Você está na página 1de 16

DIREITO

AMBIENTAL
Prof. Cláudio H. Rocha
OAB/MT 6066
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
BESSA, Paulo Antunes. Direito Ambiental. 27ª ed. São Paulo: Jus Podvium | Malheiros, 2020.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 26ª ed. São Paulo, Malheiros,
2018.
MILARÉ. Édis. Direito do Ambiente. 12ª ed. São Paulo: RT, 2020.
RODRIGUES. Marcelo Abelha. Direito Ambiental Esquematizado. 5ª ed. São Paulo, Saraiva,
2017.
THOMÉ. Romeu. 9ª ed., Manual de Direito Ambiental. Jus Podvium, 2019
1) LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA (EVOLUÇÃO
1) LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA (EVOLUÇÃO
HISTÓRICA)
HISTÓRICA)

Exploração
desregrada

Proteção
Fases
fragmentária

Proteção holística
1) LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA (EVOLUÇÃO
1) LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA (EVOLUÇÃO
HISTÓRICA)
HISTÓRICA)
Omissão legislativa. Conflitos ambientais são
relegados ao direito civil, há uma preocupação
econômica, individualista ou utilitarista do bem
Exploração
desregrada ambiental (Descobrimento até metade do século XX).

Proteção Marcada pelo egoísmo e antropocentrismo puro.


Fases
fragmentária

Proteção holística
1) LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA (EVOLUÇÃO
1) LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA (EVOLUÇÃO
HISTÓRICA)
HISTÓRICA)
Leis esparsas: Código Florestal de 1965; Códigos de Pesca
e de Mineração (1967); Lei de Responsabilidade por
Danos Nucleares (1967); Lei do Zoneamento Industrial nas
Exploração
desregrada Áreas Críticas de Poluição; de 1980; Preocupação com a
forma de utilização dos recursos naturais e o impacto sobre
Proteção
Fases
fragmentária a saúde humana, mas sem a noção ainda de integração.
Fase ainda marcada pelo antropocentrismo e o aspecto
Proteção holística
econômico-utilitário das questões ambientais
1) LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA (EVOLUÇÃO
1) LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA (EVOLUÇÃO
HISTÓRICA)
HISTÓRICA)

Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81);


Essa norma é considerada o marco inicial do Direito
Exploração
desregrada Ambiental como ramo autônomo. Foi influenciada por
movimentos internacionais, como, por exemplo, a
Proteção
Fases conferência de Estocolmo em 1972. A LPNMA adotou um
fragmentária
novo paradigma ético (biocentrismo) e uma visão holística
Proteção holística do meio ambiente; O MA passa a ser objeto autônomo de
proteção e tutela jurídica; Criou um microssistema de
proteção ambiental (tutelas civil, penal e adm).

5
2) CONCEITO DE MEIO AMBIENTE (LEI 6.938/81)
2) CONCEITO DE MEIO AMBIENTE (LEI 6.938/81)
 Perspectiva biocêntrica; Abrange não
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: apenas o meio natural:

I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis,


influências e interações de ordem física, química e
Meio Ambiente natural / físico;
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
Meio Ambiente artificial;
suas formas;
Meio Ambiente cultural;

Meio Ambiente do trabalho;


2) CONCEITO DE MEIO AMBIENTE (LEI 6.938/81)
2) CONCEITO DE MEIO AMBIENTE (LEI 6.938/81)
Visão Visão Gerações / Dimensões dos
Direitos Fundamentais:
antropocêntrica biocêntrica
1ª Dimensão: Liberdades
“O meio ambiente é um bem coletivo de desfrute individual e individuais (não-fazer por parte
do Estado)
geral ao mesmo tempo. O direito ao meio ambiente é de cada
pessoa, mas não só dela, sendo ao mesmo tempo 2ª Dimensão: Direitos sociais
(dever de agir do Estado) Dever
“transindividual”. Por isso, o direito ao meio ambiente entra na de implementar;
categoria de interesse difuso, não se esgotando numa só pessoa,
3ª Dimensão: Direitos
mas se espraiando para uma coletividade metaindividuais ou
indeterminada.” (MACHADO, 2013) transindividuais de uma
coletividade (Meio ambiente)

Meio ambiente como Direito Fundamental


3) CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL
3) CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL
“Conjunto de princípios e normas jurídicas que buscam regular os efeitos diretos e indiretos da ação humana no
meio, no intuito de garantir à humanidade, geração atual e futuras, o direito fundamental a um meio ambiente
equilibrado (Art. 225, CT)”

Princípios e regras
Princípios
Conflito:
PNMA CDC
Lei 6.938/81 Lei 8.070/90
• Entre regras (Resolve-se na dimensão da validade)

Art. • Entre Princípios (Resolve-se com ponderação)


Código
Lei ACP 225 Florestal
Lei 12.651/12
CT/88 “Princípios são mandamentos de otimização do sistema”
ROBERT ALEXY
Lei Crimes
Legislação
Ambientais
Estadual
Lei 9.605/98

Legislação
Municipal
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4.1) UBIQUIDADE
4.1) UBIQUIDADE
Este princípio vem evidenciar que o objeto de proteção do meio ambiente, localizado no epicentro dos
direitos humanos, deve ser levado em consideração toda vez que uma política, atuação, legislação sobre
qualquer tema, atividade, obra etc. tiver que ser criada e desenvolvida. Isso porque, na medida em que
possui como ponto cardeal de tutela constitucional a vida e a qualidade de vida, tudo que se pretende
fazer, criar ou desenvolver deve antes passar por uma consulta ambiental, enfim, para saber se há ou
não a possibilidade de que o meio ambiente seja degradado (Fiorillo). (Amplia e reforça a ideia de
interação do Meio Ambiente)

10
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4.2) PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
4.2) PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O princípio do desenvolvimento sustentável indica a harmonia que deve existir entre o
desenvolvimento econômico e social com a proteção dos recursos ambientais.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do Art. 4º - A Política Nacional do Meio
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim Ambiente visará:
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social, observados os seguintes princípios: I - à compatibilização do desenvolvimento
(...) econômico social com a preservação da
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante qualidade do meio ambiente e do
tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental equilíbrio ecológico;
dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração
e prestação;

Relatório de Brundtland (1988). Inspirou a criação do IDH pela ONU


4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4.3) PRINCÍPIO DE PARTICIPAÇÃO (DEMOCRÁTICO)
4.3) PRINCÍPIO DE PARTICIPAÇÃO (DEMOCRÁTICO)
O princípio democrático é aquele que assegura aos cidadãos o direito pleno de participar na elaboração das políticas
públicas ambientais. No sistema constitucional brasileiro, tal participação faz-se de várias maneiras diferentes. A
primeira delas consubstancia- -se no dever jurídico de proteger e preservar o meio-ambiente; a segunda, no direito de
opinar sobre as políticas públicas, através da participação em audiências públicas, integrando órgãos colegiados etc. Há,
ainda, a participação que ocorre através da utilização de mecanismos judiciais e administrativos de controle dos
diferentes atos praticados pelos Executivos, tais como as ações populares, as representações e outros. (ANTUNES,
2019)

(Meios de concreção: Ação popular; Direito de petição; acesso a dados (Lei da transparência); proposições legislativas;
MS Coletivo, etc.)
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4) PRINCÍPIOS DODE
4.4) PRINCÍPIO DIREITO AMBIENTAL
PREVENÇÃO - PRINCÍPIO DA
4.4) PRINCÍPIO DE PREVENÇÃO - PRINCÍPIO DA
PRECAUÇÃO
PRECAUÇÃO
O princípio da prevenção manda que, uma vez A precaução lida com a lógica da insegurança
que se saiba que uma dada atividade científica. A lógica desse princípio hoje em dia, nos leva
apresenta riscos de dano ao meio ambiente, a considerar que o meio ambiente deve ser sempre
tal atividade não poderá ser desenvolvida; protegido, inclusive, no caso de haver dúvida sobre o real
justamente porque, caso ocorra qualquer dano impacto ambiental de uma dada atividade humana. É uma
ambiental, sua reparação é praticamente presunção “in dubio pro ambiente”, na dúvida do dano
impossível. (Circunstância científica conhecida) não se deve permitir que a atividade seja realizada.
(Circunstância científica desconhecida)
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4.5) PRINCÍPIO POLUIDOR-PAGADOR / USUÁRIO-
4.5) PRINCÍPIO POLUIDOR-PAGADOR / USUÁRIO-
PAGADOR
PAGADOR
Tem origem nas regras de comércio internacional (OCDE), em 1972. Determina que o empreendedor (poluidor) tem o dever
de internalizar as externalidades negativas da sua atividade econômica. Deve se responsabilizar pelo custo social da
atividade econômica. Não significa direito de poluir mediante pagamento. Ex. exigências, pelo Poder Público, para que
sejam feitos investimentos em novas tecnologias, prevenção, etc. Um segundo desdobramento desse princípio impõe o
dever da reparação integral dos eventuais danos ao meio ambiente.

§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O
Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por
danos causados ao meio ambiente.

14
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4.6) PRINCÍPIO FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA
4.6) PRINCÍPIO FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA
PROPRIEDADE
PROPRIEDADE
CT/88: Art. 5º - XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

CC/2002: Art. 1.1128: (...) § 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em
lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico,
bem como evitada a poluição do ar e das águas.
4) PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
4)4.7)
PRINCÍPIOS DO
PRINCÍPIO DADIREITO AMBIENTAL
PROIBIÇÃO DO RETROCESSO
4.7) PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO
NORMATIVO
NORMATIVO
Os Poderes Públicos não podem promover uma desconstrução e regressão dos níveis de proteção
ambiental já alcançados, notadamente diante de um dever constitucional justamente em sentido
oposto, isto é, de que o Estado assegure uma progressiva efetividade do direito ao meio ambiente
equilibrado, como se extrai do art. 225, §1º, da Constituição Federal.

Você também pode gostar