Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8. ed. São
Paulo: Noeses, 2021, Item 2.10 (“Exclusão” do crédito tributário), do Capítulo 2,
da segunda parte.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 32 ed. São Paulo:
Noeses, 2022, Capítulo XV.
Leitura Complementar
• BRITTO, Lucas Galvão. Revogação de Isenção, anterioridade e direito adquirido.
Revista de Direito Tributário, n. 114.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Isenções tributárias do IPI, em face do princípio
da não cumulatividade. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 33.
• LUNARDELLI, Pedro Guilherme Accorsi. Isenções tributárias. Capítulo IV e
Capítulo V, itens v. 5 a v. 7.
• MOREIRA, André Mendes. A não cumulatividade dos tributos. São Paulo:
Noeses, 2018. Capítulo VII, Item 7.9.
• BORGES, José Souto Maior. Teoria Geral da Isenção Tributária. 3 ed. rev. e
atual. São Paulo: Malheiros Editores, 2007, Capítulo I, §1º e §2º e Capítulo II,
§1º.
Questões
1. Defina o que é isenção, considerando ao menos duas das teorias existentes sobre o
tema e justificando o motivo pelo qual você adota uma delas. A partir disso,
explique as diferenças e as semelhanças que existem em relação: (i) à imunidade;
(ii) à não incidência; (iii) à anistia; (iv) à remissão; (v) à alíquota 0% e (vi) à redução
da base de cálculo.
2. A que se refere a expressão “crédito tributário” utilizada no art. 175 do CTN no
contexto da isenção tributária (inciso I)? E no contexto da anistia (inciso II)?
3. É possível afirmar que uma isenção por prazo certo sempre será uma isenção
condicionada e que uma isenção por prazo indeterminado sempre será uma
isenção incondicionada? Quais critérios são utilizados nessas classificações? A
revogação de uma isenção incondicionada reinstitui a norma jurídica de incidência
tributária no sistema ou é necessária a publicação de nova norma de incidência no
ordenamento jurídico? E no caso da revogação de uma isenção condicionada? Há
que se falar em direito adquirido? É necessário que se observe o princípio da
anterioridade de exercício e da anterioridade nonagesimal? (vide anexos I, II, III e
IV)?
4. A aquisição de insumos isentos a serem utilizados no processo de industrialização
confere direito a crédito tributário de IPI? Por que? Em caso afirmativo, qual critério
Módulo Incidência e Crédito Tributário
deve ser utilizado para determinar o valor desse crédito presumido de IPI? Suas
respostas seriam as mesmas se o insumo adquirido estivesse previsto como “não
tributado” (NT) na TIPI? E se estivesse previsto com alíquota 0%? E se for um
insumo adquirido na Zona Franca de Manaus? (Vide anexos V, VI, VII, VIII e IX)
5. Um Estado federado é obrigado a conceder isenção de IPVA para proprietários de
veículos automotores que tenham alguma deficiência física e precisem de veículos
adaptados? Há uma garantia constitucional a esse “benefício” ou a sua concessão
depende da liberalidade de cada Estado?
Considerando que o IPVA é um tributo que, em regra, incide anualmente, se
determinado Estado editou lei concedendo isenção condicionada desse imposto a
esse tipo de contribuinte, esse mesmo Estado pode alterar essas condições para
evitar fraudes? Em caso positivo, a partir de quando essas novas condições podem
ser aplicadas? O contribuinte que era isento até então e não conseguir cumprir as
novas condições poderá sofrer a cobrança do IPVA ou terá direito adquirido a essa
isenção? (Vide anexo X)
6. Há relação entre isenção tributária e o princípio da legalidade estrita tributária? O
contribuinte pode optar por pagar um tributo que é isento? Esse valor pago por
quem renuncia à isenção é tributo?
Considere o exemplo de determinado Estado que institui isenção de ICMS, com
fundamento em convênio CONFAZ, exclusivamente para operações realizadas pelo
contribuinte atacadista de determinado produto. A legislação (i) expressamente
veda que essa isenção seja utilizada por estabelecimentos industriais e varejistas e
(ii) nada fala sobre a possibilidade de manutenção de crédito pelo atacadista. Qual
o efeito prático desta isenção para a cadeia do ICMS? Essa isenção é
constitucional? Poderia o estabelecimento atacadista renunciar à isenção tributária
e decidir tributar regularmente sua operação?
Anexo I
ARE 1.322.395 AgR
DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
COM AGRAVO. ICMS. REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL. MAJORAÇÃO
INDIRETA DE TRIBUTO. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. 1. Agravo regimental no
recurso extraordinário com agravo interposto em face de decisão que,
monocraticamente, conheceu do recurso e deu-lhe provimento. O acórdão do TJSP,
reformado pelo relator, havia determinado que decreto estadual que revoga benefício
fiscal de ICMS produza efeitos apenas a partir do ano seguinte a sua edição,
respeitando a anterioridade anual e a noventena, por configurar aumento de carga
tributária, nos termos da jurisprudência desta Corte. 2. O ato normativo questionado
pelo contribuinte extinguiu benefício fiscal que possibilitava a geração de créditos de
ICMS ainda que a circulação de mercadorias fosse isenta. No entanto, seus efeitos
começaram a ser produzidos quando da publicação. A anterioridade tributária visa a
assegurar a previsibilidade da carga tributária, protegendo a segurança jurídica, a não
surpresa e a confiança legítima. Por isso, também deve ser aplicada à revogação ou
alteração de benefício fiscal, conforme já reconhecido por esta Corte. 3. Desse modo,
divirjo do relator e dou provimento ao agravo interno para negar provimento ao recurso
do Estado de São Paulo, a fim de manter o acórdão recorrido.
(ARE 1322395 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Relator(a) p/ Acórdão:
ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 21/02/2022, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-055 DIVULG 22-03-2022 PUBLIC 23-03-2022)
Anexo II
REsp 1.725.452 RS
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. DISCIPLINA DO ART. 178 DO CTN
À HIPÓTESE DE ALÍQUOTA ZERO. POSSIBILIDADE. NÃO SUJEIÇÃO DOS
VAREJISTAS AOS EFEITOS DO ART. 9º DA MP N. 690/2015 (CONVERTIDA NA LEI
N. 13.241/2015). PRESENÇA DE ONEROSIDADE (CONTRAPARTIDA) NO
CONTEXTO DO INCENTIVO FISCAL DA LEI N. 11.196/2005 ("LEI DO BEM").
PREMATURA CESSAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE ALÍQUOTA ZERO. VULNERAÇÃO
DA NORMA QUE DÁ CONCRETUDE AO PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
(PROTEÇÃO DA CONFIANÇA) NO ÂMBITO DAS ISENÇÕES CONDICIONADAS E
POR PRAZO CERTO. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA N. 544/STF.
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em
09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do
provimento jurisdicional impugnado. Aplica-se, in casu, o Código de Processo Civil de
2015.
Módulo Incidência e Crédito Tributário
Anexo III
RE 1.214.919 Agr
DIREITO TRIBUTÁRIO. SEGUNDO AGRAVO INTERNO EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. REINTEGRA. MAJORAÇÃO INDIRETA DO TRIBUTO.
OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE GERAL E NONAGESIMAL.
PRECEDENTES. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM A
JURISPRUDÊNCIA DO STF. 1. Conforme consignado na decisão agravada, a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que não
só a majoração direta de tributos atrai a aplicação do princípio da anterioridade, mas
Módulo Incidência e Crédito Tributário
Anexo IV
TJSP – Apelação Cível 0018109-40.2012.8.26.0132
Embargos à execução fiscal. IPTU de 2011. Controvérsia relacionada à possibilidade
de revogação de isenção concedida em caráter individual. Arts. 178 e 179 do CTN. O
executado preencheu os requisitos legais ao reconhecimento do benefício, que, no
caso dos autos, possui prazo de 20 anos. Posterior lei revocatória do anterior
dispositivo que instituiu o benefício não pode atingir aqueles que estavam em gozo da
benesse e que continuem a preencher as condicionantes exigidas para seu
implemento. Sentença reformada, neste ponto. Danos morais. Pedido que não pode
ser formulado em sede de embargos à execução fiscal, cujas alegações devem ser
restritas à desconstituição do título executivo. Dá-se parcial provimento ao recurso,
nos termos do acórdão.
(TJSP; Apelação Cível 0018109-40.2012.8.26.0132; Relator (a): Beatriz Braga; Órgão
Julgador: 18ª Câmara de Direito Público; Foro de Catanduva - SAF - Serviço de Anexo
Fiscal; Data do Julgamento: 25/05/2017; Data de Registro: 08/06/2017)
Anexo V
CARF – Acórdão 3301-012.013
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/07/2015 a 31/07/2015
BENS ISENTOS E TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO. AQUISIÇÕES. CRÉDITOS.
DESCONTOS. IMPOSSIBILIDADE.
Os custos com aquisições de bens isentos e/ ou tributados à alíquota zero não dão
direito ao desconto de créditos da contribuição por expressa previsão legal;
FRETES VINCULADOS À OPERAÇÃO DE COMPRA. BENS. REVENDA. INSUMOS.
DESONERAÇÃO. CRÉDITOS. DESCONTOS. POSSIBILIDADE.
Os custos/despesas com fretes tributados pelo PIS e Cofins, vinculados à operação de
compra de bens para revenda e para a utilização como insumos na produção dos bens
destinados à venda, ainda que desonerados da contribuição, dão direito ao desconto
de créditos.
FERRAMENTAS. PROCESSO PRODUTIVO. AQUISIÇÕES. CRÉDITOS.
DESCONTO. POSSIBILIDADE.
Os custos/despesas com aquisições de chaves Allen, jogos de chaves, chave de
fenda, chave canhão, chave combinada, chave inglesa, porta ferramentas, martelo e
tesoura para cortar vergalhão são essenciais ao desenvolvimento da atividade
Módulo Incidência e Crédito Tributário
Anexo VI
CARF – Acórdão 3301-010.772
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)
Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004
IPI. CRÉDITOS BÁSICOS. RESSARCIMENTO. FABRICAÇÃO DE PRODUTOS NÃO
TRIBUTADOS (N/T). IMPOSSIBILIDADE.
O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei n° 9.779,
de 1999, do saldo credor de IPI decorrente da aquisição de matérias-primas, produtos
intermediários e materiais de embalagem aplicados na industrialização de produtos,
isentos ou tributados à alíquota zero, não alcança os insumos empregados em
mercadorias não tributadas pelo imposto.
Aplica-se ao caso a Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação
às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI
como NT.
CONSTITUCIONALIDADE DE LEI
Aplica-se a Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a
inconstitucionalidade de lei tributária.
(CARF, Processo n.º 10880.928984/2009-27, Acórdão n.º 3301-010.772, 3ª Seção de
Julgamento / 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, 23/08/2021)
Anexo VII
EREsp 1.213.143 - RS
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM
RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE.
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI. OUTORGA DE CRÉDITO
POR MEIO DO ART. 11 DA LEI N. 9.779/1999. CREDITAMENTO AUTÔNOMO.
DESVINCULAÇÃO DA REGRA DA NÃO CUMULATIVIDADE - DISTINGUISHING.
UTILIZAÇÃO DO SALDO CREDOR DE IPI NA INVIABILIDADE DA COMPENSAÇÃO
COM O MENCIONADO TRIBUTO INCIDENTE NA SAÍDA. HIPÓTESE DE PRODUTO
NÃO TRIBUTADO. POSSIBILIDADE.
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte, na sessão realizada em
09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do
Módulo Incidência e Crédito Tributário
Anexo VIII
RE n. 550.218 ED/SP
Julgamento: 19/08/2014
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
ERRO DE FATO QUANTO À IDENTIFICAÇÃO DA QUESTÃO DISCUTIDA NOS
AUTOS. NECESSIDADE DE SE CONCEDER EFEITOS INFRIGENTES. EMBARGOS
ACOLHIDOS PARA ANALISAR O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPI. CRÉDITO.
AQUISIÇÃO DE PRODUTOS ISENTA DO IMPOSTO. PRINCÍPIO DA NÃO
CUMULATIVIDADE. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO PARA A OPERAÇÃO SEGUINTE.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Erro de fato
quanto à identificação da questão discutida nos autos enseja a adoção dos efeitos
infringentes para possibilitar o julgamento imediato do recurso extraordinário, ante a
existência de jurisprudência sobre o tema. II – O atual entendimento desta Corte é no
sentido de que, na sistemática que rege o princípio constitucional da não
cumulatividade, se não é devido tributo em determinada operação, não há com o que
se compensar o montante exigido na anterior. Além disso, se não foi cobrado tributo
em uma dada operação, não há o que se abater na seguinte. III – Assim, com base
exclusivamente nesse princípio, só haverá direito a crédito para a operação posterior
se for cobrado tributo na operação anterior. Ademais, só se compensa o que foi
exigido na operação precedente, se for devido tributo na operação seguinte. IV – A
partir dessa lógica, a operação desonerada do tributo não faculta o desconto do que
foi exigido na operação anterior e não gera crédito para a seguinte, raciocínio que
deve ser aplicado de forma indistinta aos diversos casos de desoneração, tais como
alíquota zero, isenção, não incidência e imunidade. V – Embargos de declaração
acolhidos, com efeitos infringentes, para negar provimento ao recurso extraordinário.
Anexo IX
RE n. 596.614/SP
DJe 20/09/2019
IPI. DIREITO DE CRÉDITO. INSUMOS PROVENIENTES DA ZONA FRANCA DE
MANAUS ADQUIRIDOS SOB O REGIME DE ISENÇÃO. PRINCÍPIO DA NÃO-
CUMULATIVIDADE. CF/88, ART.43, 1º, II, E 2º, III;153, 3º, II. A partir de hermenêutica
constitucional sistemática de múltiplos níveis normativos depreende-se que a Zona
Franca de Manaus constitui importante região socioeconômica que, por motivos
extrafiscais, excepciona a técnica da não-cumulatividade. É devido o aproveitamento
de créditos de IPI na entrada de insumos isentos, não tributados ou sujeitos à alíquota
zero provenientes da Zona Franca de Manaus, por força de exceção
constitucionalmente justificável à técnica da não-cumulatividade.
Anexo X
Módulo Incidência e Crédito Tributário