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Sistema Tributário Nacional –

parte 1 - Princípios constitucionais


tributários.
Profa. Ma. Maryny D. B. Alves Brandão
2023.1.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS

 NORMAS – REGRAS E PRINCÍPIOS;


 PRINCÍPIOS – MANDAMENTOS DE OTIMIZAÇÃO;
 LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR:
• Garantias ao contribuinte;
• Princípios e Imunidades;
• Rol não exaustivo;
 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS:
• São formas de limitações constitucionais ao poder de tributar;
• São vetores para contenção das atividades estatais para proteção dos direitos individuais dos
particulares;
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS

 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:

• Somente por lei se pode criar e majorar tributos;


• Preservação do Princípio Democrático;
• Poder Legislativo – representantes do povo.
• Comporta exceções trazidas pela CF/88. Ex. II, IE (Ato do SISCOMEX).
• Lei complementar – matérias definidas na CF/88.
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TRIBUTÁRIOS

 CF/88. Art. 146. Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno
porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
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 PRINCÍPIO DA ISONOMIA

 Tratar de forma isonômica os contribuintes que estejam na mesma situação;


 Discriminação lícita – finalidade admitida pela CF/88;
 CF/88. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
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 PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA


 Está relacionado à isonomia;
 É o principal parâmetro de distinção para conferir tratamento diferenciado às pessoas;
 Ex. Isenções e progressividade das alíquotas do Imposto de Renda.
 CF/88. Art. 145. § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte.
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TRIBUTÁRIOS

O imposto de renda tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de
proventos de qualquer natureza. Renda, para fins de incidência tributária, pressupõe acréscimo patrimonial ao longo
de determinado período, ou seja, riqueza nova agregada ao patrimônio do contribuinte. A quota condominial é a
obrigação mensal imposta a todos os condôminos para cobrir gastos necessários à manutenção de um condomínio.
Trata-se, portanto, de uma despesa, um encargo que é suportado pelos condôminos. Assim, a dispensa do pagamento
das taxas condominiais concedida ao síndico pelo trabalho por ele exercido não pode ser considerada como pró-
labore, rendimento nem tampouco como acréscimo patrimonial. Logo, não está sujeita à incidência do imposto de
renda, sob pena, inclusive, de violar o princípio da capacidade contributiva. Quando o síndico deixa de pagar a quota
condominial não há uma alteração entre o patrimônio preexistente e o novo. Não há o ingresso de riqueza nova em
seu patrimônio que justifique a inclusão do valor correspondente à sua quota condominial como ganho patrimonial
na apuração anual de rendimentos tributáveis. STJ. 1ª Turma. REsp 1606234-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia
Filho, julgado em 05/12/2019 (Info 662)
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 PRINCÍPIO DA NÃO SURPRESA:


 Deve haver a previsibilidade na cobrança dos tributos;
 Subdivide-se em 3 princípios:
• Irretroatividade – a lei que cria ou majora tributo deve ser anterior ao fato gerador deste
(vigência);
• Anterioridade de exercício/anual - é vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Há exceções. Ex.: II e IE.
• Anterioridade nonagesimal/ noventena – deve haver um intervalo mínimo de 90 dias entre a
publicação da lei e sua vigência. Há exceções. Ex. II e IE.
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 CF/88. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;
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 PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE/ VEDAÇÃO AO CONFISCO

 É a proibição à utilização de tributo com efeito confiscatório;


 Vedação à tributação excessiva que atinja o patrimônio do contribuinte de forma irrazoável;
 Aplica-se a todas as espécies tributárias, inclusive às multas.
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Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. MULTA PUNITIVA DE 120% REDUZIDA AO PATAMAR DE 100% DO VALOR DO TRIBUTO.
ADEQUAÇÃO AOS PARÂMETROS DA CORTE. 1. A multa punitiva é aplicada em situações nas quais se
verifica o descumprimento voluntário da obrigação tributária prevista na legislação pertinente. É a sanção
prevista para coibir a burla à atuação da Administração tributária. Nessas circunstâncias, conferindo especial
destaque ao caráter pedagógico da sanção, deve ser reconhecida a possibilidade de aplicação da multa em
percentuais mais rigorosos, respeitados os princípios constitucionais relativos à matéria. 2. A Corte tem
firmado entendimento no sentido de que o valor da obrigação principal deve funcionar como limitador
da norma sancionatória, de modo que a abusividade revela-se nas multas arbitradas acima do montante
de 100%. Entendimento que não se aplica às multas moratórias, que devem ficar circunscritas ao valor de 20%.
Precedentes. 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 557, § 2º, do
CPC/1973. (STF. ARE 938538 AgR, Órgão julgador: Primeira Turma, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO,
Julgamento: 30/09/2016, Publicação: 21/10/2016).
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 Confisco – sanções políticas


 Tese. É inconstitucional o uso de meio indireto coercitivo para pagamento de tributo – “sanção política” –,
tal qual ocorre com a exigência, pela Administração Tributária, de fiança, garantia real ou fidejussória como
condição para impressão de notas fiscais de contribuintes com débitos tributários. (STF. RE 565048, Órgão
julgador: Tribunal Pleno, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Julgamento: 29/05/2014, Publicação:
09/10/2014).
 SÚMULA 70, STF. É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de
tributo.
 SÚMULA 323, STF. É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de
tributos.
 SÚMULA 547. Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, despache
mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.
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 PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO DE PESSOAS OU BENS

 É vedado impor restrições ao tráfego de pessoas ou coisas por meio de tributos;


CF/88. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público;

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