedor que se ausenta visando a elidir o adimplemento da obrigação,


que põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
• Aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da
Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei;
• Devedor que possui débitos superiores a 30% do seu patrimônio
conhecido;
• Devedor que tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada
inapta pela Fazenda;
Justiça emite ofícios para
bloquear iate, jatinho e
residências de Neymar
15/02/2016 do UOL, em SP

A Justiça Federal emitiu uma série de


ofícios para bloquear bens de Neymar. Entre
as propriedades citadas estão o jatinho e o iate
que o atacante do Barcelona possui, além de
imóveis nas cidades de Guarujá, Santos, Praia
Grande, São Vicente, São Paulo e Itapema
(Santa Catarina).
O bloqueio atende a requerimento da Procuradoria da Fazenda Nacional,
que acusa Neymar e seus familiares de terem deixado de pagar ao fisco R$ 63,6
milhões devidos de impostos entre os anos de 2011 e 2013. Entre outros fatos, é
apontada omissão de rendimentos de fontes do exterior com publicidade e "omissão
de rendimentos oriundos de vínculo empregatício pagos pelo Barcelona".

Disponível em: http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2016/02/15/justica-emite-oficios-para-


bloquear-iate-jatinho-e-residencias-de-neymar.htm. Acesso 27 out 2016.
Arrolamento administrativo de bens (Art. 64 da Lei nº 9.532/97)

Art. 64. A autoridade fiscal competente procederá ao arrolamento de bens e direitos


do sujeito passivo sempre que o valor dos créditos tributários de sua responsabilidade for
superior a trinta por cento do seu patrimônio conhecido.
§ 1º Se o crédito tributário for formalizado contra pessoa física, no arrolamento
devem ser identificados, inclusive, os bens e direitos em nome do cônjuge, não gravados com
a cláusula de incomunicabilidade.
§ 2º Na falta de outros elementos indicativos, considera-se patrimônio conhecido, o
valor constante da última declaração de rendimentos apresentada.
§ 3º A partir da data da notificação do ato de arrolamento, mediante entrega de cópia
do respectivo termo, o proprietário dos bens e direitos arrolados, ao transferi-los, aliená-los
ou onerá-los, deve comunicar o fato à unidade do órgão fazendário que jurisdiciona o
domicílio tributário do sujeito passivo.
§ 4º A alienação, oneração ou transferência, a qualquer título, dos bens e direitos
arrolados, sem o cumprimento da formalidade prevista no parágrafo anterior, autoriza o
requerimento de medida cautelar fiscal contra o sujeito passivo.
(…)
§ 6º As certidões de regularidade fiscal expedidas deverão conter informações quanto
à existência de arrolamento.
§ 7º O disposto neste artigo só se aplica a soma de créditos de valor superior a
R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
** Decreto n. 7.573/01 altera para R$ 2.000.000,00 (dois milhões) o limite desse valor.
Representação fiscal para fins penais
Ações realizadas pela Receita Federal
Receita cria lista com suspeitos de crimes
PORTARIA RFB Nº 1750, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2018
(Publicado(a) no DOU de 14/11/2018, seção 1, página 57)

Dispõe sobre representação fiscal para fins penais referente a crimes contra a ordem tributária, contra a
Previdência Social, e de contrabando ou descaminho, sobre representação para fins penais referente a crimes
contra a Administração Pública Federal, em detrimento da Fazenda Nacional ou contra administração pública
estrangeira, de falsidade de títulos, papéis e documentos públicos e de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos
e valores, e sobre representação referente a atos de improbidade administrativa.

(...)

Seção IV
Da Divulgação de Informações Relativas às Representações Fiscais para Fins Penais
Encaminhadas ao MPF

Art. 16. A RFB divulgará, em seu sítio na Internet, as seguintes informações


relativas às representações fiscais para fins penais, após o seu encaminhamento ao
MPF:
I - número do processo referente à representação;
II - nome e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) dos responsáveis pelos fatos que configuram o ilícito objeto
da representação fiscal para fins penais ;
III - nome e número de inscrição no CNPJ das pessoas jurídicas relacionadas ao ato ou
fato que ensejou a representação fiscal para fins penais;
IV - tipificação legal do ilícito penal objeto da representação fiscal para fins penais; e
V - data de envio ao MPF.
Processo Penal Tributário

Representação fiscal para fins penais


• Quem primeiro toma conhecimento da ocorrência dos crimes
tributários é, via de regra, a autoridade fiscal.
• Verificada a ocorrência de condutas que a lei considera crime,
tem a autoridade fiscal a obrigação de proceder à representação
fiscal para fins penais.
• Legislação federal: art. 83 da Lei 9.430/96, Portaria RFB
2.439/2010.

• Os crimes tributários são de ação pública incondicionada


(Súmula 609 do STF), logo a apresentação da denúncia
independe de RFFP.
Processo Penal Tributário

Representação fiscal para fins penais

•O encaminhamento de representação ao
Ministério Público está condicionada ao prévio
exaurimento do processo administrativo fiscal.

• SÚMULA VINCULANTE 24 (STF): "NÃO SE TIPIFICA CRIME


MATERIAL CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, PREVISTO NO
ARTIGO 1º, INCISO I A IV, DA LEI 8.137/90, ANTES DO
LANÇAMENTO DEFINITIVO DO TRIBUTO".
Crimes contra a ordem tributária estabelecidos na Lei 8.137/90

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária


suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:
qualquer acessório, mediante as seguintes
condutas:
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas,
autoridades fazendárias; bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se,
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de
documento ou livro exigido pela lei fiscal; contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos
de venda, ou qualquer outro documento relativo à cofres públicos;
operação tributável; III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela
documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota incentivo fiscal;
fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o
mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas
ou fornecê-la em desacordo com a legislação. por órgão ou entidade de desenvolvimento;
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária
autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei,
convertido em horas em razão da maior ou menor fornecida à Fazenda Pública.
complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no
inciso V.
CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

STJ decide que é crime não recolher ICMS declarado (Habeas


Corpus nº 399.109)
Por Beatriz Olivon – Valor Econômico- 24.08.18
Não recolher ICMS foi considerado crime pelo STJ. Por seis votos a três, os
ministros da 3ª Seção da Corte negaram um pedido de habes corpus de empresários
que não pagaram valores declarados do tributo, depois de repassá-los aos clientes.
Para especialistas, a decisão é de extrema importância pelo impacto que pode
ter sobre sócios e administradores de empresas que discutem o pagamento do tributo
na esfera administrativa ou Judicial.
(...)
Segundo o ministro, os empresários podem pensar que é muito mais vantajoso
deter valores do tributo do que se submeter a empréstimos no sistema financeiro, o que
teria consequências negativas para os Estados. Para ele, porém, não seria possível
absolver os contribuintes que deixaram de recolher o ICMS que foi cobrado do
adquirente da cadeia de consumo e que devia recolher aos cofres públicos. O valor do
tributo é cobrado do consumidor e, por isso, o não repasse pelo comerciante aos cofres
públicos foi considerado apropriação, prevista como crime no art. 2º, II, da Lei nº 8.137,
de 1990.
(...)
Disponível em : www.valor.com.br. Acesso em 24 ago. 2018.
CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

 O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por 7 votos a


3, decidiu, na sessão de 18/12/2019 no julgamento do Recurso
Ordinário em Habeas Corpus nº 1163.334 (SC), que é crime o
não pagamento de ICMS devidamente declarado. No
entendimento majoritário do STF, o ICMS não faz parte do
patrimônio da empresa, que é mera depositária do valor,
devendo repassá-lo à Receita Estadual;

 Decisão: O Tribunal, por maioria, negou provimento ao recurso


ordinário, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros
Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio. Revogada
a liminar anteriormente concedida. Em seguida, por maioria, fixou-
se a seguinte tese: “O contribuinte que, de forma contumaz e com
dolo de apropriação, deixa de recolher o ICMS cobrado do
adquirente da mercadoria ou serviço incide no tipo penal do art. 2º,
II, da Lei nº 8.137/1990”, vencido o Ministro Marco Aurélio.
Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello. Presidência
do Ministro Dias Toffoli. Plenário, 18.12.2019.
Processo Penal Tributário

Representação fiscal para fins penais


• O parcelamento dos débitos tributários implica suspensão da
pretenção punitiva relativa aos crimes materiais relacionados à
tributação.
• O efeito suspensivo só ocorre quando o parcelamento for
“formalizado antes do recebimento da denúncia criminal”( art. 83,
§2º da Lei 9.430/96).
• Não é possível invocar lei federal para parcelar tributos estaduais e
vice-versa.
• O parcelamento depende lei específica autorizadora (art. 155-A do
CTN).
• Se forem pagas todas as parcelas, inclusive os acessórios
extingue-se a punibilidade (art. 83, §3º da Lei 9.430/96).
• Em 2013, aplicando o art. 69 da Lei 11.941/2009, temos a AP 516
ED, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fuz, julgamento concluído em
dezembro de 2013. No caso foi extinta a punibilidade pelo
pagamento do débito tributário “realizado após o julgamento, mas
antes da publicação do acórdão condenatório” (Informativo 731 do
STF).
REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS

• DOT recupera receita para o Estado


A Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), localizada no complexo
fazendário, concluiu cerca de 400 inquéritos policiais nos últimos dois anos e meio. Como
resultado, vários autos de infrações foram quitados gerando arrecadação de quase R$ 100 milhões
aos cofres públicos, revela a delegada Karla Fernandes Guimarães, titular da delegacia desde
2012. Atualmente existem 357 inquéritos em andamento na DOT, sendo 200 abertos este ano e
157 de anos anteriores. A conclusão deles é um dos focos da equipe. A titular conta que, quando
assumiu a delegacia, em 2012, havia 762 inquéritos abertos e uma de suas primeiras ações foi
fazer um mutirão, que conseguiu reduzir consideravelmente esse número. A expectativa é que, em
dois anos, todos os antigos sejam concluídos para que a equipe passe a trabalhar apenas com os
inquéritos do ano corrente. “Quanto mais demora a conclusão das investigações, mais as provas
vão se perdendo”, justifica a delegada. A maioria dos inquéritos é instaurada após representação
fiscal ou requisição do Ministério Público. Desde 2009, com a súmula 24 do STF, os inquéritos só
podem ser abertos após inscrição do auto de infração na dívida ativa. A exceção é no caso de
contribuinte que não emite a nota fiscal na venda ao consumidor. A delegada Karla Fernandes
ressalta a parceria da delegacia com o fisco, que possibilita a realização de várias ações
conjuntas, como a Operação PC 44, de dezembro do ano passado, que prendeu uma quadrilha
que vendia notas fiscais eletrônicas e a Operação Paulista, realizada em maio deste ano, que
resultou na prisão em flagrante de proprietários de uma grande empresa de bebidas que vendia
mercadoria sem a emissão de notas fiscais. 
A titular ressalta que o “foco da delegacia não é
prender o empresário que sonega e sim fazer com que ele cumpra o seu dever de recolher os
tributos” e afirma que uma das primeiras orientações repassadas ao investigado é que ele procure
a Secretaria da Fazenda para se informar sobre os programas de refinanciamento de dívidas,
como o atual Regulariza. “Há uma correlação entre a investigação e a necessidade de quitar o
débito, uma vez que uma das possibilidades de extinção da ação penal é o pagamento da dívida”,
ressalta. O parcelamento do débito suspende a ação.
Disponível em : www.sefaz.go.gov.br. Acesso em 09 set. 2014.
PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO

Ações ajuizadas pelo contribuinte


Ações ajuizadas pelo contribuinte

•O tributo é cobrado mediante atividade


administrativa plenamente vinculada (Art. 3º do
CTN).
•Da atividade do fisco podem advir prejuízos ao
contribuinte em razão de cobrança de valores
indevidos ou mesmo imposição de penalidades
descabidas.
•O contribuinte pode ajuizar ações para sua
proteção (art. 5º, XXXV, da CF/88).
Ações ajuizadas pelo contribuinte

• A discussão judicial do crédito tributário não é causa impeditiva


e nem suspensiva da sua exigibilidade.
• O impedimento e a suspensibilidade depende da concessão de
liminar ou antecipação de tutela (art. 151, IV e V) ou o depósito
do montante integral (art. 151, II, do CTN).
• Não se exige do contribuinte, em qualquer caso, o exaurimento
da esfera administrativa como condição de ingresso em Juízo.
• Súmula Vinculante 28 do STF: “É inconstitucional a exigência de
depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação
judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário”.
Processo judiciais tributário: Ações do Contribuinte
Ação
Declaratória

Ação
Anulatória
Não Pagar
Mandado de
Segurança

Embargos à
Pretensão Execução

Reaver o Repetição de
dinheiro indébito

Consignação
Pagar
em pagamento
Da restituição do indébito
Da restituição do indébito

• Fundamento: Efetuado o pagamento indevido, surge o direito ao


ressarcimento. Isso porque, em matéria tributária, ninguém age por
liberalidade, mas estritamente por força de lei, sendo que o
pagamento indevido implica enriquecimento sem causa do suposto
credor em detrimento do suposto devedor.

• Legislação Federal: arts. 165 a 169 c/c art. 170 e 170-A do CTN;

• Legislação Estadual: arts. 30 a 32 da Lei nº 11.580/96 – ICMS/PR.


Da restituição do indébito (art. 165 do CTN)

• Tem direito a restituição total ou parcial do tributo:

I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou


maior que o devido em face da legislação tributária aplicável,
ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador
efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da
alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na
elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao
pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão
condenatória.
Da restituição do indébito (art. 30, §§ 3º e 4º - ICMS/PR)
• Forma de efetivação da restituição no âmbito estadual:
Art. 30. As quantias indevidamente recolhidas ao Estado serão restituídas,
mediante requerimento ao Secretário da Fazenda, cuja decisão poderá ser delegada,
desde que o contribuinte ou responsável produza prova de que o respectivo valor não
tenha sido recebido de terceiros.
§ 1º O terceiro que faça prova de haver suportado o encargo financeiro do ICMS
sub-roga-se no direito à devolução de imposto indevidamente pago, em relação ao
contribuinte ou responsável.
§ 2º O contribuinte ou responsável, expressamente autorizado pelo terceiro, a
quem o encargo relativo ao ICMS tenha sido transferido, poderá pleitear a restituição do
tributo indevidamente pago.
§ 3º A restituição poderá ser processada mediante autorização de crédito do
respectivo valor em conta gráfica, caso em que será mencionado, nos livros e
documentos fiscais, o número do respectivo protocolo.
§ 4º Decorridos 6 (seis) meses contados do mês da protocolização do pedido de
restituição, sem que seja efetivamente recebida a importância a ser devolvida ou
cientificado o contribuinte do indeferimento, poderá o interessado escriturar como
crédito o respectivo valor, mencionando o número do protocolo correspondente,
ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 31.

• Obs. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção,


dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de
caráter formal não prejudicadas pela causa de restituição.
Tributo – Classificação
Quanto à possibilidade de repercussão

Há relevância jurídica na classificação quando se comparam


as regras relativas à restituição de tributo direto com aquelas
referentes a tributos indiretos.

Regra do tributo direto: Regra simples de que quem pagou um


valor indevido ou maior que o devido tem direito à restituição.

Regra do tributo indireto: Estabelecida no art. 166 do CTN:


“ Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por
sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro
somente será feita a quem prove haver assumido o referido
encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por
este expressamente autorizado a recebê-la”.
Tributo – Classificação
Quanto à possibilidade de repercussão

• Sobre o assunto transcreve-se a ementa da lavra do Superior Tribunal de Justiça:

“TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. ICMS. TRIBUTO


INDIRETO. TRANSFERÊNCIA DE ENCARGO FINANCEIRO AO CONSUMIDOR FINAL.
ART. 166 DO CTN. ILEGITIMIDADE ATIVA. 1. ICMS é de natureza indireta, porquanto o
contribuinte real é o consumidor da mercadoria objeto da operação (contribuinte de fato) e a
empresa (contribuinte de direito) repassa, no preço da mesma, o imposto devido,
recolhendo, após, aos cofres públicos o tributo já pago pelo consumidor de seus produtos.
Não assumindo, portanto, a carga tributária resultante dessa incidência. 2. Ilegitimidade ativa
da empresa em ver restituída a majoração de tributo que não a onerou, por não haver
comprovação de que a contribuinte assumiu o encargo sem repasse no preço da
mercadoria, como exigido no art. 166 do Código Tributário Nacional. Prova da repercussão.
Precedentes. 3. Ausência de motivos suficientes para a modificação do julgado. Manutenção
da decisão agravada. 4. Agravo Regimental desprovido” (STJ, 1ª T., AgRg REsp
440.300/SP, Rel. Min Luiz Fux, j. 21.11.2002, DJ 09.12.2002, P. 302).
Tributo – Classificação
Quanto à possibilidade de repercussão
O STJ já entendeu que o consumidor atingido por uma errônea cobrança de ICMS, mesmo
que munido de documento em que comprove ter suportado ônus do tributo, fica impossibilitado de
obter diretamente a repetição do indébito tributário, passando a depender da iniciativa do
comerciante (contribuinte de direito). Vejam a ementa do julgamento:

RECURSO ESPECIAL. PROCESSO TRIBUTÁRIO. AÇÃO DECLARATÓRIA


DE INEXIGIBILIDADE C/C RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. ICMS. TRIBUTO
INDIRETO. CONSUMIDOR. ‘ CONTRIBUINTE DE FATO.’ ILEGITIMIDADE
ATIVA. APELO PROVIDO. 1. Os consumidores de energia elétrica, de serviços
de telecomunicação e os adquirentes de bens não possuem legitimidade ativa
para pleitear a repetição de eventual indébito tributário do ICMS incidente
sobre essas operações. 2. A caracterização do chamado contribuinte de fato
presta-se unicamente para impor uma condição à repetição de indébito
pleiteada pelo contribuinte de direito, que repassa o ônus financeiro do tributo
cujo fato gerador tenha realizado (ART. 166 do CTN), mas não concede
legitimidade ad causam para os consumidores ingressarem em juízo com
vistas a discutir determinada relação jurídica da qual não façam parte. 3. Os
contribuintes da exação são aqueles que colocam o produto em circulação ou
prestam o serviço concretizando, assim, a hipótese de incidência legalmente
prevista. 4. Nos termos da Constituição e da LC 86/1997, o consumo não é fato
gerador do ICMS. 5. Declarada a ilegitimidade ativa dos consumidores para
pleitear a repetição do ICMS 6. Recurso especial provido” (REsp 983.814-MG.
Rel. Min. Castro Meira, julgado em 04.12.2007, DJ 17.12.2007).
Tributo – Classificação
Quanto à possibilidade de repercussão

O STJ ATUALMENTE reconhece a legitimidade


do contribuinte de fato quando consumidor de serviços
prestados por concessionárias, seja porque, no caso, “a
legislação especial prevê expressamente o repasse do
ônus tributário” como porque no “serviço essencial
prestado em regime de monopólio...qualquer exação fiscal
tende a ser automaticamente repassada ao consumidor
final”.
(REsp 1278688/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, Primeira Seção,
julgado em agosto 2012 e o REsp 1299303/SC, Rel. Min. Cesar Asfor
Rocha, agosto 2012).
Tributo – Classificação
Quanto à possibilidade de repercussão

Solução de Consulta Cosit nº 22, de 06 de novembro de 2013


(Publicado(a) no DOU de 14/11/2013, seção , pág. 26)

ASSUNTO: Normas de Administração Tributária EMENTA:


RETENÇÃO INDEVIDA DE TRIBUTOS NA FONTE. PESSOA
LEGITIMADA A PLEITEAR A RESTITUIÇÃO. Na hipótese de
retenção indevida de tributos na fonte, cabe ao beneficiário do
pagamento ou crédito o direito de pleitear a restituição do
indébito. Pode a fonte pagadora pedir a restituição, desde que
comprove a devolução da quantia retida ao beneficiário,
observada a disciplina própria. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº
5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional - CTN), arts. 121 e
165, I; Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 2012, arts. 3º, §
12, e 8º; Pareceres Normativos SRF nº 313, de 1971, e nº
258, de 1974.
Tributo – Classificação
Quanto à possibilidade de repercussão
ATENÇÃO
As contribuições previdenciárias a cargo da empresa são
tributos de natureza direta, embora a Lei 8.212/91, em seu art.
89, §1º (já revogado), em relação a compensação tenha
exigido prova da não repercussão do ônus financeiro.
“(...) Em consequência, o fenômeno da substituição legal no
cumprimento da obrigação, do contribuinte de fato pelo
contribuinte de direito, não ocorre na exigência de pagamento
das contribuições previdenciárias quanto à parte da empresa.
A repetição de indébito e a compensação da contribuição
questionada podem ser assim deferidas, sem exigência da
repercussão (Eresp nº 168.469, 1ª Seção, Rel. Min, Ari Pargendler. p/
acórdão Min. José Delgado, DJ 17/12/99, p. 314).
Prazo para pleitear a restituição

cobrança ou pagamento espontâneo de


tributo indevido ou maior que o devido
em face da legislação tributária aplicável, da data da extinção do
ou da natureza ou circunstâncias crédito tributário.
materiais do fato gerador efetivamente
ocorrido;
O direito de
pleitear a
restituição
extingue-se com erro na identificação do sujeito passivo,
na determinação da alíquota aplicável, da data da extinção do
o decurso do no cálculo do montante do dévito ou na crédito tributário.
prazo de 5 (cinco) elaboração ou conferência de qualquer
anos, contados documento relativo ao pagamento ;
(art. 168 do CTN)

da data em que se tornar


reforma, anulação, revogação ou definitiva a decisão
administrativa ou judicial
rescisão de decisão condenatória. (Cassação da decisão
condenatória)
Restituição de indébito tributário e compensação

• Alternativa à restituição é a compensação de créditos de que seja titular o


contribuinte decorrentes de recolhimento indevidos (a título de tributos), com
débitos tributários; É um verdadeiro encontro de contas;
• O Superior Tribunal de Justiça uniformizou o entendimento de que a
apresentação de recurso administrativo contra a decisão que indefere a
compensação realizada pelo sujeito passivo tem o efeito suspensivo da
exigibilidade do crédito tributário envolvido (ERes nº 850332, Rel. Min. Eliana
Calmon);
• A compensação tributária subordina-se ao mesmo prazo estabelecido no art.
168 do CTN. Entendimento do EREsp, nº 230.427, Rel. Min. Eliana Calmon,
julgado em 22/11/2000, “a repetição de indébito é gênero, do qual a
compensação é espécie”;
• “A compensação não pode ser autorizada por decisão judicial liminar (Súmula
212 do STJ)";
• "O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por
compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória
transitada em julgado” (Súmula nº 461 do STJ);
Mandado de Segurança
Ações ajuizadas pelo contribuinte
 Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009)
• É utilizado sempre que o contribuinte se sente
ameaçado por uma imposição tributária indevida e
não se faça necessária dilação probatória.
• Também é muito utilizado para solução de
problemas relacionados as certidões negativas de
débitos.
• Quais problemas?
1º) Omissão do Fisco, que deixe escoar o prazo de
10 dias para expedição de certidão sem disponibilizá-
la.
2º) Quando o Fisco se nega a expedir Certidão
Negativa de Débito ou Certidão Positiva com Efeito
Ações ajuizadas pelo contribuinte
 Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009)

 Outras hipótese de utilização.

• O Mandado de Segurança preventivo, que, antes mesmo da


formalização do crédito tributário, ataca a obrigação tributária
prevenindo o contribuinte contra:

a) exigência do Fisco que tenha por base a


inconstitucionalidade da lei que o agente fiscal está
obrigado a cumprir;
b) a ilegalidade de decreto e de outros atos normativos
infralegais que igualmente vinculam;
c) praxes reinteradas do Fisco que ofenda os direitos do
contribuinte;
d) resposta a consulta que o contribuinte entende ilegal;
Ações ajuizadas pelo contribuinte

 Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009)

 Outras hipótese de utilização.


• O MS contra lançamento já realizado, sujeitando-se
ao prazo decadencial de 120 dias contados da
ciência do ato impugnado.
• O MS que visa à compensação (Súmula 212 e 213
do STJ);
• O MS que aponta omissão da autoridade fiscal
quando à sua obrigação de analisar pedido,
impugnação ou recurso do contribuinte;
Ações ajuizadas pelo contribuinte
 Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009)

 Autoridade coatora: É aquela que pratica ou


ordena a prática do ato impugnado (art. 6º,
§3º).
Obs.: Considerando que o cidadão não é
obrigado a conhecer meandros da burocracia
interna administrativa, os tribunais vêm
entendendo ser válida a indicação de
autoridade que, embora tenha praticado – ou
ordenado a prática – do ato coator, haja
encampado o mesmo ou possua atribuição
para corrigir a ilegalidade apontada.
Ações ajuizadas pelo contribuinte
 Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009)

 LIMINAR:
• A liminar em mandado de segurança, vem a ser a suspensão
do ato que motivou a impetração, mediante juízo de cognição
sumária, quando houver fundamento relevante e do ato
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja
finalmente deferida (art.7º, inciso III);
• É causa de suspensação da exigibilidade do crédito tributário
(art.150, inciso IV, do CTN);
Obs.: Decidiu o STJ, todavia, que “a execução não embargada
e sem garantia não pode ser paralisada por liminar
mandamental” (AgRMC nº 1.992-PR, 2ª Turma, Rel.ª Min.ª Eliana
Calmon, DJ 21/8/2000, P. 105).
Ações ajuizadas pelo contribuinte
 Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009)

 LIMINAR:

• Uma vez concedida a liminar, ficará o Fisco


impedido apenas de exigir o crédito tributário e
não de constituí-lo, vejamos:
“O fato gerador faz nascer a obrigação tributária, que se aperfeiçoa com o
lançamento, ato pelo qual se constitui o crédito correspondente à obrigação (arts.
113 e 142 do CTN). Dispõe a Fazenda do prazo de cinco anos para exercer o
direito de lançar, ou seja, constituir o seu crédito tributário. O prazo para lançar não
se sujeita a suspensão ou interrupção, nem por ordem judcial, nem por depósito do
devido. Com o depósito, após cinco anos do fato gerador, sem lançamento, ocorre
a decadência” (STJ, Resp. nº 332.693/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Eliana
Calmon, DJ 04/11/2002, p.181).
Ações ajuizadas pelo contribuinte

 Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009)

 Súmulas:

• 212 do STJ. A compensação de créditos tributários


não pode ser deferida em ação cautelar ou por
medida liminar cautelar;

• 213 do STJ. O mandado de segurança constitui ação


adequada para a declaração do direito à
compensação tributária;
Da Consulta
Da Consulta
• Conceito: A consulta fiscal é direito do contribuinte fundamentado na garantia
constitucional do direito de petição, que visa a obter uma resposta da
autoridade administrativa tributária quanto à aplicação da legislação em vigor a
um caso concreto.

• Legislação Federal: Lei 9.430/96 trata do Processo Administrativo da Consulta,


nos arts. 48 a 50, fazendo referência aos arts. 46 a 58 do Decreto nº 70.235/72
que tratam do Processo da Consulta;

• Legislação Estadual: arts. 53 da Lei nº 11.580/96 – ICMS/PR;

• Quem pode formular consultas: O sujeito passivo, entidade representativa de classe


e órgão da administração pública.

• Prazo: As consultas deverão ser respondidas por escrito e fundamentadamente, no


prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data que a tiver recebido (art. 847).
Da Consulta
• Efeito em relação a matéria consultada, na legislação estadual (art. 53):

I - suspende o curso do prazo para pagamento do tributo,


em relação ao fato sobre o qual se pede interpretação da
legislação aplicável;

II - impede, até o término do prazo fixado na resposta, o


início de qualquer procedimento fiscal destinado à apuração de
faltas relacionadas com a matéria consultada.

Obs.: A consulta sobre matéria relativa à obrigação principal,


apresentada fora do prazo previsto para o recolhimento do ICMS, não exclui,
se este for considerado devido, a incidência dos acréscimos legais até a data
da sua apresentação.
Conflito de interesse em matéria tributária
Obrigado!
Email: vinoa@uol.com.br
Facebook: Vinícius Almeida
Instagram: vinicius_almeidavinoa

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