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Semana 08

TRIBUTÁRIO

TRIBUTÁRIO

SEMANA 08

EXECUÇÃO FISCAL

1. A possibilidade de protesto de certidão de dívida ativa (CDA): a lei


9.492/97, que trata do tema:
Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o
descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de
dívida.
Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as
certidões de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e das respectivas autarquias e fundações públicas.
2. STJ - Tema repetitivo 703 - O entendimento de que o ajuizamento contra a
pessoa jurídica cuja falência foi decretada antes do ajuizamento da referida
execução fiscal "constitui mera irregularidade, sanável nos termos do art. 284
do CPC e do art. 2º, § 8º, da Lei 6.830/1980 não viola a orientação fixada pela
Súmula 392 do Superior Tribunal Justiça, mas tão somente insere o equívoco
ora debatido na extensão do que se pode compreender por 'erro material ou
formal', e não como 'modificação do sujeito passivo da execução', expressões
essas empregadas pelo referido precedente sumular.
3. Súmula 435 – STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa
que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos
órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal
para o sócio-gerente.
4. Súmula 430 – STJ - O inadimplemento da obrigação tributária pela
sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.
5. STJ - Tema repetitivo 962 - O redirecionamento da execução fiscal,
quando fundado na dissolução irregular da pessoa jurídica executada ou
na presunção de sua ocorrência, não pode ser autorizado contra o sócio
ou o terceiro não sócio que, embora exercesse poderes de gerência ao
tempo do fato gerador, sem incorrer em prática de atos com excesso
de poderes ou infração à lei, ao contrato social ou aos estatutos,
dela regularmente se retirou e não deu causa à sua posterior
dissolução irregular, conforme art. 135, III, do CTN.
6. STJ – Tema repetitivo 981 - O redirecionamento da execução fiscal, quando
fundado na dissolução irregular da pessoa jurídica executada ou na presunção
de sua ocorrência, pode ser autorizado contra o sócio ou o terceiro não
sócio, com poderes de administração na data em que configurada ou
presumida a dissolução irregular, ainda que não tenha exercido poderes
de gerência quando ocorrido o fato gerador do tributo não adimplido,
conforme art. 135, III, do CTN.
7. Art. 4º A execução fiscal poderá ser promovida contra:
I - o devedor;
II - o fiador;
III - o espólio;
IV - a massa;
V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de
pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado; e
VI - os sucessores a qualquer título.
§ 1º - Ressalvado o disposto no artigo 31, o síndico, o comissário, o liquidante,
o inventariante e o administrador, nos casos de falência, concordata,
liquidação, inventário, insolvência ou concurso de credores, se, antes de
garantidos os créditos da Fazenda Pública, alienarem ou derem em
garantia quaisquer dos bens administrados, respondem, solidariamente,
pelo valor desses bens.

8. Súmula 460, STJ: "É incabível o mandado de segurança para convalidar a


compensação tributária realizada pelo contribuinte."

REsp 1.164.452/MG, STJ: "A lei que regula a compensação tributária é a vigente
à data do encontro de contas entre os recíprocos débito e crédito da Fazenda
e do contribuinte".

9. RE 917285, STF> "A jurisprudência da Corte já assentou que a compensação de


ofício não viola a liberdade do credor e que o suporte fático da compensação
prescinde de anuência ou acordo, perfazendo-se ex lege, diante das seguintes
circunstâncias objetivas: (i) reciprocidade de dívidas, (ii) liquidez das prestações,
(iii) exigibilidade dos débitos e (iv) fungibilidade dos objetos."

10. A despeito ao art. 16, §3º, LEF, o STJ entende que a compensação adquirirá
natureza de direito subjetivo e poderá ser fundamento de defesa nos
embargos à execução fiscal se, antes do ajuizamento do feito executivo,
houver a presença simultânea quando do pedido de compensação:

1) Existência de crédito tributário

2) Existência de débito do Fisco

3) Existência de lei específica que autorize compensação

Provados tais requisitos já preenchidos antes do ajuizamento do feito


executivo, poderá o contribuinte arguir a compensação nos seus embargos à
execução fiscal, a fim de ilidir a presunção de liquidez e certeza da CDA.

10. Art. 170-A, CTN: “vedada a compensação mediante o aproveitamento de


tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, ANTES do trânsito
em julgado da respectiva decisão”
11. Súmula 189 STJ - Não é necessária a intervenção do MP nas execuções fiscais.
12. Súmula 153 STJ - A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos
embargos, não exime o exequente dos encargos da sucumbência.
13. Súmula 393 STJ - Na execução fiscal, é admissível a exceção de pré-
executividade relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não
demandem dilação probatória.
14. Súmula 121 STJ - Na execução fiscal, o devedor deverá ser intimado
pessoalmente, do dia e hora da realização do leilão.
15. Súmula 314 STJ - Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis,
suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da
prescrição quinquenal (5 anos).
16. Lei 8.397/92
Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito passivo de
crédito tributário ou não tributário, quando o devedor:
I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa
de pagar a obrigação no prazo fixado;
II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o
adimplemento da obrigação;
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;
IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu
patrimônio;
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do
crédito fiscal: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade; (Incluída
pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; (Incluída pela Lei nº 9.532,
de 1997) (Produção de efeito)
VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem
trinta por cento do seu patrimônio conhecido; (Incluído pela Lei nº 9.532, de
1997) (Produção de efeito)
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da
Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei; (Incluído pela
Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo
órgão fazendário; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito.
(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
Art. 3° Para a concessão da medida cautelar fiscal é essencial:
I - prova literal da constituição do crédito fiscal;
II - prova documental de algum dos casos mencionados no artigo antecedente.
Obs: embora a medida cautelar fiscal seja cabível, como regra, após a constituição
definitiva do crédito tributário, há hipóteses em que a medida poderá ser deferida
mesmo que o crédito não esteja definitivamente constituído:

a) quando o devedor notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao


recolhimento do crédito fiscal põe ou tenta por seus bens em nome do terceiros;

b) quando o devedor aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao


órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei. (art. 1º, p. ú.)
17. Súmula 559 – STJ - Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução
da petição inicial com o demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se
de requisito não previsto no art. 6º da Lei n. 6.830/1980.

18. Na prática do direito processual tributário, verifica-se que, em regra, o fisco tem
legalmente à sua disposição tutelas jurisdicionais de naturezas executiva (nos termos
da ação de execução fiscal - Lei n.º 6.830/80) e de natureza cautelar (nos termos da
ação cautelar fiscal – Lei n.º 8.397/92). Esclareça-se, por oportuno, que o fisco também
pode fazer uso da ação mandamental (a exemplo do mandado de segurança), mas, via
de regra, se vale das duas ações acima nominadas no âmbito processual tributário.

19. Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de
credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento.

20. Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias,


contados:
I - do depósito;
II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia;
III - da intimação da penhora.
OBS: 3. O termo inicial para a oposição dos Embargos à
Execução Fiscal é a data da efetiva intimação da penhora, e não
a da juntada aos autos do mandado cumprido. (REsp n.
1.112.416/MG, relator Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção,
DJe de 9/9/2009.)
21. Súmula 392 – STJ - A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa
(CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção
de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução.
22. 6. No julgamento do REsp nº 1.110.925/SP, Rel. Min. Teori Albino
Zavascki, julgado sob o regime do art. 543-C do CPC, a Primeira
Seção deixou assente que não cabe exceção de pré-executividade em
execução fiscal promovida contra sócio que figura como responsável
na Certidão de Dívida Ativa, porque a demonstração de inexistência
da responsabilidade tributária cede à presunção de legitimidade
assegurada à CDA, sendo inequívoca a necessidade de dilação
probatória a ser promovida no âmbito dos embargos à execução.
7. Sendo os embargos o meio próprio de defesa na execução fiscal, só há
margem para discutir a ilegitimidade passiva em exceção de pré-
executividade nas situações em que o nome dos sócios não constam da
CDA e desde que não haja necessidade de dilação probatória.
8. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no REsp n. 1.512.277/ES, relatora Ministra Marga Tessler (juíza
Federal Convocada do TRF 4ª Região), Primeira Turma, julgado em
7/5/2015, DJe de 15/5/2015.)
23. Súmula 559 – STJ - Em ações de execução fiscal, é desnecessária a
instrução da petição inicial com o demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-
se de requisito não previsto no art. 6º da Lei n. 6.830/1980.
Lei 6.830/80. Art. 6º - A petição inicial indicará apenas:
I - o Juiz a quem é dirigida;
II - o pedido; e
III - o requerimento para a citação.
24. Súmula 406 - A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem penhorado
por precatório.
25. Base jurisprudencial

2.1) Súmula STJ n.º 393. A exceção de pré-executividade é admissível na execução


fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação
probatória.
2.2) A procedência do incidente de exceção de pré-executividade, ainda que
resulte apenas na extinção parcial da execução ou redução de seu valor, acarreta
a condenação na verba honorária (STJ, 2ª Turma. EDcl no AgRg no REsp
1275297/SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 03/12/2013).
2.3) Não cabem honorários advocatícios em exceção de pré-executividade julgada
improcedente (STJ, 2ª Turma, REsp 1.256.724-RS, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 7/2/2012).
2.4) Observado o princípio da causalidade, é cabível a fixação de honorários
advocatícios, em exceção de pré-executividade, quando o sócio é excluído do polo
passivo da execução fiscal, que não é extinta (STJ, REsp 1358837/SP, 1ª Seção,
Relatora Ministra Assusete Magalhães, DJe 29/03/2021, Tema repetitivo 961).
OBS: • Exceção de pré-executividade julgada PROCEDENTE (no todo ou em parte):
CABEM honorários. • Exceção de pré-executividade julgada IMPROCEDENTE: NÃO
CABEM honorários

26. TABELA PRA NÃO ERRAR AÇÕES DE PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:

AÇ DECLARATÓRIA-> DECLARAR EXISTÊNC/ INEXISTC DE RELAÇÃO


JURÍDICO- TRIBUTÁRIA.

AÇ ANULATÓRIA-> ANULAR LANÇAMENTO/ PENALIDADE/ AS QUESTÕES TAMBÉM


CHAMA DE AÇ DESCONSTITUTIVA DE CRÉDITO.

SV 28:É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de


admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário. <por isso item D errado>

AÇ REPETIÇÃO DE INDÉBITO->RECUPERAR QUANTIA PAGA A MAIOR


INDEVIDAMENTE.EX: ( 5a) (EXERC↷ PGTO).

AÇ CONSIGNAÇÃO EM PGTO->QUANDO HOUVER DÚVIDA/ RECUSA DO ENTE


COMPETENTE. EX:
AÇ EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE-> QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA/ AUTOS
APARTADOS/ S/ DILAÇÃO PROBATÓRIA.<por isso A e C errados> LEMBRAR: EXCEÇÃO
DE PRÉ EXEC C/ TESTEMUNHA É ABSURDO.

S. 393, STJ: A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal


relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação
probatória.

AÇ EXECUÇÃO FISCAL-> procedimento especial em que a Fazenda Pública requer de


contribuintes inadimplentes o crédito que lhe é devido, utilizando-se do Poder
Judiciário, pois não lhe cabe responsabilizar o devedor.

A execução fiscal deve ser proposta no prazo prescricional cujo lapso de cinco anos
deve ocorrer entre a constituição definitiva do crédito tributário e o despacho do juiz
que ordena a citação.= FUNDAMENTO: 174 CTN.

SE DISSOLUÇÃO IRREGULAR NO CURSO DA EXECUÇÃO FISCAL: RESPONDE: os


diretores, gerentes ou representantes da empresa, em virtude de responsabilidade
pessoal pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos
praticados com infração de lei.

AÇ EMBARGOS À EXECUÇÃO->QUESTIONAR EXECUÇÃO FISCAL / AUTOS APARTADOS


C/ DILAÇÃO PROBATÓRIA.

AÇ CAUTELAR FISCAL->GARANTIR QUE A FAZENDA TERÁ SEU CRÉDITO ADIMPLIDO


EX:/ PODE SER ANTES OU DURANTE A EXEC. FISCAL.

27. No âmbito de uma execução fiscal por dívida tributária, restando constatada a
existência de erro material e não havendo modificação do sujeito passivo, entende o
STJ que a certidão de dívida ativa pode ser substituída até a prolação da sentença de
embargos, assegurada ao executado a devolução do prazo para embargos.

28. Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o
valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade
lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que
sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados,
ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente
obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória,
administrativa ou judicial.

STJ: 1. A jurisprudência desta Corte superior de justiça aponta no sentido de que o


valor da base de cálculo do ITBI é o valor real da venda do imóvel ou de mercado,
sendo que nos casos de divergência quanto ao valor declarado pelo contribuinte
pode-se arbitrar o valor do imposto, por meio de procedimento administrativo
fiscal, com posterior lançamento de ofício, desde que atendidos os termos do art.
148 do CTN. (AgRg no AREsp: 263685 RS 2012/0251942 - Data de Publicação: DJe
25/04/2013).
29. Regra: medida cautelar fiscal pressupõe a constituição definitiva do crédito
tributário.
Exceções (não depende da constituição definitiva do crédito tributário)
a) notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal,
o devedor põe ou tenta pôr seus bens em nome de terceiros;
b) aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda
Pública competente, quando exigível por lei.

30. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. INSUFICIÊNCIA. PENHORA. A Turma, por


maioria, entendeu que a insuficiência da penhora não tem o condão de obstar a
apreciação dos embargos à execução fiscal. Considerando que os embargos do
devedor na execução fiscal pouco diferem dos embargos à execução por quantia
certa, regulada pelo CPC, aplica-se subsidiariamente a lei processual à Lei de
Execuções Fiscais (Lei n. 6.830/1980). Assim, cabe ao Juiz, antes de extinguir os
embargos à execução fiscal, intimar o devedor para proceder o reforço da penhora, à
luz da sua capacidade econômica e da garantia pétrea do acesso à Justiça. Precedentes
citados: EREsp 80.723-PR, DJ 17/6/2002, e REsp 242.484-DF, DJ 5/11/2001. [REsp
396.732-MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/9/2002]

31. LEF - Artigos 15, 19 e 24.


Art. 15 - Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz:
I - ao executado, a substituição da penhora por depósito
em dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia;
Art. 19 - Não sendo embargada a execução ou sendo rejeitados os embargos, no
caso de garantia prestada por terceiro, será este intimado, sob pena de contra ele
prosseguir a execução nos próprios autos, para, no prazo de 15 dias:
 I - remir o bem, se a garantia for real; ou
 II - pagar o valor da dívida, juros e multa de mora e demais encargos, indicados na
C.D.A pelos quais se obrigou se a garantia for fidejussória.
Art. 24 - A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados:
 I - antes do leilão, pelo preço da avaliação, se a execução não for embargada ou
se rejeitados os embargos;
 II - findo o leilão:
 a) se não houver licitante, pelo preço da avaliação;
 b) havendo licitantes, com preferência, em igualdade de condições com a
melhor oferta, no prazo de 30 dias.

32. enunciado do Fórum de Execuções Fiscais ( Forexec): "9.O prazo de que dispõe a
Fazenda, como exequente, para depositar o valor da diferença em caso de
adjudicação de bem de valor superior ao crédito é de 30 dias conforme art.24,
parágrafo único, da LEF, e não de imediato conforme a previsão do art. 876, § 4º
do Novo Código de Processo Civil".

33. EMBARGOS INFRINGENTES (5112)


(50 OBRIGAÇÕES /10 PRAZO/10 CONTESTAÇÃO/20 SENTENÇA)
LEF: Art. 34 - Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções
de valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro
Nacional - ORTN, só se admitirão embargos infringentes e de declaração.
§ 1º - Para os efeitos deste artigo considerar-se-á o valor da dívida
monetariamente atualizado e acrescido de multa e juros de mora e de mais
encargos legais, na data da distribuição.
§ 2º - Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com documentos novos, serão
deduzidos, no prazo de 10 (dez) dias perante o mesmo Juízo, em petição
fundamentada.
§ 3º - Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias, serão os autos conclusos ao
Juiz, que, dentro de 20 (vinte) dias, os rejeitará ou reformará a sentença.
OBS: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau
nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.

Como exemplo de causa de alçada é citado pela doutrina o art. 34, LEF.

34. deve ser reconhecida a prescrição intercorrente caso o processo fique paralisado
por mais de cinco anos após a decisão que determinou o arquivamento da execução
fiscal em razão do pequeno valor do débito executado, sem baixa na distribuição, uma
vez que não há suspensão do prazo prescricional.

35.

CIVIL

ATOS UNILATERIAIS

1. CC 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a


prova de tê-lo feito por erro.
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida
prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
Obrigação prescrita deixa de ser uma obrigação jurídica para ser
apenas uma obrigação natural.
 Com schuld – com débito.
 Sem haftung – sem responsabilidade.
· Obrigação Natural = obrigação Moral (ex: dívida de jogo). Logo, ela é
inexigível, mas se for paga, não comporta repetição.
2. Recompensa: A recompensa só será dividida se for simultanea a
execução e se tratando de recompensa divisível. Dica: se a prestação
for simultânea e recompensa for não divisível - haverá sorteio!
3. atos unilaterais, são eles: promessa de recompensa (art. 854),
gestão de negócios (art. 861), pagamento indevido (art. 876) e
enriquecimento sem causa (884) obs: A doação se encontra nos
NEGÓCIOS JURÍDICOS BILATERAIS.
4. ENRIQUECIMENTO INDEVIDO: Não deve ser confundido com o
dever de indenizar. São duas coisas distintas:
‣ dever de indenizar: decorre da prática de um ato ilícito, obrigando
ao causador do dano a reparação civil;
‣ enriquecimento ilícito: aferimento de vantagem indevida que
obriga à restituição.

5. classificação dos NEGÓCIOS JURÍDICOS no tocante à


manifestação de vontade dos envolvidos:
a) Negócios jurídicos unilaterais
Atos e negócios em que a declaração de vontade emana de apenas
uma pessoa, com um único objetivo.
a.1) Receptícios: a declaração deve ser levada a conhecimento do seu
destinatário para que possa produzir efeitos (v.g. promessa de
recompensa);
a.2) Não receptícios – em que o conhecimento pelo destinatário é
irrelevante (v.g. testamento).
b) Negócios jurídicos bilaterais – há duas manifestações de
vontade coincidentes sobre o objeto ou bem jurídico tutelado.
Exemplos: contrato e casamento.
Atenção! A doação se encontra nos NEGÓCIOS JURÍDICOS
BILATERAIS.
c) Negócios jurídicos plurilaterais – envolvem mais de duas partes,
com interesses coincidentes no plano jurídico. Exemplos: contrato de
consórcio e contrato de sociedade entre várias pessoas.

6. Classificação dos CONTRATOS quanto aos direitos e deveres das


partes envolvidas.

a) Contrato unilateral – é aquele em que apenas um dos


contratantes assume deveres em face do outro. A DOAÇÃO, O
MÚTUO E O COMODATO ESTÃO CLASSIFICADOS AQUI! É o que
ocorre na doação pura e simples: há duas vontades (a do doador e a
do donatário), mas do concurso de vontades surgem deveres apenas
para o doador; o donatário apenas auferirá vantagens. Também são
exemplos de contratos unilaterais o mútuo (empréstimo de bem
fungível para consumo) e o comodato (empréstimo de bem
infungível para uso). Percebe-se que nos contratos unilaterais, apesar
da presença de duas vontades, apenas uma delas será devedora, não
havendo contraprestação.

b) Contrato bilateral – os contratantes são simultânea e


reciprocamente credores e devedores uns dos outros, produzindo o
negócio direitos e deveres para ambos os envolvidos, de forma
proporcional. O contrato bilateral é também denominado contrato
sinalagmático, pela presença do sinalagma, que é a
proporcionalidade das prestações, eis que as partes têm direitos e
deveres entre si (relação obrigacional complexa). Exemplos: compra
e venda e locação.

c) Contrato plurilateral – envolve várias pessoas, trazendo direitos e


deveres para todos os envolvidos, na mesma proporção. Exemplos:
seguro de vida em grupo e o consórcio.

7. a doação, o mútuo e o comodato são:

1) Negócios jurídicos BILATERAIS, pois há manifestação de duas


vontades, assim como os demais contratos.

2) Contratos UNILATERAIS, pois apenas um dos contratantes


assumem deveres em face do outro. (A doação onerosa não se
encaixa aqui).

8. A gestão de negócio é a administração não autorizada de negócios


alheios. O gestor responde pelos prejuízos resultantes de qualquer
culpa na gestão, bem como pelo caso fortuito, ainda que o dono do
negócio costumasse fazê-las.
9. Aquele que quitou dívida prescrita ou natural não poderá exigir a
restituição daquilo que pagou, ainda que não o tenha feito por erro
ou involuntariamente. Nessa situação, o pagamento não é indevido e
não gera, para aquele que o recebeu a obrigação de restituí-lo.
10.Se o ato contemplado na promessa de recompensa foi praticado por
mais de uma pessoa, terá direito à recompensa o que primeiro o
executou. Sendo simultânea a execução, a recompensa será dividida
em partes iguais entre aqueles que executaram a ação
recompensável.
11.Na gestão de negócio alheio, se o dono da coisa desaprovar a gestão
por considerá-la contrária aos seus interesses, porém for utilmente
administrado, cumprirá ao dono as obrigações contraídas em seu
nome, reembolsando ao gestor as despesas necessárias ou úteis que
houver feito, com os juros legais, desde o desembolso, respondendo
ainda pelos prejuízos que este houver sofrido por causa da gestão
12.A promessa de recompensa adquire sua eficácia vinculante no
momento em que a vontade do promitente é tornada pública,
independentemente de aceitação, caracterizando-se, assim, como
uma obrigação pela manifestação unilateral do promitente.

RESPONSABILIDADE CIVIL

1. "Nos contratos onerosos de transporte de pessoas, desempenhados


no âmbito de uma relação de consumo, o fornecedor de serviços não
será responsabilizado por assédio sexual ou ato libidinoso
praticado por usuário do serviço de transporte contra
passageira, por caracterizar fortuito externo, afastando o nexo
de causalidade. (REsp 1.833.722-SP)"

2. xemplos nos quais o STJ reconheceu que o fato de terceiro era causa
excludente da responsabilidade (fortuito EXTERNO):
3. • dano sofrido pelo passageiro em virtude de uma pedra que foi
arremessada contra o ônibus ou trem (AgInt nos EREsp 1.325.225/SP,
DJe de 19/09/2016);
4. • assalto a mão armada no interior do veículo de transporte coletivo
(AgRg no REsp 620.259/MG, DJe de 26/10/2009);
5. • assalto a mão armada nas dependências da estação metroviária
(REsp 974.138/SP, DJe de 09/12/2016);
6. • morte de usuário do transporte coletivo, vítima de “bala perdida”
(AgRg no REsp 1.049.090/SP, DJe de 19/08/2014);
7. • danos decorrentes de explosão de bomba em composição de trem
(AgRg nos EDcl nos EREsp 1.200.369/SP, DJe de 16/12/2013).
8. JULGADO RECENTE:
9. A concessionária de serviço público de transporte não tem
responsabilidade civil em caso de assédio sexual cometido por
terceiro em suas dependências.
10.A importunação sexual no transporte de passageiros, cometida
por pessoa estranha à empresa, configura fato de terceiro, que
rompe o nexo de causalidade entre o dano e o serviço prestado
pela concessionária – excluindo, para o transportador, o dever
de indenizar.
11.O crime era inevitável, quando muito previsível apenas em tese, de
forma abstrativa, com alto grau de generalização. Por mais que se
saiba da possibilidade de sua ocorrência, não se sabe quando, nem
onde, nem como e nem quem o praticará. Apenas se sabe que, em
algum momento, em algum lugar, em alguma oportunidade, algum
malvado o consumará. Então, só pode ter por responsável o próprio
criminoso.
12.STJ. 2ª Seção. REsp 1.833.722/SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em
03/12/2020.
13.O dano moral in re ipsa é caracterizado pela sua evidência intrínseca,
ou seja, é aquele que dispensa a prova do dano. Nesse tipo de dano,
a própria natureza do evento é suficiente para demonstrar a
ocorrência do dano moral, não sendo necessária a produção de
provas adicionais. Geralmente, é aplicado em situações em que a
ofensa é tão flagrante que o prejuízo moral é presumido, como casos
de violação de direitos fundamentais, honra, imagem, intimidade,
entre outros. O dano moral in re ipsa não está diretamente
relacionado à responsabilidade objetiva ou à dispensa da prova da
culpa. Além disso, não é um tipo de dano que tenha seu valor fixado
pelo legislador ou que seja incompatível com indenizações
imputáveis a entes públicos .

14. Pela teoria dos “punitive damages”, também chamada de


“teoria do valor do desestímulo”, o valor da indenização por danos
morais deve ser fixado com objetivo de, além de compensar o dano
sofrido, servir também para punir e desestimular que o autor e
outras pessoas pratiquem novamente condutas idênticas.
Assim, de acordo com essa teoria, existiria uma dupla função da
indenização civil por dano moral (REPARAÇÃO-SANÇÃO):
a) caráter punitivo ou inibitório (punitive damages); e
b) natureza compensatória.
Essa teoria, que tem origem nos EUA, ganhou bastante força no
Brasil, já tendo sido adotada algumas vezes pelo STF e STJ.
Apesar disso, segundo pacificou o STJ, não se pode conferir caráter
punitivo imediato à reparação civil dos DANOS AMBIENTAIS, pois a
punição do poluidor ambiental é função que incumbe ao Direito
Penal e Direito Administrativo.
Desse modo, não há que se falar em danos punitivos (punitive
damages) no caso de danos ambientais, haja vista que a
responsabilidade civil por dano ambiental prescinde da culpa e
revestir a compensação de caráter punitivo propiciaria o bis in idem
(pois, como afirmado, a punição imediata é tarefa específica do
Direito Administrativo e Penal).
15.Danos hipotéticos e perda de uma chance são conceitos jurídicos
relacionados a situações em que ocorre um prejuízo ou dano
causado por uma ação ou omissão. Embora haja alguma
sobreposição conceitual entre eles, eles têm diferenças distintas:

Danos hipotéticos: Também conhecidos como danos


especulativos ou danos hipotéticos, referem-se a danos que são
baseados em uma situação imaginária ou hipotética, em que é
necessário fazer suposições sobre o que teria ocorrido caso não
houvesse ocorrido a ação ou omissão que causou o dano. Os
danos hipotéticos podem ser reivindicados quando não é
possível quantificar precisamente os danos reais ou quando é
difícil estabelecer uma relação causal direta entre a
ação/omissão e o dano efetivamente ocorrido. Nesses casos, o
tribunal pode tentar estimar os danos com base em uma
avaliação razoável das circunstâncias e nas probabilidades
envolvidas. No entanto, é importante notar que os danos
hipotéticos devem ser razoáveis e sustentados por provas ou
argumentosconvincentes.

Perda de uma chance: A perda de uma chance ocorre quando


alguém é privado da oportunidade de obter um benefício ou evitar
um prejuízo devido à ação ou omissão de outra pessoa. Nesse caso,
o dano é avaliado com base na probabilidade de sucesso que existia
antes da ação ou omissão que causou a perda da oportunidade. A
perda de uma chance é considerada uma categoria específica de
danos, na qual o valor da compensação é determinado pela chance
perdida e não pelo resultado final que poderia ter ocorrido. Para que
haja um direito à indenização por perda de uma chance, geralmente
é necessário comprovar que havia uma chance real e séria de
sucesso ou de evitar um prejuízo antes da interferência ou
negligência da outra parte.

Em resumo, enquanto os danos hipotéticos envolvem a estimativa


de danos com base em uma situação imaginária ou hipotética, a
perda de uma chance refere-se à privação de uma oportunidade
real e substancial de obter um benefício ou evitar um prejuízo.
Ambos os conceitos são frequentemente discutidos no campo do
direito civil para determinar a compensação adequada em casos de
danos.
16. Ocorre exclusivamente abuso de direito quando o ato é resultado do
exercício não regular de um direito.
17. A perda de uma chance - desde que essa seja razoável, séria e
real, e não somente fluida ou hipotética - é considerada uma lesão
às justas expectativas frustradas do indivíduo, que, ao perseguir
uma posição jurídica mais vantajosa, teve o curso normal dos
acontecimentos interrompido por ato ilícito de terceiro.

18. RESPONSABILIDADE SEM DANO: Teoria do abuso de


direito como ato ilícito, também conhecida por teoria dos atos
emulativos.
Amplia-se a noção de ato ilícito, para considerar como precursor da
responsabilidade civil aquele ato praticado em exercício irregular de
direitos, ou seja, o ato é originariamente lícito, mas foi exercido fora
dos limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé
objetiva ou pelos bons costumes.
Esclareça-se, na linha do Enunciado n. 539, da VI Jornada de Direito Civil,
que o abuso de direito é uma categoria jurídica autônoma em relação
à responsabilidade civil. Por isso, o exercício abusivo de posições
jurídicas desafia controle independentemente de dano. De fato,
cabem, por exemplo, medidas preventivas se o abuso de direito estiver
presente, independentemente da presença do dano.
TEORIA DA CAUSALIDADE ALTERNATIVA:
Enuncia o Código Civil que aquele que habitar uma casa ou parte dela
responde pelos danos provenientes das coisas que dela caírem ou forem
lançadas (sólidas ou líquidas) em lugar indevido (art. 938). Trata-se da
responsabilidade civil por defenestramento ou por effusis et dejectis.
Não há responsabilidade solidária daquele que cedeu o bem, a não ser em
casos de coautoria (art. 942, parágrafo único, do CC). No caso de prédio de
escritórios ou apartamentos (condomínio edilício), não sendo possível
identificar de onde a coisa foi lançada, haverá responsabilidade do
condomínio.
1. Dano in re ipsa é responsabilidade com DANO PRESUMIDO -
somente a prova da ocorrência é que é dispensada, pois o dano,
aqui, é presumido.
2. Perda de uma chance - É uma espécie AUTÔNOMA de
responsabilidade civil. Na configuração da responsabilidade pela
perda de uma chance não se vislumbrará o dano efetivo, sequer se
responsabilizará o agente causador por um dano emergente, ou por
eventuais lucros cessantes, mas por algo intermediário entre um e
outro, precisamente a perda da possibilidade de se buscar posição
mais vantajosa, que muito provavelmente se alcançaria, não fosse o
ato ilícito praticado. No lugar de reparar aquilo que teria sido
(providência impossível), a reparação de chances se volta ao passado,
buscando a reposição do que foi. É nesse momento pretérito que se
verifica se a vítima possuía uma chance. É essa chance, portanto, que
lhe será devolvida sob a forma de reparação.
3. Lucros cessantes violação propriedade - Compõe ESPÉCIE DE
DANO PATRIMONIAL OU MATERIAL, em conjunto com os danos
emergentes. Os danos patrimoniais ou materiais constituem
prejuízos ou perdas que atingem o patrimônio corpóreo de alguém.
Pelo que consta dos arts. 186 e 403 do Código Civil não cabe
reparação de dano hipotético ou eventual, necessitando tais danos
de prova efetiva, em regra.
4. A Responsabilidade solidária objetiva dos fornecedores em
contrato de consumo está baseada na teoria do risco e advém da
lei (CDC).
19. Súmula 490 STF - A pensão correspondente à indenização oriunda de
responsabilidade Civil deve ser calculada com base no salário mínimo
vigente ao tempo da sentença e ajustar-se-á às variações ulteriores.
20. Súmula 642-STJ: O direito à indenização por danos morais transmite-
se com o falecimento do titular, possuindo os herdeiros da vítima
legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a ação indenizatória.
21. Errado - SÚMULA STJ 54: “Os juros moratórios fluem a partir do
evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual.”

22.DIREITO DE IMAGEM – Lucro da intervenção e caso Giovanna


Antonelli. Além do dever de reparação dos danos morais e
materiais causados pela utilização não autorizada da imagem de
pessoa com fins econômicos ou comerciais, nos termos da Súmula
403-STJ, o titular do bem jurídico violado tem também o direito de
exigir do violador a restituição do lucro que este obteve às
custas daquele.
23.STJ. 3ª Turma. REsp 1.698.701-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 02/10/2018 (Info 634)
24. En 620, CFJ: A obrigação de restituir o lucro da intervenção, entendido
como a vantagem patrimonial auferida a partir da exploração não
autorizada de bem ou direito alheio, fundamenta-se na vedação do
enriquecimento sem causa.

25.TERMO INICIAL

 1. JUROS DE MORA
 a) Responsabilidade
 a.1) Extracontratual ou Aquiliana (ato ilícito) -> do Evento danoso
(súm.54 STJ).
 a.2) Contratual -> da Citação - Art. 405, CC
 b) Dívida
 b.1) Ilíquida -> Citação (art.405 CC).
 b.2) Líquida -> do vencimento.

 2.) CORREÇÃO MONETÁRIA:


 a) Danos materiais:
 Responsabilidade Extracontratual: do Efetivo prejuízo (súm.43 STJ).
 Responsabilidade Contratual: da Contratação.
 b) Danos Morais -> do arbitramento (súm.362 STJ) - Seja a
responsabilidade extracontratual ou contratual

Súmula 54 (STJ):Os juros moratórios fluem a partir do evento


danoso, em caso de responsabilidade extracontratual

26. STJ Súmula 642: "O direito à indenização por danos morais
transmite-se com o falecimento do titular, possuindo os herdeiros da
vítima legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a ação
indenizatória". Sabemos que, com a morte, extinguem-se os direitos
da personalidade. Assim, eles não são transmitidos. Neste caso,
transmite-se aos herdeiros o direito de requerer a indenização, dado
o seu caráter patrimonial.
27. Súmula 479/STJ, “As instituições financeiras respondem
objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo
a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de
operações bancárias."

28. Responsabilidade extracontratual- desde o evento danoso:

SÚMULA 54/STJ- Os juros moratórios fluem a partir do evento


danoso, em caso de responsabilidade extracontratual.

SÚMULA 362/STJ – A correção monetária do valor da indenização do


dano moral incide desde a data de arbitramento (decisão
condenatória).

Responsabilidade extracontratual, com pensionamento mensal


fixado:

STJ- Não se aplica a súmula 54 do STJ, que somente tem incidência para
condenações que são fixadas em parcela única. Se a condenação for por
responsabilidade extracontratual, mas o juiz fixar pensão mensal, neste
caso, sobre as parcelas já vencidas incidirão juros de mora a contar
da data que venceu cada prestação. Sobre as parcelas vincendas, em
princípio não haverá juros de mora, a não ser que o devedor atrase o
pagamento, situação na qual os juros irão incidir sobre a data do
respectivo vencimento.
Responsabilidade contratual- desde a citação:
Art. 405. Os juros moratórios fluem a partir da citação.
29. STJ: "Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, não há responsabilidade
da empresa de transporte coletivo em caso de ilícito alheio e estranho à atividade
de transporte, pois o evento é considerado caso fortuito ou força maior, excluindo-
se, portanto, a responsabilidade da empresa transportadora".
30. O controle preventivo de constitucionalidade exercido, pela via de exceção, a
pedido de parlamentar federal, contra projeto de lei que viole o devido
processo legislativo, deverá ser extinto pelo STF se o autor vier a perder o
mandato parlamentar durante o trâmite da respectiva ação.

CONSTITUCIONAL - PODER LEGISLATIVO


1. Segundo a jurisprudência do STF, admite-se que as Cortes de Contas lancem
mão de medidas cautelares, as quais, levando em consideração a origem
pública dos recursos sob fiscalização, podem recair sobre pessoas físicas e
jurídicas de direito privado.
2. Conforme jurisprudência, é inconstitucional norma local que estabeleça a
competência do tribunal de contas para realizar exame prévio de validade de
contratos firmados com o poder público.
3. impossibilidade de recondução dos presidentes das casas legislativas
para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente, dentro da
mesma legislatura".
4. LEGISLATURA: período de 4 anos; SESSÃO LEGISLATIVA: período anual;
PERÍODO LEGISLATIVO: período semestral.
5. Conforme art. 71, VI, da CF/88, compete ao TCU fiscalizar a aplicação de
quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste
ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município.
6. Imunidade formal abrange a restrição da prisão, a qual só será efetivada nos
casos de flagrante de crime inafiançável, sendo que em 24 horas a Casa
Legislativa pertinente decidirá sobre a prisão. Imunidade material, que é a
que permite a livre expressão, sendo que os Deputados e Senadores são
invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
votos.
7. a inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no
exercício do mandato e na circunscrição do Município, ou seja, só abrange a
imunidade material.
8. Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos.
9. A imunidade material pode ser absoluta ou relativa. Segundo o STF, se o
parlamentar estiver no recinto do Congresso Nacional, terá toda a liberdade
em seus pronunciamentos. Já que, nesse caso, ele não será questionado se
estava ou não no exercício da função.
10.A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das
respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa
privativa da União. É vedado às unidades federativas instituírem normas
que condicionem a instauração de ação penal contra o Governador, por
crime comum, à prévia autorização da casa legislativa, cabendo ao
Superior Tribunal de Justiça dispor, fundamentadamente, sobre a
aplicação de medidas cautelares penais, inclusive afastamento do cargo"

11. O que a CPI pode fazer:


-> convocar ministro de Estado;
-> tomar depoimento de autoridade federal, estadual ou municipal;
-> ouvir suspeitos (que têm direito ao silêncio para não se autoincriminar) e
testemunhas (que têm o compromisso de dizer a verdade e são obrigadas a
comparecer);
-> ir a qualquer ponto do território nacional para investigações e audiências públicas;
-> PRENDER EM FLAGRANTE DELITO;
-> requisitar informações e documentos de repartições públicas e autárquicas;
-> requisitar funcionários de qualquer poder para ajudar nas investigações, inclusive
policiais;
-> pedir perícias, exames e vistorias, inclusive busca e apreensão (vetada em
domicílio);
-> determinar ao Tribunal de Contas da União (TCU) a realização de inspeções e
auditorias; e
-> quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados (inclusive telefônico, ou seja, extrato
de conta e não escuta ou grampo). – Poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais
O que a CPI não pode fazer:
-> condenar;
-> determinar medida cautelar, como prisões, indisponibilidade de bens, arresto,
sequestro;
-> DETERMINAR INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E QUEBRA DE SIGILO
DE CORRESPONDÊNCIA;
-> impedir que o cidadão deixe o território nacional e determinar apreensão de
passaporte;
-> expedir mandado de busca e apreensão domiciliar; e
-> impedir a presença de advogado do depoente na reunião (advogado pode: ter
acesso a documentos da CPI; falar para esclarecer equívoco ou dúvida; opor a ato
arbitrário ou abusivo; ter manifestações analisadas pela CPI até para impugnar prova
ilícita).

As CPIs não possuem todos os poderes instrutórios dos juízes. Elas apenas investigam
fatos determinados, mas não processam e julgam.
Não há Poder Judiciário Municipal. Logo, os poderes das CPIs municipais são mais
restritos. Elas não podem, por exemplo, determinar a quebra de sigilo telefônico.
Para a constituição válida da CPI estadual, é necessário haver correlação entre o
respectivo objeto e a competência conferida constitucionalmente à AL.
Munícipio NÃO tem poder Judiciário.

11."Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não


poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria (absoluta – doutrina) de seus
membros, resolva sobre a prisão".

12. Quóruns no art. 53 da CF:


Resolver sobre a prisão de membro do CN: maioria absoluta da Casa
respectiva.
Sustar o andamento da ação penal em face de membro do CN, por crime
ocorrido após a diplomação: maioria absoluta Casa respectiva.
Suspensão das imunidades parlamentares durante o estado de sítio, quanto
a atos praticados fora do recinto do Congresso e incompatíveis com a execução
da medida: 2/3 dos membros da Casa respectiva.

STF Info 1053 - 2022: A garantia da imunidade parlamentar, a se interpretar de forma


extensiva, tendo em vista sua função democrática, não alcança os atos sem claro
nexo de vinculação do discurso com as funções parlamentares (teoria funcional) ou
nos casos em que for utilizada para a prática de flagrantes abusos, usos criminosos,
fraudulentos ou ardilosos.

-STF Info. 969 - 2020: O fato de o parlamentar estar na Casa legislativa no momento
em que proferiu as declarações não afasta a possibilidade de cometimento de crimes
contra a honra, nos casos em que as ofensas são divulgadas pelo próprio parlamentar
na Internet.

-STF no MS nº 25.579/05 (Informativo nº 406) : Deputado ou senador quando assume o


cargo de Ministro não carrega o bônus (das imunidades), mas carrega o ônus de poder
perder o mandato por quebra de decoro parlamentar, ainda que tenha praticado atos
enquanto Ministro.

13. Teses de repercussão geral fixadas pelo STF:


TEMA 899: É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de
Tribunal de Contas;
TEMA 642: O Município prejudicado é o legitimado para a execução de crédito decorrente
de multa aplicada por Tribunal de Contas estadual a agente público municipal, em razão
de danos causados ao erário municipal;
TEMA 768-RG: Somente o ente público beneficiário possui legitimidade ativa para a
propositura de ação executiva decorrente de condenação patrimonial imposta por
Tribunais de Contas (CF, art. 71, § 3º).
14.Tese Firmada: A competência técnica do Tribunal de Contas do Estado, ao
negar registro de admissão de pessoal, não se subordina à revisão pelo Poder
Legislativo respectivo.
15. Contas do Presidente:
CÂMARA DOS DEPUTADOS: toma as contas do PR
TCU: aprecia as contas do PR
CONGRESSO NACIONAL: julga (Art. 49 IX) as contas do PR
16. Vício Formal => se relaciona ao processo, a forma. Como erro na formação do
quórum de votação.

Vício Material => se relaciona a materialidade do ato, como a competência


para exercer o ato.

17. TCU irá julgar as contas de todos os administradores que lidem com verbas
federais, salvo as do Presidente da República, que são julgadas pelo Congresso
Nacional.

18. - Competência Exclusiva: é de natureza administrativa. Relaciona-se à


administração de ações do Governo Federal (União);

- Competência Privativa: é de natureza Legislativa. Nas questões, sempre


haverá "legislar sobre ...". É de competência da União, mas pode ser delegada
aos E e DF por Lei Complementar (aos municípios, não!);

- Competência Comum: é de natureza administrativa. Inclui a administração


de serviços prestados por todas as esferas do Governo (U, E, DF e MUNICÍPIOS).

- Competência Concorrente: é legislativa (legislar sobre...) e não inclui os


Municípios.

19. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: autorizar referendo e


convocar plebiscito;
20. O parecer prévio, emitido pelo TC ou Conselho de Contas sobre as contas
do Prefeito só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
membros da Câmara Municipal. Mas se a Câmara Municipal não analisar as
contas do prefeito, nem por isso elas serão reprovadas
tacitamente. Prevalecia antes o entendimento de que, como o parecer do TC
somente não prevaleceria caso afastado expressamente por 2/3 dos membros
da Câmara Municipal, a contrario sensu, caso não afastado expressamente,
admitir-se-ia o julgamento ficto das contas por decurso do prazo, prevalecendo
o parecer prévio do TC. Mas aí veio o STF e disse que NÃO, não prevalece,
não se admite julgamento ficto, pois o parecer é meramente OPINATIVO.
21.

AULA 09 – ADM – PROCESSO ADM

1. A regra geral consiste no princípio da independências das instâncias penal, civil


e administrativa.
As exceções, por sua vez, consistem na formação de coisa julgada, na órbita
penal, com fundamento na inexistência do fato ou na negativa de autoria,
situações em que a sentença penal irradia seus efeitos para as demais esferas.
No ponto, o art. 126 da Lei 8.112/90:
"Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso
de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria."
É preciso, insista-se, que haja decisão transitada em julgado.
2. De acordo com o artigo 5º da Lei nº 9.784/1999, o processo administrativo
pode ser instaurado por provocação da parte interessada ou de ofício pela
administração. Além disso, a relação no processo é bilateral. A administração
pública, por sua vez, age como parte e como interessada. Por fim, no direito
brasileiro, o processo administrativo não faz coisa julgada. As decisões
administrativas podem ser anuladas, quando ilegais, pelo poder judiciário.
3. Princípio da Segurança Jurídica

⇒ A atuação da administração pública deve ser previsível e estável. Esse


princípio veda a aplicação retroativa da nova interpretação (overruling) ou redação de
uma norma. Pode ser estudado sob dois primas:

 1) OBJETIVO - refere-se à irretroatividade das normas e à proteção


dos atos perfeitamente realizados, em relação a modificações legislativas
posteriores.

 2) SUBJETIVO - trata justamente da preservação das expectativas legítimas da


sociedade com a produção de harmonia das relações jurídicas. (princípio da
proteção da confiança).

*obs: também implica a sujeição do poder de autotutela do Estado a um prazo


razoável, que no processo administrativo federal é de 5 anos.

4. Inconstitucionalidade material por violação à isonomia na relação Estado-


cidadão - ADI 6019/SP: É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo
decadencial de 10 (dez) anos para anulação de atos administrativos
reputados inválidos pela Administração Pública estadual.
5. A edição de norma estadual veiculadora de regras sobre prescrição e
decadência no âmbito do TCE não ofende a iniciativa privativa do Chefe do
Poder Executivo (Art. 61, parágrafo 1, da CR).
É constitucional norma estadual decorrente de emenda parlamentar a projeto
de lei de iniciativa do Tribunal de Contas estadual que veicule regras sobre
prescrição e decadência a ele aplicáveis. STF. Plenário. ADI 5384/MG, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 27/5/2022 (Info 1056)
É inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que trate sobre os cargos, a
organização e o funcionamento do Tribunal de Contas. É a própria Corte de
Contas que tem competência reservada para deflagrar o processo legislativo
que trate sobre essa matéria
6. No processo administrativo, a fase procedimental é vinculada porque o agente
público deve observar rigorosamente as normas e regras incidentes ao caso
concreto."
7. Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou
autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro
ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou
respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve
comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui
falta grave, para efeitos disciplinares.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha
amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os
respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de
recurso, sem efeito suspensivo.
8. "Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
público e eficiência."
9. "Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá
intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis,
apresentem alegações."
10. "Art. 59 (...)
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser
decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos
pelo órgão competente.

§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por


igual período, ante justificativa explícita."
11. Art. 63 (...)
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de
ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa."
12. ⇒ Prazos expressos na Lei 9.784/99:

Para todos os atos, inexistindo disposição específica | 5 dias, salvo força


maior, prorrogáveis por até igual período, se justificado.

Intimação para comparecimento | Mínimo de 3 dias úteis

Intimação dos interessados de prova ou diligência ordenada | Mínimo de 3


dias úteis

Emissão de parecer de órgão consultivo | 15 dias, salvo norma especial ou


comprovada necessidade de maior prazo.

Manifestação do interessado após encerrada a instrução | 10 dias, salvo


determinação legal.

Decisão após instrução | Até 30 dias, prorrogáveis, se justificado.

Reconsideração pela autoridade que proferiu a decisão | 5 dias; se não


reconsiderar, encaminhará à autoridade superior

Interposição de recurso | 10 dias, contados a partir da ciência ou divulgação


oficial da decisão recorrida.

Decisão de recurso | Até 30 dias, contados do recebimento dos autos,


prorrogáveis se justificado.

Intimação dos demais interessados | 5 dias úteis para apresentação de


alegações.

13. "O STJ vem decidindo que não há nulidade na instauração de Processo
Administrativo Disciplinar instaurado após a realização de investigação
preliminar para averiguar o conteúdo de denúncia anônima, na medida em
que, na forma do art. 143 da Lei 8.112/1990, a autoridade que tiver ciência de
irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração
imediata, como ocorreu o presente casu. Precedente: MS 18.664/DF, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção do STJ, julgado em
23/04/2014, DJe 30/04/2014."
14. i) a delegação deve ser parcial, não podendo ser genérica, abrangendo,
amplamente, todas as competências do delegante;
ii) a delegação precisa ter prazo determinado, uma vez que a lei exige que seja
estabelecida a sua duração; e
iii) a delegação é revogável, de fato, a qualquer tempo.
15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior".
16. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção
aplicada".
17. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato
à autoridade competente, abstendo-se de atuar".
18. "Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público
nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão
ser convalidados pela própria Administração".

Aula 10 – ADM- BENS PUBLICOS

1. (...)é possível a desistência da desapropriação a qualquer tempo, desde que


não tenha ocorrido o pagamento integral do preço e o imóvel possa ser
devolvido sem alteração substancial que o impeça de ser utilizado como antes"
- REsp 38.966/SP. Informativo 596, STJ: É ônus do expropriado provar a
existência de fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação.
2. a doutrina diferencia permissão de uso de bem público para autorização de
uso de bem público. Na AUTORIZAÇÃO o interesse é predominantemente do
particular. Já na PERMISSÃO o interesse é predominantemente público.
3. O imóvel vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação deve ser tratado
como bem público, porque está afetado à prestação de serviço público,
sendo, assim, imprescritível (STJ. Terceira Turma. Resp. 1874632/AL. Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 25/11/2021).
4. Súmula 637-STJ: O ente público detém legitimidade e interesse para intervir,
incidentalmente, na ação possessória entre particulares, podendo deduzir
qualquer matéria defensiva, inclusive, se for o caso, o domínio. STJ. Corte
Especial. Aprovada em 07/11/2019.
5. res nullius: São as coisas sem dono ou bens adéspotas, sobre as quais não há
qualquer disciplina específica do ordenamento jurídico, incluindo os bens
inapropriáveis, como a luz, e os bens condicionadamente inapropriáveis, como
os animais selvagens.

6. áreas institucionais em loteamentos: “Áreas institucionais são aquelas que os


loteadores devem reservar no loteamento para a implantação, pelo Poder Público
municipal, de áreas de lazer, equipamentos públicos de uso comum; enfim, espaços
reservados à comunidade. Encontram-se previstas no art. 4º, inc. I, da Lei n.º
6.766/79 (Lei de Parcelamento do Solo Urbano), e podem estar afetadas tanto a uso
especial, ocasião em que se destinam à instalação de repartições públicas, como
também ao uso comum do povo (p. ex., ruas e avenidas)”. A respeito de áreas
verdes e institucionais e loteamentos, cabe lembrar que o STF recentemente
(junho de 2021) decidiu na ADI 6602 que são inconstitucionais dispositivos do
artigo 180 da Constituição do Estado de São Paulo que proíbem os municípios
de promover a desafetação de loteamentos definidos como áreas verdes ou
institucionais.
7. Sistema de freios e contrapesos. O Legislativo exerce controle externo sobre o
Executivo desde a Magna Carta, do João Sem Terra, em 1215.
8. As terras devolutas são bens públicos e a identificação e demarcação de terras
devolutas é feita por exclusão: todas as terras que não forem de propriedade
particular são devolutas e, consequentemente, são bens públicos.
Quando diante de situação em que há dúvida sobre quais terras são devolutas
e quais são particulares, deve o Estado propor ação discriminatória. Nessa
ação, será determinado quais terras pertencem a particulares e quais terras
são devolutas.

A decisão em ação discriminatória tem natureza declaratória, isto é, declara


quais terras são públicas e quais são particulares. Tem também natureza
demarcatória. Sendo assim, caso na ação discriminatória seja identificado que,
em título de propriedade de particular foram erradamente incluídas terras
públicas. A consequência da decisão na ação discriminatória será a anulação
desse título, sem a necessidade de ação específica para anulação do título ou
mudança do registro público acerca da propriedade do imóvel.
Sobre o tema, vale conferir trechos do seguinte precedente do STJ:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO DISCRIMINATÓRIA. TERRAS
DEVOLUTAS DO ESTADO DO PIAUÍ. COMPETÊNCIA ABSOLUTA. FORO DA
SITUAÇÃO DA COISA. REGISTROS IMOBILIÁRIOS EM NOME DE PARTICULARES.
PRESUNÇÃO RELATIVA DO DIREITO DE PROPRIEDADE. FALSIDADE DOS
TÍTULOS. ÔNUS PROBATÓRIO DO AUTOR. LEGITIMIDADE DA POSSE.
CONCESSÃO DE DIREITO DE USO. PRODUÇÃO DE PROVA. OCUPANTE DE TERRA
PÚBLICA. OBRIGAÇÃO. (...) 4. A ação discriminatória é o procedimento
judicial adequado para separar as terras devolutas das particulares e
também se presta ao cancelamento dos títulos de domínio, não havendo
necessidade da propositura de ação exclusiva para a regularidade ou
nulidade dos registros imobiliários (ex vi do art. 27, c/c o art. 13 da Lei n.
6.383/1976, 214, 249 e 250 da Lei n. 6.015/1973). 5."O registro do título
translativo no cartório de imóveis não gera presunção absoluta do direito real
de propriedade, mas relativa, vale dizer, admite prova em sentido contrário
(CC/1916, art. 527; CC/2002, art. 1.231)." REsp 466.500/RS, relatora Ministra
DENISE ARRUDA, Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA, Data da
Publicação/Fonte DJ 03/04/2006). 6. A Corte Especial do Superior Tribunal de
Justiça, ao julgar o EREsp 617.428/SP (DJe 17/06/2014), firmou o
entendimento de que, "se as terras devolutas são definidas pelo critério
de exclusão, cabe ao Estado na ação discriminatória demonstrar que a
terra não se encontra no domínio de particular, podendo fazê-lo por meio
de certidão cartorária" ou outros meios em direito permitidos (ex vi dos
arts. 333, I, e 390 do CPC/1973). (...) . (STJ - AREsp: 888195 PI 2016/0073417-0,
Relator: Ministro GURGEL DE FARIA, Data de Julgamento: 18/02/2020, T1 -
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 28/02/2020)
Vemos, então, que deve o Estado propor ação discriminatória para
determinação judicial do perímetro devoluto e que, discriminado este por
decisão na referida ação, o título de propriedade de particular que inclua terras
públicas será anulado.
Art. 16. Lei 11.079/04. Ficam a União, seus fundos especiais, suas autarquias, suas
fundações públicas e suas empresas estatais dependentes autorizadas a participar, no
limite global de R$ 6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais), em Fundo Garantidor de
Parcerias Público-Privadas - FGP que terá por finalidade prestar garantia de
pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos federais,
distritais, estaduais ou municipais em virtude das parcerias de que trata esta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 12.766, de 2012) [...] § 7º O aporte de bens de uso especial
ou de uso comum no FGP será condicionado a sua desafetação de forma
individualizada.

9. A Nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021) acabou com o requisito de


comprovação da necessidade ou utilidade da alienação, quando se tratar de
bem imóvel oriundo de procedimento judicial ou alienação em pagamento.

10. Principais Dicas de Bens Públicos:

 Os bens públicos são objetos do estado que podem usados pelo público de
maneira ampla ou restrita.
 Em regra são impenhoráveis, imprescritíveis e inalienáveis, exceto estes que
vieram de um processo de desafetação, bens de PJ de direito privado
prestadoras de serviço público e o que está previsto na lei de licitações.
 São classificados em bens de domínio público e dominicais, estes que são bens
privativos do estado sem fins específicos como os terrenos da marinha.
 Os bens de domino público podem ser de uso comum (todos usam, sem
restrições, como praças e jardins) e de uso especial (parte da população usa
com restrições, como viaturas, prédios de órgãos e cemitérios).
 O processo de afetação consiste em transformar o bem de domino do estado
em bem de dominio público. Enquanto a desafetação é o contrário.
 Autorização e Permissão são atos negociais, precários e discricionários.
Aqueles não fazem licitação e são usados com interesse privado e estes fazem
licitação e são utilizados com um fim particular/coletivo, isto é, o particular ele
usa do bem pensando no interesse público, é tipo os food trucks na rua que
pedem permissão nas praças. Por último a concessão, que é um contrato
administrativo, com prazo, faz licitação e tem a finalidade pública/privada.
 bens de domínio público de uso especial, pois estão afetados para o uso
designado pela AP.

11. CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO:

É o contrato administrativo por meio do qual a Administração Pública concede o


uso privativo de bens públicos, de forma remunerada ou gratuita, por tempo certo
ou indeterminado, como direito real resolúvel, com a finalidade de implementar a
regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização,
edificação, cultivo de terra, aproveitamento sustentável das várzeas,
preservação das comunidades tradicionais e seus meios de subsistência, uso do
espaço aéreo ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas (art. 7
e 8º do Dec. Lei 271/1967). A celebração do contrato de concessão de direito real de
uso depende de prévia realização de licitação, na modalidade concorrência(art.
23,§3º a Lei 8666/93), ressalvadas as exceções legais. Obs: O Código Civil, no art. 1473,
IX prevê que a CDRU pode ser objeto de hipoteca, sob a condição de que seja limitada
ao prazo fixado para duração da concessão (art. 1473, § 2º, CC). A mesma Lei
11.481/2007 incluiu no art. 22, § 1º, III da Lei 9.514/1997, que o direito real de uso pode
ser objeto de alienação fiduciária, limitada esta ao tempo de duração da concessão
(art. 22, § 2º, Lei 9.514/1997).

12. Permissão de uso de um bem público:


"É ato discricionário, unilateral e precário, pelo qual a Administração permite que
o particular use com exclusividade um bem público com o objetivo de atender o
interesse público" (KNOPLOCK, 2016).

• Autorização de uso de bem público:


"É ato administrativo discricionário, unilateral e precário, pelo qual a
Administração autoriza que o particular use com exclusividade um bem público,
a partir do interesse privado deste" (KNOPLOCK, 2016).

• Concessão de direito real de uso de bem público:


"É o contrato administrativo por meio do qual o particular passa a ser titular de
um direito real de utilização de determinado bem público (...) Não é precária,
tem prazo determinado e requer procedimento licitatório " (CARVALHO, 2015).

• Concessão de uso de bem público:


"Pela qual a Administração consente que terceiro utilize determinado bem
público, nas condições estabelecidas" (KNOPLOCK, 2016).

• Cessão de uso de bem público:


"É a transferência gratuita da posse de um bem público de uma entidade ou
órgão para outro, a fim de que o cessionário o utilize nas condições
estabelecidas no respectivo termo, por tempo certo ou indeterminado. É ato de
colaboração entre repartições públicas" (MEIRELLES, 2016).

. direito de superfície, como ensina a doutrina civilista, consiste na "convenção


pela qual o proprietário do solo dá ao superficiário o direito de construir ou plantar
em sua área, subdividindo o jus in re sobre a coisa em propriedade do imóvel
(destinada ao proprietário) e propriedade superficiária (destinada ao
superficiário)." Trata-se de instituto que tem natureza de direito real imobiliário,
sendo a escritura pública de sua substância, na forma dos artigos 1.369, 104, III e
108, todos do Código Civil de 2002.

Outorga Onerosa do Direito de Construir, também conhecida como “solo criado" e


como “potencial construtivo" é a concessão emitida pelo Município para que o
proprietário de um imóvel edifique em outro imóvel próprio ou de terceiro, metragem
acima do limite estabelecido pelo coeficiente de aproveitamento básico, mediante a
contrapartida do pagamento pelo beneficiário."

13. bens de uso especial indireto: o ente público não utiliza os bens diretamente,
mas conserva os mesmos com a intenção de garantir proteção a determinado
bem jurídico de interesse da coletividade. Podem ser citadas como
exemplos as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, as terras públicas
utilizadas para proteção do meio ambiente.

14. bens do domínio público do Estado: "o conjunto das coisas móveis e imóveis
de que é detentora a Administração, afetados quer a seu próprio uso, quer
ao uso direito ou indireto da coletividade, submetidos a regime jurídico de
direito público derrogatório e exorbitante do direito comum."
Como daí se extrai, o conceito abrange os bens afetados a uma destinação
pública, de maneira que aí se inserem apenas os bens de uso comum do povo
e os de uso especial.

AULA 1/12- PROCESSO PENAL

1. É a famosa Teoria do encontro fortuito de provas/ teoria da descoberta


casual: quando a diligência revelar elementos até então desconhecidos todos devem
ser aproveitados, pressupondo o respeito da lei e que inexista desvio de finalidade.
CONHECIDA TAMBÉM COMO SERENDIPIDADE!!!
Serendipidade - Info 539 STJ: provas encontradas de forma fortuita ou casual durante
uma investigação regular de outro delito são lícitas e podem sim ser utilizadas no
processo penal.
- Na serendipidade de 1º grau há conexão, logo, descoberto fatos
envolvendo autoridades com prerrogativa de foro, o magistrado deverá paralisar os
atos de investigação e remeter todo o procedimento para o Tribunal competente.
- Na serendipidade de 2º grau não há conexão, sendo desnecessário o
encaminhamento na sua integralidade à competência originária.
2. O STJ, acompanhando posicionamento consolidado no STF, firmou o
entendimento de que eventual irregularidade na informação acerca do direito
de permanecer em silêncio é causa de nulidade relativa, cujo reconhecimento
depende da comprovação do prejuízo (RHC 67.730/PE, Rel. Ministro Jorge
Mussi, DJe 04/05/2016)
3. No processo civil, o réu é considerado revel se não contestar a ação. A revelia tem como
consequência a presunção de veracidade das alegações de fato feitas pelo autor da ação na
inicial. É o que dispõe o art. 344/CPC: "Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e
presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor".

No processo penal, no entanto, não há que se falar em revelia ou efeitos da revelia, somente em
omissão ou ausência do réu. É o que explica Aury Lopes Jr. (2016): “Não existe, no processo penal,
revelia em sentido próprio. A inatividade processual (incluindo a omissão e a ausência) não
encontra qualquer tipo de reprovação jurídica. Não conduz a nenhuma presunção, exceto a de
inocência, que continua inabalável".
4. CONEXAO: Envolve vários crimes e várias pessoas obrigatoriamente:

a) Conexão intersubjetiva por simultaneidade (conexão subjetivo-objetiva ou


conexão intersubjetiva ocasional): ocorre quando duas ou mais infrações são
praticadas ao mesmo tempo, por diversas pessoas ocasionalmente reunidas (sem
intenção de reunião), aproveitando-se das mesmas circunstâncias de tempo e de local
(CPP, art. 76, I, 1ª parte). Ex.: diversos torcedores depredando um estádio.
b) Conexão intersubjetiva por concurso (ou concursal): ocorre quando duas ou
mais infrações tiverem sido cometidas por várias pessoas em concurso, ainda que
em tempo e local diversos (CPP, art. 76, I, 2ª parte). Aqui não importa se as infrações
foram praticadas em tempos diferentes.

c) Conexão intersubjetiva por reciprocidade: ocorre quando duas ou mais


infrações tiverem sido cometidas por diversas pessoas umas contra as outras (CPP,
art. 76, I, parte final).

5. PREJUDICIAL HOMOGÊNEA E PREJUDICIAL HETEROGÊNEA:

a.1) Questão prejudicial homogênea: quando a questão prejudicial pertence ao


mesmo ramo do direito da questão principal.

a.2) Questão prejudicial heterogênea: quando a questão prejudicial pertence a um


ramo do direito diferente da questão principal.

b) Prejudicial obrigatória e facultativa: Será obrigatória se o juiz, considerando a


questão prejudicial séria e fundada, necessariamente tiver que suspender o processo
prejudicado até o deslinde da questão prejudicial, quando estiver diante de questão
atinente ao estado civil das pessoas, a teor do artigo 92 do CPP, quando o processo
ficará necessariamente suspenso, juntamente com o curso do prazo
prescricional(artigo 116 do CP), até o trânsito em julgado da decisão no civil, sem
prejuízo, na esfera criminal, da realização de providências urgentes. Por sua vez, a
prejudicial facultativa ocorre quando o reconhecimento do crime depende de
solução de questão diversa do estado civil das pessoas, uma vez que a suspensão não
é obrigatória, como se lê do artigo 93 do CPP. Tal ocorrerá numa discussão em ação
penal que verse sobre o crime de furto, onde se discute sobre a titularidade sobre a
coisa, afirmando o réu que a coisa lhe pertence, cogitando a solução pela atipicidade;

c) Questão prejudicial não devolutiva: será sempre analisada pelo juízo penal. Quais
são elas? As homogêneas.

d) Questão prejudicial devolutiva: o juiz penal devolve o conhecimento dessa questão


prejudicial ao seu juiz natural. Esta subdivide-se em:

d.1) Absoluta: jamais poderá ser analisada pelo juízo penal. São as questões
heterogêneas relacionadas ao estado civil das pessoas. Sempre que o juiz penal se
deparar com isso, jamais poderá decidir. Automaticamente cessa a sua competência e
ele se vê obrigado a remeter as partes para que o cível dirima a questão.

d.2) Relativa: pode, eventualmente, ser analisada pelo juízo penal. São as
heterogêneas, à exceção daquelas relativas ao estado civil das pessoas.

6. das decisões proferidas pelo juiz das execuções cabe, em regra, agravo em
execução. Em regra, porque pode haver exceções, ou situações específicas.
Súmula 700 do STF: É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da
execução penal.
E, ainda, o procedimento, que deve seguir o do Recurso em Sentido Estrito:
Apesar de o agravo em execução não possuir rito processual próprio, é pacífica na
jurisprudência a aplicação do procedimento do recurso em sentido
estrito, sendo, portanto, devido o exercício do juízo de retratação. (...) STJ. 5ª T., HC
101.114/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 27/05/10. (...) Pelo princípio da
fungibilidade recursal, a irresignação do Parquet pode ser tida como recurso de
agravo em execução, eis que interposto no prazo correto, sendo que o referido
recurso rege-se pelo rito do recurso em sentido estrito, sendo cabível, portanto
a retratação, como procedida pelo Julgador monocrático. STJ. 5ª T., HC 26.978/SP, Rel.
Min. Gilson Dipp, j. 09/12/03. (...)".

7. contraditório para a prova, também conhecido como contraditório real. O


contraditório "sobre a prova", também chamado contraditório diferido ou postergado,
possibilita que o contraditório seja realizado após a produção da prova, sem a
necessidade da presença do juiz ou das partes/terceiros. Exemplo: interceptação
telefônica.

8. Primeira Turma do STF decidiu que a contemporaneidade da prisão preventiva diz


respeito aos motivos ensejadores da prisão e não ao momento da prática do fato
ilícito, nas palavras da Ministra Rosa Weber, “diz respeito aos motivos ensejadores da
prisão preventiva e não ao momento da prática supostamente criminosa em si, ou
seja, é desimportante que o fato ilícito tenha sido praticado há lapso temporal
longínquo, sendo necessária, no entanto, a efetiva demonstração de que, mesmo com
o transcurso de tal período, continuam presentes os requisitos (i) do risco à ordem
pública ou (ii) à ordem econômica, (iii) da conveniência da instrução ou, ainda, (iv) da
necessidade de assegurar a aplicação da lei penal." (HC 192519 AgR-segundo,
Relator(a): ROSA WEBER, Primeira Turma, jul-gado em 15/12/2020, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-025 DIVULG 09-02-2021 PUBLIC 10-02-2021).

9. A súmula 523 do Supremo Tribunal Federal estabelece que “no processo penal, a
falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se
houver prova de prejuízo para o réu." Portanto, para que seja decretada a nulidade, se
faz necessária a valoração do prejuízo sofrido pelo réu.

10. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de


pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão
requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização
da vítima ou dos suspeitos do delito em curso."

11. CF. Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: I - processar e julgar,
originariamente: a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça
Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros
do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

▷ CF. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar,


originariamente: c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das
pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua
jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

12. O assistente da acusação não tem legitimidade para interpor recurso em sentido
estrito contra decisão que concede a suspensão condicional do processo, tendo em
vista que referida hipótese não se encontra no rol taxativo do art. 271 do Código de
Processo Penal

13. A legitimidade do assistente de acusação para apelar, quando inexistente


recurso do Ministério Público, é ampla, podendo impugnar tanto a sentença
absolutória quanto a condenatória, visando ao aumento da pena imposta, já que a
sua atuação justifica-se pelo desejo legítimo de buscar justiça, e não apenas eventual
reparação cível. Doutrina. Precedentes do STJ e do STF. (...)

(HC 137.339/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 09/11/2010)

15. CPP, Art. 73: Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá
preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando
conhecido o lugar da infração.

16. A interposição de RESE cabe apenas para os casos de REJEIÇÃO da denúncia.


Quando houver RECEBIMENTO, caberá HABEAS CORPUS.
Para revisar:
Hipótese de decisão secundum eventum litis: é a coisa julgada que se formará em
apenas um dos resultados possíveis, tratando as partes de forma desigual e colocando
uma delas em uma situação de vantagem. Exemplo: cabimento de RESE apenas na
rejeição de denúncia.
No JECRIM, cabe apelação contra a rejeição da denúncia.

17. Ao assistente de acusação só é permitida a participação a partir da persecutio


criminis in judicio até o transito em julgado. Não cabendo na fase pré e pós
processual. Nesse sentido o art. 269 do CPP:

Art, 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a


sentença e receberá a causa no estado em que se achar.

18. defesa preliminar: crimes funcionais, com prazo de 15 dias

resposta à acusação: procedimento comum, com prazo de 10 dias

19. nos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e


julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída
com documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com
declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas
provas.
20. O rito especial só cabe para crimes funcionais, ou seja, de funcionários
públicos contra a Administração Pública.
21. STF e o STJ: não cabe 'a defesa preliminar prevista no art. 514 do Código de
Processo Penal se a denúncia imputa ao agente público crime funcional e crime
não-funcional'" (TÁVORA, Nestor. RODRIGUES, Rosmar. Curso de Direito Processual
Penal. 12ª ed. 2017. Pág. 1212.).

22. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO:

REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA: SERÁ REVOGADA

-> NO CURSO DO PRAZO:

 Processado por outro CRIME


 Não efetuar, SEM MOTIVO JUSTIFICADO, a REPARAÇÃO DO DANO

REVOGAÇÃO FACULTATIVA: PODERÁ REVOGAR

-> NO CURSO DO PRAZO:

 Processado por CONTRAVENÇÃO


 DESCUMPRIR qualquer outra CONDIÇÃO imposta.

23. O juiz poderá substituir a prisão preventiva pela prisão domiciliar, caso o réu
tenha mais de oitenta anos ou prove ser portador de doença grave que cause
extrema debilidade. Neste caso, do art. 318 do CPP, há a substituição da
preventiva pela domiciliar; ou seja, o réu fica recolhido em sua residência,
aguardando. Já a LEP, no inciso I do 117 há a idade de maior de 70 anos.
versando sobre o cumprimento de regime de pena; a pessoa já foi condenada
e este artigo traz a ideia da pena privativa de liberdade ser cumprida em casa.

24. A decretação de prisão temporária somente é cabível quando

(i) for imprescindível para as investigações do inquérito policial;

(ii) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado;

(iii) for justificada em fatos novos ou contemporâneos;

(iv) for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato


e às condições pessoais do indiciado; e

(v) não for suficiente a imposição de medidas cautelares diversas.

STF. Plenário. ADI 4109/DF e ADI 3360/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, redator para
o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 11/2/2022 (Info 1043).

25. Foro: Regra: local da infração


Se local incerto: prevenção

Se local desconhecido: domicílio do réu

26. "É inadmissível o pleito da suspensão condicional do processo após a


prolação da sentença, ressalvadas as hipóteses de desclassificação ou
procedência parcial da pretensão punitiva estatal." (Jurisprudência em
Teses do STJ)

27. Nucci verbera no Código de Processo Penal Comentado:

"quando houver extinção da punibilidade no tocante à pretensão punitiva do


Estado, ou seja, causas de extinção ocorrentes antes do trânsito em julgado da
sentença condenatória, descabe o ajuizamento de revisão criminal. Isto se dá
porque o Estado não tem o direito de punir, assim declarado em decisão
judicial. Logo, não há motivo algum para o julgamento de uma revisão criminal,
incidente sobre decisão que declara exatamente aquilo que o réu pretende
obter: a ausência do jus puniendi estatal."

Em resumor: e a extinção da punibilidade ocorreu:

ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO: não cabe revisão

DEPOIS DO TRÂNSITO EM JULGADO: cabe revisão

28. Súmula 710


NO PROCESSO PENAL, CONTAM-SE OS PRAZOS DA DATA DA INTIMAÇÃO, E
NÃO DAJUNTADA AOS AUTOS DO MANDADO OU DA CARTA PRECATÓRIA OU
DE ORDEM.
29. Os tribunais entendem que a interceptação e escuta ambiental é
prova lícita (mesmo sem autorização judicial), salvo quando realizada em
ambiente no qual haja expectativa de privacidade ou quando praticadas
com violação de confiança, decorrente de relações pessoais ou profissionais.
30. SEGUNDO O STJ a conduta tipificada no art. 7º, parágrafo único, inciso IX, da
Lei 8.137/90 (Crimes Contra a Ordem Tributaria) - expor à venda produtos
impróprios para o consumo - deixa vestígios, razão pela qual a perícia é
indispensável para a demonstração da materialidade delitiva, nos termos
do art. 158 do CPP.

31. Jurisprudência em teses do STJ, edição nº.: 96 - Juizados Especiais Criminais II

"3) A suspensão condicional do processo não é direito subjetivo do acusado,


mas sim um poder-dever do Ministério Público, titular da ação penal, a quem
cabe, com exclusividade, analisar a possibilidade de aplicação do referido
instituto, desde que o faça de forma fundamentada."
STF - Entende ser direito subjetivo do acusado

32.

AULA 13 – CPC – PROCESSOS NOS TRIBUNAIS

1. No STJ, a atuação dos amigos da corte é destinada, especialmente, ao


julgamento de recursos especiais repetitivos, em que são analisadas questões
jurídicas presentes em múltiplas ações. Essa função foi fortalecida pela
previsão legal de que o amicus curiae, apesar de, em geral, não poder interpor
recursos, está autorizado a opor embargos de declaração e a recorrer da
decisão que julgar o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR).
2. A questão do cabimento de recurso contra decisão que *INADMITE* o ingresso
do amicus curiae não é pacífica.
Da decisão que admite não cabe recurso (Art. 138 do CPC).
E da decisão que o inadmite? Cabe recurso contra a decisão do Relator que
INADMITE o ingresso do amicus curiae?
*Para o STJ, não cabe.*
É incabível a interposição de Agravo Interno contra decisão que indefere o
pedido de ingresso de amicus curiae no processo (Art. 138, caput, CPC) (STJ.
Segunda Seção. EDcl no REsp. n.º 1.822.420/SP. Rel. min. Marco Buzzi, j. em

30/11/2021). ✅
À luz da jurisprudência do STJ, é incabível a interposição de agravo interno
contra decisão que indefira o pedido de ingresso de amicus curiae na demanda

(Q1939502 - CESPE 2022). ✅


*O STF, em julgado notificado no Info 985, decidiu que SIM, cabe.*
“É recorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae”. “É
possível a impugnação recursal por parte de terceiro, quando denegada sua
participação na qualidade de amicus curiae. STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF,
Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985).
Essa posição é pacífica no STF?
NÃO. Explico. Em 17/10/2018, o Plenário do STF decidiu que:
Tanto a decisão do Relator que *ADMITE* como a que *INADMITE* o ingresso
do amicus curiae é irrecorrível. STF. Plenário. RE 602584 AgR/DF, rel. orig. Min.
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018 (Info 920)

(Dizer o Direito). ✅
3. De acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a
indicação da necessidade do IRDR é requisito necessário para embasar o
pedido de suspensão nacional.
4. Requisitos para a instauração de IRDR (art. 976)

É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas


quando houver, simultaneamente:
1) efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma
questão unicamente de direito; e

2) risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

Há ainda um pressuposto negativo previsto no § 4º do art. 976, que é a


inexistência de afetação de recurso repetitivo pelos tribunais superiores no
âmbito de sua respectiva competência para a definição de tese sobre a
questão de direito objeto do IRDR:

5. "A afetação do recurso repetitivo é um requisito negativo de


admissibilidade. Porém, a afetação posterior à propositura do IRDR não
prejudica a sua admissibilidade, de acordo com o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça (STJ)."

Caríssimos, para a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas é


preciso que sejam preenchidos alguns requisitos cumulativos (art. 976).

 O primeiro requisito é o da existência de efetiva repetição de processos que


contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito (art. 976, I).
Não é preciso que o número seja muito grande, bastando haver repetição de
processos (FPPC, enunciado 87).
 O segundo requisito é a existência de risco de ofensa à isonomia e à segurança
jurídica (art. 976, II). Vê-se, aí, que o IRDR só deve ser instaurado quando se
verifica a existência de decisões divergentes. O IRDR não é um mecanismo
preventivo.
 O terceiro requisito, que não está expresso na lei, mas resulta
necessariamente do sistema é que já haja pelo menos um processo pendente
perante o tribunal (seja recurso, remessa necessária ou processo de
competência originária do próprio tribunal: FPPC, enunciado 344).

É que, uma vez instaurado o IRDR, o processo será afetado para julgamento por órgão
a que se tenha especificamente atribuído a competência para conhecer do incidente, o
qual julgará o caso concreto como uma verdadeira causa-piloto, devendo ser um
precedente que funcionará como padrão decisório para outros casos, pendentes ou
futuros.

Há, ainda, um requisito negativo (art. 976, § 4): não se admite a instauração do
incidente de resolução de demandas repetitivas se algum tribunal superior, ou o
Supremo Tribunal Federal, já tiver, no âmbito de sua competência, afetado recurso (de
revista, especial ou extraordinário) para definição da tese sobre a mesma questão
repetitiva. Afinal, se já está instaurado um procedimento destinado a estabelecer um
precedente que terá eficácia vinculante em todo o território nacional, não há utilidade
(e, pois, interesse) na instauração de um procedimento que só permitiria a produção
de um padrão decisório a ser empregado em um Estado ou Região.

Só será instaurado o IRDR se estiverem presentes todos os seus pressupostos de


admissibilidade, mas é preciso ter claro que sua eventual inadmissão não impede que,
posteriormente, e uma vez satisfeito o requisito que antes faltava, o incidente venha a
ser novamente suscitado (art. 976, § 3).

FONTE: https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/
novo-codigo-de-processo-civil/juizo-de-admissibilidade-irdr

6. Art. 12 CPC. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem


cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. § 2º Estão excluídos
da regra do caput: III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de
resolução de demandas repetitivas;
7. DA ORDEM DOS PROCESSOS E DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA
ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS
DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA
DO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA
DA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA E DA CONCESSÃO DO
EXEQUATUR À CARTA ROGATÓRIA
DA AÇÃO RESCISÓRIA
DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
DA RECLAMAÇÃO

8. O INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA


Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de
recurso, de remessa necessária ou de processo de competência
originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão
social, sem repetição em múltiplos processos.
DO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato
normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as
partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o
conhecimento do processo
Art. 953. O conflito será suscitado ao tribunal:
I - pelo juiz, por ofício;
II - pela parte e pelo Ministério Público, por petição.
Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos
necessários à prova do conflito
9. rt. 987, § 1º O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão
geral de questão constitucional eventualmente discutida.

Extraordinariamente, é previsto no CPC o efeito suspensivo ao RE e RESp


contra a decisão que julga o incidente de resolução de demandas
repetitivas (IRDR). Efeitos suspensivos “ope legis” a teor do art. 987, § 1º,
do CPC.

10. Art. 976, § 4º É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas


quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva
competência, já tiver afetado recurso para definição de tese [...].
11. Incidente de assunção de competência: mesmo que não haja multiplicidade
de recursos sobre a matéria, sendo admitida a possibilidade de instauração do
incidente por iniciativa do relator (DE OFÍCIO), independentemente de
requerimento das partes, do Ministério Público ou da Defensoria Pública.
12. IAC:
Visa prevenir demandas repetitivas
REQUISITOS: causa relevante + grande interesse social
NÃO há repetições, multiplicidade de processos sobre a demanda
pedido feito pelas partes, MP ou relator de oficio
IRDR:
Tem que haver múltiplas ações sobre a mesma questão e ao menos uma
tramitando na segunda instância
Escolhe 2 ações que representarão as demais
todas as ações serão suspensas até o julgamento
É admitido Amicus Curie
Pedido feito pelas partes, MP, juiz ou relator
REQUISITOS: cumulativos: efetiva repetição de processos que contenham
controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito; II - risco de ofensa
à isonomia e à segurança jurídica.

13. Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de


tribunal: I - pelo juiz ou relator, por ofício; II - pelas partes, por petição; III
- pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.

Art. 976, § 4º É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas


quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva
competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de
direito material ou processual repetitiva.

Art. 978, Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e


de fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o
processo de competência originária de onde se originou o incidente.

Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada: I - a todos os


processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de
direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive
àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região; II
- aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham
a tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma
do art. 986 .

Art. 984, § 2º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os


fundamentos suscitados concernentes à tese jurídica discutida, sejam
favoráveis ou contrários.
o amicus curiae não tem legitimidade para suscitar a instauração do incidente:
O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas.

14. Interposto Recurso Especial ou Recurso Extraordinário contra o acórdão que


julgou Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas IRDR, a suspensão
dos processos realizada pelo relator ao admitir o incidente só cessará com
o julgamento dos referidos recursos, não sendo necessário, entretanto,
aguardar o trânsito em julgado. O art. 982, § 5º, do CPC afirma que a
suspensão dos processos pendentes, no âmbito do IRDR, só irá cessar se não
for interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão
proferida no incidente. Assim, se for interposto algum desses recursos, a
suspensão persiste. STJ. 2ª Turma. REsp 1869867/SC, Rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 20/04/2021 (Info 693).
15. É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato
de locação, seja residencial, seja comercial. (INFO 1.046 STF - STJ. Súm. 549 -
É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação.
16. STJ editou a Súm. 549 - Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na
pendência do julgamento dos embargos de declaração quando inalterado o
julgamento anterior.
17. TJ. Súm. 518 - A recuperação judicial do devedor principal não impede o
prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores
solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória.
18. TJ. Súm. 531 - Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o
emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da
cártula.
19. STJ. Súm. 568 - O relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça,
poderá dar ou negar provimento ao recurso quando houver entendimento
dominante acerca do tema.

20. o incidente de resolução de demandas repetitivas aplica-se a recurso, a


remessa necessária ou a qualquer causa de competência originária. CORRETO:
Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento
interno dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência do
tribunal.

Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a


tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo
de competência originária de onde se originou o incidente.

21. FPPC90. (art. 976) É admissível a instauração de mais de um IRDR versando


sobre a mesma questão de direito perante tribunais de 2o grau
diferentes. CUIDADO COM: Art. 976. § 4o É incabível o IRDR quando um dos
tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver
afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material
ou processual repetitiva.
22. FPPC605. (arts.977; 985, I) Os juízes e as partes com processos no Juizado
Especial podem suscitar a instauração do IRDR. + Art. 985. Julgado o
incidente, a tese jurídica será aplicada: I - a todos os processos individuais ou
coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área
de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos
juizados especiais do respectivo Estado ou região;
23. SIGNALING
24. Técnica preparatória para a revogação de precedente, por meio do tribunal
que o formou, quando desatualizado ou injusto/incorreto, anunciando que
poderá modificá-lo, tornando-o incapaz de sustentar as decisões futuras,
provocando novo debate acerca do tema.
25. OVERRULING: Técnica através da qual se supera totalmente um precedente,
quando este perde sua força vinculante e é substituído por outro, pelo próprio
tribunal que o formou. O precedente deve ser superado quando: (1) não mais
corresponda aos padrões sociais e à consistência sistêmica e (2) as normas
jurídicas que o sustentaram ensejam mais a sua superação que sua
manutenção.

OVERRIDING: Conceitua-se overriding a técnica utilizada pelo tribunal formador


do precedente para limitar o âmbito de sua incidência, em função de
superveniência de uma regra ou princípio legal. Aqui, por consequência, não há
superação total do precedente, como no caso anterior, mas uma superação
parcial.

REVERSAL: Não é considerada uma técnica de superação de precedente, mas


sim de controle, pois representa a reforma de uma decisão proferida pelo
juízo a quo, em desacordo com o posicionamento firmado no precedente.

TRANSFORMATION: Seria uma superação implícita. A transformação é um


modo irregular de, por qualquer razão, evitar fazer formalmente uma
superação de precedente (overruling).

Fonte: DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: teoria da pova,
direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e
antecipação de tutela. 10 e.d. – Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015.

26. De acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a


indicação da necessidade do IRDR é requisito necessário para embasar o
pedido de suspensão nacional.
27. Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas
repetitivas quando houver, simultaneamente:

[...]

§ 4º É incabível o IRDR quando um dos tribunais superiores, no âmbito de


sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de
tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.
Técnica de julgamento estendido (art. 942, CPC)

- Aplicação:

1. Apelação (resultado não unânime)


2. Ação Rescisória (resultado não unânime rescisão de sentença)
3. Agravo de instrumento (resultado não unânime decisão que julgar parcialmente
o mérito)

- Não aplicação:

1. IAC (incidente de assunção de competência)


2. IRDR (incidente de resolução de demandas repetitivas)
3. Remessa necessária
4. Julgamento de Plenário ou Corte Especial

Obs.: A técnica de julgamento ampliado aludida no art. 942 do CPC incide na


hipótese de embargos declaratórios opostos contra acórdão que julgou apelação
quando o voto vencido inaugurado nos embargos de declaração possa alterar o
resultado do julgamento, sendo irrelevante se foram acolhidos ou rejeitados,
tendo em vista o caráter integrativo dos aclaratórios

28. A parte legitimada à propositura das ações previstas no poderá manifestar-se,


por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo
previsto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar
memoriais ou de requerer a juntada de documentos.
29. As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato
questionado poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se
assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no
regimento interno do tribunal.

 Em regra, a extinção do processo originário que deu causa à reclamação


ocasiona a perda superveniente do objeto da reclamação, por ausência de
interesse de agir. Fundamento:
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=EXTIN
%C3%87%C3%83O+DA+RECLAMA
%C3%87%C3%83O+POR+PERDA+DE+OBJETO+SUPERVENIENTE

Todavia, se essa extinção do processo originário se deu em julgamento de mérito cuja


controvérsia se tratava de definição de competência, nesse caso, a reclamação
permanece válida. Isso porque, conforme o STJ:

 "considerando que a questão controvertida objeto da reclamação recai sobre


preliminar de competência absoluta para o julgamento da ação originária, a
sua análise antecede ao mérito e influi diretamente no julgamento daquele
feito, possuindo o condão de invalidar a sentença ulterior, em virtude da
incompetência do Juízo sentenciante. Evidente, assim, a utilidade da presente
reclamação." STJ. 2ª Seção. Rcl 40.617-GO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 24/08/2022 (Info 746).
 A superveniência de sentença de mérito substituta da decisão
interlocutória reclamada não resulta na perda de objeto da reclamação.
 Deixa eu traduzir: Supervivência de sentença de mérito na ação originária
não faz a reclamação perder o objeto quando a controvérsia é sobre a
competência.
 O prévio esgotamento das instâncias ordinárias somente é exigido quando
a reclamação objetivar a preservação da competência do STJ e a observância
do recurso especial repetitivo.
 É isso que se extrai do art. 988, § 5º, II, do CPC que nada fala sobre IAC:
 Art. 988 (...)
 § 5º É inadmissível a reclamação:(...)
 II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso
extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido
em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando
não esgotadas as instâncias ordinárias.

DIREITO CIVIL

1. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros


descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem
consentido.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem
estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar
da data da conclusão do ato.

2. Art. 573. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo
o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso.
3. 5. A Teoria da Imprevisão (art. 317 do CC), de matriz francesa, exige a
comprovação dos seguintes requisitos: (I) obrigação a ser adimplida em
momento posterior ao de sua origem; (II) superveniência de evento
imprevisível; (III) que acarrete desproporção manifesta entre o valor da
prestação devida e o do momento de sua execução. A pedido da parte,
o juiz poderá corrigir o valor da prestação, de modo a assegurar,
quanto possível, o seu valor real.
4. 6. A Teoria da Onerosidade Excessiva (art. 478 do CC), de origem
italiana, pressupõe (I) contratos de execução continuada ou diferida;
(II) superveniência de acontecimento extraordinário e imprevisível; (III)
que acarrete prestação excessivamente onerosa para uma das partes;
(IV) extrema vantagem para a outra; e (V) inimputabilidade da excessiva
onerosidade da prestação ao lesado.

Possibilidade de flexibilização da "extrema vantagem".


 REVISÃO JUDICIAL DOS CONTRATOS POR FATO SUPERVENIENTE

-Extinção do contrato deve ser a ultima ratio, o ultimo caminho a ser


percorrido, somente se esgotados todos os meios possíveis de revisão. Isso,
diante do princípio da conservação contratual que é anexo à função social dos
contratos.

-No CC: arts. 317 e 478 – correntes doutrinárias acerca da revisão contratual
por fato superveniente:

1ª corrente: atual CC consagrou a teoria da imprevisão, de origem francesa,


que remonta à antiga cláusula rebus sic stantibus. Tartuce filiado a essa
corrente, pois predomina na prática a análise do fato imprevisível a possibilitar
a revisão por fato superveniente.

2ª corrente: o CC adotou a teoria da onerosidade excessiva, com inspiração no


CC italiano de 1942.

TEORIA DA IMPREVISÃO

-Surgida na França, no pós 1ª Guerra.

-Teoria subjetiva.

-Prevista nos artigos 317 e 478 do CC.

Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta


entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz
corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real
da prestação.

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma


das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra,
em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor
pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à
data da citação.

-Exige a imprevisibilidade e a extraordinariedade do fato superveniente.

-Exige a extrema vantagem para o credor.

6. É lícito à parte lesada optar pelo cumprimento forçado ou pelo rompimento do


contrato, não lhe cabendo, todavia, o direito de exercer ambas a alternativas
simultaneamente. A escolha, uma vez feita, pode variar, desde que antes da sentença.”
[STJ – 4ª Turma – REsp 1907653/RJ – Rel.ª.: Min.ª.: Maria Isabel Gallotti – D.J.:
23.02.2021]
7. 1. Em se tratando de ação em que o autor, ainda durante a vigência do
contrato, pretende, no âmbito de relação de trato sucessivo, o reconhecimento
do caráter abusivo de cláusula contratual com a consequente restituição dos
valores pagos indevidamente, torna-se despicienda a discussão acerca de ser
caso de nulidade absoluta do negócio jurídico

2. Nas relações jurídicas de trato sucessivo, quando não estiver sendo negado o
próprio fundo de direito, pode o contratante, durante a vigência do contrato, a
qualquer tempo, requerer a revisão de cláusula contratual que considere
abusiva ou ilegal, seja com base em nulidade absoluta ou relativa. Porém, sua
pretensão condenatória de repetição do indébito terá que se sujeitar à
prescrição das parcelas vencidas no período anterior à data da propositura da
ação, conforme o prazo prescricional aplicável.
3. Cuidando-se de pretensão de nulidade de cláusula de reajuste prevista em
contrato de plano ou seguro de assistência à saúde ainda vigente, com a
consequente repetição do indébito, a ação ajuizada está fundada no enriquecimento
sem causa e, por isso, o prazo prescricional é o trienal de que trata o art. 206, § 3º,
IV, do Código Civil de 2002.[...]
[STJ – 2ª Turma – REsp n. 1.360.969/RS – Rel.: Min. Marco Aurélio Bellizze – D.J.:
10.08.2016]
8. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. TEMPO DO PAGAMENTO E EXIGIBILIDADE DA
PRESTAÇÃO. VENCIMENTO ANTECIPADO DA OBRIGAÇÃO. ROL LEGAL
EXEMPLIFICATIVO.

8. É inconstitucional a cobrança por parte de associação de taxa de manutenção e


conservação de loteamento imobiliário urbano de proprietário não associado até o
advento da Lei nº 13.465/2017, ou de anterior lei municipal que discipline a questão, a
partir da qual se torna possível a cotização dos proprietários de imóveis, titulares de
direitos ou moradores em loteamentos de acesso controlado, que:

 i) já possuindo lote, adiram ao ato constitutivo das entidades equiparadas a


administradoras de imóveis; ou
 ii) sendo novos adquirentes de lotes, o ato constitutivo da obrigação
esteja registrado no competente Registro de Imóveis.

STF. Plenário. RE 695911, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/12/2020 (Repercussão
Geral – Tema 492).

9.

É POSSÍVEL FAZER USUCAPIÃO DE VEÍCULO FURTADO. Vejamos esse julgado do STJ:

[...]

2. A usucapião é instituto destinado a dar segurança e estabilidade à propriedade,


bem como consolidar as aquisições e facilitar a prova do domínio, de modo que, entre
os requisitos materiais, não há nenhuma menção à conduta ou inércia do proprietário.
Doutrina.

3. Nos termos do art. 1.261 do CC/2002, aquele que exercer a posse de bem móvel,
interrupta e incontestadamente, por 5 (cinco) anos, adquire a propriedade originária
do bem, fazendo sanar todo e qualquer vício anterior.

4. A apreensão física da coisa por meio de clandestinidade (furto) ou violência (roubo)


somente induz a posse após cessado o vício (art. 1.208 do CC/2002), de maneira que o
exercício ostensivo do bem é suficiente para caracterizar a posse mesmo que o objeto
tenha sido proveniente de crime.

5. As peculiaridades do caso concreto, em que houve exercício da posse ostensiva de


bem adquirido por meio de financiamento bancário com emissão de registro perante
o órgão público competente, ao longo de mais de 20 (vinte) anos, são suficientes para
assegurar a aquisição do direito originário de propriedade, sendo irrelevante se
perquirir se houve a inércia do anterior proprietário ou se o usucapiente conhecia a
ação criminosa anterior à sua posse.

6. Recurso especial desprovido.

(REsp 1637370/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado
em 10/09/2019, DJe 13/09/2019)

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