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Questões
1. Que é isenção (vide anexo I)?
Conforme doutrina de Paulo de Barros colacionada no REsp: 1098981 PR
2008 (Anexo I): “as normas de isenção pertencem à classe das regras de
estrutura, que intrometem modificações no âmbito da regra-matriz de incidência
tributária. Guardando sua autonomia normativa, a norma de isenção atua sobre a
regra-matriz de incidência tributária, investindo contra um ou mais critérios
de sua estrutura, mutilando-os, parcialmente. Com efeito, trata-se de encontro
de duas normas jurídicas que tem por resultado a inibição da incidência da hipótese
tributária sobre os eventos abstratamente qualificados pelo preceito isentivo, ou que
tolhe sua consequência, comprometendo-lhe os efeitos prescritivos da conduta.
Se o fato é isento, sobre ele não se opera a incidência e, portanto, não há
que falar em fato jurídico tributário, tampouco em obrigação tributária. E se a
isenção se der pelo consequente, a ocorrência fáctica encontrar-se-á inibida
juridicamente, já que sua eficácia não poderá irradiar-se. O que o preceito de
isenção faz é subtrair parcela do campo de abrangência do critério do antecedente
ou do consequente, podendo a regra de isenção suprimir a funcionalidade da regra-
matriz tributária de oito maneiras distintas: (i) pela hipótese: i. 1) atingindo-lhe o
critério material, pela desqualificação do verbo; i. 2) mutilando o critério material,
pela subtração do complemento; i. 3) indo contra o critério espacial; i. 4) voltando-
se contra o critério temporal; (ii) pelo conseqüente, atingindo: ii.1) o critério pessoal,
pelo sujeito ativo; ii.2) o critério pessoal, pelo sujeito passivo; ii.3) o critério
quantitativo, pela base de cálculo; e ii.4) o critério quantitativo, pela alíquota."
(Paulo de Barros Carvalho, in" Direito Tributário - Linguagem e Método ", 2ª ed., Ed.
Noeses, São Paulo, 2008, pág. 521)
2. Elaborar quadro comparativo a respeito de: (i) isenção; (ii) imunidade; (iii) não
incidência; (iv) anistia; e (v) remissão.
i) Isenção tem por objetivo mutilar parcialmente um ou mais elementos da RMIT,
através do encontro da norma isentiva e a norma tributária. É disciplinada em
sede de lei ordinária. Exemplo: receitas não operacionais decorrentes da venda
do ativo imobilizado não compõe a base de cálculo da contribuição ao PIS. (art. 1º,
§3º, VI da Lei nº 10.637/02).
ii) As imunidades retiram, de maneira finita e determinada, a competência
tributária dos entes políticos. Tem previsão constitucional. Exemplo: é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir imposto sobre
patrimônio, renda ou serviços, um dos outros (art. 150, inciso VI, alínea “a” da CF).
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3. A expressão “crédito tributário” utilizado no art. 175 do CTN tem o mesmo conteúdo
de significação para a isenção e para a anistia? Justificar.
Não, na isenção, a expressão “crédito tributário” significa o débito que
será constituído, é o débito em si. Por outro lado, para a anistia o “crédito
tributário” será aquele débito já existente o qual já foi cobrado pela
autoridade lançadora, como por exemplo o auto de infração, onde já foi
constituída uma penalidade por um ilícito tributário.
Conforme ensinamentos de PBC, o legislador traz um mesmo conceito para
duas situações distintas, ou seja, para o conceito de crédito de um tributo e crédito
de uma penalidade um só nome: crédito tributário.
Os critérios adotados para tais subdivisões são os presentes nos artigos 176 a
179. Logo na leitura do “caput” do artigo 176 já é possível perceber as quatro
possibilidades: isenções que necessitam de condições a serem comprovadas pelo
receptor da norma (a contrario sensu também há aquelas que não impões
condições a serem comprovadas) já temos as isenções condicionadas e
incondicionadas; nota-se que o legislador abriu a possibilidade de se atribuir prazo
determinado a elas, característica que tange apenas a questão de duração, não
guardando relação com a existência ou não de condições para nascimento do
direito ao receptor da norma.
ii) A revogação da isenção reestabelece a eficácia da norma jurídica no
sistema, assim, a norma isentiva retirava da norma somente a sua eficácia, ou seja,
sua capacidadede produzir efeitos, não retira sua validade, o que levaria à
revogação da norma.
Neste último caso, a norma irá retornar novamente a eficácia, a isenção deve
ser sempre tratada de forma precária, deve ser sempre lida como um benefício
instituído pelo ente tributante.
Nos termos do CTN, as isenções sempre devem respeitar o princípio da
anterioridade. Não há direito adquirido.
Sim, apesar de terem o efeito prático, são diferentes pois na alíquota zero a
tributação ocorre normalmente, entretanto o valor do tributo a pagar é zero, assim
se modificou a alíquota de forma que o valor final fosse nulo.
Na isenção a tributação não ocorre, no momento imediatamente posterior ao
nascimento da obrigação tributária, a norma isentiva retira a eficácia da legislação
para que determinado fato seja tributável.
São meios extremamente semelhantes, em verdade, a razão de ser da alíquota
0 é o caráter parafiscal o poder executivo, podendo reduzir ou aumentar a alíquota
quase instantaneamente como forma de controle da economia, de modo a evitar o
burocrático e demorado meio do processo legislativo ou a edição de outra medida
provisória.
Em princípio esse crédito não poderia ser passível de utilização, ja que
indivíduo não tem o direito de se aproveitar de crédito que não possui, distorcendo
a cadeia tributária.
Porém, caso o produto chegue com créditos e saia isento, entendo que o
próximo passo não isento da cadeia tenha o direito a utilização desses créditos,
ideia esta refutada por parte da jurisprudência nacional.
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6. Considerando o art. 155, §2º, II, alíneas “a” e “b” da CF, pergunta-se:
a) Existe isenção parcial? Redução de base de cálculo pode ser considerada hipótese
de isenção parcial?
Entendo não ser possível a isenção parcial, tendo em vista que a isenção é a
dispensa legal do pagamento de tributo, como não há a dispensa relacionada a
todo o tributo a ser pago, essa hipótese é apenas uma forma de redução do tributo
a ser pago, se equiparando a um desconto.
seja utilizada por estabelecimentos industriais e varejistas e (ii) nada fala sobre a
possibilidade de manutenção de crédito pelo atacadista. Qual o efeito prático desta
isenção para a cadeia do ICMS? Essa isenção é constitucional? Poderia o
estabelecimento atacadista renunciar à isenção tributária e decidir tributar
regularmente sua operação? Esse valor pago, em renúncia à isenção, seria tributo?
Há relação entre essa isenção tributária e o princípio da legalidade estrita tributária?
A isenção trazida pelo enunciado não possui efeito prático para a cadeia
do ICMS, pelo fato de ser disciplinada por um Convênio e não por uma Lei
Ordinária, é inconstitucional. Ademais, a legislação expressamente proíbe
que essa isenção seja utilizada pelos estabelecimentos industriais e
varejistas, razão pela qual o ICMS deverá ser cobrado nos termos da Lei.