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PROCESSO TRIBUTÁRIO

AULA 1

1 – PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO

- Princípios
Previstos nos artigos 5º, LV e 37 da Constituição e, em âmbito federal, na lei
9784/99.

CF/88
Art. 5º. [...]
[...]
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
e aos acusados em geral são assegurados o contraditório
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
[...]

Art. 37. A administração pública direta e indireta de


qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

LEI 9784/99
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público
e eficiência.

- Autonomia dos entes federados


Observadas as normas gerais, cada ente pode regular as normas aplicáveis ao
processo administrativo em seu âmbito de atuação.
- Processo Administrativo Tributário Federal
Está previsto no Decreto 70235/72.

- Contagem de prazos

Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindo-se na sua


contagem o dia do início e incluindo-se o do vencimento.
Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia
de expediente normal no órgão em que corra o processo
ou deva ser praticado o ato.

- Início do processo
Relevância prática deste marco temporal: a partir deste momento, não há
espontaneidade do contribuinte.

Art. 7º O procedimento fiscal tem início com: (Vide Decreto


nº 3.724, de 2001)
I - o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor
competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação
tributária ou seu preposto;
II - a apreensão de mercadorias, documentos ou livros;
III - o começo de despacho aduaneiro de mercadoria
importada.
[...]

- Constituição do crédito tributário


Podem ser exigidos vários tributos em um só processo administrativo.
O tributo é exigido por meio de notificação de lançamento e a penalidade é
aplicada por meio de auto de infração.

Art. 9º. A exigência do crédito tributário e a aplicação de


penalidade isolada serão formalizados em autos de
infração ou notificações de lançamento, distintos para cada
tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos
com todos os termos, depoimentos, laudos e demais
elementos de prova indispensáveis à comprovação do
ilícito. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
§1º Os autos de infração e as notificações de lançamento
de que trata o caput deste artigo, formalizados em relação
ao mesmo sujeito passivo, podem ser objeto de um único
processo, quando a comprovação dos ilícitos depender dos
mesmos elementos de prova.

- Requisitos do auto de infração

Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor


competente, no local da verificação da falta, e conterá
obrigatoriamente:
I - a qualificação do autuado;
II - o local, a data e a hora da lavratura;
III - a descrição do fato;
IV - a disposição legal infringida e a penalidade aplicável;
V - a determinação da exigência e a intimação para cumpri-
la ou impugná-la no prazo de trinta dias;
VI - a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou
função e o número de matrícula.

- Requisitos da notificação de lançamento

Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo


órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente:
I - a qualificação do notificado;
II - o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento
ou impugnação;
III - a disposição legal infringida, se for o caso;
IV - a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro
servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e
o número de matrícula.
Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de
lançamento emitida por processo eletrônico.

- Condutas do autuado/notificado
Pagar, impugnar ou permanecer inerte.

Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa


do procedimento.

- Prazo para impugnação


Deve ser apresentada no prazo de 30 dias, a contar da intimação.

Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída


com os documentos em que se fundamentar, será
apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias,
contados da data em que for feita a intimação da exigência.

- Requisitos da peça de impugnação

Art. 16. A impugnação mencionará:


I - a autoridade julgadora a quem é dirigida;
II - a qualificação do impugnante;
III - os motivos de fato e de direito em que se fundamenta,
os pontos de discordância e as razões e provas que
possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)
IV - as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda
sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem,
com a formulação dos quesitos referentes aos exames
desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o
endereço e a qualificação profissional do seu perito.
(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)
V - se a matéria impugnada foi submetida à apreciação
judicial, devendo ser juntada cópia da petição. (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)

- Momento para indicação da diligência e dos quesitos


Na própria impugnação.

Art. 16. [...]


[...]
§ 1º Considerar-se-á não formulado o pedido de diligência
ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos
no inciso IV do art. 16.
[...]

- Prova documental (Art. 16, §4º, alíneas a, b e c)


Deve ser apresentada com a impugnação, salvo impossibilidade de
apresentação justificada ou motivo superveniente.

- Ônus da impugnação específica (art. 17)


Assim como no processo civil, a matéria que não for expressamente indicada na
peça será considerada não impugnada.

- Suspensão da exigibilidade do CT
A impugnação suspende a exigibilidade do CT.
Neste sentido, AgRg no REsp 1236125.

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


[...]
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis
reguladoras do processo tributário administrativo;
[...]

- Inércia do sujeito passivo


Prossegue-se com os atos de cobrança.
Art. 21. Não sendo cumprida nem impugnada a exigência,
a autoridade preparadora declarará a revelia,
permanecendo o processo no órgão preparador, pelo prazo
de trinta dias, para cobrança amigável. (Redação dada pela
Lei nº 8.748, de 1993)
§ 1º No caso de impugnação parcial, não cumprida a
exigência relativa à parte não litigiosa do crédito, o órgão
preparador, antes da remessa dos autos a julgamento,
providenciará a formação de autos apartados para a
imediata cobrança da parte não contestada, consignando
essa circunstância no processo original.
[...]

- Julgamento em primeira instância


Delegacias de Julgamento da Receita Federal (art. 25, I).

- Recurso cabível
Recurso voluntário, no prazo de 30 dias.

Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou


parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias
seguintes à ciência da decisão.
[...]

- Julgamento em segunda instância


Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF (art. 25, II).

- Recurso cabível
Recurso especial à CSRF, em caso de divergência jurisprudencial.

Art. 37. [...]


§2º Caberá recurso especial à Câmara Superior de
Recursos Fiscais, no prazo de 15 (quinze) dias da ciência
do acórdão ao interessado: (Redação dada pela Lei nº
11.941, de 2009)
I – (VETADO) (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – de decisão que der à lei tributária interpretação
divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, turma de
Câmara, turma especial ou a própria Câmara Superior de
Recursos Fiscais. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
2009)

- Encerramento da fase litigiosa


Se favorável ao sujeito passivo, encerra-se o processo e são baixadas eventuais
restrições. Fisco não pode ajuizar ação.
Se favorável ao Fisco, o sujeito passivo é intimado a efetuar o pagamento do
valor devido. Sujeito passivo pode ajuizar ação.

- Direito de ação
Contribuinte pode, a qualquer momento, ajuizar ação ao invés de aguardar o
desfecho do processo administrativo.

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.

Material elaborado para utilização como roteiro de aula, permitindo o uso e


acompanhamento das aulas durante o ensino remoto emergencial, em substituição
ao quadro disponível no ensino presencial. Não é autorizada a sua utilização como
fonte de pesquisa e o compartilhamento com terceiros. Não substitui a pesquisa e
leitura da bibliografia existente sobre o tema e, em especial, aquela recomendada
no plano de ensino da disciplina e as que foram utilizadas para a elaboração deste
próprio roteiro, acima indicadas. A participação nas atividades propostas, com a
elaboração de anotações próprias sobre o conteúdo e as discussões realizadas, são
imprescindíveis para o bom aproveitamento da disciplina.
PROCESSO TRIBUTÁRIO
AULA 2

1 – CONSULTA TRIBUTÁRIA

- Finalidade
Esclarecer dúvida a respeito do procedimento que será adotado pelo Fisco.

Decreto 70235
Art. 46. O sujeito passivo poderá formular consulta sobre
dispositivos da legislação tributária aplicáveis a fato
determinado. (Vide Lei nº 9.430, de 1996)
Parágrafo único. Os órgãos da administração pública e as
entidades representativas de categorias econômicas ou
profissionais também poderão formular consulta. (Vide Lei
nº 9.430, de 1996)

- Caráter vinculante
A decisão proferida em sede de consulta vincula o Fisco, em relação ao sujeito
passivo.

- Competência
Domicílio do contribuinte.

Decreto 70235
Art. 47. A consulta deverá ser apresentada por escrito, no
domicílio tributário do consulente, ao órgão local da
entidade incumbida de administrar o tributo sobre que
versa. (Vide Lei nº 9.430, de 1996)

- Efeitos
Obsta a incidência de juros e demais penalidades, se protocolizado no prazo
para pagamento do CT.
CTN
Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento
é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo
determinante da falta, sem prejuízo da imposição das
penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas
de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de
mora são calculados à taxa de um por cento ao mês.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de
consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para
pagamento do crédito.

Decreto 70235
Art. 48. Salvo o disposto no artigo seguinte, nenhum
procedimento fiscal será instaurado contra o sujeito
passivo relativamente à espécie consultada, a partir da
apresentação da consulta até o trigésimo dia subseqüente
à data da ciência: (Vide Lei nº 9.430, de 1996)
I - de decisão de primeira instância da qual não haja sido
interposto recurso;
II - de decisão de segunda instância.

- Consulta sem efeitos


Situações exaustivamente previstas no texto.

Decreto 70235
Art. 52. Não produzirá efeito a consulta formulada: (Vide
Lei nº 9.430, de 1996)
I - em desacordo com os artigos 46 e 47;
II - por quem tiver sido intimado a cumprir obrigação relativa
ao fato objeto da consulta;
III - por quem estiver sob procedimento fiscal iniciado para
apurar fatos que se relacionem com a matéria consultada;
IV - quando o fato já houver sido objeto de decisão anterior,
ainda não modificada, proferida em consulta ou litígio em
que tenha sido parte o consulente;
V - quando o fato estiver disciplinado em ato normativo,
publicado antes de sua apresentação;
VI - quando o fato estiver definido ou declarado em
disposição literal de lei;
VII - quando o fato for definido como crime ou contravenção
penal;
VIII - quando não descrever, completa ou exatamente, a
hipótese a que se referir, ou não contiver os elementos
necessários à sua solução salvo se a inexatidão ou
omissão for escusável, a critério da autoridade julgadora.

- Recurso contra decisão de primeira instância


Recurso voluntário, com prazo de 30 dias.

Art. 56. Cabe recurso voluntário, com efeito suspensivo, de


decisão de primeira instância, dentro de trinta dias
contados da ciência. (Vide Lei nº 9.430, de 1996)
Art. 57. A autoridade de primeira instância recorrerá de
ofício de decisão favorável ao consulente. (Vide Lei nº
9.430, de 1996)
Art. 58. Não cabe pedido de reconsideração de decisão
proferida em processo de consulta, inclusive da que
declarar a sua ineficácia. (Vide Lei nº 9.430, de 1996)

- Estado do Rio de Janeiro


Procedimento previsto no Decreto 2473/79 (Capítulo VI – Consulta Tributária)

2 – DENÚNCIA ESPONTÂNEA

- Conceito
Ato do contribuinte que cientifica o Fisco a respeito da prática de fato gerador,
acompanhado do pagamento do tributo.
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia
espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do
pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do
depósito da importância arbitrada pela autoridade
administrativa, quando o montante do tributo dependa de
apuração.
[...]

- Espontaneidade
Quando espontânea, a denúncia evita a aplicação de penalidades.

Art. 138. [...]


Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia
apresentada após o início de qualquer procedimento
administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com
a infração.

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.

Material elaborado para utilização como roteiro de aula, permitindo o uso e


acompanhamento das aulas durante o ensino remoto emergencial, em
substituição ao quadro disponível no ensino presencial. Não é autorizada a sua
utilização como fonte de pesquisa e o compartilhamento com terceiros. Não
substitui a pesquisa e leitura da bibliografia existente sobre o tema e, em
especial, aquela recomendada no plano de ensino da disciplina e as que foram
utilizadas para a elaboração deste próprio roteiro, acima indicadas. A
participação nas atividades propostas, com a elaboração de anotações próprias
sobre o conteúdo e as discussões realizadas, são imprescindíveis para o bom
aproveitamento da disciplina.
PROCESSO TRIBUTÁRIO
AULA 3

1 – DÍVIDA ATIVA

- Conceito
Crédito inscrito em seção própria, depois de esgotado o prazo para pagamento
do valor devido pelo responsável tributário.

- Dívida Ativa Tributária


Dívida oriunda de tributos e de penalidades decorrentes da relação jurídico-
tributária.

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente


de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na
repartição administrativa competente, depois de
esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou
por decisão final proferida em processo regular.

- Efeitos

Presunção de certeza e liquidez. Necessária à cobrança judicial pela via


executiva.
Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da
presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova
pré-constituída.

- Presunção relativa

Iuris tantum. Admite prova em contrário.

Art. 204. [...]

Parágrafo único. A presunção a que se refere este


artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca,
a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que
aproveite.

- Juros de mora

Fluência dos juros não retira a liquidez do CT inscrito em Dívida Ativa.

Art. 201. [...]

Parágrafo único. A fluência de juros de mora não


exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do
crédito.

- Termo de Inscrição em Dívida Ativa

Requisitos.

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa,


autenticado pela autoridade competente, indicará
obrigatoriamente:

I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-


responsáveis, bem como, sempre que possível, o
domicílio ou a residência de um e de outros;
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de
mora acrescidos;

III - a origem e natureza do crédito, mencionada


especificamente a disposição da lei em que seja
fundado;

IV - a data em que foi inscrita;

V - sendo caso, o número do processo administrativo


de que se originar o crédito.

- Certidão de Dívida Ativa

Requisitos.

Art. 202. [...]

[...]

Parágrafo único. A certidão conterá, além dos


requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha
da inscrição.

- Execução fiscal

Tem como objeto a cobrança da dívida ativa tributária e não tributária.

Lei 6830/80.

- Nulidade da CDA

Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos


previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo,
são causas de nulidade da inscrição e do processo de
cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser
sanada até a decisão de primeira instância, mediante
substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito
passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa,
que somente poderá versar sobre a parte modificada.
2 – CERTIDÕES NEGATIVAS

- Finalidade

Prova a quitação de tributo específico. Lei pode realizar tal exigência.

Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de


determinado tributo, quando exigível, seja feita por
certidão negativa, expedida à vista de requerimento do
interessado, que contenha todas as informações
necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio
fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o
período a que se refere o pedido.

- Prazo para fornecimento da CND

10 dias.

Art. 205. [...]

Parágrafo único. A certidão negativa será sempre


expedida nos termos em que tenha sido requerida e
será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da
entrada do requerimento na repartição.

- Certidão positiva com efeitos negativos

Produz o mesmo efeito que a CND.

Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo


anterior a certidão de que conste a existência de créditos
não vencidos, em curso de cobrança executiva em que
tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja
suspensa.
- Dolo/fraude na expedição da certidão

Responsabilidade pessoal do servidor pelo CT, além da responsabilização


administrativa e criminal.

Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude,


que contenha erro contra a Fazenda Pública,
responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir,
pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a


responsabilidade criminal e funcional que no caso couber.

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.

Material elaborado para utilização como roteiro de aula, permitindo o uso e


acompanhamento das aulas durante o ensino remoto emergencial, em
substituição ao quadro disponível no ensino presencial. Não é autorizada a sua
utilização como fonte de pesquisa e o compartilhamento com terceiros. Não
substitui a pesquisa e leitura da bibliografia existente sobre o tema e, em
especial, aquela recomendada no plano de ensino da disciplina e as que foram
utilizadas para a elaboração deste próprio roteiro, acima indicadas. A
participação nas atividades propostas, com a elaboração de anotações próprias
sobre o conteúdo e as discussões realizadas, são imprescindíveis para o bom
aproveitamento da disciplina.
PROCESSO TRIBUTÁRIO

1 – EXECUÇÃO FISCAL

- Conceito
Procedimento judicial destinado à cobrança de créditos inscritos em Dívida Ativa
de todos os entes federados.

- Natureza dos créditos


O procedimento se aplica também aos créditos de natureza não tributária.

- Legislação aplicável
Lei 6830/80, com aplicação subsidiária do CPC.

Lei 6830/80
Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
e respectivas autarquias será regida por esta Lei e,
subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil.
Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela
definida como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320,
de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores,
que estatui normas gerais de direito financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
§ 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei
às entidades de que trata o artigo 1º, será considerado
Dívida Ativa da Fazenda Pública.
§ 2º - A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo
a tributária e a não tributária, abrange atualização
monetária, juros e multa de mora e demais encargos
previstos em lei ou contrato.
§ 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle
administrativo da legalidade, será feita pelo órgão
competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e
suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito,
por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se
esta ocorrer antes de findo aquele prazo.
§ 4º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na
Procuradoria da Fazenda Nacional.
[...]

- Rito
Execução de título extrajudicial de natureza especial

- Título executivo extrajudicial


Certidão de Dívida Ativa (CDA)

Lei 6830/80
Art. 3º - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da
presunção de certeza e liquidez.
Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo
é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo
do executado ou de terceiro, a quem aproveite.
- Termo de inscrição em Dívida Ativa e CDA: requisitos

Lei 6830/80
Art. 2º. [...]
§ 5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter:
I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que
conhecido, o domicílio ou residência de um e de outros;
II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e
a forma de calcular os juros de mora e demais encargos
previstos em lei ou contrato;
III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual
da dívida;
IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à
atualização monetária, bem como o respectivo fundamento
legal e o termo inicial para o cálculo;
V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida
Ativa; e
VI - o número do processo administrativo ou do auto de
infração, se neles estiver apurado o valor da dívida.
§ 6º - A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos
elementos do Termo de Inscrição e será autenticada pela
autoridade competente.
§ 7º - O Termo de Inscrição e a Certidão de Dívida Ativa
poderão ser preparados e numerados por processo
manual, mecânico ou eletrônico.

- Legitimidade ativa
Atenção para os conselhos de classe.

CTN
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo
atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos,
ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma
pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do §
3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios
processuais que competem à pessoa jurídica de direito
público que a conferir.

- Legitimidade passiva
Sujeito passivo da relação jurídico-tributária e/ou responsável tributário.

Lei 6830/80
Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra:
I - o devedor;
II - o fiador;
III - o espólio;
IV - a massa;
V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias
ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito
privado; e
VI - os sucessores a qualquer título.

- Juízo competente
Domicílio do devedor.
Não sofre os efeitos da vis atractiva.

CPC
Art. 46. [...]
§5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do
réu, no de sua residência ou no do lugar onde for
encontrado.
Lei 6830/80
Art. 5º - A competência para processar e julgar a execução
da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a de qualquer
outro Juízo, inclusive o da falência, da concordata, da
liquidação, da insolvência ou do inventário.

- Requisitos da petição inicial


Requisitos diversos do artigo 319, CPC.

Lei 6830/80
Art. 6º - A petição inicial indicará apenas:
I - o Juiz a quem é dirigida;
II - o pedido; e
III - o requerimento para a citação.
§ 1º - A petição inicial será instruída com a Certidão da
Dívida Ativa, que dela fará parte integrante, como se
estivesse transcrita.
§ 2º - A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão
constituir um único documento, preparado inclusive por
processo eletrônico.
§ 3º - A produção de provas pela Fazenda Pública
independe de requerimento na petição inicial.
§ 4º - O valor da causa será o da dívida constante da
certidão, com os encargos legais.

- Citação
a. Pagar
b. Garantir a execução

Lei 6830/80
Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco)
dias, pagar a dívida com os juros e multa de mora e
encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir
a execução, observadas as seguintes normas:
[...]

- Garantias
Rol previsto no artigo 9º, LEF.

Lei 6830/80
Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida,
juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de
Dívida Ativa, o executado poderá:
I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em
estabelecimento oficial de crédito, que assegure
atualização monetária;
II - oferecer fiança bancária;
II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia;
(Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo
11; ou
IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e
aceitos pela Fazenda Pública.
[...]

Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à


seguinte ordem:
I - dinheiro;
II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que
tenham cotação em bolsa;
III - pedras e metais preciosos;
IV - imóveis;
V - navios e aeronaves;
VI - veículos;
VII - móveis ou semoventes; e
VIII - direitos e ações.
[...]
- Intimação da penhora
Oposição de embargos ou adoção de medidas expropriatórias.

Lei 6830/80
Art. 12 - Na execução fiscal, far-se-á a intimação da
penhora ao executado, mediante publicação, no órgão
oficial, do ato de juntada do termo ou do auto de penhora.

- Embargos à execução fiscal


É necessário garantir a execução.

Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30


(trinta) dias, contados:
I - do depósito;
II - da juntada da prova da fiança bancária;
II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro
garantia; (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)
III - da intimação da penhora.
§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes
de garantida a execução.
§ 2º - No prazo dos embargos, o executado deverá alegar
toda matéria útil à defesa, requerer provas e juntar aos
autos os documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a
critério do juiz, até o dobro desse limite.
§ 3º - Não será admitida reconvenção, nem compensação,
e as exceções, salvo as de suspeição, incompetência e
impedimentos, serão argüidas como matéria preliminar e
serão processadas e julgadas com os embargos.
REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.

Material elaborado para utilização como roteiro de aula, permitindo o uso e


acompanhamento das aulas durante o ensino remoto emergencial, em
substituição ao quadro disponível no ensino presencial. Não é autorizada a sua
utilização como fonte de pesquisa e o compartilhamento com terceiros. Não
substitui a pesquisa e leitura da bibliografia existente sobre o tema e, em
especial, aquela recomendada no plano de ensino da disciplina e as que foram
utilizadas para a elaboração deste próprio roteiro, acima indicadas. A
participação nas atividades propostas, com a elaboração de anotações próprias
sobre o conteúdo e as discussões realizadas, são imprescindíveis para o bom
aproveitamento da disciplina.
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

PROCESSO
TRIBUTÁRIO

CURSO: DIREITO
NOME DO DOCENTE: RAPHAEL NAVES
DEFESAS DO EXECUTADO
Lei 6830/80 - LEF

2
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

- Natureza jurídica: ação autônoma;


- Pressupostos processuais e condições da ação;
- Valor da causa;
- Distribuição por dependência;
- Rejeição liminar ou improcedência ao final
desafia o manejo de apelação.
3
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

- Prazo: 30 dias (art. 16, LEF)


- Depósito;
- Juntada da fiança bancária;
- Intimação da penhora.

4
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL
- Embargos sem garantia são extemporâneos
(art. 16, §1º, LEF);

- Petição inicial (art. 16, §2º, LEF).


- Arguir toda matéria útil à defesa;
- Requerer provas;
- Juntar documentos;
5
- Rol de testemunhas (3 ou 6).
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

- Embargos com garantia parcial da execução;

- Efeito suspensivo:
a) Garantia;
b) Garantia + fumus boni iuris + periculum in mora.

6
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL

- Impugnação aos embargos (art. 17, LEF);


- Prazo: 30 dias.
- Audiência de Instrução e Julgamento

- Sentença
- Recurso
- Destinação da garantia (art. 32, §2º, LEF). 7
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

- Construção doutrinária e jurisprudencial;

- Não exige garantia do juízo;

- Incidente processual;

- Incompatível com dilação probatória.

8
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

- Hipóteses de cabimento:
(BERRIEL apud MAZZA, 2020, p. 777-778)

a) Executado sem patrimônio suficiente para garantir o


juízo;

b) Nulidade da CDA passível de reconhecimento de plano;

c) Matérias de ordem pública que não demandem dilação


probatória;
9
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

- Hipóteses de cabimento:
(BERRIEL apud MAZZA, 2020, p. 777-778)

d) Pagamento;

e) Ilegitimidade da parte (redirecionamento);

f) Inconstitucionalidade de tributo reconhecida pelo STF;

g) Prescrição e decadência.
10
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

RECURSO CABÍVEL
EXCEÇÃO REJEITADA EXCEÇÃO ACOLHIDA
AGRAVO DE INSTRUMENTO APELAÇÃO

11
DEFESAS DO EXECUTADO

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5.
ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São
Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2020.

12
DEFESAS DO EXECUTADO

Material elaborado para utilização como roteiro de aula,


permitindo o uso e acompanhamento das aulas durante o ensino
remoto emergencial, em substituição ao quadro disponível no
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especial, aquela recomendada no plano de ensino da disciplina e
as que foram utilizadas para a elaboração deste próprio roteiro,
acima indicadas. A participação nas atividades propostas, com a
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OBRIGADO!
Raphael Naves

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

PROCESSO
TRIBUTÁRIO
CURSO: DIREITO
NOME DO DOCENTE: RAPHAEL NAVES
PRESCRIÇÃO
INTERCORRENTE
Lei 6830/80 - LEF
2
RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA

HIPÓTESE DE OBRIGAÇÃO
INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
HI OT
DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO
FG CT
FATO CRÉDITO
GERADOR TRIBUTÁRIO

3
DECADÊNCIA

- Princípio da segurança jurídica

- Perda do direito de constituir o crédito


tributário

4
DECADÊNCIA
CTN
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
V - a prescrição e a decadência;

- Constituição do CT:

- Extinção do crédito antes do lançamento

- Prazo: 5 anos (art. 173 do CTN)

5
DECADÊNCIA

REGRA GERAL:
1º DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE (ART. 173, I)

ANTECIPAÇÃO:
DATA DO ATO TENDENTE A LANÇAR (ART. 173, § único)
TERMO INICIAL
DA DECADÊNCIA ‘INTERRUPÇÃO‘: 5 ANOS DA DATA DA ANULAÇÃO DO
LANÇAMENTO POR VÍCIO FORMAL (ART. 173, II)

HOMOLOGAÇÃO (art. 150, §4º):


REGRA GERAL: DIA DO FATO GERADOR
DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO: REGRA GERAL
QUANDO NÃO HOUVER PAGAMENTO: REGRA GERAL
6
PRESCRIÇÃO

- Perda do direito de ajuizar a execução fiscal

- Prazo: 5 anos

- Termo inicial:
- Constituição definitiva do CT
- Imodificável em âmbito administrativo
CTN
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve
7
em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.
PRESCRIÇÃO

DESPACHO QUE ORDENA A CITAÇÃO (SÚM. 106, STJ)


ART. 173, §Ú, CTN

PROTESTO JUDICIAL
CAUSAS DE
INTERRUPÇÃO
ATO JUDICIAL QUE CONSTITUA EM MORA
PRAZO RETORNA
DO INÍCIO CONFISSÃO DE DÍVIDA

8
PRESCRIÇÃO

SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CT (ART. 151) ATÉ CESSAR A CAUSA

MORATÓRIA, PARCELAMENTO, ISENÇÃO, REMISSÃO OU


ATOS NULOS
ANISTIA FRAUDULENTAS (ART. 155, §Ú)
CAUSAS DE
SUSPENSÃO INSCRIÇÃO DO CT EM DÍVIDA ATIVA (ART. 2º, §3º, LEF) 180 DIAS OU
AJUIZAMENTO
PRAZO RETORNA
DE ONDE PAROU
SUSPENSÃO DO PROCESSO ENQUANTO NÃO FOREM
LOCALIZADOS O DEVEDOR OU BENS PENHORÁVEIS
(ART. 40, LEF)

ATÉ 1 ANO 9
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

- Extinção do CT sempre que a execução fiscal


ficar arquivada por mais de cinco anos (art. 40,
LEF)
- Ex officio

- Regra: necessária a oitiva prévia da Fazenda Pública (art.


40, §4º, LEF)

- Exceção: valor inferior ao mínimo fixado por ato do


Ministro da Fazenda (Economia).
10
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
NÃO LOCALIZAÇÃO DO DEVEDOR OU DE BENS PENHORÁVEIS:
SUSPENSÃO AUTOMÁTICA DO PROCESSO E DA PRESCRIÇÃO
PRAZO: 1 ANO - TERMO INICIAL: CIÊNCIA DA FAZ. PÚBLICA STJ - REsp 1.340.533
RECURSO REPETITIVO
AO FINAL DO PRAZO DE SUSPENSÃO
INÍCIO AUTOMÁTICO DO PRAZO PRESCRICIONAL FIXOU TESES SOBRE A
PROCESSO ARQUIVADO SEM BAIXA NA DISTRIBUIÇÃO SISTEMÁTICA DO ART. 40, LEF

AO FINAL DO PRAZO PRESCRICIONAL SÚMULA 314, STJ


DECRETAÇÃO DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE Em execução fiscal, não
DELIMITAÇÃO DOS MARCOS LEGAIS localizados bens penhoráveis,
suspende-se o processo por um
ano, findo o qual se inicia o prazo
REQUERIMENTOS DA FAZENDA PÚBLICA da prescrição quinquenal
DENTRO DO PRAZO: DEVEM SER PROCESSADOS intercorrente.
EM CASO DE CITAÇÃO OU PENHORA, CONSIDERA-SE
INTERROMPIDA A PRESCRIÇÃO NA DATA DOS PROTOCOLOS. 11
DEFESAS DO EXECUTADO

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5.
ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São
Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2020.

12
DEFESAS DO EXECUTADO

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permitindo o uso e acompanhamento das aulas durante o ensino
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ARROLAMENTO FISCAL
Lei 9532/97

1
ARROLAMENTO FISCAL

CAUTELAR FISCAL

HI OT
ARROLAMENTO EXECUÇÃO FISCAL
FG CT DÍVIDA
ATIVA

PAGAMENTO

IMPUGNAÇAO
2
ANULAÇÃO DO CT
ARROLAMENTO FISCAL

- Lei 9532/97:
- Medida administrativa;
- Garantia da garantia da garantia;
- Inexistência de:
- liquidez;

- atos tendentes a frustrar o pagamento.


3
ARROLAMENTO FISCAL
- Lei 9532/97:
- Arts. 64 e 64-A
- Fiscalização, monitoramento, acompanhamento
- Ato de listar os bens do sujeito passivo
- Prioridade: imóveis
“[...] cadastro em favor do Fisco, destinado apenas a viabilizar o
acompanhamento da evolução patrimonial do sujeito passivo da
obrigação tributária. (STJ, AgRg no AREsp 289.805) 4
ARROLAMENTO FISCAL

- Cabimento
- CT superior a R$ 500.000,00

- Valor do CT superior a 30% do patrimônio conhecido

- Valor do arrolamento: suficiente para garantir o CT

- Obtenção das informações: declaração de rendimentos

- Arrolamento de bens do cônjuge


5
ARROLAMENTO FISCAL

- Comunicação ao Fisco
- Transferência, alienação ou oneração;

- Inobservância da formalidade: cautelar fiscal

- Publicidade
- Comunicação aos órgãos de registro

- Certidão de regularidade fiscal


6
ARROLAMENTO FISCAL

- Extinção do arrolamento
- Liquidação
- Garantia em execução fiscal
- Ausência de bens
- Cautelar Fiscal
7
ARROLAMENTO FISCAL

- Órgãos registrais
- Gravame

- Procedimento para venda


- Comunicação ao Fisco

- Comunicação aos órgãos registrais

- Prazo: 30 dias contados do protocolo


8
ARROLAMENTO FISCAL

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5.
ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São
Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2020.

9
ARROLAMENTO FISCAL

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AÇÃO CAUTELAR FISCAL
Lei 8397/92

1
AÇÃO CAUTELAR FISCAL
Art. 1° O procedimento cautelar
fiscal poderá ser instaurado
após a constituição do crédito,
- Lei 8397/92: inclusive no curso da execução
judicial da Dívida Ativa da
União, dos Estados, do Distrito
- Regula a cautelar fiscal em todos os entes Federal, dos Municípios e
federados; respectivas autarquias.

- Cabimento:
- Constituição do CT;
- Devedor pratica ou pretende praticar atos
tendentes a fraudar o pagamento. 2
AÇÃO CAUTELAR FISCAL

- Ajuizamento ANTES da constituição do CT:


- Art. 1º, §ú;
- Notificado, coloca ou tenta colocar seus bens em
nome de terceiros (art. 2º, V, b);

- Aliena bens ou direitos sem proceder à devida


comunicação ao órgão fazendário, quando exigível
em virtude de lei (art. 2º, VII);

- Art. 64, §§3º e 4º, Lei 9532/97. 3


AÇÃO CAUTELAR FISCAL

- Ajuizamento DEPOIS da constituição do CT:


- Art. 2º, incisos

4
AÇÃO CAUTELAR FISCAL

I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar


bens que possui ou deixa de pagar a obrigação no prazo
fixado;
II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar,
visando a elidir o adimplemento da obrigação;
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;
IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a
liquidez do seu patrimônio;
5
AÇÃO CAUTELAR FISCAL

V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao


recolhimento do crédito fiscal:
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua
exigibilidade;
b) POSSÍVEL AJUIZAR ANTES DO CT;
VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que
somados ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio
conhecido;
6
AÇÃO CAUTELAR FISCAL

VII – POSSÍVEL AJUIZAR ANTES DO CT;


VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes
declarada inapta, pelo órgão fazendário;
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a
satisfação do crédito.

7
AÇÃO CAUTELAR FISCAL

- Meios de prova (art. 3º):


- Constituição do CT;
- Exceções!
- Prova documental de algum dos atos
- Art. 2º
8
AÇÃO CAUTELAR FISCAL

- Efeitos (art. 4º):

- Indisponibilidade de bens
- Ativo permanente (§1º)

- Ampliação (§2º)
- Bens adquiridos
- Capazes de frustrar a execução 9
AÇÃO CAUTELAR FISCAL

- Competência (art. 5º)


- Juízo da execução fiscal
- Substituição da medida (art. 10)
- Garantia da execução fiscal

10
AÇÃO CAUTELAR FISCAL

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5.
ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São
Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2020.

11
AÇÃO CAUTELAR FISCAL

Material elaborado para utilização como roteiro de aula,


permitindo o uso e acompanhamento das aulas durante o ensino
remoto emergencial, em substituição ao quadro disponível no
ensino presencial. Não é autorizada a sua utilização como fonte
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PROCESSO TRIBUTÁRIO

1 – PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO (POR INICIATIVA DO


CONTRIBUINTE)

1.1 – AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICO-


TRIBUTÁRIA

- Fundamento legal:
Art. 19, I, CPC.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma
relação jurídica;

- Objetivo:
Obter a certeza jurídica sobre a existência ou inexistência de obrigação tributária.

- Marco temporal
Ação deve ser ajuizada ANTES do lançamento.
Se algum ato administrativo já foi praticado, este deverá ser ANULADO.
Não há prazo previsto lei para o ajuizamento.

- Interesse qualificado
Exigência futura deve ser objetivamente delimitada. Indicativos concretos da
futura ocorrência. Vedada interpretação de lei em tese.

- Rito processual
Procedimento comum - CPC

- Tutela provisória
Poderá se fundamentar na urgência ou na evidência (art. 294 do CPC).
A tutela de evidência poderá ser deferida nas hipóteses previstas no artigo 311
do CPC e independe da demonstração da urgência – perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo.
Já a tutela provisória de urgência poderá ser pleiteada em caráter antecedente
ou incidental, ou seja, antes ou durante o processo.
Nesta hipótese, deverão estar presentes os requisitos da probabilidade do direito
e, a depender da espécie de tutela de urgência pleiteada, exige-se o perigo de
dano (tutela de urgência satisfativa) ou risco ao resultado útil do processo (tutela
de urgência cautelar).
O deferimento da tutela impedirá que o Fisco constituía o crédito tributário no
decorrer da ação declaratória.

1.2 AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL

- Previsão legal:
Art. 38, LEF

LEI 6830/80
Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública
só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as
hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do
indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta
precedida do depósito preparatório do valor do débito,
monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora
e demais encargos.

- Objetivo:
Anular o ato administrativo por meio do qual o Fisco constituiu o crédito em seu
desfavor.

- Marco temporal inicial:


Necessário que o crédito tributário tenha sido constituído pelo Fisco.

- Depósito prévio
O artigo 38 da LEF determina que o contribuinte deve “realizar depósito
preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos
juros e multa de mora e demais encargos”.
Jurisprudência entende que é mera faculdade do contribuinte, em prestígio ao
princípio da inafastabilidade das decisões judiciais.
- Suspensão da exigibilidade do CT
Contribuinte pode depositar, o que suspenderá a exigibilidade do crédito
tributário combatido, na forma do artigo 151, II, CTN.
Também será possível, nesta hipótese, que seja formulado pedido de tutela
provisória, que poderá se fundamentar na urgência ou na evidência (art. 294 do
CPC), conforme já exposto.

- Prazo:
Prescricional de 5 (cinco) anos, nos termos do artigo 1º do Decreto 20.910/32.
Pode ser ajuizada até mesmo depois de iniciada a execução fiscal.
Depois de iniciada a execução fiscal, deve-se analisar o que será mais efetivo
(ação anulatória, embargos à execução ou exceção de pré-executividade).

- Desistência da via administrativa:


Proposta a ação anulatória na pendência do processo administrativo, ocorrerá a
desistência da discussão pela via administrativa.

LEI 6830/80
Art. 38 – [...]
Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação
prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de
recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso
acaso interposto.

- Prosseguimento das medidas de cobrança


Fazenda Pública pode ajuizar a execução fiscal, mesmo com ação anulatória
tramitando.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Art. 784. [...] § 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito
constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe
a execução.

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.

Material elaborado para utilização como roteiro de aula, permitindo o uso e


acompanhamento das aulas durante o ensino remoto emergencial, em substituição
ao quadro disponível no ensino presencial. Não é autorizada a sua utilização como
fonte de pesquisa e o compartilhamento com terceiros. Não substitui a pesquisa e
leitura da bibliografia existente sobre o tema e, em especial, aquela recomendada
no plano de ensino da disciplina e as que foram utilizadas para a elaboração deste
próprio roteiro, acima indicadas. A participação nas atividades propostas, com a
elaboração de anotações próprias sobre o conteúdo e as discussões realizadas, são
imprescindíveis para o bom aproveitamento da disciplina.
PROCESSO TRIBUTÁRIO

1 – PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO (POR INICIATIVA DO


CONTRIBUINTE)

1.1 MANDADO DE SEGURANÇA

- Previsão constitucional e legal


Art. 5º, LXIX, CF
Lei 12.016/2009
Código de Processo Civil (aplicação subsidiária)

- Alcance
Proteção de direito líquido e certo, não amparado por HC e HD.
Busca impugnar ato já praticado ou que poderá ser praticado em tempo futuro.

- Direito líquido e certo


Direito capaz de ser reconhecido de imediato, por meio de prova pré-constituída.
Prova deve ser direta e indiscutível.

Súmula 625/STF
Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de
mandado de segurança.

Controvérsia sobre matéria de fato impede concessão de


mandado de segurança
18. Daqui se concluir, então, que o deslinde da controvérsia
exige mesmo dilação probatória, incomportável na via
processualmente acanhada do mandado de segurança,
segundo a mais firme jurisprudência deste Supremo Tribunal
Federal. (...) 19. No ponto, cabe lembrar que, a teor da Súmula
625/STF, "controvérsia sobre matéria de direito não impede
concessão de mandado de segurança". Logo, a contrario
sensu, a controvérsia sobre matéria de fato - quando
necessária ao desfecho da causa - representa, sim,
empecilho ao deferimento da ordem requestada. Sendo este,
patentemente, o caso dos autos. [RMS 26.199, rel. min. Ayres
Britto, 1ª T, j. 27-3-2007, DJE 8 4-5-2007.] – grifo nosso

- Legitimidade ativa
Pessoas físicas, jurídicas, órgãos públicos despersonificados e universalidades
de direito.
Ordinária: titular do direito violado ou sob ameaça de lesão.
Extraordinária: substituição processual que ocorre no MS coletivo.

- Legitimidade passiva
Ente público ao qual se vincula a autoridade coatora.

- Autoridade coatora
Agente público vinculado à autoridade coatora que detenha poder de decisão
para desfazer o ato ou para praticá-lo.

- Objeto
Previnir ou impugnar ação ou omissão, que tenha sido praticada ou que venha
a ser.

- Prazo
Decadencial: 120 dias.
Não pode ser suspenso e nem interrompido.

- Procedimento
a) Petição inicial
b) Notificação da autoridade coatora: 10 dias para prestar informações.
c) Citação da PJ: 15 dias para apresentar defesa.
d) Apreciação do pedido liminar
e) Vista ao Ministério Público
f) Sentença
Art. 7º. Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial,
enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos
documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as
informações;
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial
da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem
documentos, para que, querendo, ingresse no feito;
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando
houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar
a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo
facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o
objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

- Honorários sucumbenciais
Não há condenação em sucumbência no MS.

Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a


interposição de embargos infringentes e a condenação ao
pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da
aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.

Súmula 105/STJ
Na ação de mandado de segurança não se admite condenação
em honorários advocatícios.

Súmula 512
Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de
mandado de segurança.

- Efeitos pecuniários
Sentença produz efeitos para o tempo futuro.
Valores indevidamente pagos anteriormente à impetração do MS devem ser
cobrados em ação própria.
Súmula 269/STF
O mandado de segurança não é substitutivo de ação de
cobrança.

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO


REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO
DE SEGURANÇA. INTERRUPÇÃO DO PRAZO
PRESCRICIONAL. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. A impetração de mandado de segurança interrompe o prazo
prescricional para cobrança das parcelas vencidas
anteriormente à impetração, que só volta a transcorrer após o
trânsito em julgado da decisão que concede a segurança.
Precedentes do STJ.
2. Agravo regimental não provido.
(AgRg no Ag 1344634/GO, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES
LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 01/03/2011, DJe
17/03/2011)

- MS Coletivo
Legitimado extraordinário. Não há necessidade de autorização dos substituídos.

Lei 12016/09
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por partido político com representação no Congresso Nacional,
na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus
integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização
sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano,
em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de
parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus
estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial.

- Alcance da coisa julgada coletiva


Todos os substituídos (membros do grupo).
AgInt no REsp 1.841.604-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em
22/04/2020, DJe 27/04/2020
Mandado de segurança coletivo. Substituição processual.
Limites subjetivos da decisão. Associados filiados após a
impetração do mandamus. Possibilidade. Inaplicabilidade do
Tema 499/STF. Distinguishing.
DESTAQUE: A decisão em mandado de segurança coletivo
impetrado por associação beneficia todos os associados,
sendo irrelevante a filiação ter ocorrido após a sua
impetração.

- Mandado de Segurança x Ação Declaratória


Impetração preventiva, antes da ocorrência do lançamento ou da lavratura do
auto de infração.
Não possui prazo, assim como a declaratória.

- Mandado de Segurança x Ação Anulatória


Impetração repressiva, depois de ocorrido o lançamento ou lavrado o auto de
infração.
Não se submete ao prazo prescricional de 5 anos.
Prazo decadencial de 120 dias, contado da ciência do ato impugnado.

Súmula 266/STF
Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

- Mandado de Segurança x Compensação


MS pode ser utilizado para que se obtenha provimento judicial que reconheça o
direito à compensação.
Não pode ser utilizado para efetivar a compensação, pois, para isso, é
necessária a dilação probatória.

Súmula 213/STJ
O mandado de segurança constitui ação adequada para a
declaração do direito à compensação tributária.
Súmula 460/STJ
É incabível o mandado de segurança para convalidar a
compensação tributária realizada pelo contribuinte.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL


REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO
CPC. FINSOCIAL. INCONSTITUCIONALIDADE
RECONHECIDA PELO STF. CONVALIDAÇÃO DE
COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS EFETUADA PELO
CONTRIBUINTE UNILATERALMENTE. MANDADO DE
SEGURANÇA. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. VIOLAÇÃO
DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA.
1. O mandado de segurança é instrumento adequado à
declaração do direito de compensação de tributos
indevidamente pagos, em conformidade com a Súmula 213 do
STJ. [...]
2. Ao revés, é defeso, ao Judiciário, na via estreita do
mandamus, a convalidação da compensação tributária realizada
por iniciativa exclusiva do contribuinte, porquanto necessária a
dilação probatória. [...]
(REsp 1124537/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009)

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.

Material elaborado para utilização como roteiro de aula, permitindo o uso e


acompanhamento das aulas durante o ensino remoto emergencial, em substituição
ao quadro disponível no ensino presencial. Não é autorizada a sua utilização como
fonte de pesquisa e o compartilhamento com terceiros. Não substitui a pesquisa e
leitura da bibliografia existente sobre o tema e, em especial, aquela recomendada
no plano de ensino da disciplina e as que foram utilizadas para a elaboração deste
próprio roteiro, acima indicadas. A participação nas atividades propostas, com a
elaboração de anotações próprias sobre o conteúdo e as discussões realizadas, são
imprescindíveis para o bom aproveitamento da disciplina.
PROCESSO TRIBUTÁRIO

1 – PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO (POR INICIATIVA DO


CONTRIBUINTE)

1.1 AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO

- Objeto (art. 165, CTN)


Busca a restituição de tributo pago indevidamente.

- Fundamento
Vedação ao enriquecimento ilícito.
Princípio da legalidade tributária (HARADA).

- Prazo (art. 168, CTN)


Prazo para ajuizamento da ação é de 5 anos, a contar da datada da extinção do
crédito tributário.

- Legitimidade ativa
Sujeito passivo da relação jurídico-tributária. O contribuinte de fato não é
legitimado ativo.

- Energia elétrica: legitimidade ativa do contribuinte de fato


STJ admitiu que o consumidor final ajuíze ação de repetição de indébito quando
se tratar de consumo de energia elétrica.

RECURSO ESPECIAL. REPRESENTATIVO DA


CONTROVÉRSIA. ART. 543-C CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. ENERGIA
ELÉTRICA. INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE A DEMANDA
"CONTRATADA E NÃO UTILIZADA". LEGITIMIDADE DO
CONSUMIDOR PARA PROPOR AÇÃO DECLARATÓRIA
C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
- Diante do que dispõe a legislação que disciplina as
concessões de serviço público e da peculiar relação
envolvendo o Estado-concedente, a concessionária e o
consumidor, esse último tem legitimidade para propor ação
declaratória c/c repetição de indébito na qual se busca
afastar, no tocante ao fornecimento de energia elétrica, a
incidência do ICMS sobre a demanda contratada e não
utilizada.
- O acórdão proferido no REsp 903.394/AL (repetitivo), da
Primeira Seção, Ministro Luiz Fux, DJe de 26.4.2010,
dizendo respeito a distribuidores de bebidas, não se aplica
ao casos de fornecimento de energia elétrica.
Recurso especial improvido. Acórdão proferido sob o rito
do art. 543-C do Código de Processo Civil. (REsp
1299303/SC, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/08/2012, DJe
14/08/2012)

1.2 PRECATÓRIOS JUDICIAIS

- Conceito
Carta de sentença remetida pelo juízo natural ao presidente do Tribunal, a quem
caberá requisitar o pagamento do valor devido pela entidade de direito público.

- Ordem cronológica
Pagamento dos precatórios deverá obedecer uma fila, de acordo com a ordem
pela qual as comunicações chegam à Presidência do Tribunal e são
encaminhadas ao ente.

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas


Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de
sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos
créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais
abertos para este fim.

- Procedimento
Depois que o ente público é comunicado, deve-se incluir o respectivo valor na
proposta orçamentária.
As solicitações de pagamento realizadas até o dia 01/07 deverão ser incluídas
na proposta orçamentária do exercício financeiro seguinte, para nele serem
quitadas.

§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de


direito público, de verba necessária ao pagamento de seus
débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado,
constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de
julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,
quando terão seus valores atualizados monetariamente.

- Encargos da mora
Dentro deste prazo, não incidem os encargos da mora, pois o ente público está
dentro do prazo para pagamento (até o final do exercício financeiro seguinte ao
comunicado).

- Súmula Vinculante 17/STF: Durante o período previsto no parágrafo 1º do


artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que
nele sejam pagos.

- Fila preferencial (art. 100, §§2º e 3ª)


Débitos de natureza alimentícia e portadores de doença grave, PNE ou maiores
de 60 anos possuem preferência no pagamento.

- Direito autônomo do advogado no precatório/RPV:


Honorários decorrentes de condenação ou destacados são autônomos e a
expedição do precatório/RPV deverá observar sua natureza alimentar.
Súmula Vinculante 47: Os honorários advocatícios
incluídos na condenação ou destacados do montante
principal devido ao credor consubstanciam verba de
natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a
expedição de precatório ou requisição de pequeno valor,
observada ordem especial restrita aos créditos dessa
natureza.

- Requisição de Pequeno Valor


Pagamento deve ser realizado no prazo de 60 dias, contados da comunicação
feita pelo Presidente do Tribunal.
Cada ente disciplinará o limite do RPV (art. 87, ADCT).

Enquanto não houver lei disciplinando, os valores são:

60 salários mínimos: União


40 salários mínimos: estados e DF
30 salários mínimos: municípios

- RPV no Estado RJ
Limite: 20 salários mínimos, por força da Lei Estadual 7507/2016.
A Lei Estadual 7781/2017 aumentou para 40 salários mínimos o teto para
obrigações de natureza alimentícia, mas a inclusão do artigo 4º se deu por
emenda parlamentar, considerada inconstitucional por decisão liminar proferida
nos autos da Representação de Inconstitucionalidade nº 0050617-
32.2018.8.19.0000, por impertinência temática.

DIREITO CONSTITUCIONAL. CONTROLE DE


CONSTITUCIONALIDADE. EMENDA PARLAMENTAR
EM PROJETO DE CONVERSÃO DE MEDIDA
PROVISÓRIA EM LEI. CONTEÚDO TEMÁTICO
DISTINTO DAQUELE ORIGINÁRIO DA MEDIDA
PROVISÓRIA. PRÁTICA EM DESACORDO COM O
PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO E COM O DEVIDO
PROCESSO LEGAL (DEVIDO PROCESSO
LEGISLATIVO). 1. Viola a Constituição da República,
notadamente o princípio democrático e o devido processo
legislativo (arts. 1º, caput, parágrafo único, 2º, caput, 5º,
caput, e LIV, CRFB), a prática da inserção, mediante
emenda parlamentar no processo legislativo de conversão
de medida provisória em lei, de matérias de conteúdo
temático estranho ao objeto originário da medida
provisória. 2. Em atenção ao princípio da segurança
jurídica (art. 1º e 5º, XXXVI, CRFB), mantém-se hígidas
todas as leis de conversão fruto dessa prática promulgadas
até a data do presente julgamento, inclusive aquela
impugnada nesta ação. 3. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada improcedente por maioria de
votos. (ADI 5127 - Órgão julgador: Tribunal Pleno -
Relator(a): Min. ROSA WEBER - Redator(a) do acórdão:
Min. EDSON FACHIN - Julgamento: 15/10/2015 -
Publicação: 11/05/2016)

- Repercussão Geral no RE 729.107


STF encerrou o julgamento em 05/06/2020, no Plenário Virtual, concluindo que
a lei que reduz o valor do RPV não pode ser aplicada às execuções em
andamento.

TESE: Lei disciplinadora da submissão de crédito ao


sistema de execução via precatório possui natureza
material e processual, sendo inaplicável a situação jurídica
constituída em data que a anteceda.

Acórdão ainda não publicado. Fonte: https://www.conjur.com.br/2020-jun-07/lei-


diminui-teto-rpv-nao-retroagir-define-supremo

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.
PISCITELLI, Tathiane. Direito financeiro. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.

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PROCESSO TRIBUTÁRIO

1 – PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO (POR INICIATIVA DO


CONTRIBUINTE)

1.1 AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

- Pagamento
Causa extintiva do crédito tributário.

CTN
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;

- Legitimidade ativa
O sujeito passivo da relação jurídico-tributária poderá consignar judicialmente o
valor exigido.

- Cabimento

CTN
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser
consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:

I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao


pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao
cumprimento de obrigação acessória;

 Sujeito ativo:
a. se recusa a receber;
b. vincula o pagamento de um tributo ao pagamento de outro;
c. vincula o pagamento de um tributo ao de uma penalidade;
d. vincula o pagamento de um tributo ao cumprimento de obrigação
acessória.
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de
exigências administrativas sem fundamento legal;

 Sujeito ativo promove exigências ilegais para receber o


pagamento.

III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito


público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.

 Bitributação. Dois entes exigindo o mesmo tributário. Ocorre


geralmente com tributos estaduais.

- Objeto
A ação somente poderá tratar do crédito tributário que o sujeito passivo de dispõe
a pagar.

CTN
Art. 164. [...]
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o
consignante se propõe pagar.

- Efeitos
Se julgada procedente, o pagamento considera-se efetuado e o crédito tributário
é extinto.
Se julgada improcedente, o sujeito ativo cobrará o crédito tributário, acrescido
das penalidades cabíveis.

CTN
Art. 164. [...]
§2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se
reputa efetuado e a importância consignada é convertida
em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou
em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora,
sem prejuízo das penalidades cabíveis.
- Procedimento
Procedimento especial previsto nos artigos 539 a 549 do CPC.

- Petição inicial
Depósito deve ser realizado no prazo de cinco dias, a contar do deferimento pelo
juízo. Em seguida, citação do réu para dizer se concorda ou não (levantar o
depósito ou contestar).
A realização do depósito é essencial para o prosseguimento do feito.

CPC
Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá:
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado
no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento,
ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º ;
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer
contestação.
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do
inciso I, o processo será extinto sem resolução do mérito.

- Matérias que podem ser alegadas em defesa

CPC
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que:
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a
coisa devida;
II - foi justa a recusa;
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do
pagamento;
IV - o depósito não é integral.
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente
será admissível se o réu indicar o montante que entende
devido.

- Bitributação
Devem ser citados todos os entes envolvidos.
CPC
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente
receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a
citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o
seu direito.
- IPVA
Controvérsia sobre o sujeito ativo da relação jurídico-tributária.
Caso clássico de consignação em pagamento.

http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5107147
https://www.conjur.com.br/2020-jun-17/stf-decide-locadoras-pagar-ipva-estado-onde-carro-
circula

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, C. Processo Tributário Administrativo e Judicial. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 2018.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.

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PROCESSO TRIBUTÁRIO

1 – SUSPENSÃO DE SEGURANÇA

- Origem
Direito Romano: intercessio. Magistrado de grau superior poderia suspender a
execução de decisão proferida por instância inferior, quando houver interesse público
envolvido.

- Previsão legal
Artigo 15 da Lei 12.016/2009.

Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público


interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde,
à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o
conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a
execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito
suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão
seguinte à sua interposição.

- Requisitos (art. 15, caput)


Grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.
Periculum in mora e fumus boni iuris.

- Legitimidade (art. 15, caput)


Pessoa jurídica de direito público interessada e Ministério Público.

- Procedimento (art. 15, caput)


Requerimento submetido ao Presidente do Tribunal ao qual couber o conhecimento
do recurso cabível contra a decisão.

- Prazo para apresentação do requerimento


Não há prazo.

- Decisões passíveis de supensão (art. 15, caput)


Decisões interlocutórias e sentenças.

- Recurso cabível contra decisão do Presidente (art. 15, caput)


Agravo, no prazo de 5 dias.

- Novo pedido de suspensão (art. 15, §§1º e 2º)


Será dirigido ao Presidente do Tribunal competente para conhecer eventual RE ou
REsp.
§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o
caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal
competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário.

§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste artigo,


quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar
a que se refere este artigo.

- Interposição de agravo de instrumento (art. 15, §3º)


Não há impedimento à utilização concomitante de SS e de AI.

§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas


ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem
condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.

- Efeito suspensivo (art. 15, §4º)


Presidente do Tribunal poderá atribuir efeito suspensivo à SS.

- Extensão dos efeitos (art. 15, §5º)


Decisões que possuam o mesmo objetivo e tenham sido proferidas em outros
processos poderão ter sua eficácia suspensa, em um mesmo pedido de SS.

§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única
decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da suspensão a
liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original.

- Conveniência política
A parte beneficiária da decisão suspensa pode ter o direito, mas por um critério
político, a eficácia da decisão será supensa. Não há juízo de mérito acerca da decisão
proferida, ainda que não seja vedado ingressar no mérito.

- Institutos equivalentes
Suspensão de liminares deferidas em face do Poder Público.

Lei 8437/92
Art. 4° Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do
respectivo recurso, suspender, em despacho fundamentado, a execução da
liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a
requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público
interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade,
e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

Lei 7347/85
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia,
em decisão sujeita a agravo.
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar
grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o
Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso
suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá
agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da
publicação do ato.

- Limite temporal
A suspensão permanecerá vigente até o trânsito em julgado da decisão de mérito da ação
principal.

Art. 4º. [...]


§ 9o A suspensão deferida pelo Presidente do Tribunal vigorará até o trânsito
em julgado da decisão de mérito na ação principal.

- Casos relevantes

STF: julgamento publicado em 10/06/2020. Suspensão de execução de sentença


transitada em julgado.
https://www.conjur.com.br/2020-mai-20/stf-julga-suspensao-liminar-transito-julgado-acao
SL 610 AgR-2ºJULG Órgão julgador: Tribunal Pleno - Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI (Presidente) -
Julgamento: 22/05/2020 - Publicação: 10/06/2020
EMENTA Agravo regimental em suspensão de liminar. Execução de sentença em ação de desapropriação.
Propriedade localizada em área da Reserva Indígena Ibirama-La Klanó. Pagamento de indenização por área de
domínio da União. Grave lesão à economia pública. Agravo regimental não provido. 1. Os pedidos de suspensão
visam à preservação dos interesses do ente público, buscando evitar o cumprimento de medidas que venham a
gerar, efetivamente, risco à ordem, à saúde, à segurança ou à economia públicas. O deferimento da medida de
contracautela não pode ser, portanto, limitado, em uma conjuntura em que perdure discussão acerca da grave
lesão que a execução do título judicial pode vir a causar. 2. Trata-se de desapropriação de área localizada dentro
dos limites de reserva indígena reconhecida pela Portaria do Ministério da Justiça nº 1.128/03, cuja validade está
sendo discutida na ACO nº 1.100 (Rel. Min. Edson Fachin). 3. Até que se analise a validade da portaria ministerial,
a demarcação da terra indígena, ato administrativo que goza de presunção de veracidade e legitimidade, há de
irradiar seus efeitos de maneira plena. 4. Por conseguinte, o levantamento de vultosa quantia - fixada originalmente
em R$ 34.902.601,27 (trinta e quatro milhões, novecentos e dois mil, seiscentos e um reais e vinte e sete centavos),
a título de indenização pela expropriação dessas terras - antes de resolvida a controvérsia acerca da titularidade
e da regularidade do domínio da área inegavelmente caracteriza grave risco de lesão à economia pública. 5.
Agravo regimental não provido.

COVID-19: Decretos de flexibilização das restrições sanitárias, com retomada das


atividades econômicas no RJ
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/06/09/presidente-do-tj-suspende-
liminar-que-suspendia-decretos-de-flexibilizacao.ghtml
http://www.tjrj.jus.br/web/guest/noticias/noticia/-/visualizar-
conteudo/5111210/7300575
http://www.tjrj.jus.br/documents/5111210/0/Pedido+de+Suspens%C3%A3o+-
+COVID+-19+v.3.pdf/2f4806fa-f01a-a1b6-c63d-66072eb8f062?t=1591737817274
COVID-19: Abertura de academias com base no decreto presidencial que
regulamentou a Lei 13.979/20, tratndo das atividades essenciais
https://www.migalhas.com.br/quentes/327906/fux-suspende-decisao-que-autorizava-
abertura-de-academia-em-osasco
https://www.migalhas.com.br/arquivos/2020/5/D39415893768EE_fuxacademia.pdf

COVID-19: Suspensão do recolhimento de ISS em Aracaju/SE


http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaPresidenciaStf/anexo/SS5373.pdf

REFERÊNCIAS
MARINO, Aline Marques; NAVES, Raphael de Andrade. A suspensão de segurança como
óbice à efetividade do mandado de segurança. In: PESSOA, Flávia Moreira Guimarães;
SIQUEIRA, Natéria Sampaio; SILVA, Paulo Roberto Coimbra (Orgs.). Processo, jurisdição
e efetividade da justiça. Florianópolis: CONPEDI, 2015. Disponível em:
<http://conpedi.danilolr.info/publicacoes/c178h0tg/2vbeg275/M0MtfHlbR62q0fSR.pdf>.
Acesso em: 14 jun. 2020.

Material elaborado para utilização como roteiro de aula, permitindo o uso e


acompanhamento das aulas durante o ensino remoto emergencial, em substituição ao
quadro disponível no ensino presencial. Não é autorizada a sua utilização como fonte de
pesquisa e o compartilhamento com terceiros. Não substitui a pesquisa e leitura da
bibliografia existente sobre o tema e, em especial, aquela recomendada no plano de
ensino da disciplina e as que foram utilizadas para a elaboração deste próprio roteiro,
acima indicadas. A participação nas atividades propostas, com a elaboração de anotações
próprias sobre o conteúdo e as discussões realizadas, são imprescindíveis para o bom
aproveitamento da disciplina.
PROCESSO TRIBUTÁRIO

1 – RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

- Sujeito passivo da obrigação


É a pessoa obrigada ao pagamento. Mas existem dois tipos de pessoas que
podem ser obrigadas ao pagamento.

a) Sujeito passivo direto: é o contribuinte; é quem praticou o fato gerador.


a. Contribuinte de direito: quem praticou o fato gerador e recolhe o
tributo;
b. Contribuinte de fato: quem sofrerá os efeitos patrimoniais.

b) Sujeito passivo indireto: é o responsável; terceira pessoa diversa do


contribuinte a quem a lei atribui a responsabilidade pelo pagamento.

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa


obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-
se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a
situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte,
sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.

- Previsão legal da responsabilidade tributária

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode


atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito
tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do
cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
- Tipos de responsabilidade tributária
Existem dois tipos de responsabilidade tributária. São eles:

a) Responsabilidade por substituição


A obrigação de efetuar o pagamento do tributo é atribuída ao responsável
desde o momento em que o fato gerador é praticado. Facilita o
procedimento de cobrança pelo Fisco, para que ele cobre de somente um
sujeito passivo.

i) Substituição “para frente”


Também chamada de substituição progressiva. Nesta
hipótese, o recolhimento do tributo é antecipado,
presumindo-se que novos fatos geradores ocorrerão.

CF
Art. 150. [...]
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária
a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou
contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente,
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga,
caso não se realize o fato gerador presumido.

ii) Substituição “para trás”


Também chamada de substituição regressiva. Nesta
hipótese, o recolhimento do tributo é diferido (adiado,
postergado) para momento posterior.

b) Responsabilidade por transferência


O responsável assume a obrigação de pagar o tributo em momento
posterior à ocorrência do fato gerador.

i) Solidariedade
ii) Sucessão
iii) Terceiros
- Solidariedade (responsabilidade por transferência)
Coobrigados ao pagamento do tributo.

Art. 124. São solidariamente obrigadas:


I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que
constitua o fato gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não
comporta benefício de ordem.

- Efeitos da solidariedade (responsabilidade por transferência)


Regra: o que ocorrer em relação a um obrigado, aproveita aos demais.

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes


os efeitos da solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos
demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados,
salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo,
nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos
obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

- Sucessão (responsabilidade por transferência)


A obrigação tributária já deve ter surgido para que ocorra a sucessão (art. 129).

a) Adquirente de bem imóvel assume a responsabilidade pelos


tributos relacionados ao bem (art. 130)
b) Adquirente de bem móvel assume a responsabilidade pelos
tributos relacionados ao bem (art. 131, I)
c) Sucessor, cônjuge meeiro e espólio do de cujus, até o limite dos
bens ou do quinhão/meação (art. 131, II e III)
d) Operações societárias (art. 132)
e) Trespasse (art. 133)

- Terceiros (responsabilidade por transferência)

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do


cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte,
respondem solidariamente com este nos atos em que
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus
tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos
devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa
falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício,
pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou
perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
[...]

- Desconsideração da personalidade jurídica para fins tributários


Hipótese de responsabilidade de terceiro por transferência prevista no artigo
135.

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos


correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato
social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas
jurídicas de direito privado.
- Julgados do STJ

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL


REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO
CPC. REDIRECIONAMENTO DE EXECUÇÃO FISCAL DE
DÍVIDA ATIVA NÃO-TRIBUTÁRIA EM VIRTUDE DE
DISSOLUÇÃO IRREGULAR DE PESSOA JURÍDICA.
POSSIBILIDADE. ART. 10, DO DECRETO N. 3.078/19 E ART.
158, DA LEI N. 6.404/78 - LSA C/C ART. 4º, V, DA LEI N.
6.830/80 - LEF.
1. A mera afirmação da Defensoria Pública da União - DPU de
atuar em vários processos que tratam do mesmo tema versado
no recurso representativo da controvérsia a ser julgado não é
suficiente para caracterizar-lhe a condição de amicus curiae.
Precedente: REsp. 1.333.977/MT, Segunda Seção, Rel. Min.
Isabel Gallotti, julgado em 26.02.2014.
2. Consoante a Súmula n. 435/STJ: "Presume-se dissolvida
irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-
gerente".
3. É obrigação dos gestores das empresas manter atualizados
os respectivos cadastros, incluindo os atos relativos à mudança
de endereço dos estabelecimentos e, especialmente, referentes
à dissolução da sociedade. A regularidade desses registros é
exigida para que se demonstre que a sociedade dissolveu-se de
forma regular, em obediência aos ritos e formalidades previstas
nos arts. 1.033 à 1.038 e arts. 1.102 a 1.112, todos do Código
Civil de 2002 - onde é prevista a liquidação da sociedade com o
pagamento dos credores em sua ordem de preferência - ou na
forma da Lei n. 11.101/2005, no caso de falência. A
desobediência a tais ritos caracteriza infração à lei.
4. Não há como compreender que o mesmo fato jurídico
"dissolução irregular" seja considerado ilícito suficiente ao
redirecionamento da execução fiscal de débito tributário e não o
seja para a execução fiscal de débito não-tributário. "Ubi eadem
ratio ibi eadem legis dispositio". O suporte dado pelo art. 135, III,
do CTN, no âmbito tributário é dado pelo art. 10, do Decreto n.
3.078/19 e art. 158, da Lei n. 6.404/78 - LSA no âmbito não-
tributário, não havendo, em nenhum dos casos, a exigência de
dolo.
5. Precedentes: REsp. n. 697108 / MG, Primeira Turma, Rel.
Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 28.04.2009; REsp. n.
657935 / RS , Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki,
julgado em 12.09.2006; AgRg no AREsp 8.509/SC, Rel. Min.
Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 4.10.2011; REsp
1272021 / RS, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 07.02.2012; REsp 1259066/SP, Terceira
Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 28/06/2012; REsp.n. º
1.348.449 - RS, Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 11.04.2013; AgRg no AG nº 668.190 - SP, Terceira
Turma, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
13.09.2011; REsp. n.º 586.222 - SP, Quarta Turma, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, julgado em 23.11.2010; REsp 140564 / SP,
Quarta Turma, Rel. Min. Barros Monteiro, julgado em
21.10.2004.
6. Caso em que, conforme o certificado pelo oficial de justiça, a
pessoa jurídica executada está desativada desde 2004, não
restando bens a serem penhorados. Ou seja, além do
encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, não
houve a reserva de bens suficientes para o pagamento dos
credores.
7. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do
art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008.
(REsp 1371128/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/09/2014, DJe
17/09/2014)

REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL. SUCESSÃO


DE EMPRESAS. GRUPO ECONÔMICO DE FATO.
CONFUSÃO PATRIMONIAL. INSTAURAÇÃO DE INCIDENTE
DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.
DESNECESSIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 1.022, DO
CPC/2015. INEXISTÊNCIA.
I - Impõe-se o afastamento de alegada violação do art. 1.022 do
CPC/2015, quando a questão apontada como omitida pelo
recorrente foi examinada no acórdão recorrido, caracterizando o
intuito revisional dos embargos de declaração.
II - Na origem, foi interposto agravo de instrumento contra
decisão que, em via de execução fiscal, deferiu a inclusão da ora
recorrente no polo passivo do feito executivo, em razão da
configuração de sucessão empresarial por aquisição do fundo
de comércio da empresa sucedida.
III - Verificado, com base no conteúdo probatório dos autos, a
existência de grupo econômico e confusão patrimonial,
apresenta-se inviável o reexame de tais elementos no âmbito do
recurso especial, atraindo o óbice da Súmula n. 7/STJ.
IV - A previsão constante no art. 134, caput, do CPC/2015, sobre
o cabimento do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, na execução fundada em título executivo extrajudicial,
não implica a incidência do incidente na execução fiscal regida
pela Lei n.
6.830/1980, verificando-se verdadeira incompatibilidade entre o
regime geral do Código de Processo Civil e a Lei de Execuções,
que diversamente da Lei geral, não comporta a apresentação de
defesa sem prévia garantia do juízo, nem a automática
suspensão do processo, conforme a previsão do art. 134, § 3º,
do CPC/2015. Na execução fiscal "a aplicação do CPC é
subsidiária, ou seja, fica reservada para as situações em que as
referidas leis são silentes e no que com elas compatível" (REsp
n. 1.431.155/PB, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
Segunda Turma, julgado em 27/5/2014).
V - Evidenciadas as situações previstas nos arts. 124, 133 e 135,
todos do CTN, não se apresenta impositiva a instauração do
incidente de desconsideração da personalidade jurídica,
podendo o julgador determinar diretamente o redirecionamento
da execução fiscal para responsabilizar a sociedade na
sucessão empresarial. Seria contraditório afastar a instauração
do incidente para atingir os sócios-administradores (art. 135, III,
do CTN), mas exigi-la para mirar pessoas jurídicas que
constituem grupos econômicos para blindar o patrimônio em
comum, sendo que nas duas hipóteses há responsabilidade por
atuação irregular, em descumprimento das obrigações
tributárias, não havendo que se falar em desconsideração da
personalidade jurídica, mas sim de imputação de
responsabilidade tributária pessoal e direta pelo ilícito.
VI - Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte,
improvido.
(REsp 1786311/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,
SEGUNDA TURMA, julgado em 09/05/2019, DJe 14/05/2019)

REFERÊNCIAS:

CAPARROZ, Roberto; LENZA, Pedro (coord.). Direito tributário esquematizado.


3. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
HARADA, Kyoshi. Direito financeiro e tributário. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário. 6. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.
SABBAG, Eduardo. Direito tributário essencial. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2018.

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aproveitamento da disciplina.

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