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DIREITO TRIBUTÁRIO
Sumário
1. Introdução ao Direito Tributário ........................................................................................... 2
2. Tributo ................................................................................................................................... 7
3. Princípios do Direito Tributário ........................................................................................... 21
4. Sistema constitucional tributário ........................................................................................ 31
5. Imunidade tributária ........................................................................................................... 37
6. Vigência e aplicação da legislação tributária ...................................................................... 49
7. Interpretação e integração da legislação tributária ............................................................ 51
8. Obrigação tributária ............................................................................................................ 54
10. Lançamento tributário ...................................................................................................... 70
11. Crédito tributário .............................................................................................................. 79
11-A. Suspensão do crédito tributário .................................................................................... 84
12. Repetição do indébito ..................................................................................................... 101
13. Exclusão do crédito tributário ......................................................................................... 107
14. Garantias e preferências do crédito tributário ............................................................... 113
15. Administração tributária ................................................................................................. 118
16. Disposições finais do Código Tributário Nacional ........................................................... 128
17. Infrações e delitos tributários ......................................................................................... 128
18. Impostos federais ............................................................................................................ 138
19. Impostos estaduais.......................................................................................................... 151
20. Impostos municipais........................................................................................................ 174
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TRIBUTÁRIO
• Receita
• Gestão
• Despesa
O Estado não se vale do seu poder de império. Ele estabelece relações de direito privado
com particulares.
a) Constituição
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Arrola os princípios que fundamentam a atividade de tributar do Estado.
b) Lei complementar
Constituição ➔ normas gerais em matéria tributária devem ser regulamentadas por lei
complementar.
• O CTN traz normas gerais de direito tributário, ainda que se trate de uma lei
ordinária.
➢ O CTN é formalmente lei ordinária, mas materialmente LC. Para alterá-lo será
necessária LC para as questões relativas às normas gerais de direito tributário.
• Normas gerais
• Contribuintes
• Obrigação
• Lançamento
• Crédito
• Prescrição e decadência
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• Tratamento diferenciado para ME e EPP
A Constituição determina que certos tributos seja discriminados ou instituídos por lei
complementar.
Atenção:
Alíquota não é prevista no rol do art. 146 da CF, motivo pelo qual não precisa ser tratar
por lei complementar.
• Impostos residuais
➢ Matéria que deve ser regulada por LC não pode ser tratada por medida
provisória.
c) Lei ordinária
Alguns tributos de competência da União podem ter suas alíquotas majoradas por ato
do Poder Executivo Federal (não apenas do Presidente).
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São tributos que admitem a MAJORAÇÃO de alíquotas por ato do poder executivo
federal:
• CIDE-combustível
e) Lei delegada
f) Medida provisória
Pode tratar de matéria tributária, desde que não seja reservada à LC.
No caso da MP que institua ou majore impostos, ela só vai produzir efeitos no exercício
financeiro seguinte (princípio da anterioridade) se houver sido convertida em lei até o
último dia do exercício financeiro em que foi editada.
Ficam excetuadas dessa regra o II, IE, IPI, IOF, CIDE-combustível e ICMS-monofásico
combustível. Esses impostos têm caráter de extrafiscalidade.
g) Tratado internacional
Portanto, a legislação posterior ao tratado deverá observá-lo (ou seja, não revogaria o
tratado).
1ªC Luciano Amaro: deverá ser observada essa regra, pois o tratado é especial em
relação à lei posterior. Norma especial prevalece sobre a norma geral.
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2ªC Hugo de Brito Machado: o tratado deve prevalecer, pois somente poderia ser
revogado por um instrumento adequado no âmbito do d. internacional (que é a
denúncia do tratado).
A ESAF considerou que a expressão “revogam” não cuida, a rigor, de uma revogação,
mas de uma suspensão da eficácia da norma tributária nacional, que readquirirá a sua
aptidão para produzir efeitos se e quando o tratado for denunciado.
h) Convênio
A CF excepciona o p. da legalidade quando trata dos convênios, pois permite que eles
tenham força de lei.
A deliberação dos Estados, que é feita por convênio, pode conceder ou revogar
benesses fiscais relativas ao ICMS. Objetivo: evitar guerra fiscal entre os estados.
Fundamento: art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF/88 e o art. 1º da LC 24/75 (Inf. 856).
i) Norma complementar
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São portarias e instruções das autoridades administrativas, bem como circulares.
Derivam do poder regulamentar, não podendo inovar na ordem jurídica.
Esses convênios não têm eficácia de lei. São os chamados convênios de cooperação:
firmados entre os fiscos de diferentes esferas, visando mútua assistência para ajudar na
fiscalização dos tributos respectivos (permuta das informações).
j) Legislação tributária
• Leis
• Decretos
• Normas complementares
• Constituição
• Leis complementares
*Desde que versem sobre tributos e relações jurídicas ligadas aos tributos.
2. Tributo
I. Definição
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Art. 3º do CTN
Tributo é toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída por lei, e cobrada mediante
atividade plenamente vinculada da administração.
Portanto, tributo é:
Art. 4º do CTN ➔ basta o fato gerador para identificar a natureza jurídico do tributo.
Esse art. 4 só tem relevância para a teoria tripartida, que é adotada pelo CTN, mas não
pela CF.
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• Se o fato gerador é a valorização imobiliária decorrente de uma obra pública ➔
contribuição de melhoria.
• Doutrina atual ➔ foi acolhida a teoria pentapartida. Logo, para saber natureza
jurídica do tributo é necessário saber qual o fato gerador, mas também:
• Fiscalidade:
Ex.: IPTU.
• Parafiscalidade:
Ocorre quando o sujeito competente institui determinado tributo, mas delega a outra
pessoa jurídica de direito público a capacidade tributária, atribuindo a essa pessoa o
produto da arrecadação.
Ex.: INSS é o sujeito ativo de certas contribuições sociais instituídas pela União.
• Extrafiscalidade:
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Não há aqui uma atividade puramente arrecadatória. A finalidade maior é regular
comportamentos econômicos, sociais, sanitários etc. Ex.: II e IE (regulam a entrada e
saída de mercadorias)
• Tributo não vinculado: fato gerador não depende nem vincula a qualquer
contraprestação específica do Estado. Ex.: IPVA.
Art. 16 do CTN: imposto é tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação que
independe de qualquer atividade do Estado.
• Saúde
• Educação
• Perceba:
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Imposto não é apenas um tributo de arrecadação não vinculada, mas também, via de
regra, não pode ter vinculação.
Ex.: IR. No IR, além de variar o caráter progressivo do imposto, ele pode sofrer deduções
(gastos com saúde, educação etc).
Ex.: alíquota do IPVA de 3%. O carro pode custar 50 ou 100 mil reais.
• Tributo regressivo: a carga tributária é maior sobre aquele que tem uma renda
menor. À medida que a base de cálculo diminui, a alíquota aumenta.
V. Imposto
Art. 16 do CTN: imposto é tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação que
independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
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Art. 154 da CF: a União pode instituir, mediante LC, impostos não previstos
(competência residual), desde que se observem os seguintes requisitos:
• Competência da União:
o Imposto de importação
o Imposto de exportação
o Impostos residuais
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o Imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU)
VI. Taxas
CF ➔ taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos. Não é possível a plena
coincidência das bases de cálculo de uma taxa e de um imposto.
A CF não discrimina as taxas que são passíveis de instituição por cada entidade da
federação. A entidade que prestou o serviço, podendo prestar, ou que exerceu o poder
de polícia, podendo exercer, tem competência para instituir a taxa e direito de cobrá-la.
STF: Município não pode cobrar IPTU de Estado estrangeiro, embora possa cobrar taxa
de coleta domiciliar de lixo.
STF: Município não pode cobrar IPTU de Estado estrangeiro, embora possa cobrar taxa
de coleta domiciliar de lixo.
Art. 145, §2º, da CF: as taxas não podem ter base de cálculo idêntica à dos impostos.
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• O fato gerador do imposto é um fato relacionado ao contribuinte.
Exemplo: taxa de coleta de lixo municipal com relação ao IPTU. IPTU: fato gerador é o
valor do imóvel. Taxa de coleta de lixo: pode ter como fato gerador o tamanho da frente
do imóvel, ainda que se trate de elemento necessário para se chegar ao valor da base
de cálculo do imóvel para se cobrar o IPTU.
Ainda que a pessoa não resida no imóvel, poderá ser cobrada essa taxa, pois o serviço é
posto à disposição do contribuinte.
A principal característica do serviço público que vai habilitá-lo a ser remunerado por
meio de taxa é a sua divisibilidade.
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→ Distinção entre taxa e preço público
• Preço público ou tarifa não é tributo e exige a utilização do serviço para ser
cobrado. Ex.: (STF e STJ) cobrança do serviço de água e esgoto.
Preço público é uma remuneração devida por um serviço público de sujeição alternativa,
originada de relação contratual estabelecida entre o cidadão e o poder público, que
quase sempre está representado por um concessionário ou permissionário de serviço
público.
→ Custas e emolumentos
Base de cálculo: valor da atividade estatal que foi prestada ao contribuinte. Deve
guardar proporcionalidade com a atividade prestada pelo Estado.
STF, Súmula 667: viola a Constituição e a garantia de acesso à jurisdição taxa judiciária
que é calculada sem limite sobre o valor da causa.
Parcela da doutrina afirma que temos uma espécie tributária sui generis: um tributo de
arrecadação constitucionalmente vinculada.
CTN, art. 78: considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene,
à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
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tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.
Não se pode cobrar a taxa de poder de polícia se este serviço não foi efetivamente
exercido.
STF
STF ➔ a área ocupada pelo estabelecimento comercial revela-se apta a refletir o custo
aproximado da atividade estatal de fiscalização para fins de cobrança de taxa.
Pode ser cobrada por qualquer ente no âmbito de suas atribuições. Reputam-se feitas
pela União as obras executadas pelos Territórios.
Fato gerador: acréscimo no valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou
indiretamente por obras públicas.
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Base de cálculo: quantum de valorização experimentada pelo imóvel. A base de cálculo
nunca poderá ser o custo da obra e nem mesmo o valor da obra.
Vale destacar!
• Por outro lado, a pavimentação asfáltica de via pública pode gerar a cobrança
de contribuição de melhoria, pois o fato gerador é benefício resultante de obra
pública.
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• Serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos, instalações de
redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações em geral ou de
suprimento de gás, funiculares, ascensores e instalações de comodidade pública;
• O edital também fixará prazo não inferior a 30 dias, para impugnação pelos
interessados, de qualquer dos elementos contidos no edital.
Por fim, de acordo com o art. 177, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é
extensiva às taxas e às contribuições de melhoria, pois se tratam de tributos bilaterais.
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A União, compulsoriamente, cobra dos administrados o valor para custear despesa
urgente, ficando obrigada a devolver esse valor logo que solucionar a causa que
justificou sua instituição.
Atenção: esses motivos não são fatos geradores! São situações deflagrantes, conforme
doutrina majoritária.
O fato gerador do EC pode ser o mesmo de outros impostos. Ex.: fato gerador igual ao
do ICMS, IR etc.
Em relação à guerra externa (iminente ou eclodida), tal contexto pode ensejar dois
tributos no Brasil:
b) empréstimo compulsório
Atenção: não é necessário que haja a decretação do estado de calamidade pública para
que haja a instituição do empréstimo compulsório.
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• É inconstitucional EC criado em face de conjuntura econômica que exija a
absorção temporária de poder aquisitivo da moeda. Fundamento: ausência de
previsão na na CF e não recepção do art. 15, III, CTN pela CF/88.
IX. Pedágio
A CF, ao instituir limitação ao poder de tributar, veda que sejam estabelecidas limitação
ao tráfego de pessoas ou de bens por meio de tributos, excepcionando a cobrança de
pedágios.
STF, ADI 800: pedágio é preço público (tarifa). Pedágio cobrado pela efetiva utilização
de rodovia não tem natureza tributária.
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3. Princípios do Direito Tributário
Art. 145, §1º, da CF: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados, segundo a capacidade econômica do contribuinte.
• O tributo tem uma gradação, existindo um intervalo entre o que pode ser
cobrado e sobre o que não pode ser cobrado.
b) Princípio da legalidade
STF, Súmula 574: sem lei estadual que a estabeleça, é ilegítima a cobrança do ICMS
sobre o fornecimento de alimentos e bebidas em restaurantes ou estabelecimento
similar.
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• STF: a fixação do prazo de recolhimento de tributo não se submete ao princípio
da legalidade.
A CF restringe determinadas matérias, exigindo lei específica para tratar dos seguintes
benefícios:
• Subsídio
• Isenção
• Anistia
• Remissão
Existem tributos que podem ter suas alíquotas majoradas por ato do poder executivo,
sendo eles:
• CIDE-Combustível
• ICMS-Combustível
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No caso do ICMS sobre combustível, as alíquotas são definidas por Convênios entre os
Estados e o DF. O ato que majora o ICMS consiste numa deliberação dos
representantes dos entes federativos.
c) Princípio da isonomia
• Art. 150, II, da CF: é vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes que
se encontrem em situação equivalente. É proibida qualquer distinção em razão
da ocupação profissional ou da função por eles exercidas.
d) Princípio da irretroatividade
Art. 150, III, da CF: é vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos
antes do início da vigência da lei que instituiu ou aumentou o tributo.
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• É com base na lei vigente naquele momento que se verifica a relação entre fisco
e o sujeito passivo da relação tributária.
• Lei interpretativa:
Explica o conteúdo de outras normas. Essas leis vão retroagir, pois têm efeitos
meramente declaratórios.
Essa retroatividade não pode se dar para aplicação de penalidades aos dispositivos
interpretados(art. 106, I, CTN).
Art. 106, II, do CTN: leis tributárias penais mais benignas vão atingir apenas os atos não
definitivamente julgados.
STJ: para fins de interpretação dessa condição, que só se considera como encerrada a
Execução Fiscal após a arrematação, adjudicação e remição, sendo irrelevante a
existência ou não de Embargos à Execução, procedentes ou não.
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o Passar a cominar uma penalidade que seja menos severa do que a
originariamente prevista.
• Lei de anistia:
Perdão de infrações.
Art. 150, III, b da CF ➔ veda ao Estado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
STF, Súmula Vinculante 50: norma legal que altera o prazo para recolhimento da
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
Alguns tributos podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro da lei que os
instituiu ou majorou.
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Não precisam observar a anterioridade tributária:
• IPI
• IOF
• ICMS-Combustível
• CIDE-Combustível
CF, art. 150, III, ‘c’: é vedado cobrar tributos antes de decorridos 90 dias da data que
haja sido publicada a lei que os instituiu ou majorou.
→ Medida provisória
Ex.:
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Por outro lado, se a MP tratar de impostos e for publicada em outubro de 2017, deverá
ser contado o prazo de 90 dias, mas será necessária a conversão da MP em lei até o
último dia do ano. Do contrário, só poderá entrar em vigor e produzir efeitos a partir de
janeiro de 2019.
→ Prorrogação de alíquota
STF: o prazo da nonagesimal somente deve ser observado nos casos de majoração ou
instituição de tributos.
Esse prazo não precisa ser observado nos casos de prorrogação de alíquota já aplicada.
• IOF
• Para fixação da base de cálculo para IPTU ou IPVA não é preciso observar a
anterioridade nonagesimal, mas é preciso observar a anterioridade anual.
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(princípio da razoabilidade da carga tributária)
CF, art. 150, IV: é vedado utilizar tributo com efeito de confisco.
A jurisprudência ainda não decidiu qual a porcentagem que seria considerado efeito
confiscatório. Na Alemanha esse percentual é de até 50%.
Art. 150, V, CF: é vedado estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio
de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
• Art. 151, I, da CF: é vedado à União instituir tributo não uniforme em todo o
território nacional, ou que implique preferência a determinado Estado ou ao DF,
em detrimento de outro.
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• Apesar de a norma ser voltada à União, por simetria a vedação se estende aos
Estados, ao DF e aos municípios.
Ex.: não pode o Estado conceder benefício X a certo município sem concedê-lo aos
outros municípios, salvo se houver razão que justifique tal discriminação.
- Art. 152, caput, da CF: É vedado aos Estados, ao DF e aos Municípios estabelecer
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino.
• A ideia é ➔ não se pode cobrar menos imposto de uma mercadoria se ela vier
de determinado Estado e cobrar mais se ela vier de outro Estado.
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Exige que a lei tributária defina, de forma taxativa e completa, as situações tributárias
necessárias para que nasça a obrigação tributária.
a) a hipótese de incidência
São irrelevantes a análise da eficácia do ato, a capacidade civil dos envolvidos, a licitude
do comportamento...
São vedadas transferências voluntárias para entes que não instituam ou cobrem todos
os impostos de sua competência (art. 11, LRF).
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4. Sistema constitucional tributário
Competência tributária ➔ poder atribuído pela CF para que o ente federado institua
tributos por meio de lei.
Competência tributária: competência para criar o tributo. Só se cria tributo por meio de
lei.
• Atribuição delegável:
Um ente pode ser quem institui o tributo e outro quem cobra e fiscaliza o tributo.
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A capacidade tributária ativa é não legislativa.
• Privilégios processuais:
Art. 7º, §1º, do CTN: a atribuição da capacidade tributária ativa compreende as garantias
e privilégios processuais que a pessoa jurídica de direito público tem.
• NCPC diz, no art. 496, I e II: sentenças que julgarem procedente, no todo ou em
parte, os embargos da execução de dívida ativa ou que forem contrárias ao
interesse da fazenda pública, estarão sujeitas ao reexame necessário.
Ainda que seja outro que esteja cobrando o tributo, haverá o reexame necessário nesses
casos.
• Atribuição revogável:
A atribuição poderá ser revogada a qualquer tempo por ato unilateral da pessoa jurídica
de direito público.
• Competência comum: aquela que qualquer ente pode instituir. Caso das taxas e
contribuições de melhoria.
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• Competência cumulativa: refere-se a situações sui generis da federação.
No caso dos territórios, a União terá competência para instituir tributos estaduais e
federais e, caso não seja dividido em municípios, também dos impostos municipais.
Art. 154, II, da CF: a União poderá instituir, na iminência ou no caso de guerra externa,
impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os
quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
• Imunidades tributárias
Seção II
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
Não existe repartição constitucional pela via inversa, dos menores para os maiores.
• Art. 160, § único, CF: a vedação à retenção não impede que a União e os Estados
condicionem a entrega de recursos:
a) Sistemática de repartição
Existem duas formas adotadas pela CF que possibilitam a participação de uma pessoa
política no produto de arrecadação de outra pessoa política.
Ex.: art. 158, III, da CF ➔ pertence ao município 50% do valor da arrecadação do IPVA
licenciado em seu território.
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• Repartição indireta: há uma relação complexa, sendo formados fundos
específicos, que recebem parcelas e receitas para, depois, ratearem esses
recursos entre os participantes beneficiários previamente estabelecidos.
• Imposto de importação
• Imposto de exportação
c) Repartição direta
• 30% do IOF incidente sobre o ouro, quando definido como ativo financeiro ou
instrumento cambial.
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• 50% do ITR relativamente aos imóveis situados naquele município, ou 100% se
o município se disponibilizar a fiscalizar e cobrar o ITR.
• São repassados 25% dos ICMS aos municípios pelos Estados. Mas essa divisão é
diferente, sendo creditada da seguinte forma:
d) Repartição indireta
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Objetivo: ressarcir Estados e DF pelas perdas decorrentes de imunidades de ICMS sobre
produtos exportados.
O FCDE é composto por 10% sobre o que é arrecadado do IPI proporcionalmente aos
valores das respectivas exportações dos produtos industrializados.
O último dos fundos constitucionais é composto por 29% da arrecadação com a CIDE-
Combustíveis, que é destinado a Estados e DF, destinando-se a financiamento de
programas de infraestrutura de transportes.
Desse total, 25% é repassado aos municípios, que acabam recebendo 7,25% do total
arrecadado pela União.
5. Imunidade tributária
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I. Distinção entre imunidade, isenção e não incidência
• Imunidades genéricas:
Art. 150, VI, da CF: sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos
sobre:
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geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
São imunidades genéricas porque impedem que qualquer ente político imponha
tributação sobre as situações discriminadas.
Vetores axiológicos:
A. pacto federativo
STF:
STF
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Os serviços imunes das instituições de assistência social são, exclusivamente, os
diretamente relacionados com os objetivos institucionais da entidade, previstos nos
respectivos estatutos ou atos constitutivos.
Ex.: ITBI ➔ não há sua incidência no caso de criação de empresa. Da mesma forma, não
incide o ITBI quando há incorporação, cisão, extinção de pessoa jurídica, salvo se a
atividade preponderante do adquirente for justamente a compra e venda desses bens,
direitos, etc.
• Imunidades subjetivas:
O sujeito fica imune, deixando de ser responsável pela obrigação principal. Mas não fica
desonerado das obrigações acessórias.
• Imunidades objetivas:
• Imunidades objetivas-subjetivas:
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Exemplo: ITR (não incide sobre pequena gleba rural (objetivo), cujo dono não seja
proprietário de outro imóvel (subjetivo).
a) Imunidade recíproca
É a que existe entre os entes federados. Veda que um ente federado institua imposto
sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros.
Ex.: União compra algemas para presídios federais. O vendedor transfere os tributos
incidentes ao consumidor (União), que estará pagando IPI, ICMS, etc., embutidamente.
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• Outra limitação: ente público promitente comprador do imóvel não se exonera
do dever de pagar imposto relativamente àquele bem.
Com relação aos Correios, a imunidade permanecerá aos serviços não essencialmente
postais.
STJ:
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto é imune à tributação por impostos (art. 150, VI,
a e §§ 2º e 3º da Constituição).
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Ex.: quem adquire um produto carrega o peso da tributação.
Ex.: quando há a venda de um carro, o contribuinte é a indústria, motivo pelo qual não
há falar em imunidade, ainda que o veículo seja adquirido por entidade política, como a
União, Estado ou Município.
• STF (REs 594015 e 601720), com repercussão geral: “A imunidade recíproca não
se estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela
exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese, é
constitucional a cobrança de IPTU pelo município”.
Art. 150, VI, b: é vedado instituir impostos sobre templos de qualquer culto (refere-se
às instituições religiosas).
Não incidirá IPTU sobre o imóvel, IPVA sobre o veículo da entidade religiosa, IR sobre o
dízimo, etc.
Súmula Vinculante 52
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Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a
qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da CF, desde que o valor dos
aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
Atenção
• Da mesma forma, no caso de uma igreja que contrata pessoa jurídica para
confeccionar jornal por encomenda incidirá o ISS.
c) Imunidade dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei
CF: é vedado aos entes políticos instituir impostos sobre o patrimônio, rendas e serviços
dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores (empregados), das instituições de educação e instituições de assistência
social, sem fins lucrativos.
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No que toca às instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, é
necessário atender aos requisitos da lei ➔ imunidade não autoaplicável (norma
constitucional de eficácia limitada).
Essa lei deve ser complementar, porque trata de limitação constitucional ao poder de
tributar.
• STF: o inciso I do art. 14 do CTN não impede que se paguem salários razoáveis
e compatíveis com a prática de mercado aos mantenedores da instituição
imune.
Vale lembrar!
• O STF deu interpretação lata para abranger outros impostos, diversos dos que
incidem sobre o patrimônio, renda e serviços. Ex.: a imunidade tributária,
prevista no art. 156, VI, c, se estende ao IOF.
d) Imunidade de imprensa
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Art. 150, VI, “d”: é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
A imunidade afasta impostos que incidiriam sobre esses bens. Não se fala em
afastamento do IPTU, IPVA ou IR. Serão afastados impostos como IPI, ICMS e o II. Os
demais incidirão normalmente.
STF
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da CF aplica-se ao livro eletrônico
(“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo (Inf. 856).
STF
• Art. 150, VI, “e”: é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios instituir
impostos sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em
geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de
mídias ópticas de leitura a laser.
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• Proteção para o som gravado (fonograma) e para a imagem e som gravados
(videofonograma);
• Art. 5º, LXXIII: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular,
ficando o autor, salvo comprovada a má-fé, isento de custas judiciais.
• Art. 5º, LXXVII: são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data.
• Art. 206: o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios ➔ Inciso
IV: há gratuidade de ensino público nos estabelecimentos oficiais.
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Pela prestação do serviço público específico e divisível, que é a educação pública, o
Estado não pode cobrar.
➢ SV 12: taxa de matrícula em universidades públicas viola o art. 206, IV, da CF.
• Art. 195, §7º: são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências em lei.
• Não incide IPI sobre produtos destinados ao exterior (art. 153, §3º, III).
• ICMS:
• ISSQN:
48
• Bem é incorporado à formação de capital social de p. jurídica.
• Transmissão de bens ou direitos em razão de fusão, incorporação, cisão ou
extinção da pessoa jurídica, salvo se a atividade preponderante do adquirente
for a compra e venda desses bens ou direitos, ou a locação ou arrendamento
mercantil desses bens.
Com exceção do ICMS, II e IE, nenhum outro imposto pode incidir sobre operações
relativas a:
• Energia elétrica
• Serviços de telecomunicações
• Minerais
Art. 184, §5º: são imunes a impostos federais, estaduais e municipais as operações de
transferência de bens imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Quando o imóvel está desapropriado para fins de reforma agrária não há incidência de
qualquer imposto.
I. Vigência
a) Vigência espacial
49
• Exceções: é admissível a chamada extraterritorialidade interna da legislação
tributária em determinadas situações.
Art. 102 do CTN: a legislação tributária dos Estados, do DF e dos Municípios vigora, no
País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam
extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta lei ou
outras leis de normas gerais expedidas pela União.
b) Vigência temporal
• A lei tributária entrará em vigor no país 45 dias após a publicação, salvo se houver
disposição em contrário.
Art. 103 do CTN traz regras de quando entram em vigor essas normas complementares:
Essa regra não é absoluta, sendo possível que a decisão e o ato administrativo traga uma
outra data para início de sua vigência.
II. Eficácia
50
A. princípio da anterioridade anual
III. Aplicação
*Mesmo que à data do lançamento aquela lei tributária esteja revogada, pode-se aplicar
a lei vigente à época do fato gerador ➔ ultratividade desta lei.
Se o fato gerador já tenha ocorrido, aplica-se o princípio do tempus regit actum. Caso
contrário, haverá aplicação da nova lei.
51
• Interpretação teleológica: busca saber a finalidade da norma.
I. Interpretação literal
52
III. Utilização de institutos, conceitos, formas e princípios gerais do direito privado
Art. 109 do CTN: os princípios gerais do direito privado são utilizados para pesquisa da
definição, do conteúdo, do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para
definição dos respectivos efeitos tributários.
Ex.: IPVA incide sobre veículo automotor. Roberval Rocha ➔ veículo automotor está
previsto no direito privado.
• Art. 110 do CTN: A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o
alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa
ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados,
ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou
limitar competências tributárias.
Ex.: para fins de IPVA, não seria possível lei tributária equiparar a veículo automotor
bicicletas.
STF
O ISSQN não pode incidir sobre locação de veículo automotor, pois não há prestação de
serviço, e sim locação de bem móvel. Do contrário, haveria desvirtuação dos conceitos
de direito privado.
IV. Integração
• Analogia.
Art. 108, §1º: veda que haja o emprego da analogia resultante na exigência de tributo
não previsto em lei. É a vedação de analogia extensiva.
53
• Princípios gerais de direito público: advindos de outros ramos do direito público
(princípio da moralidade, indisponibilidade do interesse público,
proporcionalidade, contraditório, ampla defesa etc.).
8. Obrigação tributária
Ex.: se uma criança de 2 anos de idade for herdeira de alguém, deverá pagar ITCMD.
54
O art. 113 do CTN classifica as obrigações tributárias em:
a) Obrigação principal
b) Obrigação acessória
O CTN permite que a obrigação acessória tenha como fonte a legislação tributária,
compreendendo leis, tratados, decretos, normas complementares, etc.
Mas deve haver lei prevendo esta situação, visto que a obrigação principal decorre da
lei, e não da legislação tributária.
Ressalte-se!
Mesmo nos casos de anistia, isenção, imunidade ou não incidência, em que não há
obrigação tributária principal, é há obrigações tributárias acessórias.
55
Fundamento: o Estado deve ter controle desses benefícios fiscais.
Art. 113, §3º: a obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-
se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
56
IPTU e ITR: em primeiro lugar, é necessário analisar o vínculo jurídico que submete o
imóvel àquela pessoa, para saber se a pessoa é proprietária ou não.
Para que o fato gerador ocorra, é preciso que certas coisas sejam reunidas.
Ex.: IR só se pode dizer que houve o fato gerador após o período de 1 ano. Ex.: João
ganhou 100 mil reais em julho, mas não haverá a incidência do imposto de renda
naquele momento. É preciso ainda que transcorra certo período para que haja a
incidência.
• Evasão tributária: conduta ilícita de sujeito que quer ocultar fato gerador que
ocorreu. Objetivo: não ser tributado ou ser tributado aquém do devido.
57
Ex.: sujeito exporta bebidas, mas ao ler a legislação observa que transportar bebidas em
garrafas a alíquotas é de 12% e exportar em barris a alíquota é de 7%. Com isso, o
contribuinte abre uma empresa de engarrafamento no exterior.
A maioria da doutrina entende que o art. 116, parágrafo único, não se aplica aos casos
de elisão fiscal, mas apenas aos casos de evasão fiscal.
Negócio jurídico condicional: é negócio jurídico sujeito a uma condição, podendo ela ser
suspensiva ou resolutiva.
58
• Não se admite no sistema tributário nacional a figura da solidariedade ativa.
Não há pluralidade de credores tributários, sendo apenas um. Existe, por outro
lado, a solidariedade passiva.
CTN, art. 120: a pessoa jurídica de direito público que se constituir em razão do
desmembramento territorial de outra, se sub-rogará nos direitos da pessoa jurídica
anterior, passando a ser credora de créditos tributários e da relação jurídico-tributária.
Será a da pessoa jurídica da qual a nova pessoa se originou, até que produza sua
legislação própria.
V. Sujeito passivo
59
• Responsável tributário: sujeito passivo indireto. A obrigação decorre da lei. Pode
ser um sucessor, terceiro vinculado ao fato gerador, poderá ter responsabilidade
solidária, subsidiária ou exclusiva pela obrigação tributária, mas algum vínculo o
responsável deverá ter com a obrigação tributária principal.
Exemplo: contrato de locação que prevê que o locatário pagará o IPTU. A cláusula é
válida, mas inoponível ao fisco.
STJ
O locatário é parte ilegítima para impugnar lançamento de IPTU, pois não é o sujeito
passivo (contribuinte ou o responsável tributário).
V. Solidariedade
Pessoas que têm interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal.
A solidariedade por interesse comum exige vinculação direta com o tributo ou com o
fato gerador.
Exemplo clássico: imóvel com 4 proprietários (condomínio). Poderá ser cobrado todo o
imposto de apenas um dos proprietários, tendo este contra os outros direito de
regresso.
60
São as pessoas definidas por lei como solidariamente responsáveis.
a) Efeitos da solidariedade
Ex.: Havia uma dívida tributária solidária entre José, João, Marcelo e Carlos. Carlos é
maior de 60 anos, vindo uma lei que vai perdoar a dívida tributária para idoso. Neste
caso, este perdão tem caráter pessoal. Portanto, com a desoneração de Carlos, a dívida,
que seria de 10 mil reais, somente poderá ser cobrada no montante de 7.500 reais de
qualquer um dos três devedores solidários.
Na falta de eleição do domicílio tributário, será considerado como tal (art. 127 CTN):
• Pessoas jurídicas de direito privado: lugar da sua sede, ou, em relação aos atos
ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
61
• Pessoas jurídicas de direito público: qualquer de suas repartições no território
da entidade tributante.
Vale lembrar!
A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando for eleito a fim de
impossibilitar ou dificultar a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se a
regra de que será considerado o domicílio tributário o local da situação dos bens ou
onde ocorreu o fato gerador da obrigação tributária.
STJ
Responsabilidade tributária
62
• Transferência tributária: a responsabilidade é atribuída após o nascimento da
obrigação tributária.
Ex.: quando é incorporada uma pessoa jurídica por outra, a pessoa jurídica
incorporadora passa a ser responsável pelos tributos que outrora eram de
responsabilidade da outra pessoa.
a) Substituição tributária
63
Ex.: produtor industrial
Ex.: há uma fábrica de laticínios. Essa fábrica compra leite de produtores locais. Esses
produtores, em tese, teriam que recolher ICMS, quando da venda para a indústria, mas
é difícil de o Estado controlar essa atividade. Neste caso, é melhor que o Estado cobre
esses impostos da fábrica.
Art. 130 do CTN: os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a
taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria,
sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a
prova de sua quitação (certidão negativa).
64
A pessoa que comprou o imóvel, mas que o último proprietário não tenha feito o
pagamento do IPTU, poderá ter contra si a cobrança do imposto ➔ obrigação propter
rem.
Ex.: comprou um carro com IPVA atrasado, o novo proprietário deverá pagá-lo.
• Art. 131, II, do CTN: são pessoalmente responsáveis o sucessor a qualquer título
e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha
ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do
legado ou da meação.
• O espólio será responsável pelas dívidas tributárias que existiam até a data da
abertura sucessão.
O espólio é contribuinte.
65
STJ ➔ a expressão créditos tributários engloba as multas moratórias, havendo
responsabilidade por multas e tributos devidos.
A doutrina adiciona a esses casos o caso de cisão como caso de sucessão empresarial.
66
Haverá responsabilidade integral quando o alienante do fundo de comércio ou do
estabelecimento cessar a exploração da atividade.
O disposto no caput (essas regras) não será aplicado nas hipóteses de alienação judicial
em processo de falência ou de alienação de filial ou de unidade produtiva isolada em
casos de recuperação judicial.
O §1º do art. 133 não será aplicado quando houver presunção de fraude, ou seja,
quando o adquirente for:
Vale lembrar!
67
IV. Responsabilidade de terceiros
• Responsabilidade subsidiária
• Responsabilidade pessoal
a) Responsabilidade subsidiária
68
• Perceba: a mera insolvência não permite a transferência do encargo ao
responsável. A lei exige como condição que tenha havido uma omissão ou uma
intervenção do próprio responsável no ato resultante da obrigação.
b) Responsabilidade pessoal
• Não basta a insolvência para dizer que houve a infração à lei, é preciso que seja
demonstrada a infração à lei, ou a violação ao estatuto.
Jurisprudência
69
Não se admite o redirecionamento por mero inadimplemento da obrigação tributária,
visto que a responsabilidade dos sócios não é objetiva, demandando dolo de violação à
lei
STF já decidiu que a simples condição de sócio não é suficiente para a sua
responsabilização tributária.
Se a execução foi ajuizada apenas contra a pessoa jurídica, mas os nomes dos sócios
já constavam da certidão de dívida ativa (CDA), cabe ao sócio provar que não houve a
prática de atos com excesso de poder ou com infração à lei, contrato social ou
estatutos (inversão do ônus).
I. Conceito
70
Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo
caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Paulo de Barros
Roberval Rocha
71
Art. 143: salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso
em moeda estrangeira, no momento do lançamento será feita a conversão em moeda
nacional, considerando o câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
§1º do art. 144: o lançamento será regido pela legislação inovadora superveniente à
data do fato gerador, no tocante as seguintes hipóteses, ou seja, será aplicada a lei nova
para a apuração do fato gerador (norma procedimental):
§2º do art. 144: o disposto neste artigo (aplicação da lei do dia do fato gerador) não se
aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei
fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.
• O dispositivo é inócuo. Se a lei diz que o fato gerador ocorrerá todo o dia 1º de
janeiro, como ocorre com o IPTU, ele não é um imposto lançado por certo
período de tempo.
72
• Essas datas certas normalmente ocorre com o IPTU, ITR e IPVA, sendo que o
Estado estipula uma data em que se considera realizado o fato gerador.
• No caso de IR, a situação é diversa. A doutrina entende que o art. 144, §2º, seria
inaplicável. O IR seria um imposto complexivo, por certo período de tempo.
• Súmula 584 do STF é entendida como não aplicável. Inclusive há decisão do STJ
nesse sentido. O STJ entende que o fato gerador do imposto de renda identifica-
se com a disponibilidade econômica ou jurídica do rendimento. Não se aplicaria
a súmula, pois ela é anterior à CF.
• No tocante ao IR, é a lei que está em vigor no momento em que se aufere renda
que vai dizer o quanto deverá pagar de IR.
Súmula 227 do TFR ➔ a mudança de critérios jurídicos adotado pelo fisco não autoriza
a revisão do lançamento.
STJ: a revisão do lançamento tributário por erro de fato (e não por erro jurídico) exige
o desconhecimento de sua existência, ou a impossibilidade de sua comprovação à
época de constituição do crédito tributário. Ao revés, nas hipóteses de erro de direito
(erro jurídico), o ato administrativo de lançamento tributário é imodificável, em razão
da aplicação do princípio da confiança.
73
O CTN prevê 3 modalidades de lançamentos:
a) Lançamento de ofício
➢ Arbitramento
➢ Auto de infração
→ Arbitramento
74
Na hipótese em que não é possível aferir dados necessários para completar os
lançamentos tributários, a administração completa o que está faltando.
• O arbitramento não tem caráter punitivo. Pode não ter havido qualquer
ilegalidade e ser necessário o arbitramento.
Ex.: sujeito passivo perdeu a sua documentação fiscal, pois seu estabelecimento pegou
fogo. Para ele recolher o tributo, a administração deverá arbitrar o valor da base de
cálculo.
Ex.: sujeito recolheu o tributo do imóvel, alegando que ele vendeu por 200 mil, quando
na verdade vendeu por 500 mil.
→ Auto de infração
• Está em desuso.
75
passivo faz uma declaração, calcula e recolhe o imposto para somente depois a
administração homologar ou não.
Após o lançamento, não é mais possível fazer a retificação. Possível discutir em processo
administrativo ou judicial.
§2º: Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de
ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.
Perceba!
Se o sujeito pagou a maior, então deverá haver restituição de ofício do valor recolhido
em excesso.
76
A autoridade toma conhecimento da atividade, que foi exercida pelo obrigado, que
recolheu o tributo devido, e posteriormente haverá a homologação desse recolhimento
(lançamento por homologação). Ex.: IPI, IR, PIS, COFINS, ICMS, ISS etc.
77
IX. Hipóteses de alteração de lançamento
Art. 145 do CTN diz que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só
pode ser alterado:
Vale lembrar!
• Quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do
lançamento anterior;
78
• Quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta
funcional da autoridade que o efetuou.
Perceba:
É um vínculo jurídico de natureza obrigacional, por força do qual o Estado pode exigir
do particular o pagamento de um tributo ou de uma penalidade pecuniária, objeto
dessa relação obrigacional.
Teoria monista: o crédito tributário nasce ao mesmo tempo em que nasce a obrigação.
Praticado o fato gerador, nasce o crédito tributário.
III. Autonomia
Art. 140 do CTN - as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão
ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua
exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.
79
Sobre constituição definitiva do crédito tributário há 2 correntes:
• A obrigação que nasce com o fato gerador. A Fazenda Pública tem o prazo de 5
anos para constituir o crédito tributário: prazo decadencial. Esta fase se findará
com a notificação do lançamento do crédito tributário.
• Prazo de 5 anos para cobrança do crédito tributário pela Fazenda Pública. Este
prazo é prescricional!
3 fases:
80
• 2ª Fase: Constituição sujeita a impugnação até a constituição definitiva do
crédito tributário;
V. Exigibilidade
• Lançamento tributário.
Exemplo: se a pessoa tiver 30 dias para pagar, somente ocorrerá a exigibilidade após o
decurso desse prazo.
STJ:
81
não podendo inscrevê-lo em dívida ativa, executá-lo ou penhorá-lo, já que a
exigibilidade está suspensa.
Dá-se quando o contribuinte deve mais que R$ 2 milhões em tributos e este montante
da dívida supera 30% do seu patrimônio.
Neste caso, o Fisco poderá fazer o arrolamento dos bens e direitos que pertencem a
esse sujeito passivo, conforme o art. 64 da Lei nº 9.532/97.
• Mesmo tendo sido feito o arrolamento fiscal, o sujeito passivo poderá alienar
seus bens, independentemente da concordância da autoridade fazendária.
STJ: a Lei 9.532/97 não exige que a notificação ao órgão fazendário seja prévia à
alienação, mas simplesmente que exista a comunicação. Assim, a alienação de bens que
82
foram objeto de arrolamento fiscal não depende de prévia notificação ao órgão
fazendário, podendo ocorrer após a alienação do bem (Inf. 594).
83
• Medida cautelar fiscal preparatória de execução:
Se o juiz indeferir a medida cautelar fiscal, isso não impede que a Fazenda Pública ajuíze
execução judicial.
• Coisa julgada: a sentença proferida na medida cautelar fiscal, em regra, não faz
coisa julgada relativamente à execução judicial da Dívida Ativa, salvo se o juiz
acolher alegação de pagamento, de compensação, de transação, de remissão, de
prescrição ou decadência, de conversão do depósito em renda, ou qualquer
outra modalidade de extinção da pretensão deduzida.
84
Suspensão prévia: é anterior ao lançamento, consistindo em impedimento a
exigibilidade do crédito tributário.
Quando há suspensão prévia, o fisco não está impedido de lançar o crédito tributário,
mas apenas de cobrar.
• Moratória
• Parcelamento
• O sujeito passivo cujo crédito tributário esteja com a exigibilidade suspensa tem
direito a certidão positiva com efeitos de negativa.
a) Moratória
É a dilação do prazo para quitação de uma dívida, sendo concedida pelo credor em
benefício do devedor, a fim de que este possa cumprir a obrigação num período
posterior àquele em que originariamente venceria a obrigação.
85
A moratória encontra regulamentação no CTN.
→ Reserva de lei
→ Classificação da moratória
I - em caráter geral:
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que
se refira;
86
→ Requisitos da moratória
Art. 154 do CTN: se a lei não dispuser de forma diferente, só os créditos definitivamente
constituídos ou os créditos lançados por notificação regular, que assim estiverem na
data da lei ou do despacho concessor, serão atingidos pela moratória.
Parágrafo único do art. 154: a moratória não aproveita (proibida sua concessão) aos
casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício
daquele.
87
• Ao final do processo, caso o vencedor seja o fisco, haverá a conversão do
depósito em renda e estará extinto o crédito tributário. Caso seja o contribuinte
o vencedor, este poderá levantar o depósito judicial.
d) Parcelamento
88
Art. 155-A: o parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei
específica.
§3º: lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários
do devedor em recuperação judicial. O devedor que está em recuperação judicial terá
direito a um parcelamento especial.
§4º: não havendo lei específica para o devedor em recuperação judicial, serão aplicada
as leis gerais de parcelamento do ente da Federação daquele devedor em recuperação
judicial, caso em que o prazo de parcelamento não poderá ser inferior ao prazo
concedido pela lei federal específica sobre o tema.
Art. 156 CTN - As modalidades de extinção do crédito tributário podem ser subdivididas
em:
o Pagamento
o Decadência
o Prescrição
89
São aquelas que dependem de lei:
o Transação
o Remissão
o Consignação em pagamento
a) Pagamento
Ex.: Se se está pagando o imposto de outubro, não se presume que foi pago o de
setembro.
→ Local e tempo
90
• O tempo do pagamento se dá pela legislação tributária, dispensando-se que se
dê pela lei. Sendo a legislação omissa, poderá ser pago o crédito tributário até
30 dias após a notificação do lançamento.
→ Mora
• A multa moratória poderá incidir, desde que haja previsão neste sentido.
Caso o sujeito passivo tenha feito uma consulta, de forma tempestiva (dentro do prazo
legal), e a administração não tenha decidido ainda a sua consulta, ele não estará em
mora, não se aplicando as penalidades cabíveis.
→ Meios de pagamento
• Vale postal
• Nos casos previstos em lei, poderá se dar por estampilha, papel selado ou
processo mecânico.
→ Imputação de pagamento
Imputar o pagamento significa dizer qual das dívidas que será considerada paga pelo
devedor.
91
O sujeito passivo deve a um mesmo sujeito ativo mais de um débito vencido, podendo
o fisco determinar a imputação do crédito, mas isto ocorrerá na ordem estabelecida em
lei (art. 163).
O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua
ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento
da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa, extinguindo o
crédito tributário.
92
c) Decadência
Exceções:
Ex.: o fato gerador ocorreu em 5 de março de 2010, mas caso haja alguma medida no
dia 5 de outubro de 2010, o prazo começará a contar da data da notificação da
constituição do crédito tributário, desde que seja anterior à regra geral.
A anulação do lançamento pode ocorrer nos casos de incompetência, vício da CDA, por
falta do nome do contribuinte etc.
93
Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de 5 anos, a contar da ocorrência do
fato gerador. Expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado,
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
d) Prescrição
Art. 240, §1, do NCPC: a interrupção da prescrição, ordenada pelo despacho que ordena
a citação, ainda que proferida por juiz incompetente retroage à data da propositura da
ação.
94
➢ STJ: no caso de redirecionamento da execução fiscal, a citação válida da pessoa
jurídica tem o condão de interromper também a prescrição contra o sócio
responsável pelo débito fiscal.
• Protesto judicial
É qualquer medida cautelar que indique que o credor não está inerte.
95
CF: cabe à LC estabelecer normas sobre prescrição e decadência tributários. CTN é
norma materialmente complementar.
→ Prescrição intercorrente
• Art. 40, §4º, da LEF: se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido
prazo prescricional (5 anos), o juiz, após ouvir a Fazenda Pública, poderá, de
ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato.
Art. 170 do CTN: a lei pode autorizar a compensação de créditos tributários com créditos
líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública.
96
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará a
apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a
correspondente ao juro de 1% ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da
compensação e a do vencimento.
STJ, Súmula 461: o contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por
compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada
em julgado.
Vedação à compensação
STJ, Súmula 212: a compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação
cautelar ou em medida liminar cautelar ou antecipatória.
97
f) Transação
Justifica-se para prevenir ou encerrar litígio, por conta de concessões recíprocas. Recai
sobre direitos patrimoniais.
Art. 171 do CTN: a lei pode facultar aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária
celebrar transação que importe em determinação de litígio e consequente extinção do
crédito tributário.
g) Remissão
→ Limites à remissão
• Remissão Constitucional:
Art. 150, §6º, da CF: Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou
municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o
correspondente tributo ou contribuição
Ex.: Se será gasto 100 e tem para receber 110, é possível perdoar 10. Não há como
perdoar 20, pois será gasto 100.
A lei permite que haja remissão de débitos cujo montante seja inferior ao custo da
respectiva cobrança.
98
→ Hipóteses de cabimento da remissão
Art. 172 CTN: a lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
A remissão concedida poderá ser anulada, caso fique evidenciado que o beneficiário
não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições, ou não cumpriu ou deixou de
cumprir os requisitos para a remissão.
• Se o sujeito agiu com dolo ou simulação, além dos acréscimos, haverá a aplicação
de uma penalidade.
• Se ele não agiu nessas condições, mas apenas deixou de cumprir os requisitos,
serão cobrados o crédito e os juros de mora, mas sem penalidades.
99
ele perca, o crédito tributário será extinto em razão da conversão do depósito em renda.
Isso ocorre após o trânsito em julgado da decisão favorável ao fisco.
j) Consignação em pagamento
Lembre-se: quem consigna quer pagar, mas quem deposita quer discutir o débito
tributário, a exigência e a correção desse débito.
A consignação judicial é um tipo de depósito efetuado por quem quer pagar o tributo.
Art. 164 do CTN: a importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente
pelo sujeito passivo, nos seguintes casos:
• Exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico
sobre um mesmo fato gerador.
Não é depósito!
Art. 156, IX, do CTN: extingue o crédito tributário a decisão administrativa irreformável,
assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de
ação anulatória.
100
l) Decisão judicial passada em julgado
Parte da doutrina: há outras situações que implicam fim do crédito tributário. Ex.:
confusão, novação, verificação da impossibilidade fática do cumprimento da obrigação
etc.
Ex.: confusão. O sujeito morreu e não deixou herdeiros, mas devia à Fazenda Pública
Municipal certos débitos. Os bens acabaram indo para o município. Houve a confusão.
I. Introdução
101
• II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável,
no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer
documento relativo ao pagamento;
• Além desses casos, existe mais uma possibilidade de repetição de indébito, que
é a declaração da inconstitucionalidade de determinado tributo em sede de
controle abstrato pelo STF.
Art. 166 do CTN: a restituição de tributos que comportem, por sua natureza,
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver
assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este
expressamente autorizado a recebê-la.
102
Confirmado pelo fisco o direito à restituição, esta dará direito a juros, os quais não são
capitalizáveis.
Taxa de juros cabíveis para a repetição de indébito: é aquela definida por cada ente
tributante. Caso não tenha definido, será de 1% ao mês.
No âmbito da União, é a taxa SELIC, que abrange não apenas os juros, mas também a
inflação.
STJ, Súmula 523: a taxa de juros de mora, incidente na repetição de indébito de tributos
estaduais, deve corresponder à taxa de juros do tributo pago em atraso, sendo legítima
a incidência da taxa SELIC para ambas as hipóteses, quando houver previsão assim na
legislação local, vedada a sua acumulação com qualquer outros índices.
• Houve o recolhimento do tributo por fato gerador que ainda não havia ocorrido.
103
A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável
pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso
não se realize o fato gerador presumido.
Art. 3º da LC 118: para efeito de interpretação do art. 168, I, do CTN, que é o direito de
restituição, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito à
homologação, no momento do pagamento do crédito antecipado.
104
STF: quando do advento da LC 118, a orientação que estava consolidada no STJ era no
sentido de que os tributos sujeitos à lançamento por homologação tinham um prazo de
pedido de homologação ou compensação de indébitos de 10 anos, contados da
ocorrência do seu fato gerador (prazo de 5 anos para extinção do crédito e mais 5 anos
para pleitear a restituição).
Art. 169, parágrafo único, do CTN: o prazo de restituição é interrompido pelo início da
ação judicial, recomeçando o seu curso pela metade, a partir da data da intimação
validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada.
Ex.: o João queria anular e promoveu uma ação com 1 ano e 11 meses, quando ele
promoveu, houve a interrupção do prazo.
Quando o representante da Fazenda Pública foi intimado começa a conta mais 1 ano.
Supondo que ele foi intimado no outro dia, haverá 1 ano e 11 meses mais 1 ano.
Porém, se for somado 1 mês com 1 ano, haverá 1 ano e 1 mês apenas. O STF diz que o
prazo mínimo é de 2 anos.
105
Portanto, a regra é:
Aplica-se a regra do art. 168 do CTN para todas as hipóteses de restituição, seja por
ilegalidade ou por inconstitucionalidade.
STJ:
Basta que se conte o prazo de 5 anos. Passado o prazo, não terá mais como restituir.
A prescrição tributária extingue e atinge o próprio direito material, pois atinge o crédito
tributário.
106
Veja, os efeitos sobre o crédito tributário da prescrição são iguais aos efeitos da
decadência.
Pergunta: nos casos em que os servidores desses entes federados intentem a restituição
do IR retido na fonte, de quem é a legitimidade passiva para figurar na demanda?
Não é da União, e sim do Estado ou do Município (STJ e STF.) Fundamento: foi o Estado
ou o Município que ficou com o dinheiro recolhido a maior, motivo pelo qual serão
eles que deverão integrar o polo passivo de ação de restituição. - Súmula 447 do STJ.
I. Introdução
Art. 175, § único, CTN: a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento
das obrigações acessórias.
107
• Limitações constitucionais
a) Limitações constitucionais
CF, art. 150, §6º: qualquer isenção ou anistia, relativas a impostos, taxas ou
contribuições, somente poderá ser concedida por lei específica que regule
especificamente a matéria ou o correspondente tributo.
Essa vedação se refere à União, como pessoa jurídica de direito público interno, e não
à República Federativa do Brasil, pessoa de direito público internacional. A República
pode conferir isenção de tributos relativos a Estados e Municípios.
Cabe ressaltar!
CF ➔ veda que sejam concedidos privilégios fiscais não isonômicos entre empresas
exploradoras de atividade econômica. Não se pode dar benefícios às empresas estatais
não concedidos à iniciativa privada.
LRF ➔ a concessão de anistia e isenção, se não for dada em caráter geral, depende do
atendimento das regras contidas na Lei de Responsabilidade Fiscal.
108
IV. Isenção
Natureza jurídica: para uma corrente é uma dispensa legal de um tributo devido. Seria
uma espécie de perdão. É a corrente adotada pela jurisprudência!
a) Tipologia da isenção
O ente político, para atrair investimento, firma contrato (protocolos de intenção, que
têm caráter extrafiscal), prometendo que concederá isenção de determinados tributos
ao sujeito.
109
• Na verdade, essas previsões contratuais são inócuas, visto que é a lei específica
que concede a isenção. Essa previsão em contrato é uma promessa de que o
governante vai se esforçar para que uma lei concessiva de isenção venha a ser
implantada.
CTN, art. 177: salvo disposição de lei em sentido contrário, a isenção não é extensiva:
• STF: o Judiciário não pode conceder, ainda que sob o fundamento de isonomia,
o benefício da exclusão do crédito tributário em favor daquele que o legislador
não contemplou.
Ex.: a isenção concedida à categoria “A” não poderá ser pelo concedida pelo Judiciário
à categoria “B”.
d) Revogabilidade
Art. 178 do CTN: a isenção não é revogável por lei superveniente se esta isenção for
concedida cumulativamente, por prazo certo, em função de determinadas condições.
Mas quando irá gerar direito adquirido ao beneficiado (S. 544 STF)?
110
• Seja concedida por prazo determinado
• Seja condicionada
Art. 104, III, do CTN: os dispositivos de lei, referidos a impostos sobre o patrimônio ou
renda (IR, ITR, IPVA, IPTU, ITBI), que extinguem ou reduzem isenções, entram em vigor
no primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que ocorra a sua
publicação, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte.
111
Alíquota zero: possível nos tributos que excetuam princípio da legalidade para fixação
de suas alíquotas: II, IE, IOF, ICMS-combustíveis, CIDE-combustíveis. O Poder Executivo
pode reduzir a alíquota por medida extrafiscal.
V. Anistia
Não se confunde com a remissão, a qual perdoa o crédito tributário que já foi constituído.
A anistia é o perdão da infração já ocorrida, mas cujo crédito ainda não foi lançado.
• Aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo
sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo
sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele;
b) Tipologia da anistia
112
• Às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
• Sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder,
ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.
I. Introdução
Garantias: são instrumentos que vão assegurar que determinados direitos serão fruídos.
113
• Regra: todo o patrimônio do devedor responde pelas dívidas que ele tem, em
especial as dívidas tributárias.
• Nem mesmo bens gravados com ônus real ou com cláusula de inalienabilidade
ou de impenhorabilidade vão fugir da responsabilidade patrimonial por dívidas
tributárias (art. 184, CTN).
A alienação será eficaz perante a Fazenda Pública se o devedor reservar bens suficientes
para pagar a dívida tributária (§ único, art. 185 do CTN).
• Supondo que não apresente bens à penhora e nem sejam encontrados bens
penhoráveis, o juiz deverá determinar de ofício a indisponibilidade de bens e
direitos do devedor (art. 185-A).
III. Preferências
114
A lei prioriza a solvência de determinados tipos de créditos em detrimento de outros.
CTN: o crédito tributário, via de regra, prefere a qualquer outro, seja qual for sua
natureza ou tempo de constituição. Exceção: créditos de natureza trabalhista ou
decorrentes de acidente do trabalho.
• Créditos extraconcursais
• Créditos tributários
a) Multas tributárias
Segue a ordem:
• Créditos extraconcursais
• Créditos tributários
115
• Créditos quirografários
• Créditos subordinados
Vale lembrar! Isto não implica sobreposição dos haveres do credor tributário em
relação aos credores com execução individual já tenham conseguido a penhora de
bens.
Observação:
Súmula 44 do TFR
Ajuizada a execução fiscal antes da falência, com penhora realizada antes dessa, não
ficam os bens penhorados sujeitos à arrecadação no juízo falimentar. Proposta a
execução fiscal após a falência, a penhora far-se-á no rosto dos autos do processo de
falência, citando-se o administrador judicial.
d) Concurso de preferências
116
Há mais de uma pessoa jurídica de direito público credora do mesmo devedor que tem
patrimônio insuficiente.
Art. 187, § único, CTN: O concurso preferência somente se verifica entre pessoas
jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
• União
e) Quitação
117
15. Administração tributária
I. Introdução
• Além disso, deverá ter recursos prioritários para realização de suas atividades.
II. Fiscalização
• Veja: a competência pode ser regulada, e não inovada. Somente cabe inovação
por parte da lei.
Art. 195 do CTN: para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros,
arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes
industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.
118
Cabe ressaltar: o poder da investigação da administração tributária tem limites.
• Os meios hábeis para cobrança de créditos não pagos à Fazenda Pública são as
cobranças, sejam administrativas ou judiciais, na forma da execução fiscal.
119
• A retenção da mercadoria até a comprovação da posse legítima daquele que
transporta a mercadoria também é possível e não configura coação ou
constrição indireta.
• Não configura coação a retenção temporária para fazer fiscalização. Logo quer
terminar a fiscalização a mercadoria é liberada.
A administração tributária não pode exigir que sejam conservados após a prescrição.
Art. 196 do CTN: as diligências fiscais devem ser precedidas de um termo inicial, que
fixará o prazo para conclusão dessa fiscalização.
Súmula 555 do STJ: quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial
quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma
do art. 173, I, do CTN (do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado), nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o
dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.
120
• Delimita a preclusão do prazo para que seja intentada a denúncia espontânea
Não cabe + denúncia espontânea.
V. Intimações escritas
a) Dever de informar
Art. 197 CTN: mediante intimação escrita, são obrigados a prestar todas as
informações que disponham com relação a bens, negócios ou atividades de terceiros:
• Os inventariantes;
• Quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo,
ofício, função, ministério, atividade ou profissão.
c) Prova emprestada
121
• Na seara tributária, é possível que haja a permuta de informações, fazendo com
que o ente tributante de uma esfera se aproveite de material probatório
levado por outra.
Art. 200 do CTN: as autoridades fiscais podem requisitar auxílio das forças públicas.
Lembre-se!
122
Art. 198 do CTN: sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação,
por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão
do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou sobre a
situação econômica ou financeira de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus
negócios ou atividades.
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais
grave.
Atenção!
123
• inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública
• parcelamento ou moratória
Ou seja, a partir de o momento em que há uma representação fiscal para fins penais,
que dará origem a uma ação penal pública, não haverá mais sigilo.
b) Sigilo bancário
Se houver violação ao sigilo, haverá o crime de violação ao sigilo funcionar (art. 325 do
CP).
Consiste em créditos da Fazenda Pública não pagos na data do vencimento e, por isso,
inscritos em registros próprios da fazenda pública.
Art. 201 do CTN: Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa
natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de
esgotado o prazo fixado para pagamento pela lei ou por decisão final proferida em
processo regular.
124
Crédito tributário engloba crédito de tributos, das respectivas multas e de eventuais
adicionais, como juros e correção monetária.
Lei de Execuções Fiscais➔ a inscrição em dívida ativa suspende a prescrição por 180
dias, ou, pelo menos, até a distribuição da execução fiscal, se esta se der antes dos 180
dias.
Mas esta disposição da LEF só é aplicável para créditos não tributários. Em matéria
tributária exige-se a disposição desse ponto por LC.
125
• Data da inscrição
• Havendo erro na CDA, haverá uma causa de nulidade da CDA. Esta nulidade
pode ser sanada até a decisão judicial de 1ª instância.
STJ: deve ser extinta a execução fiscal que, por erro na CDA quanto à indicação do CPF
do executado, tenha sido promovida em face de pessoa homônima.
A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da
sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada
a modifi cação do sujeito passivo da execução.
126
prosseguimento da execução fiscal quando a quantia indevida puder ser prontamente
abatida por meros cálculos aritméticos.
STJ:
X. Certidão negativa
Se o sujeito confessa que deve (lançamento por homologação), isto já constitui o crédito
tributário, não sendo mais possível o sujeito pedir certidão negativa ou certidão positiva
com efeitos de negativa.
127
Prazo para expedição da certidão negativa: 10 dias, contados da data da entrada do
requerimento na adm. pública.
Essa certidão traz débitos, mas estes débitos estão garantidos pela penhora de bens ou
não são passíveis de cobrança imediata, pois não vencidos ou com a exigibilidade está
suspensa.
Art. 208 do CTN: a certidão negativa, expedida com dolo ou fraude, que contenha erro
contra a fazenda pública responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir.
Ele será responsável pelo crédito tributário e pelos juros de mora acrescidos, não se
excluindo eventual responsabilidade criminal ou funcional.
CTN: os prazos são contínuos, excluído o dia do início e incluído o dia do vencimento
(art. 210). Isto se aplica à prescrição e decadência.
128
• Direito tributário penal: é o direito tributário propriamente dito, impondo
penalidades ao descumprimento de normas tributárias. Refere-se a infrações
administrativas.
Esta é a interpretação benigna das sanções tributárias. Só tem lugar em caso de dúvidas.
129
• conceituadas como crimes ou contravenções;
130
São os casos de autolançamento/lançamento por homologação.
O sujeito passivo declara o tributo devido, aguardando que Fazenda Pública homologue.
Não poderá invocar o art. 138 do CTN, salvo se tiver feito o recolhimento integral, caso
em que não seria necessário fazer a declaração.
Lei 8.137/90, art. 1º: constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir
tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
• III - Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer
outro documento relativo à operação tributável;
131
Parágrafo único do art. 1º
• Trata-se de crime de ação vinculada: o tipo traz as condutas que deverão ser
incriminadas.
A circunstância de o Fisco dispor de outros meios para constituir o crédito tributário, ante
a omissão do contribuinte em declarar o fato gerador, não afasta a tipicidade da
conduta. O arbitramento efetivado evidencia que a conduta omissiva foi apta a gerar
a supressão ou, ao menos, a redução do tributo na apuração.
132
STJ: a omissão na entrega da antiga Declaração de Informações Econômico-Fiscais da
Pessoa Jurídica (DIPJ) consubstanciava conduta apta a firmar a tipicidade do crime de
sonegação fiscal previsto no art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90, ainda que o Fisco dispusesse
de outros meios para a constituição do crédito tributário.
Obs: a DIPJ foi substituída pela Escrituração Contábil Fiscal (ECF) (Inf. 579, STJ).
133
• STJ: o simples fato do sujeito ser sócio, gerente ou administrador da empresa
não autoriza que contra ele seja instaurado processo criminal, se não
comprovada mínima relação de causa e efeito entre a imputação feita pelo MP
e a função que o sujeito efetivamente exerce.
134
Art. 168-A do CP ➔ é crime de apropriação indébita previdenciária a conduta de deixar
de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no
prazo e forma legal ou convencional.
135
Art. 337-A ➔ configura o crime de sonegação de contribuição previdenciária a conduta
de suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório,
mediante as seguintes condutas:
§3º: se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não
ultrapassa R$ 1.510,00, o juiz poderá reduzir a pena de 1/3 até a 1/2 ou aplicar apenas
a de multa.
§4º: o valor de R$ 1.510,00 será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do
reajuste dos benefícios da previdência social.
f) Lei 10.684/03
136
A Lei 10.684/03 trouxe o denominado REFIS II.
Esta lei estatui a chamada suspensão da pretensão punitiva do Estado em relação aos
crimes contra a ordem tributária, crimes de apropriação indébita tributária, sonegação
de contribuição previdenciária, apropriação indébita previdenciária, durante o período
de parcelamento de crédito tributário.
STF: a Lei 10.684/03 deve incidir em todas as formas de parcelamento que lhe foram
anteriores, pois se trata de lei mais benéfica, alcançando situações já acobertadas pelo
manto da coisa julgada.
É possível que, no caso de situação difícil e grave pela qual passa a empresa, a ponto de
inviabilizar suas operações normais, se houver a falha no recolhimento de contribuições
previdenciárias retidas do empregado, não reste configurado o crime de apropriação
indébita previdenciária.
h) Princípio da insignificância
• STJ: se o valor devido não ultrapassa 10 mil reais, poderá ser aplicado o princípio
da insignificância. Lei 10.522/02.
• STF: este valor poderá ser de até 20 mil reais. Portaria do Min. da Fazenda.
Esses valores somente são considerados para os débitos em face da União. Tributos
estaduais ou municipais tem como parâmetro para aplicação do princípio da
insignificância a legislação estadual ou municipal, que dispensará a execução fiscal até
determinado valor.
137
STF: é preciso que o procedimento administrativo fiscal seja encerrado com a
constituição definitiva do crédito tributário para que o sujeito possa ser processado
criminalmente.
Denúncias oferecidas antes dessa constituição definitiva devem ser rejeitadas por
falta de justa causa.
• Súmula Vinculante 24: não se tipifica crime material contra a ordem tributária,
previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento
definitivo do tributo.
I. Imposto de Importação
138
• Destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo
remetente;
b) Base de cálculo
É o valor referência para cálculo do tributo devido. A base de cálculo varia de acordo
com o tipo de alíquota a ser utilizada:
c) Alíquotas
139
• As alíquotas do II poderão ser alteradas por decreto do Poder Executivo, dentro
dos limites e condições legais.
e) Tributação exclusiva
• Energia elétrica
• Serviços de telecomunicações
• Derivados de petróleo
• Combustíveis
• Minerais
140
a) Fato gerador
b) Contribuinte e responsáveis
Será responsável:
• Depositário
• Transportador
c) Base de cálculo
d) Alíquotas
• O regulamento aduaneiro, no art. 215, diz que o imposto será calculado com a
aplicação da alíquota de 30% sobre a base de cálculo.
e) Lançamento
141
Será considerado ocorrido o fato gerador no momento em que é expedida a guia de
exportação ou um documento equivalente.
Com o SISCOMEX, não é necessária guia de exportação. Essa necessidade foi substituída
pelo registro da exportação. Ou seja, com o registro da exportação se entende que
houve o fato gerador do imposto de exportação. É a legislação vigor neste momento
que via orientar o lançamento ocorrido.
STJ, Súmula 262: incide IR sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas por
cooperativas. As aplicações não consubstanciam atos cooperativos. Assim, incide IR
sobre o resultado da aplicação, por conta de acréscimo patrimonial decorrente de ato
não cooperativo.
STJ:
Art. 39. Fica isento do imposto de renda o ganho auferido por pessoa física residente no
País na venda de imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias contado da celebração do contrato, aplique o produto da venda na
aquisição de imóveis residenciais localizados no País.
142
Ex: João comprou seu apartamento por R$ 300 mil; dois anos depois, vendeu o imóvel
por R$ 400 mil (lucro de R$ 100 mil). Em princípio, João teria que pagar IR sobre esse
ganho de capital. Porém o art. 39 garante isenção do imposto caso ele utilize este valor
recebido para adquirir outro imóvel residencial.
a) Disponibilidade jurídica
b) Disponibilidade econômica
É qualquer fato, mesmo que irregular ou ilícito, que implique acréscimo patrimonial. Ex.:
renda decorrente de tráfico.
c) Indenização
• STJ, Súmula 125: o pagamento de férias não gozadas por necessidade de serviço
não está sujeita ao imposto de renda.
• Súmula 498 STJ: não incide IR sobre indenização por danos morais. É
indenização, e não acréscimo patrimonial.
143
• Não incide IR sobre verba paga a título de ajuda de custo pelo uso do veículo
para exercício das funções profissionais. Não há caráter patrimonial.
• Não incide IR sobre juros moratórios legais. Os juros de mora servem para
indenizar o sujeito que não recebeu o capital, enquanto não recebê-lo. Função
indenizatória.
Vale lembrar! O IR deve observar o princípio da anterioridade geral, mas não observará
o princípio da anterioridade nonagesimal.
d) Contribuinte e responsável do IR
e) Base de cálculo
Para pessoa jurídica, o IR poderá incidir sobre o lucro real ou sobre o lucro presumido.
Obs.: se o caso era de lucro real, mas o contribuinte fez de tudo para não apurar, a
autoridade administrativa poderá se valer do lucro “arbitrado” (presumido).
144
O IR é o imposto de caráter complexivo: exige uma especificação em lei para o momento
em que se considere fictamente que o fato gerador do IR ocorreu.
• Se optar pelo lucro real, poderá optar por fazer esta apuração anual, e não
trimestral, caso em que fará uma antecipação mensal que acredita que deverá
de pagar no final do ano.
a) Fato gerador
145
• Houver desembaraço aduaneiro: produto de procedência estrangeira.
• STF: incide IPI na importação de automóveis por pessoas físicas para uso próprio.
RE 723651, com repercussão geral.
• Importador
• Industrial
• Transportador
• Possuidor
c) Base de cálculo
146
• Se estivermos tratando de caso de incidência na importação de produto
industrializado, será a base de cálculo o valor aduaneiro (valor do bem) mais
impostos e encargos cambiais.
d) Alíquotas
As alíquotas do IPI poderão ser alteradas por ato do Poder Executivo, desde que
observados os parâmetros legais.
e) Lançamento do IPI
f) Não cumulatividade
147
• O benefício fiscal do crédito presumido do IPI, relativo a exportações, incide
mesmo quando as matérias primas ou insumos sejam adquiridos de pessoa
física ou jurídica não contribuinte do PIS/PASEP.
Se o indivíduo comprou um produto sem IPI, significa que ele não recolheu nada. Diante
disso, não poderá creditar esse IPI na hora da venda.
g) Imunidade
a) Fato gerador
• Crédito
• Câmbio
• Seguro
→ Operações de crédito
148
É basicamente emprestar dinheiro.
→ Operações de câmbio
→ Operações de seguro
b) Contribuinte e responsáveis
d) Alíquotas
149
• Princípio da anterioridade nonagesimal
• Princípio da legalidade
As alíquotas poderão ser alteradas por ato do Poder Executivo e tem incidência imediata.
Competência: União.
a) Fato gerador
Imóvel rural: é aquele localizado fora da zona urbana do município. O fato gerador é
aferido a cada 1º de janeiro.
ATENÇÃO! Em relação ao ITR, as pequenas glebas rurais estão imunes, desde que o seu
proprietário as explore e não possua outro imóvel.
• STJ: não incide IPTU, mas apenas ITR sobre o imóvel localizado na zona urbana
do município, desde que esse imóvel seja utilizado para fins de atividade rural.
• Transferência da capacidade tributária ativa ➔ Art. 153, III, CF: é possível que o
ITR seja cobrado e fiscalizado por município. Se assim o for, o Município passará
a ser o destinatário de 100% do produto do ITR.
150
b) Base de cálculo
c) Alíquotas
Essas regras também valem para quando a União se vale da sua competência para
instituir contribuições residuais.
151
• Plurifásico: incide sobre o valor agregado, obedecendo-se ao princípio da não-
cumulatividade;
a) Fato gerador
• Doação
b) Competência
Caso a doação se dê por pessoa que resida no exterior, ou por pessoa que residia no
exterior, quando do seu falecimento, ou que teve o inventário processado no exterior.
c) Base de cálculo
d) Alíquota
152
CF: as alíquotas do ITCMD devem ter teto definido pelo Senado Federal. Hoje: alíquota
máxima para o ITCMD é de 8% sobre o valor imóvel, conforme Resolução do Senado.
Jurisprudência: é possível que o ITCMD tenha alíquotas progressivas, desde que levem
em consideração a capacidade contributiva do sujeito passivo da obrigação tributária.
a) Fato gerador
• Circulação de mercadoria
Atenção:
Em razão de determinação expressa da CF (art. 155, §3º), energia elétrica deve ser
classificada como mercadoria, motivo pelo qual incide ICMS.
STF: o ICMS incide sobre a tarifa de assinatura básica mensal cobrada pelas
prestadoras de serviço de telefonia, independentemente da franquia de minutos
concedida ou não ao usuário (Inf. 843).
153
• Por isso, incide ICMS sobre o importador que comprou o carro para si mesmo,
mesmo que não seja contribuinte habitual do imposto.
Art. 155 da CF, §2º, IX, “b”: o ICMS incide sobre o valor total da operação, quando
mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência
tributária dos municípios (ISSQN).
- Súmula 166 STJ: não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de
mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.
- O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet - Súmula 334 do
STJ.
154
• Não incide ICMS sobre serviços de habilitação de telefone celular – S. 350 STJ.
Não há serviço prestado
• STJ: incide ICMS sobre o valor da venda a prazo constante da nota fiscal. Este é
o valor da operação, ainda que o pagamento seja a prazo.
STJ S. 432: a empresa de construção civil não está obrigada a pagar ICMS sobre
mercadorias adquiridas como matéria-prima em operações interestaduais.
e) Contribuintes do ICMS
f) Base de cálculo
Não devem compor esta base de cálculo valores que não guardem relação com aquela
operação mercantil tributário. Portanto, os juros de um financiamento não devem
integrar a base de cálculo de um ICMS.
Art. 155, §2º, XI, CF: o ICMS não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante
do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre
contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização,
configure fato gerador dos dois impostos.
O valor do IPI não estará inserido no cálculo do valor do ICMS devido quando a mesma
operação justificar a incidência dos dois impostos.
STF: é constitucional que haja a inclusão do valor do ICMS na sua própria base de
cálculo.
155
Ex.: se o contribuinte vai pagar 10 mil reais de ICMS, este valor continuará integrando a
base de cálculo para se chegar ao valor do ICMS. O fato de o valor do ICMS integrar a
base de cálculo para incidência do próprio ICMS não viola a Constituição.
STJ:
O ICMS integra a sua própria base de cálculo, sendo isso chamado de ICMS "por
dentro" ou "cálculo por dentro". O ICMS por dentro está previsto no art. 13, § 1º, I, da
LC 87/96.
Essa mesma regra aplica-se para o ICMS substituição tributária, considerando que se
trata do mesmo tributo. Portanto, ainda que se adote a substituição tributária como
forma de arrecadação de ICMS, é legal aplicar-se a sistemática do "cálculo por dentro"
(Inf. 585).
STJ
g) Não cumulatividade
O ICMS é imposto não cumulativo. Compensa-se na próxima operação o que foi pago
na anterior.
STJ
156
cumulatividade a legislação estadual que veda a apropriação e a utilização de crédito
de ICMS ao contribuinte que estiver com saldo devedor perante o Fisco (Inf. 574).
h) Alíquotas
Regras constitucionais.
Em resumo:
• Fixar alíquota mínima: iniciativa de 1/3 dos membros e aprovação por maioria
absoluta.
• Fixar alíquota máxima: iniciativa da maioria absoluta e aprovação por 2/3 dos
seus membros.
157
Regra: a alíquota interna superior à alíquota interestadual.
• Nas operações e prestações realizadas nas regiões sul e sudeste, mas destinadas
às regiões norte, nordeste, centro-oeste e para o Estado do Espírito Santo, as
alíquotas interestaduais serão de 7%.
Regra: o Estado de destino fica com a diferença entre a alíquota interna e a alíquota
interestadual.
ADCT impõe regra de transição em razão dessas inovações trazidas pela EC 87/2015:
• I - para o ano de 2015: 20% para o Estado de destino e 80% para o Estado de
origem;
• II - para o ano de 2016: 40% para o Estado de destino e 60% para o Estado de
origem;
• III - para o ano de 2017: 60% para o Estado de destino e 40% para o Estado de
origem;
• IV - para o ano de 2018: 80% para o Estado de destino e 20% para o Estado de
origem;
CF: o ICMS poderá ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias e dos
serviços. *O IPI é obrigatoriamente seletivo.
i) Imunidades
158
São imunes ao ICMS:
Critérios para compensar os Estados por conta das desonerações de ICMS sobre as
exportações:
• § 3º: até a edição da LC, devem ser adotados para o repasse os critérios
estabelecidos no Anexo da LC 87/96, com a redação da LC 115/2002.
• Assim, o Poder Judiciário não pode alterar os índices de repasse da União aos
Estados previstos no art. 91 do ADCT e na LC 87/96, criando novos critérios. Tal
atitude violaria a separação dos Poderes (Inf. 849).
• Até hoje não foi editada a LC de que trata o art. 91 do ADCT. Foi proposta ADI
por omissão, tendo sido julgado procedente o pedido, declarando a mora do
Congresso Nacional.
Na decisão, o STF fixou prazo de 12 meses para que o Legislativo faça a lei, consignando
que, ultrapassado esse prazo, o TCU deverá:
• Fixar o valor total a ser transferido anualmente aos Estados e DF, considerando
os critérios dispostos no art. 91 do ADCT.
• Calcular o valor das quotas a que cada um fará jus, levando em conta os
entendimentos entre os Estados e o DF realizados no âmbito do Conselho
Nacional de Política Fazendária (Confaz)
159
j) Convênios de ICMS
Art. 155, §2º, XII, ‘g’, CF: no tocante ao ICMS, cabe à LC regular a forma de como,
mediante deliberação dos Estados e do DF, isenções, incentivos e benefícios fiscais vão
ser concedidos ou vão ser revogados.
• A lei prevê que o tributo seja recolhido antes que ocorra o fato gerador (fato
gerador presumido).
“A” é uma refinaria de combustíveis que vende a gasolina para os distribuidores (“B”),
que revendem para os postos de gasolina (“C”), que, por fim, vendem ao consumidor
final (“D”). Para o Estado é mais fácil cobrar de “A” todo o tributo que irá incidir sobre a
cadeia produtiva. Assim, “A” pagará o imposto por ele devido como contribuinte e
também os impostos que irão incidir sobre as vendas futuras (nesse caso, pagará como
substituto tributário/responsável tributário).
Esse cálculo do valor que se supõe que a mercadoria será vendida é feito mediante a
aplicação do regime de valor agregado (art. 8º da LC 87/96), o qual estabelece que a
base de cálculo, para fins de substituição tributária, será:
160
• Em relação às operações ou prestações subsequentes, obtida pelo somatório das
parcelas seguintes:
Precedentes
STF: é inconstitucional lei estadual que concede benefícios fiscais relacionados com o
ICMS sem a prévia celebração de convênio intergovernamental (art. 155, § 2º, XII, “g”,
da CF/88 e LC 24/1975).
161
III. Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
• As normas gerais sobre o IPVA (fato gerador, base de cálculo, sujeito passivo etc.)
deverão ser previstas em uma LC (art. 146, III, "a", da CF/88).
• Esta lei ainda não existe. Em razão disso, os Estados podem legislar plenamente
sobre o tema (art. 24, § 3º, da CF), desde que respeitadas as demais regras
constitucionais.
a) Fato gerador
Perceba: é apenas a propriedade que gera incidência de IPVA, e não a mera detenção
do veículo, o uso ou a posse.
b) Base de cálculo
• As tabelas sofrem atualização anual, sem que haja violação à legalidade, eis que
não se trata de alteração da base de cálculo.
CF: a fixação da base de cálculo do IPVA não está sujeita ao princípio da anterioridade
nonagesimal (art. 150, § 1º).
É possível que um Estado, nos últimos dias do ano, altere a tabela de valor venal dos
veículos e a mudança já valha a partir de 1º de janeiro do ano seguinte.
c) Alíquotas
EC 42/03:
*Lei estadual não pode estipular alíquotas menores que aquelas fixadas pelo Senado.
162
Objetivo: evitar que Estados estipulem valores baixos de IPVA para "incentivar"
proprietários a emplacarem seus veículos nesses locais.
• A lei pode prever que veículos utilitários paguem alíquotas menores que veículos
de passeio.
Exemplo quanto à utilização: táxis poderão pagar alíquotas menores que veículos
particulares.
d) Sujeito passivo
É o proprietário do veículo.
e) Lançamento do IPVA
O CTN não prevê a forma como o contribuinte deverá ser notificado do lançamento.
Jurisprudência: a legislação que rege cada tributo pode disciplinar o meio idôneo para a
notificação.
• STJ: no caso do IPVA, o envio do carnê é apenas uma modalidade, que não
exclui outras eventualmente mais convenientes para a Administração, como a
163
divulgação de calendário de pagamento, com instruções para os contribuintes
fazerem o pagamento.
STJ
O prazo prescricional para a execução fiscal inicia-se no dia seguinte à data estipulada
para o vencimento do imposto.
Impostos municipais
• Fiscal: função precípua de arrecadação. Vale ressaltar: em alguns casos, ele pode
assumir também caráter extrafiscal (estímulo ao cumprimento da função social
da propriedade);
a) Fato gerador
164
As ficções jurídicas estabelecidas no art. 80 do CC (direitos reais sobre imóveis, as ações
que os asseguram e direito à sucessão aberta) são considerados por ficção jurídica como
bens imóveis.
Todavia, as ficções jurídicas ali estabelecidas não geram a incidência da IPTU, o qual
somente incide sobre prédio ou terreno.
b) Zona urbana
A definição de zona urbana por lei municipal não é suficiente para incidência do IPTU.
Art. 32, §1º, do CTN: entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, desde
que seja observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em
pelo menos 2 dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
• Abastecimento de água;
STJ: não incide IPTU nos imóveis de destinação rural, devendo incidir o ITR. Logo,
havendo conflito entre ITR e IPTU, é necessário analisar o critério espacial, mas também
o critério da destinação do imóvel.
165
- O fato de uma parte do imóvel urbano ter sido declarado APP ou de existir restrição,
como a proibição de construir, não impede que incida IPTU sobre a área do imóvel
todo. Incidência de ITR ou não depende da destinação.
c) Base de cálculo
d) Alíquota
e) Lançamento
166
• O fato gerador do IPTU vai se verificar na data eleita pela legislação municipal
para esta finalidade.
f) Extrafiscalidade
CF, art. 182, §4º: é facultado ao poder público municipal, mediante lei específica, para a
área incluída no Plano Diretor, exigir, nos termos da lei federal (Estatuto da Cidade), do
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou nem utilizado, que promova
o seu adequado funcionamento, sob pena de sucessivamente sofrer:
167
§1º: a majoração da alíquota a ser aplicada a cada ano será fixada em lei específica, mas
a alíquota do ano seguinte não pode ser superior ao dobro da alíquota do ano anterior.
A alíquota ficará limitada ao máximo de 15%.
§2º do art. 7º: caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em
5 anos, o município vai manter a alíquota máxima do IPTU, podendo, em algum
momento, promover a desapropriação.
g) Progressividade
• É uma técnica de tributação que tem como objetivo fazer com que os tributos
atendam à capacidade contributiva.
O IPTU é progressivo?
• Progressividade em razão do valor do imóvel (art. 156, § 1º, I): quanto maior o
valor do imóvel, maior a alíquota. Trata-se de progressividade fiscal (objetivo de
arrecadar mais).
Ocorre que, mesmo antes da EC 29/2000, muitos Municípios editaram leis prevendo
alíquotas progressivas em razão do valor do imóvel.
168
STF:
STF
a) Fato gerador
É a transmissão inter vivos por ato oneroso de bens imóveis, de direitos reais sobre
bens imóveis, com exceção dos direitos de garantia, bem como da cessão de direitos à
aquisição do bem imóvel.
STJ
O fato gerador do ITBI é essa transmissão, alteração de titularidade de bem imóvel, que
se dá com o registro imobiliário.
169
ITBI não incide sobre a transmissão de bens e direitos decorrentes de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo, nesses casos, se a atividade
principal do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou ainda o arrendamento mercantil.
b) Contribuinte e responsáveis
• Tabeliães
c) Base de cálculo
d) Lançamento
Via de regra, o sujeito preenche a guia, recolhe o imposto e não há qualquer medida
fiscalizadora por parte do município. Após, o município vai fiscalizar o pagamento do
tributo.
• Vale ressaltar: cada Município, para cobrar ISSQN, precisa editar lei ordinária
municipal tratando sobre o assunto. A lei local, obviamente, não pode contrariar
a LC 116/2003 nem prever serviços que não estejam expressos na lei federal.
a) Competência
170
• LC 116/03 ➔ em regra, o ISSQN será devido no local do estabelecimento
prestador do serviço.
• da demolição;
• da limpeza e dragagem;
171
• da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres;
EM RESUMO:
A LC 116 diz ser competente o local do estabelecimento do prestador, mas o STJ adota
o princípio da territorialidade da exação, ou seja, onde é prestado o serviço. Como são
tantas as exceções, elas acabam sendo a regra.
b) Fato gerador
172
• leasing operacional: não incide ISSQN. Há aqui uma locação com direito de
compra ao final do contrato.
• S. 274 STJ: o ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-
se neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares.
c) Não incidência
• Exportações
ATENÇÃO
d) Contribuinte
173
Contribuinte do ISS: é o prestador do serviço.
e) Base de cálculo
Súmula 524 do STJ: no tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa
de agenciamento quando o serviço prestado por sociedade empresária de trabalho
temporário for de intermediação, devendo, entretanto, englobar também os valores
dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela contratados nas hipóteses de
fornecimento de mão de obra.
f) Alíquotas
As alíquotas são determinadas pela legislação municipal, mas deverão obedecer aos
limites mínimos e máximos estabelecidos em LC.
• A alíquota mínima não vem prevista na LC 116/03, motivo pelo qual continua
valendo o art. 88 do ADCT. Portanto, hoje, a alíquota mínima do ISS é de 2%.
Trata-se de um imposto:
174
• Fiscal: a função precípua deste imposto é a arrecadação (imposto fiscal). Vale
ressaltar, no entanto, que, em alguns casos, ele poderá assumir também um
caráter extrafiscal (forma de estimular o cumprimento da função social da
propriedade);
• Progressivo: pode ser progressivo no tempo caso a propriedade não esteja
cumprindo sua função social (art. 182, § 4º), além de poder ser progressivo
em razão do valor do imóvel (art. 156, § 1º, I);
• Complexivo: significa que seu fato gerador é um só ao longo de todo o ano.
a) Fato gerador
As ficções jurídica estabelecidas no art. 80 do CC, que fala sobre direitos reais
sobre imóveis, direito à sucessão aberta, direitos que asseguram direitos reais sobre
imóveis, são todos considerados por ficção jurídica como bens imóveis.
b) Zona urbana
A definição de zona urbana por lei municipal não é suficiente para incidência do
IPTU.
Segundo o art. 32, §1º, do CTN, entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal, desde que seja observado o requisito mínimo da existência de
melhoramentos indicados em pelo menos 2 dos incisos seguintes, construídos ou
mantidos pelo Poder Público:
175
• Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição
domiciliar;
• Escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 quilômetros
do imóvel considerado.
Havendo conflito entre ITR e IPTU, é necessário analisar o critério espacial, mas
também o critério da destinação do imóvel, pois o STJ entende que não incide IPTU nos
imóveis de destinação rural, devendo incidir o ITR.
O fato de uma parte do imóvel urbano ter sido declarado área de preservação
permanente ou de restrição, como a proibição de construir, não impede que incida
IPTU sobre a área do imóvel todo. O que precisa para definir se vai haver a incidência
de ITR ou não é o fato de sua destinação.
c) Base de cálculo
176
Consequentemente poderá ser feita por ato do Poder Executivo, por meio de
decreto. A Súmula 160 do STJ diz que é defeso ao município atualizar o IPTU mediante
decreto em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.
d) Alíquota
e) Lançamento
O fato gerador do IPTU vai se verificar na data eleita pela legislação municipal
para esta finalidade. Normalmente, a data é fixada no dia 1º de janeiro de cada ano,
sendo certo que o lançamento se dá de ofício.
f) Extrafiscalidade
A CF diz, em seu art. 182, §4º, que é facultado ao poder público municipal,
mediante lei específica, para a área incluída no Plano Direto, exigir, nos termos da lei
federal (Estatuto da Cidade), do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
177
ou nem utilizado, que ele promova o seu adequado funcionamento, sob pena de
sucessivamente sofrer:
O §1º diz que a majoração da alíquota a ser aplicada a cada ano será fixada em
lei específica, mas a alíquota do ano seguinte não pode ser superior ao dobro da alíquota
do ano anterior. A alíquota ficará limitada ao máximo de 15%.
O §2º do art. 7º diz que, caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não
esteja atendida em 5 anos, o município vai manter a alíquota máxima do IPTU,
podendo, em algum momento, promover a desapropriação.
g) Progressividade
Progressividade é uma técnica de tributação que tem como objetivo fazer com
que os tributos atendam à capacidade contributiva. Na prática, a progressividade
funciona da seguinte forma: a lei prevê alíquotas variadas para o imposto e o aumento
dessas alíquotas ocorre na medida em que se aumenta a base de cálculo. Assim, na
progressividade, quanto maior a base de cálculo, maior será a alíquota.
O IPTU é progressivo?
178
SIM. Existem duas espécies de progressividade no IPTU:
• Progressividade em razão do valor do imóvel (art. 156, § 1º, I): quanto maior
o valor do imóvel, maior a alíquota. Trata-se de progressividade fiscal (com o
objetivo de arrecadar mais).
• Progressividade em razão da função social da propriedade (art. 182, § 4º,
II): aumento de alíquotas para desestimular que o imóvel fique não edificado,
inutilizado ou subutilizado. Consiste em uma progressividade extrafiscal (tem
por finalidade fazer cumprir um mandamento constitucional, qual seja, a
função social da propriedade).
I - Quanto aos imóveis residenciais: a) Para terrenos com valor venal até R$ 100
mil, alíquota de 5% (cinco por cento); b) Para terrenos com valor venal acima de R$ 100
mil e até R$ 500 mil, alíquota de 7% (sete por cento); c) Para terrenos com valor venal
acima de R$ 500 mil e até R$ 1 milhão, alíquota de 9% (nove por cento); d) Para terrenos
com valor venal acima de R$ R$ 1 milhão, alíquota de 10% (dez por cento).
II - Quanto aos imóveis não-residenciais: a) Para terrenos com valor venal até R$
100 mil, alíquota de 6% (seis por cento); b) Para terrenos com valor venal acima de R$
100 mil e até R$ 500 mil, alíquota de 8% (oito por cento); c) Para terrenos com valor
179
venal acima de R$ 500 mil e até R$ 1 milhão, alíquota de 10% (dez por cento); d) Para
terrenos com valor venal acima de R$ R$ 1 milhão, alíquota de 12% (doze por cento).
NÃO. Como vimos acima, antes da EC 29/2000, a CF/88 não previa, em seu texto,
a progressividade em razão do valor do imóvel. Para o STF, essa lacuna era proposital e,
não havendo previsão expressa, os Municípios estavam proibidos de instituir a
progressividade em razão do valor. Antes da EC 29/2000 só era válida uma forma de
progressividade no IPTU: a progressividade para cumprir a função social da propriedade.
Logo essas leis municipais que trouxeram progressividade fiscal antes da EC 29/2000
eram inconstitucionais. Foi editada até uma súmula para expor esse entendimento:
Súmula 668-STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da
emenda constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada
a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
Imagine que esse art. 33 da Lei do Município XXX foi declarado inconstitucional
com base no entendimento exposto na Súmula 668-STF. A dúvida que surge agora é a
seguinte: com a declaração de inconstitucionalidade, os contribuintes estarão
dispensados de pagar o IPTU?
Qual será, no entanto, a alíquota que deverá ser paga? Suponha que João possui
um imóvel avaliado em R$ 2 milhões, ele pagará o IPTU com base em qual alíquota?
180
do imóvel. Segundo decidiu o STF, o reconhecimento da inconstitucionalidade da
progressividade do IPTU não afasta a cobrança total do tributo. Esta, no entanto, deve
ser realizada pela forma menos gravosa prevista em lei.
181