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Agora Eu Passo Concursos Públicos

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Exclusão do Crédito Tributário�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Noções Gerais���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Isenção���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Agora Eu Passo Concursos Públicos.
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Exclusão do Crédito Tributário


Noções Gerais
As hipóteses de exclusão do crédito tributário referem-se aos casos em que, apesar de existir a
obrigação tributária principal relativa ao pagamento do tributo ou penalidade tributária, o lança-
mento não pode ser efetuado. Assim, a exclusão do crédito tributário significa a impossibilidade de
confecção do lançamento!
O art. 175 do CTN prevê duas modalidades distintas de exclusão do crédito tributário, que devem
ser interpretadas literalmente, pois são verdadeiros benefícios fiscais:
“Art. 175. Excluem o crédito tributário:
I – a isenção;
II – a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.”
Ambas modalidades, apesar de possuírem aspectos em comum (impedem a confecção do lança-
mento; não afetam as respectivas obrigações acessórias), são bastante diferentes.
De fato, a isenção refere-se aos tributos (a isenção costuma ser definida coma a dispensa legal do
pagamento do tributo devido) e aplica-se apenas para os fatos geradores ocorridos posteriormente à pu-
blicação da lei concessiva da isenção. A anistia, por sua vez, se refere às penalidades tributárias (a anistia
é o perdão da infração, com a consequente dispensa do dever de pagar a respectiva multa tributária
ainda não lançada) e necessariamente se refere ao passado (é um perdão de infrações já cometidas!).
Assim, podemos elaborar o seguinte quadro comparativo entre os institutos da isenção e anistia:

Isenção
Conforme já vimos, a isenção é, na estrita disciplina estabelecida pelo CTN, a dispensa legal do
pagamento do tributo devido. Assim, a isenção não afasta o surgimento da obrigação tributária prin-
cipal (ou seja, o tributo é inicialmente devido), mas impede a constituição do crédito tributário.
A isenção, por sua natureza, apenas se refere a fatos geradores ocorridos posteriormente à sua
instituição. Assim, ainda que a isenção possa ser conceituada como “a dispensa legal do pagamento
do tributo devido”, tal dispensa somente ocorrerá em relação aos fatos geradores ocorridos após a
criação da isenção. Logo, a isenção não pode ser confundida com o perdão de dívidas tributárias (o
perdão de dívidas tributárias pode ser concedido por lei mediante o instituto da remissão, que estu-
daremos no próximo capítulo).
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
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A concessão desta dispensa legal do pagamento do tributo devido é menos grave nos tributos
não vinculados, pois o Estado não incorreu em nenhum dispêndio público diretamente direcionado
ao sujeito passivo. Veja: a concessão de isenções em tributos vinculados faz com que outras pessoas
tenham que pagar tributos mais altos para que o Estado possa custear aquela atividade que benefi-
ciou especificamente a pessoa beneficiada pela isenção!
Seguindo a lógica indicada no parágrafo anterior, o art. 177, inciso I, do CTN, estabelece que: “Salvo
disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria”.
As isenções são verdadeiros benefícios fiscais e, portanto, devem necessariamente ser concedi-
dos em lei específica (CF, art. 150, §6º. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições,
só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusi-
vamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição). Ademais, as
normas isentivas devem ser interpretadas literalmente (CTN, art. 111, II).
As isenções somente podem ser concedidas pelo Ente Político que detém competência para legislar
sobre o tributo (lembre-se do “Princípio da Concessão de Isenções pelo próprio Ente Tributante” – CF,
art. 151, III). Assim, é proibida a chamada “isenção heterônoma” ou “isenção heterotópica” (isenção
concedida por pessoa política diversa daquela que detém a competência para legislar sobre o tributo).
PRESTE ATENÇÃO: não é plenamente correto afirmar que a União não pode conceder isenções de
tributos estaduais e municipais, pois a Constituição Federal estabelece que a União tem competência
para instituir os tributos estaduais nos Territórios e, caso os Territórios não sejam divididos em mu-
nicípios, a União também deterá competência para instituir os tributos municipais. Assim, a União
detém competência para isentar os tributos estaduais nos Territórios e, caso estes não sejam divididos
em municípios, a União também terá competência para conceder isenções de tributos municipais.
É muito interessante que a lei concessiva da isenção identifique expressamente os tributos aos
quais se aplica. Caso a lei seja genérica (ex.: lei que conceda isenção para todos os impostos devidos
à União), o CTN estabelece que a isenção não alcança os tributos criados após a publicação da lei
isentiva, em regra. Vejamos, por oportuno, estas normas do CTN:
“Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições
e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. (...)
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: (...)
II – aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão”.
Seguindo a mesma disciplina da moratória, o CTN estabelece que as isenções podem ser conce-
didas em caráter:
→→ Geral: é aquela isenção cuja fruição independe de qualquer ato superveniente do Fisco (ex.: as
pessoas maiores de 65 anos gozam de uma isenção do imposto de renda e usufruem do benefício
apenas informado sua condição na declaração anual do imposto de renda);
→→ Individual: o gozo da isenção depende do sujeito passivo comparecer ao Fisco e comprovar que
cumpre os requisitos legalmente estabelecidos. Caso comprovados tais requisitos, o Fisco emite
um despacho administrativo e, a partir de então, o sujeito passivo faz jus à isenção.
Nas isenções concedidas em caráter individual, é extremamente comum que a lei estabeleça
que o sujeito passivo deva cumprir alguma condição durante o gozo do benefício (ex.: tem direito à
isenção do IPTU a empresa que se instala em uma região da cidade que a prefeitura quer revitalizar
e que passa a exercer suas atividades neste novo imóvel; veja: o sujeito passivo deve fazer algo para
usufruir da isenção!). Tais isenção são conhecidas como “isenções condicionadas”.

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Exercícios
01. Lei municipal instituiu hipótese de anistia tributária com intuito de excluir determinados
valores devidos por empresas da região. De acordo com o CTN e com a doutrina, a anistia
incide sobre os valores oriundos de
a) tributos e infrações já lançados.
b) infrações já cometidas, mas ainda não lançadas.
c) tributos e infrações já cometidas, mas ainda não lançadas.
d) tributos e infrações ainda não cometidas.
e) tributos já lançados.
02. No tocante a exclusão do crédito tributário, considere:
I. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias de-
pendentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.
II. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as
condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso,
o prazo de sua duração.
III. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria.
IV. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção é extensiva aos tributos instituídos posterior-
mente à sua concessão.
Está correto o que consta APENAS em
a) I, II e IV.
b) II e III.
c) II, III e IV.
d) I e III.
e) I e II.
03. De acordo com o CTN, as hipóteses de exclusão do crédito tributário incluem
a) a isenção e a anistia.
b) o pagamento e a compensação.
c) a prescrição e a decadência.
d) a moratória e o parcelamento.
e) a remissão e o depósito do montante integral.
04. No que diz respeito à isenção, conforme o Código Tributário Nacional, é correto afirmar:
a) é causa excludente do crédito tributário, mas não dispensa o cumprimento das obrigações
acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito tenha sido excluído.
b) é causa extintiva do crédito tributário, sendo extensiva às taxas e contribuições que tenham
por fato gerador o mesmo fato jurídico relevante do crédito tributário extinto.
c) é causa excludente do crédito tributário e pode ser livremente suprimida, mesmo quando
concedida sob condição onerosa.
d) é causa extintiva do crédito tributário e depende, em qualquer hipótese, de despacho,
genérico ou particular, de autoridade administrativa competente para a verificação.
e) é causa excludente do crédito tributário e só pode ser concedida em caráter geral, nos termos
da lei, pela isonomia tributária, mas deve sofrer, em qualquer caso, restrições temporais por
meio de regulamento.

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05. Sob a vigência de determinada norma tributária, contribuintes deixaram de recolher o tributo
devido, do que resultou a autuação do fisco e a impugnação dos contribuintes. Antes mesmo
do fim do processo administrativo fiscal, foi aprovada e entrou em vigor legislação tributária
que concedeu isenção parcial, reduzindo em 50% o referido tributo, para as mesmas operações.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta, conforme as normas a respeito
da aplicação e vigência da lei tributária dispostas no Código Tributário Nacional (CTN).
a) Os contribuintes inadimplentes não poderão recolher os 50% do tributo devido, dada a im-
possibilidade de retroação no caso de a lei nova ser interpretativa, o que ocorreu na situação
hipotética apresentada.
b) Os contribuintes inadimplentes terão o direito de recolher o valor do tributo em 50%, já que
o ato ainda não se encontra definitivamente julgado.
c) A irretroatividade da lei tributária não alcança algumas exceções previstas no Código Tributá-
rio Nacional (CTN), como é o caso da concessão da isenção parcial prevista na situação hipo-
tética apresentada, uma vez que a exceção busca aplicação do princípio da segurança jurídica.
d) Os contribuintes inadimplentes não poderão se beneficiar do recolhimento com base na
nova lei, já que ela passou a viger após o nascimento da obrigação tributária e não há funda-
mento legal para desconsiderá-la.
e) Os contribuintes inadimplentes terão o direito de recolher 50% a título de tributo devido,
pois a lei retroage para beneficiá-los, mesmo antes do fim do processo administrativo fiscal,
dado o princípio da lei mais benigna.
06. Por meio de decreto de vigor e eficácia imediatos, o prefeito do município de Cascavel – PR,
comovido por inundação ocorrida em seu território, isentou do pagamento de IPTU por dois
anos os proprietários dos imóveis mais afetados, tendo justificado a medida com base na
equidade. Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) O princípio da legalidade no direito tributário aplica-se apenas para obstar a majoração de
tributos, razão por que a opção pela isenção em apreço mediante decreto foi correta.
b) Na situação considerada, a equidade não poderia ter fundamentado a dispensa do paga-
mento de tributo devido.
c) A isenção em apreço caracteriza uma hipótese de extinção do crédito tributário que deveria,
necessariamente, ter sido concedida por lei.
d) A isenção, na hipótese considerada, para ser válida, deveria observar o princípio da anterioridade.
Gabarito
01 - B
02 - E
03 - A
04 - A
05 - D
06 - B

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