Você está na página 1de 25

DI

OG
O
LI
M
A
RE
ZE
ND
E
RI
OS
-0
27
33
66
01
79
-D
IO
GO
LI
M
A

465
RE
ZE
ND
ND
7. DIREITO DO CONSUMIDOR

ZE
1- Características do CDC

RE
1) Norma de ordem pública

A
O que é isso? É uma norma de aplicação obrigatória, uma norma cogente. Não é uma

M
norma meramente programática;

LI
GO
2) Norma de interesse social
Trata-se de uma lei de função social, ou seja, é uma lei que se preocupa com os interesses

IO
dos particulares, mas não apenas com eles, mas também com interesses da coletividade

-D
(interesses metaindividuais).
Exemplo: art. 2º, § único, equipara a consumidores a coletividade de pessoas; art. 6º, VI

79
(reparação integral dos danos) fala de dano moral coletivo.
01
66

3) Microssistema jurídico
O CDC veio tutelar os desiguais, o elo mais fraco da relação de consumo, que é
33

consumidor.
27

Os iguais são protegidos pelo Código Civil.


-0

O CDC nasceu para tutelar o vulnerável (vulnerabilidade não significa hipossuficiência.


Vulnerabilidade é um conceito ligado ao direito material enquanto hipossuficiência é ligado
OS

ao direito processual).
RI

4) Norma multidisciplinar
E

No CDC, temos normas de direito administrativo, penal, processual.


ND
ZE

5) Norma principiológica
Ela visa a proteger, por meio de seus princípios, o consumidor.
RE
A
M
LI

466
O
OG
DI
ND
ZE
2- Elementos da relação de consumo

RE
1) Subjetivos

A
M
LI
1.1) Consumidor

GO
Art. 2º. É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza, como destinatário final, um

IO
produto ou serviço.

-D
O importante é que ele seja o destinatário final (para fins pessoais).

79
A teoria adotada pelo Código é a teoria finalista, também chamada de teoria subjetiva.
O STJ também adota a teoria finalista, que entende que destinatário final é o consumidor
01
econômico (o que dá fim à cadeia de consumo) e o consumidor fático (aquele que retira o
66

produto ou serviço do mercado).


33

OBS: Em certos casos, o STJ vem abrandando esse critério subjetivo estabelecido
pela lei.
27

Exemplo: empresários individuais e microempresários vem sendo entendidas como


-0

consumidor em determinadas situações.


OS

O STJ e a Lei são finalistas, mas o STJ abranda o conceito de consumidor para abranger
RI

os empresários individuais e microempresários. Vejam:


E
ND

Direito do consumidor. Consumo intermediário. Vulnerabilidade. Finalismo aprofundado.


Não ostenta a qualidade de consumidor a pessoa física ou jurídica que não é destinatária
ZE

fática ou econômica do bem ou serviço, salvo se caracterizada a sua vulnerabilidade frente


ao fornecedor. A determinação da qualidade de consumidor deve, em regra, ser feita
RE

mediante aplicação da teoria finalista, que, numa exegese restritiva do art. 2º do CDC,
A

considera destinatário final tão somente o destinatário fático e econômico do bem ou


M

serviço, seja ele pessoa física ou jurídica.


LI

467
O
OG
DI
ND
Dessa forma, fica excluído da proteção do CDC o consumo intermediário, assim entendido

ZE
como aquele cujo produto retorna para as cadeias de produção e distribuição, compondo o
custo (e, portanto, o preço final) de um novo bem ou serviço. Vale dizer, só pode ser

RE
considerado consumidor, para fins de tutela pelo CDC, aquele que exaure a função
econômica do bem ou serviço, excluindo-o de forma definitiva do mercado de consumo.

A
Todavia, a jurisprudência do STJ, tomando por base o conceito de consumidor por

M
equiparação previsto no art. 29 do CDC, tem evoluído para uma aplicação temperada da

LI
teoria finalista frente às pessoas jurídicas, num processo que a doutrina vem denominando

GO
“finalismo aprofundado”. Assim, tem se admitido que, em determinadas hipóteses, a pessoa
jurídica adquirente de um produto ou serviço possa ser equiparada à condição de

IO
consumidora, por apresentar frente ao fornecedor alguma vulnerabilidade, que constitui o

-D
princípio-motor da política nacional das relações de consumo, premissa expressamente
fixada no art. 4º, I, do CDC, que legitima toda a proteção conferida ao consumidor. A

79
doutrina tradicionalmente aponta a existência de três modalidades de vulnerabilidade:
01
técnica (ausência de conhecimento específico acerca do produto ou serviço objeto de
66

consumo), jurídica (falta de conhecimento jurídico, contábil ou econômico e de seus reflexos


na relação de consumo) e fática (situações em que a insuficiência econômica, física ou até
33

mesmo psicológica do consumidor o coloca em pé de desigualdade frente ao fornecedor).


27

Mais recentemente, tem se incluído também a vulnerabilidade informacional (dados


-0

insuficientes sobre o produto ou serviço capazes de influenciar no processo decisório de


compra).
OS

Além disso, a casuística poderá apresentar novas formas de vulnerabilidade aptas a atrair
RI

a incidência do CDC à relação de consumo. Numa relação interempresarial, para além das
E

hipóteses de vulnerabilidade já consagradas pela doutrina e pela jurisprudência, a relação


ND

de dependência de uma das partes frente à outra pode, conforme o caso, caracterizar uma
ZE

vulnerabilidade legitimadora da aplicação do CDC, mitigando os rigores da teoria finalista e


autorizando a equiparação da pessoa jurídica compradora à condição de consumidora.
RE

Precedentes citados: REsp n. 1.196.951-PI, DJe de 09.04.2012, e REsp n. 1.027.165-ES,


DJe de 14.06.2011.
A

REsp n. 1.195.642-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13.11.2012.


M
LI

468
O
OG
DI
ND
ZE
Esse conceito do artigo 2º é o denominado consumidor padrão, ou consumidor strictu
sensu.

RE
O consumidor por equiparação (ou equiparado) encontra previsão nos artigos 2º, p.u., art.
17 e art. 29.

A
Exemplo: eu estou caminhando pela rua e um ônibus me atropela. Eu não paguei

M
passagem, não estava utilizando o serviço, logo, sou consumidor? Sim, por equiparação.

LI
Rodrigo comprou uma máquina de café para o Maxjuris. A máquina explodiu e causou

GO
lesões não só em Rodrigo, mas em Lucas Vander. Rodrigo é consumidor strictu sensu, ao
passo que Lucas Vander é consumidor por equiparação (art. 17), uma vez que, embora não

IO
faça parte da relação de consumo, é atingido por uma situação decorrente da relação de

-D
consumo.
Raquel ganhou um sapato de André, comprado nas Lojas XXX. Ela é consumidora padrão

79
ou por equiparação? Padrão... A pergunta que se faz é: quem é a destinatária final daquele
01
sapato? Raquel. Logo, ela é a consumidora padrão.
66

1.2) Fornecedor
33
27

Art. 3º. São aqueles que atuam no mercado de consumo com habitualidade.
-0

Uma família que costura, que vende brigadeiro na feira, sem registro.
OS

Eles são considerados fornecedores? Sim, em virtude da habitualidade.


RI

Aquela mulher que vende salgados lá no seu bairro, ela também é fornecedora e pelo
mesmo motivo: habitualidade.
E

São entes despersonalizados, mas que são fornecedores.


ND

Não precisa ter registro. Não precisa ser empresa. O que a lei exige é a habitualidade.
ZE

Se André vender o carro para o Rodrigo, trata-se de uma relação de consumo? Não, uma
RE

vez que André não vende carro com habitualidade.


Para que haja uma relação de consumo, é preciso que haja a figura do fornecedor e do
A
M

consumidor.
LI

469
O
OG
DI
ND
André não é fornecedor, uma vez que ele não faz isso de forma habitual. Logo, essa venda

ZE
será regida pelo CC e não pelo CDC.

RE
Imagine uma questão assim. Se a questão não trouxer dados sobre a habitualidade, o
fundamento estará no artigo 482 e seguintes do CC, uma vez que não se tratará de relação

A
de consumo.

M
LI
Conceito da lei: art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,

GO
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,

IO
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

-D
2) Objetivos
79
01
2.1) Produto
66
33

Art. 3º, § 1º - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.


27

2.2) Serviço
-0
OS

Art. 3º, § 2º - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante


remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo
RI

as decorrentes das relações de caráter trabalhista.


E
ND

Há outras situações que não se enquadram como relação de consumo.


Exemplo: lei de locação (lei nº 8.245/91).
ZE
RE

O serviço, para caracterizar uma relação de consumo, deve ser remunerado.


A remuneração pode ser direta (paga e leva) ou indireta (camuflada).
A

Exemplo: você vai a um supermercado e procura um produto determinado, que não é


M

encontrado. O estacionamento é grátis nos primeiros trinta minutos e você, ao voltar lá,
LI

470
O
OG
DI
ND
verifica que quebraram o vidro do seu carro e levaram seu notebook. Você tem direito a ser

ZE
indenizado?
Nem vou falar do “não nos responsabilizamos por objetos deixados no interior do veículo,

RE
uma vez que isso está tratado na Súmula 130 do STJ - A empresa responde, perante o
cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento. Essa

A
cláusula é abusiva, nos termos do artigo 51 do CDC.

M
Mas e aí, cabe indenização, mesmo não tendo havido qualquer pagamento, uma vez que,

LI
além de você não ter encontrado o produto que procurava, não houve pagamento por você

GO
não ter demorado trinta minutos?
Claro que sim. O preço do estacionamento está embutido no valor dos produtos. Claro que,

IO
mesmo não tendo havido remuneração direta, houve remuneração indireta. O mesmo

-D
raciocínio se aplica a um idoso em relação a uma empresa de ônibus.
Não há de se falar em relação de consumo quando o produto é puramente gratuito.

79
Para que haja uma relação de consumo, é preciso que haja elementos subjetivos e
01
objetivos.
66

SÚMULAS DO STJ:
33
27

Súmula n. 297. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.


-0

Súmula n. 469. Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de


OS

saúde.
RI

Súmula 563. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de


E

previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com


ND

entidades fechadas.
ZE

Súmula 595-STJ: As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos


RE

suportados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério
da Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação.
A
M
LI

471
O
OG
DI
ND
ZE
Súmula 597-STJ: A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para
utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência ou de urgência

RE
é considerada abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 24 horas contado da data da
contratação.

A
M
Súmula 601- STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de

LI
direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que

GO
decorrentes da prestação de serviço público.

IO
Súmula 602- STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos

-D
habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas.

79
Súmula 603- STJ: É vedado ao banco mutuante reter, em qualquer extensão, os salários,
01
vencimentos e/ou proventos de correntista para adimplir o mútuo (comum) contraído, ainda
66

que haja cláusula contratual autorizativa, excluído o empréstimo garantido por margem
salarial consignável, com desconto em folha de pagamento, que possui regramento legal
33

específico e admite a retenção de percentual.


27
-0

Súmula 608- STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de
saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.
OS

Súmula 609- STJ: A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença


RI

preexistente, é ilícita se não houve a exigência de exames médicos prévios à contratação


E

ou a demonstração de má-fé do segurado.


ND
ZE

Súmula 610- STJ: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato
de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva
RE

técnica formada.
A
M
LI

472
O
OG
DI
ND
Súmula 616- STJ: A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia

ZE
do segurado acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial
para a suspensão ou resolução do contrato de seguro.

RE
Súmula 620- STJ: A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da

A
indenização prevista em contrato de seguro de vida.

M
LI
Súmula 632- STJ: Nos contratos de seguro regidos pelo Código Civil, a correção monetária

GO
sobre a indenização securitária incide a partir da contratação até o efetivo pagamento.

IO
Súmula 638- STJ: É abusiva a cláusula contratual que restringe a responsabilidade de

-D
instituição financeira pelos danos decorrentes de roubo, furto ou extravio de bem entregue
em garantia no âmbito de contrato de penhor civil.

79
01
3- DIREITOS BÁSICOS
66
33

Estão elencados, de forma exemplificativa, no artigo 6º (artigo importante). Há alguns


incisos que merecem destaque:
27
-0

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais


ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
OS
RI

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos


e difusos;
E
ND

Danos materiais compreende os danos emergentes (perda já ocorrida) e os lucros


ZE

cessantes (aquilo que você deixou de ganhar). Os danos morais, por sua vez, são
diferentes. Dano Moral se caracteriza quando há a violação de um dos direitos da
RE

personalidade.
A
M
LI

473
O
OG
DI
ND
Na sua prova, com relação ao dano moral, você deve ter conhecimento das principais

ZE
súmulas do STJ sobre o tema:

RE
Súmula 37 – São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do
mesmo fato.

A
M
LI
Súmula 227 - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. (em total consonância ao artigo 52
do CC)

GO
Súmula 370 - Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.

IO
(art. 4º da LINDB – o famoso “cheque pré-datado” é um costume. O dano moral é presumido

-D
(in re ipsa) caso o fornecedor apresente o cheque antes da data avençada.

79
Como houve o rompimento da boa-fé objetiva, há que se falar aqui em dano moral in re
01
ipsa.
66

Súmula 385 - Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe


33

indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao
27

cancelamento.
-0

Cuidado: não significa que seu nome nunca pode ter sido inscrito. O que não pode haver é
OS

uma inscrição anterior, legítima. Se você devia, pagou, seu nome foi retirado e, depois, uma
RI

outra empresa faz a inscrição irregular, cabe reparação por danos morais.
E

Súmula 387 - É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
ND

Dano estético não precisa ser algo visível. O STJ já entendeu ser cabível dano estético pela
ZE

perda do apêndice. O que é necessário é que a lesão seja de caráter duradouro,


irreversível.
RE

Súmula 388 - A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.


A
M
LI

474
O
OG
DI
ND
Súmula 403 - Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada

ZE
de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. (dano presumido)

RE
A
Súmula 479: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por

M
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações

LI
bancárias.

GO
Súmula 532 - Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e

IO
expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à

-D
aplicação de multa administrativa.

79
O dano moral tem duas funções: compensatória e pedagógica/punitiva.
01
66

Art. 6º, VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
33

quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;


27
-0

Haverá inversão do ônus da prova quando o consumidor alegar algo verossímil ou quando
ele for hipossuficiente (conceito ligado ao direito processual). Como é algo que fica a critério
OS

do julgador, fala-se em inversão ope judicis. O juiz vai poder inverter quando a seu critério
RI

entender que o que o consumidor alegou é verdade, ou quando entender que o consumidor
não terá condições de provar o que alegou (hipossuficiência).
E
ND

A inversão ope legis é totalmente diferente. Nela, não há exame a ser feito pelo julgador.
ZE

Se houver requisitos, o juiz tem que conceder. Ela está prevista nos artigos 12, § 3º, 14, §
3º e 38.
RE

Exemplo: Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou


comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
A
M
LI

475
O
OG
DI
ND
ZE
4- RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC

RE
A responsabilidade civil no CDC se dá por vício ou fato:

A
Vício – arts. 18, 19, 20, 23 e 26.

M
Fato – arts. 12, 13, 14 e 27.

LI
GO
Vício é a impropriedade ou a inadequação que recai sobre o produto ou sobre o serviço.

IO
Ele tem natureza intrínseca.
Exemplo: comprei um IPAD novo, tirei da caixa e ele não funciona. O produto tem um vício.

-D
Fato é tido como “acidente de consumo”, ou seja, é o dano que recai sobre a pessoa do
79
consumidor. Ele não recai sobre o produto ou o serviço, mas sobre o consumidor. Por isso,
01
ele tem natureza extrínseca.
66

Exemplo: Comprei o IPAD, quando eu liguei, ele explodiu e eu fiquei cego, ou tive o rosto
33

queimado. Nesse caso, houve um fato do produto.


27

Atenção! Existe o vício sem o fato, mas não existe o fato sem o vício.
-0

O fato se sujeita a prazo prescricional, enquanto o vício se sujeita a prazo decadencial. O


OS

vício, assim como o fato, pode recair sobre um produto ou sobre um serviço.
RI

4.1- Vício do produto pela falta de qualidade – artigo 18


E
ND

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem


ZE

solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou


inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
RE

aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da


embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de
A
M

sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.


LI

476
O
OG
DI
ND
Quase sempre que o CDC fala em “os fornecedores”, ele se refere a todos os integrantes

ZE
da cadeia produtiva, estabelecendo responsabilidade solidária entre eles.

RE
Exemplo: comprei um Iphone no FXXX e ele não funciona. Eu posso processar a Apple e
o FXXX.

A
M
CUIDADO! Existe uma hipótese de rompimento da solidariedade (art. 18, § 5º).

LI
GO
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor
o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.

IO
-D
Produtos in natura são aqueles que não sofreram processo de industrialização, como por
exemolo, um repolho.
79
01
A responsabilidade civil prevista no caput do artigo 18 é objetiva, tendo em vista o risco da
66

atividade. (ver artigo 927, p.u. do CC).


33
27

Vejam o artigo 18, § 1º


-0

§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
OS

alternativamente e à sua escolha:


RI

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;


II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
E

eventuais perdas e danos;


ND

III - o abatimento proporcional do preço.


ZE

Sempre tem que esperar os 30 dias? Não... há uma exceção:


RE
A

§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre
M

que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer
LI

477
O
OG
DI
ND
a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto

ZE
essencial.

RE
As partes podem modificar esse prazo de 30 dias?

A
Claro que sim!

M
LI
Vejam:

GO
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no

IO
parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos
contratos de adesão (art. 54 do CDC), a cláusula de prazo deverá ser convencionada em

-D
separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.

79
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
01
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou
66

serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu


33

conteúdo.
27

Para terminar:
-0

§ 6° São impróprios ao uso e consumo:


OS

I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;


RI

II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,


fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as
E
ND

normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;


III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se
ZE

destinam.
RE
A
M
LI

478
O
OG
DI
ND
4.2- Vício do produto pela falta de quantidade – artigo 19

ZE
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto

RE
sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido
for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de

A
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

M
LI
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;

GO
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os
aludidos vícios;

IO
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de

-D
eventuais perdas e danos.

79
Como o artigo começa com os fornecedores, lembre-se: a responsabilidade é de todos da
01
cadeia produtiva e é solidária. A exceção está no § 2º desse artigo:
66
33

§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o


instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
27
-0

O fornecedor vai responder de forma objetiva, também em virtude do risco da atividade (art.
927, p. u. do CC)
OS
RI

Nesse artigo, caso haja um vício do produto em virtude da falta de quantidade, o consumidor
não terá que esperar os 30 dias a que se refere o artigo 19. Ele pode exigir na hora. É
E
ND

alternativa, mas não é de 30 dias.


ZE

4.3- Vício do serviço – artigo 20 (pela falta de qualidade ou de quantidade)


RE

A responsabilidade aqui também é objetiva em virtude do risco da atividade, e é solidária,


caso haja mais de um fornecedor na cadeia de consumo. Aqui, ao contrário das duas
A
M
LI

479
O
OG
DI
ND
anteriores, não há exceção quanto à regra da solidariedade. Não precisa esperar prazo de

ZE
30 dias.

RE
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da

A
disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o

M
LI
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;

GO
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;

IO
III - o abatimento proporcional do preço.

-D
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados,
por conta e risco do fornecedor.
79
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que
01
razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas
66

regulamentares de prestabilidade.
33
27

O artigo 21 é muito importante!


-0

Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer
OS

produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes de


RI

reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do


fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.
E
ND

Não se pode colocar uma peça remanufaturada. E se o fornecedor não sabia do vício? Ele
ZE

responde?
Sim. Eis o disposto no artigo 23:
RE
A

Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos
M

produtos e serviços não o exime de responsabilidade.


LI

480
O
OG
DI
ND
ZE
É o famoso risco da atividade.

RE
4.4- FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO

A
É o acidente de consumo. É o dano que recai sobre o consumidor.

M
LI
Produto (art. 13 e 27) e serviço (art. 27).

GO
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:

IO
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;

-D
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou
importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. 79
01
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito
66

de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do


evento danoso.
33
27

Vinícius comprou um carro, zero km, e num determinado momento, o pneu estourou em
-0

virtude da alta temperatura do asfalto. Nesse caso, houve fato do produto?


Claro que sim, afinal, o produto deve ter sido testado em diversas temperaturas e deve ser
OS

resistente para tal fim. Houve um dano causado pela explosão do pneu (ex: capotou o
RI

carro).
Exemplo: o Fox, por exemplo, decepava o dedo do consumidor quando ia lidar com o porta-
E

malas.
ND

Mulheres que vão fazer progressiva e tem seu cabelo queimado pelo produto utilizado.
ZE

Claro que se trata de fato do produto.


RE

Diante do acidente de Vinícius, você proporá uma ação, é claro. Quem é o responsável?
A
M
LI

481
O
OG
DI
ND
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador

ZE
respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,

RE
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

A
M
LI
A responsabilidade, quanto ao fato do produto, é objetiva. Lembre-se que, quanto ao vício

GO
(seja do produto ou do serviço), a responsabilidade também é objetiva, não porque a lei diz,

IO
mas em virtude do risco da atividade. Quanto ao fato, a lei é expressa.

-D
Como fica o comerciante quanto ao fato do produto? Ele responde?
A doutrina e a jurisprudência majoritárias entendem que o comerciante, no fato do produto,
79
irá responder de forma subsidiária, nos termos do artigo 13:
01
66

Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:
33

I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;


II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou
27

importador;
-0

III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.


Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito
OS

de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do


RI

evento danoso.
E
ND

É A ÚNICA HIPÓTESE DE RESPONSABILIDADE CIVIL SUBSIDIÁRIA NO CDC.


Em todas as outras hipóteses, a responsabilidade é solidária. O comerciante, em todas as
ZE

outras hipóteses, responde de forma solidária. Só no fato do produto que o comerciante


responde de forma subsidiária (embora seja objetiva).
RE

O que é um produto defeituoso? Art. 12:


A
M
LI

482
O
OG
DI
ND
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se

ZE
espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;

RE
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.

A
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido

M
LI
colocado no mercado.

GO
O direito de regresso a que o parágrafo único do artigo 13 se dará como? Denunciação à

IO
lide?
Veja o artigo 88 do CDC:

-D
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá
79
ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos
01
mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
66
33

Fique atento, uma vez que o art. 101, inciso II do CDC admite o chamamento ao processo.
27

4.5- CAUSAS DE EXCLUSÃO DE RESPONSABILIDADE


-0

O art. 12, § 3º prevê:


OS
RI

§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado


quando provar:
E
ND

I - que não colocou o produto no mercado;


II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
ZE

III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.


RE

Trata-se de um caso de inversão ope legis, ou seja, compete ao requerido o ônus da prova.
A

Em se tratando de fato do produto, nós temos 4 excludentes.


M

Note que 2 excludentes clássicas não foram acrescidas... o caso fortuito ou força maior.
LI

483
O
OG
DI
ND
Entretanto, a doutrina e a jurisprudência entendem que essas duas excludentes devem ser

ZE
acrescidas aí no § 3º, passando o rol do § 3º a ser exemplificativo.
Apesar de não haver previsão expressa no § 3º do artigo 12, o posicionamento majoritário

RE
do STJ é no sentido de que o caso fortuito e a força maior também são excludentes.
Somente o caso fortuito externo é causa que exclui a responsabilidade civil.

A
M
Qual é a diferença entre fortuito externo e fortuito interno?

LI
O fortuito externo é uma causa desconexa com a atividade desenvolvida.

GO
O fortuito interno não é causa de exclusão de responsabilidade, porque estamos diante de
uma causa conexa com a atividade.

IO
-D
4.6- FATO DO SERVIÇO

79
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa,
01
pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação
66

dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos
33
27

Veja a diferença entre o início do artigo 12 (fato do produto) com o do artigo 14 (fato do
-0

serviço).
OS

“O fornecedor do serviço” responde... Quando se fala em fornecedor apenas, é porque


RI

toda a cadeia de consumo volta a responder e de forma solidária, inclusive o comerciante.


E

A única hipótese no CDC de responsabilidade subsidiária do comerciante é quanto ao fato


ND

do produto (art. 13).


ZE

O artigo 14 também prevê responsabilidade objetiva. Esse artigo, todavia, traz uma exceção
RE

no § 4º:
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
A
M

verificação de culpa.
LI

484
O
OG
DI
ND
ZE
A responsabilidade do profissional liberal quanto ao fato do serviço é subjetiva. É o único
artigo que fez uma observação quanto ao profissional liberal.

RE
O que é um serviço defeituoso?

A
M
LI
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

GO
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

IO
III - a época em que foi fornecido.

-D
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.

O § 3º trata das causas excludentes de responsabilidade: 79


01
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
66

I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;


33

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.


27

Lembre da mesma observação do 12, § 3º. Majoritariamente, entende-se que o rol é


-0

meramente exemplificativo, já que o caso fortuito (apenas o externo) e a força maior


também excluem a responsabilidade.
OS
RI

Qual é o prazo para a propositura da ação em se tratando de fato do produto ou fato do


serviço?
E
ND

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato
ZE

do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do


prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
RE
A

PERCEBA que o prazo é prescricional de 5 anos em se tratando de fato do produto ou de


M

fato do serviço. No vício, o prazo é decadencial - art. 26 (30 e 90 dias).


LI

485
O
OG
DI
ND
O artigo 27 prevê a teoria da actio nata – o prazo só começa a contar quando houver o

ZE
conhecimento do dano e de sua autoria.

RE
5- GARANTIAS

A
M
Tem por fundamento os artigos 24 (garantia legal) e 50 (garantia contratual) do CDC:

LI
GO
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso,
vedada a exoneração contratual do fornecedor.

IO
-D
Ela não precisa de termo escrito. Ela é implícita em todo produto ou serviço. Qual é essa
garantia? O STJ vem utilizando o prazo do artigo 26, qual seja, 30 dias, para produtos ou
79
serviços não-duráveis, e de 90 dias para produtos ou serviços duráveis.
01
66

E a garantia contratual? Ah... é diferente. Ela exige termo escrito, porque ela não é
33

obrigatória, mas uma vez ofertada, ela passa a ser obrigatória.


27

Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo
-0

escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de
OS

maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o
RI

lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe
entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
E

de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com


ND

ilustrações.
ZE

A garantia contratual é dada para que haja a fidelização dos consumidores. O consumidor
RE

sempre busca uma maior proteção. Se a oferta for suficientemente precisa, ela integra o
contrato. O STJ entende que primeiro conta-se a garantia legal e depois a garantia
A
M

contratual.
LI

486
O
OG
DI
ND
Exemplo: comprei um IPAD e a Apple deu garantia de 1 ano (contratual). Como se trata

ZE
de produto durável, tem-se 90 dias de garantia legal. Depois de exaurido esse prazo,
começa a contar a garantia contratual de 1 ano.

RE
CUIDADO! O fornecedor pode estabelecer que no prazo por ele concedido de garantia
contratual já está computado o período de garantia legal (30 dias para não-duráveis e 90

A
dias para duráveis).

M
Isso tem que vir de forma muito transparente para o consumidor. Se está na caixa que há

LI
1 ano de garantia e só no manual do usuário constava que um prazo absorvia o outro,

GO
prevalece a interpretação mais favorável ao consumidor, dispondo ele de 1 ano + 90 dias.

IO
6- PRAZOS PARA O INGRESSO DA AÇÃO DIANTE DE VÍCIO

-D
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
79
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
01
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
66

§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do


término da execução dos serviços.
33

§ 2° Obstam a decadência:
27

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de


-0

produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de
forma inequívoca;
OS

III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.


RI

§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar


evidenciado o defeito.
E
ND

Vício de fácil constatação é aquele que pode ser aferido mediante simples manuseio do
ZE

produto ou serviço. Por sua vez, o vício aparente é aquele que se dá com o mero olhar.
Vício oculto é aquele que não é aparente, nem de fácil constatação. Ele só pode ser aferido
RE

em um momento posterior. Ele tem previsão no § 3º do artigo 26.


A
M
LI

487
O
OG
DI
ND
CUIDADO! O CC só protege o vício redibitório (arts. 441 a 446). O CDC protege o vício de

ZE
fácil constatação, o aparente, e o oculto. O CDC é bem mais amplo, mais protetivo que o
CDC.

RE
O CDC apresenta prazos decadenciais para a propositura da ação. Decadência é a perda

A
de um direito potestativo. Ela não é interrompida, suspensa ou impedida (207 do CC). Só

M
que o § 2º do artigo 26 trouxe duas hipóteses de suspensão do prazo decadencial (incisos

LI
I e III).

GO
Em se tratando de defeito oculto, começa o prazo a partir do momento em que ficar

IO
evidenciado o defeito. Não há prazo para descobrir. Descoberto, começa o prazo

-D
decadencial para a propositura da ação.

79
Há, então, é perpétuo? Claro que não. A doutrina e a jurisprudência tratam, quanto a isso,
01
da teoria da vida útil do produto ou do serviço. Todo produto ou serviço apresenta um
66

desgaste. Aqui, você deve observar a proporcionalidade e a razoabilidade sobre esse


assunto.
33
27

7- DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


-0

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em


OS

detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato
RI

ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será
efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da
E

pessoa jurídica provocados por má administração.


ND
ZE

Desconsideração não é extinção (despersonalização). Desconsideração é a suspensão da


eficácia do ato constitutivo.
RE

Desconsiderar é levantar o véu da empresa e penetrar no patrimônio particular dos sócios


(teoria da penetração – STJ).
A
M
LI

488
O
OG
DI
ND
Pessoa jurídica é um ente moral, criado pela vontade do ser humano, ao qual o
ordenamento jurídico confere personalidade. (teoria afirmativista – ela existe, conforme

ZE
uma realidade técnica).

RE
A pessoa jurídica tem que exercer uma função social. Se ela deixa de cumprir, pode se dar
essa desconsideração.

A
O tema é tratado no art. 28 do CDC e no art. 50 do CC.

M
O CC a prevê em caso de abuso de personalidade, causado pelo desvio de finalidade, ou

LI
confusão patrimonial, mediante pedido expresso. O STJ acrescenta que, além disso, é

GO
necessário que haja insolvência quanto ao cumprimento de suas obrigações.
Já o CDC prevê a possibilidade de desconsideração em caso de mera insolvência quanto

IO
ao cumprimento obrigacional (RESP 279.273/SP).

-D
Esse RESP apresenta as diferenças entre a desconsideração no CC e no CDC. O primeiro
adota a teoria maior, enquanto o CDC adota a teoria menor (tem menos complexidade para

79
que possa ocorrer a desconsideração). A teoria maior exige requerimento expresso (CC),
01
enquanto na teoria menor o juiz pode aplicar a desconsideração de ofício (CDC).
66

A mera insolvência já serve como fundamento para a ocorrência da desconsideração da


personalidade jurídica. (CDC).
33
27
-0
OS
RI
E
ND
ZE
RE
A
M
LI

489
O
OG
DI

Você também pode gostar