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PROTEÇÃO AMBIENTAL
Disciplina: Proteção Ambiental
Tutor: Diego Magalhães Medeiros – 2° Ten QOPM
Apresentação
O objetivo desta disciplina é fornecer uma visão geral dos crimes praticados contra o
meio ambiente e capacitar o Policial Militar a executar atividades correlatas à proteção ambiental,
para aplicação da lei e para a primeira resposta no enfrentamento aos crimes ambientais.
A preservação do meio ambiente é essencial para a qualidade de vida. Não se pode falar
em qualidade de vida humana sem uma adequada conservação do ambiente. (PRADO, 2001, p.
25)
Há algumas grandes esferas de preocupação que são comuns a todos os países, tais como:
► A contaminação que alcança níveis perigosos na água, no ar, no solo e nos seres vivos;
Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Você, membro do sistema de Segurança Pública, deve entender que o equilíbrio ecológico
é frágil, delicado e que todos os elementos – ar, água, terra, luz, plantas, animais e homem –
que interagem nesse ecossistema têm influência um sobre o outro, e sobre o equilíbrio natural.
Daí a importância da conservação/preservação e do uso racional e sustentável dos recursos
naturais.
Devido a grande relevância do combate aos crimes ambientais, foi criada no Congresso
Nacional, a Comissão Parlamentar de Inquérito Destinada a Investigar o Tráfico de Animais
e Plantas Silvestres Brasileiros, a Exploração e Comércio Ilegal de Madeira e a Biopirataria no
País – CPIBIOPI.
● Improbidade administrativa;
● Contrabando ou descaminho;
● Condescendência criminosa; e
● Prevaricação.
►Conceituar meio ambiente, crime, crime ambiental, fauna, flora, poluição, etc.;
Reflexão
O grande chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra. O grande
chefe assegurou-nos também de sua amizade e sua benevolência. Isto é gentil da parte dele, pois
sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Porém, vamos pensar em sua oferta, pois
sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O grande
chefe em Washington pode confiar no que o chefe Seatle diz com a mesma certeza com que
nossos irmãos brancos podem confiar na alternação das estações do ano. Minha palavra é como
as estrelas — elas não empalidecem. Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra?
Tal idéia é-nos estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água.
Como podes, então, comprá-los de nós?
Decidimos apenas sobre o nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada
folha reluzente, todas as praias arenosas, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e
todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. Sabemos
que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele, um torrão de terra é igual
a outro, porque ele é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A
terra não é sua irmã, mas sim, sua inimiga, e depois de exauri-la, ele vai embora. Deixa para trás
o túmulo dos seus pais, sem remorsos de consciência. Rouba a terra dos seus filhos. Nada
respeita. Esquece a sepultura dos antepassados e o direito dos filhos. Sua ganância empobrecerá
a terra e vai deixar atrás de si os desertos.
A vista de suas cidades é um tormento para os olhos do homem vermelho. Mas talvez
isso seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende. Não se pode
encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem um lugar onde se possa ouvir o
desabrochar da folhagem da primavera ou o tinir das asas dos insetos. Talvez, por ser um
selvagem, que nada entende, o barulho das cidades é, para mim, uma afronta contra os
ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo
noturno ou a conversa dos sapos no brejo, à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento
sobre o espelho da água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com
aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o
mesmo ar — animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar
que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao seu cheiro. Se eu me decidir a aceitar,
imporei uma condição. O homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos.
Sou um selvagem e não compreendo que possa ser certo de outra forma. Vi milhares de bisões
apodrecendo nas pradarias, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados
do trem. Sou um selvagem e não compreendo como o fumegante cavalo de ferro possa ser
mais valioso do que um bisão que nós, os índios, matamos apenas para sustentar nossa própria
vida.
Nesta aula, você irá estudar os conceitos dos termos fundamentais para o desempenho de
suas atividades, durante a execução do policiamento ambiental.
►Meio ambiente;
►Crime;
►Crime ambiental;
►Fauna;
►Flora;
►Poluição; e
►Licenciamento Ambiental.
Para ajudá-lo em seu aprendizado será utilizada uma enciclopédia eletrônica livre, para
que possa encontrar o significado de alguns termos. A enciclopédia que será utilizada é
a Wikipédia que se encontra no site: www.pt.wikipedia.org.
Meio ambiente
→ A Lei nº 6.938/81, no seu 3° artigo, inciso I, define Meio Ambiente como conjunto
de condições, leis, influências, alterações e interações de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
O meio ambiente é constituído pelos seres vivos e por tudo mais que interage com eles.
Crime
→Os irmãos Führer (2000, p. 25) ensinam que “chama-se típico a descrição feita pela lei
da conduta proibida”. E se denomina tipicidade a correlação da conduta com o que foi descrito
no típico. A antijuridicidade significa que o fato, para ser crime, além de típico, deve também
ser ilícito, contrário ao direito”.
Crime ambiental
Crime ambiental é qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que compõem
o meio ambiente, protegidos pela legislação.
Fauna
É o conjunto de animais de um determinado local. Difere-se de reino animal, por se limitar aos
animais de certo habitat, certo bioma, enquanto que o reino animal é composto por todas as espécies
de animais da Terra.
Bioma - Silva (2001, p. 17-18) ensina que bioma, do grego bios, significa ‘vida’, e oma que
significa ‘massa’, ‘proliferação’. “Denominação dada a cada uma das grandes comunidades- clímax
da Terra, por exemplo, aos grandes agrupamentos faunísticos e florísticos do mundo”. São
grandes superfícies “onde uma verdadeira paisagem vegetal criada por algumas espécies
dominantes, está associada uma fauna específica”.
- Fauna Silvestre: Conjunto de animais que vivem em determinada região. São os que têm
seu habitat natural nas matas, florestas, nos rios e mares; são animais que ficam, em via de regra,
afastados do convívio do meio ambiente humano.
A flora brasileira é constituída por diversos espaços protegidos por lei, que são chamados
de unidades de conservação e divididos em dois grupos:
Poluição
Licenciamento Ambiental
O licenciamento ambiental compreende três fases, sendo que para cada fase é expedido
um tipo de licença:
Licença prévia
Licença de instalação
Licença de operação
Autorizando, após as verificações necessárias, o início da atividade licenciada e
o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto na
Licença Prévia e de Instalação.
Aula 2 - Biodiversidade brasileira
Nesta aula, você estudará sobre a riqueza da biodiversidade brasileira, para que comece
a entender a importância do seu papel como profissional da área de Segurança Pública no
enfrentamento aos crimes ambientais.
Biodiversidade
*Biodiversidade - O termo diversidade biológica foi criado por Thomas Lovejoy em 1980,
ao passo que a palavra Biodiversidade foi usada pela primeira vez pelo entomologista E. O.
Wilson no ano de 1986, num relatório apresentado ao primeiro Fórum Americano sobre a
diversidade biológica, organizado pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA (National
Research Council, NRC). A palavra "Biodiversidade" foi sugerida a Wilson pelo pessoal do NRC a
fim de substituir diversidade biológica, expressão considerada menos eficaz em termos de
comunicação.
*Ecossistemas: Conjunto de elementos (ar, água, solo, fauna, flora) de determinada região.
Biodiversidade ou diversidade biológica (grego bios, vida) diz respeito à variedade de vida.
O Brasil Concentra 55 mil espécies de plantas superiores (22% de todas as que existem
no mundo), muitas delas endêmicas*; 524 espécies de mamíferos; mais de 3 mil espécies de
peixes de água doce; entre 10 e 15 milhões de insetos (a maioria ainda por ser descrita); e mais
de 70 espécies de psitacídeos: araras, papagaios e periquitos.
*Endêmicas só existem naquele lugar, ou seja, não existem em nenhum outro lugar;
exclusivo daquela região.
No Brasil estão quatro dos biomas* mais ricos do planeta: Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia
e Pantanal que, infelizmente, correm sérios riscos.
*bioma é uma comunidade biológica de determinada região (fauna e flora), que habita em
determinada região, caracterizada pelo mesmo tipo de vegetação. Conheça os biomas do Brasil
em http://www.suapesquisa.com/geografia/biomas_brasileiros.htm e do mundo em
http://ciencias3c.cvg.com.pt/bioma.htm.
A Política Nacional do Meio Ambiente trata das diretrizes para a preservação e conservação
do meio ambiente no país.
A estrutura do SISNAMA
Como os problemas ambientais são setorizados, ou seja, cada região possui suas próprias
peculiaridades, o sistema é composto de órgãos federais, estaduais e municipais, de forma que a
aplicação da lei atenda as circunstâncias locais.
Os órgãos que compõem o SISNAMA são responsáveis pelo licenciamento ambiental, pela
criação de unidades de conservação, pelo controle de atividades potencialmente poluidoras,
dentre outras competências.
Ao estudar a legislação que trata dos crimes ambientais, observe que as infrações são
punidas nas esferas penal e administrativa, e você, como agente encarregado da aplicação da
lei, só poderá agir, administrativamente, se o órgão ao qual pertencer for membro do SISNAMA
ou tiver celebrado convênio com órgão ou entidade membro do SISNAMA.
Art. 23 É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
[...]
III – Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV – Impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens
de valor histórico, artístico ou cultural;
[...]
VI – Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII –
Preservar as florestas, a fauna e a flora; e
[...]
XI – Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração
de recursos hídricos e minerais em seus territórios.
Infração ambiental
Para lavrar o auto de infração ambiental, o órgão ao qual você pertence deve
estar devidamente credenciado, portanto, quando se deparar com a ocorrência, acione a
Polícia Militar Ambiental do seu Estado ou o IBAMA, para que eles possam tomar as
medidas administrativas cabíveis.
- Advertência; Multa; Embargo; Suspensão das atividades; Apreensão dos animais, produtos
e subprodutos da prática delituosa; e Destruição dos produtos e subprodutos apreendidos.
Aula 4 - Lei de Crimes Ambientais
Nesta aula, você aprenderá sobre a Lei de Crimes Ambientais – LCA, que disciplinará
sua conduta para enfrentar os crimes ambientais.
Com a edição da Constituição Federal em 1988, o meio ambiente passou a figurar como
um direito constitucional de todos, sendo que, pela primeira vez, a tutela ambiental passou a
fazer parte da norma constitucional e o meio ambiente a ser visto como um todo. Sobre
a necessidade da tutela do meio ambiente como um todo, Silva (2001, p.111) cita Moreira Neto,
que já em 1977, dizia o seguinte:
“A proteção da flora e da fauna deve ser objeto de tutela jurídica, não apenas
setorizada, como ocorre atualmente, através de diplomas legais isolados, mas com resultado
de princípios e métodos integrados [...] Não se pode, por exemplo, ter uma legislação sobre
pesticidas sem considerar a de água, caça, pesca, loteamento, etc., e vice-versa. Em outras
palavras: a proteção à flora deve ser considerada em termos de ecossistema, em suas múltiplas
interações com a fauna, com a terra, com a água e com o ar. Código de Flora ou de Fauna
alheios à realidade ecológica não são senão fragmentos de solução que a pouco ou nada
conduzem.”
As inovações da LCA
A Lei de Crimes Ambientais procurou unificar as diversas práticas lesivas ao meio ambiente
e representa um significativo avanço na tutela do meio ambiente. Veja em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9605.htm
Com as mudanças na LCA, as penas se tornaram mais uniformes, com gradação adequada
e as infrações mais definidas, como:
→Experiências dolorosas e cruéis em animal vivo, mesmo que para fins didáticos é
considerado crime.
→Fabricar, vender, transportar e soltar balões, pelo risco de causar incêndios, sujeita o
infrator à prisão e multa.
Antes Depois
A reparação do dano ambiental não extinguia A punição é extinta com apresentação de laudo
a punibilidade. que comprove a recuperação do dano ambiental.
“A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como seus animais são tratados.”
Mahatma Ghandi
Neste módulo, você vai aprender sobre os crimes contra a fauna, o que é imprescindível
para a sua atuação como agente encarregado da aplicação da lei.
→ Aula 1: Procedimentos;
→ Aula 2: A caça;
→ Aula 5: Maus-tratos;
→Isole e preserve o local do crime, uma vez que a perícia é essencial para a constatação
do dano ambiental;
→Se for necessário, contate o Batalhão Ambiental (Florestal) para confecção do auto
de infração ou o IBAMA e, na ausência desses, faça contato com outros órgãos ambientais que
tenham competência para confeccionar o auto de infração ambiental.
Conduta criminosa? Na dúvida não decida! Peça ajuda à Polícia Ambiental ou ao IBAMA.
→ Confundir as infrações;
Antes de iniciar seu aprendizado, reflita sobre a situação abaixo e responda o que faria:
E agora, o que você deve fazer como agente encarregado da aplicação da lei?
A fauna silvestre é propriedade do Estado (artigo 1º, da Lei 5.197/67), portanto, a velha
concepção de que os animais são coisas de ninguém, “sem dono”, é falsa.
* Caçar: Perseguir animais a fim de matar ou de apanhar vivos – Prado (2005, p.230).
* Apanhar: Recolher,colher, caçar com armadilhas, redes ou visgos – Prado (2005, p.230).
Fauna silvestre de acordo com o parágrafo 3º, deste mesmo artigo 29, da LCA, é composta
pelas espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou
parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou em
águas jurisdicionais brasileiras.
Somente os animais aquáticos, exluindo peixes, crustáceos e moluscos, são objetos do crime
de caça. São eles: baleias, peixes boi, golfinhos, botos e leões marinhos.
Para a prática desse crime, como a de outros crimes ambientais, o infrator tem que agir
sem licença da autoridade competente, que no caso é o IBAMA ou o órgão ambiental local,
que tenha delegação para tal.
Para o manejo da fauna silvestre é necessária a devida licença expedida pelo IBAMA.
É importante entender que os animais domésticos e exóticos não são objetos dos
crimes descritos, uma vez que a tutela jurisdicional se limita aos animais silvestres.
Cães, gatos, cachorros, bois, cavalos, elefantes, leões, coalas, cangurus e outras espécies
domésticas ou exóticas não são tutelados por este dispositivo legal.
O parágrafo 1º, do artigo 29, da LCA e seus incisos tratam dos animais em seus habitats e
visa à lei de proteção dos animais em seu habitat, uma vez que sem seu abrigo ou local
de reprodução natural, o animal ficará extremamente exposto às intempéries naturais e a ações
de predadores.
Além disso, alguns animais ao perceberem que seus locais de abrigo e procriação
foram manuseados os abandonam.
Os parágrafos quarto e quinto, do artigo 29, da LCA, tratam dos casos de aumento de pena
e prescrevem que ela triplica se o crime decorrer do exercício de caça profissional, que é proibida
no Brasil e, ainda, aumenta pela metade se praticado:
→ Contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção ainda que somente no local da
infração, entendendo-se como espécie rara àquela que existe naturalmente em pequenas
quantidades na natureza e por esta razão são difíceis de se encontrar, e espécie ameaçada de
extinção constante na relação da CTIS publicada pelo IBAMA;
→ Em período proibido à caça, uma vez que a caça é proibida no Brasil, toda vez que se
praticar um crime contra a fauna deve-se ter o aumento da pena;
→ Durante a noite, pois durante o período noturno a fiscalização é mais difícil de ser
executada e menos eficaz;
→ Com abuso de licença, pois a princípio a impressão é que nenhuma infração está sendo
cometida já que o infrator estava devidamente autorizado a praticar o ato;
→ Em unidade de conservação que foi criada pelo poder público justamente para a
preservação e conservação dos ecossistemas ali existentes, pois o abate de animais pode vir a
interferir no equilíbrio ecológico;
- Por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.
Nesta aula, você estudará sobre uma das maiores atividades criminosas do mundo.
Os artigos 29, § 1º, III e 30, da LCA, disciplinam o comércio ilegal de animais silvestres, que
é considerado o terceiro maior comércio ilícito do mundo, só perdendo para o tráfico de drogas e
de armas, movimentando cerca de US$ 20.000.000 (vinte milhões de dólares) por ano, sendo
que a participação do Brasil no total mundial é de 20%.
Art. 29 [...]
[...]
III – Quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou
depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota
migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não
autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente.
Art. 30 Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a
autorização da autoridade ambiental competente:
O inciso III, do parágrafo 1º, do artigo 29, da LCA, trata do comércio da fauna silvestre, que
a princípio deve ser realizado somente por criadouros/criadores autorizados pelo IBAMA, e
de acordo com a permissão, licença ou autorização concedida.
Para o transporte é necessária a licença de transporte emitida pelo IBAMA, a nota fiscal
que oficializou o comércio e a Guia de Trânsito Animal – GTA – do Ministério da Agricultura
e do Abastecimento; para o transporte internacional exige-se ainda a licença de exportação,
emitida pelo IBAMA.
O dispositivo tutela inclui não somente o animal já formado, mas também as espécies
em formação – ovos e larvas. O ovo representa o primeiro estágio de vida de algumas espécies
e, portanto, a destruição do ovo implica na destruição de um ser que está se formando, numa
quebra no ciclo de vida do espécime, semelhantemente, a larva é o primeiro estágio de vida
dos insetos.
Aos produtos beneficiados, como bolsas, jaquetas, cintos e botas, cuja matéria-prima
seja a pele ou os couros de répteis ou anfíbios, aplica-se o disposto no artigo 29, §1º, III, por se
tratar de “produto ou objeto” da fauna silvestre.
Tráfico de animais
Para ter idéia da potencialidade desta atividade, basta recorrer ao preço estimado praticado
no mercado internacional, segundo a Rede Nacional de Combate ao Trafico de Animais Silvestres,
2000 - RENCTAS:
→ O grama do veneno da aranha-marrom vale cerca de US$ 20.000 (vinte mil dólares);
→ Cada espécime de melro tem cotação em mais de US$ 2.000 (dois mil dólares).
Biopirataria
A ação desses criminosos é facilitada pela ausência de uma legislação que defina as regras
de uso dos recursos naturais brasileiros.
Nesta aula, você estudará sobre um dos crimes responsáveis pela destruição de ecossistemas.
O Artigo 31*, da LCA, combate à entrada de animais exóticos no território brasileiro, uma
vez que a introdução de espécimes pode vir a alterar o equilíbrio dos ecossistemas e causar
o desaparecimento de diversas espécies.
*Art. 31 Introduzir espécime animal no país, sem parecer técnico oficial favorável e licença
expedida por autoridade competente:
O conceito de animal já foi delimitado, como sendo “todo ser vivo dotado de movimento que
possua ausência de clorofila e celulose, que se alimente de substâncias sólidas e, normalmente,
capaz de percepções sensoriais”; já espécie é “um conjunto de indivíduos semelhantes entre
si e capazes de entrecruzarem em condições naturais produzindo descendentes férteis”.
Não se constitui crime a introdução espécime exótica desde que realizada com licença
emitida pelo IBAMA ou órgão ambiental com função delegada.
Essa introdução pode vir a provocar mudanças profundas no ecossistema, exemplo disso,
foi a introdução de coelhos na Austrália, o que provocou a diminuição das populações de
mamíferos marsupiais nativos da região, como os cangurus, por causa da alteração do habitat.
No Brasil, a introdução de javalis no sul do país é um exemplo dos danos que a introdução
de espécies exóticas pode causar, eles tornaram-se um grave problema para a flora, a agricultura
e a pecuária.
Aula 5 – Maus tratos
Nesta aula, você estudará uma das inovações da LCA: maus-tratos e abuso de animais
silvestres, exóticos e domésticos.
Uma das inovações da legislação foi a tutela da fauna doméstica e exótica, que anteriormente
não eram protegidas pela Lei de Proteção a Fauna., em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5197.htm.
Art. 32 Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos:
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo,
ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
O caput do artigo 32, da LCA, traz as condutas de abuso e maus-tratos. Vladimir Passos
de Freitas e Gilberto Passos de Freitas (2000, p. 94), assim se pronunciaram sobre as condutas
previstas neste artigo:
→ Praticar ato de abuso é realizar uso errado do animal. Por exemplo, cavalgar por horas
sem permitir descanso ao cavalo, nem dar-lhe oportunidade de comer ou beber água.
→ Lançar galo em rinha sabendo que, mesmo vencedor, ele sairá ferido, apenas para
satisfazer o desejo dos apostadores, ou transportar pássaros fechados em caixas, por horas,
sem as mínimas condições de bem-estar.
O parágrafo primeiro, do artigo 32, da LCA, trata da utilização da fauna para fins científicos.
Não se quer coibir pesquisas científicas, o objetivo é garantir que só serão empregados
métodos dolorosos e cruéis, em animais, se não houver outra alternativa disponível, uma vez
que a manipulação de novas drogas é realizada, primeiramente, nos animais para, só depois, ser
utilizada em seres humanos.
O Decreto Lei nº 24.645-1934, que ainda está em vigor, trata das condutas que se
constituem em maus tratos, em http://www.tribunaanimal.com/decreto_lei_n.htm.
Nesta aula, você estudará um dos grandes temas da LCA: os crimes de pesca!
O que é pesca?
De acordo com o artigo 36 considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar,
apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e
vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies
ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.
Para configurar o crime de pesca, basta a iminência da captura dos espécimes da ictiofauna,
ou seja, o pescador que atira na água um instrumento de pesca proibido incorre no crime,
mesmo que não consiga trazer nada da água.
*Art. 34 Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por
órgão competente:
I – Pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores
aos permitidos;
O legislador visou à proteção das espécies que estejam em risco de extinção ou que ainda
não atingiram o tamanho suficiente, em especial porque ainda não se reproduziram.
Cada região hidrográfica possui características próprias quanto aos instrumentos que são
ou não permitidos para a pesca em águas interiores, em geral, os seguintes apetrechos são
proibidos: redes e tarrafas de arrasto de qualquer natureza, redes de emalhar, espinhéis e joão
bobo.
A comercialização
O artigo conclui que a pesca predatória destrói todo o habitat aquático da ictiofauna e é
por esta razão que a pena foi agravada nesse tipo penal, pois o infrator não está preocupado
em preservar o ambiente para que ele, futuramente, possa vir a pescar, haja vista que este tipo
de
pesca predatória causa danos irreversíveis ao meio ambiente, destruindo toda fauna e
flora aquáticas.
OBS.: Os tamanhos mínimos não se aplicam aos peixes de piscicultura. Nesse caso, é
necessário comprovar a origem do peixe, através de nota fiscal.
Antes de concluir o estudo desta unidade, saiba mais, consultando os endereços a seguir:
Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a “Investigar o tráfico ilegal de animais e plantas
silvestres da fauna e da flora brasileiras” – CPITRAFI
http://www.camara.gov.br/internet/comissao/index/cpi/Rel_Fin_CPI_Biopirataria.pdf
http://www.camara.gov.br/Internet/comissao/index/cpi/rel_fin_cpitrafi_01_pdf.pdf
Você vai aprender sobre os crimes contra a flora, o que é necessário para a execução do
policiamento ambiental.
Você iniciará seu aprendizado com o crime do desmatamento. Este é um dos mais devastadores
crimes ambientais.
→Aula 1: Procedimentos;
→Aula 2: Desmatamento;
→Aula 3: Queimadas;
→ Isole e preserve o local do crime, uma vez que a perícia é essencial para a constatação do
dano ambiental;
→ Conduza os envolvidos para a delegacia ambiental da localidade, se não houver, leve-os para
a delegacia com circunscrição sobre a área para as providências cabíveis (TCO/Flagrante e apreensões
necessárias); e
Conduta criminosa?
→Confundir as infrações;
O desmatamento destrói todo o ecossistema, levando plantas e animais a extinção. Veja algumas
conseqüências do desmatamento:
→ Altera as condições climáticas;
Prado (2001, p. 142) ensina que o desmatamento é um dos fatores responsáveis pela
deterioração do solo, destruindo o equilíbrio dos ecossistemas e que, dificilmente, o
reflorestamento consegue restaurar o equilíbrio ecológico anterior, porque não
consegue recompor a diversidade biológica perdida.
Veja em http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L4771.htm
→O IBAMA considera que desmatamento é a operação que visa destruir a vegetação nativa
de determinada área para o uso alternativo do solo.
→Pelo exposto nos dispositivos legais descritos têm-se que o corte (desmatamento) só pode ser
realizado mediante licença (autorização) do órgão ambiental competente, no caso o IBAMA, ou o
órgão ambiental estadual que desempenhe função delegada.
Somente pode ser realizado o corte com licença do órgão ambiental, sem licença o corte é
crime.
O artigo 40 também prevê pena de reclusão de até 5 anos se o dano for causado em unidade de
conservação.
Conforme já informado, as unidades de conservação são espaços que por suas características
naturais são especialmente protegidos por lei visando à preservação ao uso sustentável de seus
recursos naturais.
De acordo com o IBAMA, merecem destaque algumas espécies da flora, como o jacarandá-da-
bahia e o pau-brasil, ambos com exploração proibida.
Em geral, ao desmatamento estão associados outros crimes ambientais como, por exemplo,
o de penetrar em unidade de conservação com instrumentos próprios para a exploração de
produtos ou subprodutos florestais (artigo 52 da LCA), ou de utilizar motosserra para o corte das
árvores (artigo 51 da LCA).
OBS.: Qualquer árvore pode ser declarada imune de corte por ato do poder público (federal,
estadual ou municipal), por motivo de sua localização, raridade, beleza ou condição de porta-
sementes.
Aula 3 – Queimadas
Nesta aula serão estudados os tipos penais relacionados aos crimes praticados contra a flora.
Você aprenderá sobre as queimadas. Uma prática muito comum no Brasil.
Um dos crimes ambientais mais comuns são as queimadas. Como o desmatamento, essa
prática também é nociva aos ecossistemas. Ela causa inúmeras doenças respiratórias no
homem, além de ser responsável pela poluição atmosférica e destruição do solo.
A queimada está associada ao crime da poluição atmosférica, que consiste em causar poluição
de qualquer natureza, em níveis que resultem danos à saúde humana, provocando a mortandade de
animais ou a destruição significativa da flora.
Caso provoquem a retirada, mesmo que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou
causem danos diretos à saúde da população também é crime.
A LCA, no seu artigo 41* trata como delito, a produção de fogo perigoso descontrolado e
potencialmente lesivo à flora.
*Art. 41 Provocar incêndio em mata ou floresta: Pena – Reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.
*Madeiras de lei são resistentes, duras, rijas, próprias para construção e trabalhos expostos a
intempéries. Prado (2001, p.50).
Para coibir esta prática clandestina faz-se necessário destruir os fornos, apreender o carvão e
prender esses criminosos.
Art. 45 Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do
Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica
ou não, em desacordo com as determinações legais:
Art. 46 Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e
outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada
pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até o
final do beneficiamento:
Parágrafo único. Incorre, nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito,
transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença
válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade
competente.
Biopirataria
A ação desses criminosos é facilitada pela ausência de uma legislação que defina as regras de
uso dos recursos naturais brasileiros, sendo a biopirataria intensamente combatida com apoio do
dispositivo legal.
Um crime bastante comum é a venda de palmito in natura. Para a extração do palmito a árvore
é sacrificada. Restaurantes, pizzarias e supermercados estão entre os compradores do produto
irregular.
No local de extração exigem-se as licenças emitidas pelo órgão ambiental que autorizem
à extração da madeira.
Em geral, ao comércio ilegal da flora está associado a outros crimes ambientais como:
Para que o uso da motoserra seja considerado crime, deve ser utilizada para cortar qualquer
tipo de
árvore ou vegetação.
Antes de finalizar o estudo desta unidade, visite os endereços a seguir e leia mais sobre o
tema estudado.
Apresentação
→ Aula 1 – A Poluição
→ Aula 4 – Os Crimes Contra a Administração Ambiental. Ao final deste módulo, você será
capaz de:
O delito se constitui na poluição em níveis que possam vir ou que causem danos à saúde
humana, ou que possam vir a provocar a morte de animais ou a destruição da flora:
No artigo 54 da LCA* poluição é considerado crime quando ocorre em níveis que causem danos
à saúde humana.
*Art. 54 Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar
em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa
da flora:
Pena – Reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção, de seis meses a um ano, e multa.
A poluição destrói os mais diversos ecossistemas e seus efeitos devastadores são sentidos em
todo planeta.
Para a configuração do crime, a poluição tem que ocorrer em níveis que causem danos
à saúde humana ou aos animais e plantas.
Tipos de poluição
Freitas (1998, p. 130) a considera a de maior relevância para a saúde humana, para ele o
aquecimento global, inversão térmica, efeito estufa, buraco na camada de ozônio e chuva
ácida são as conseqüências desse tipo de poluição.
Poluição do solo
Se caracteriza pela contaminação da terra por rejeitos perigosos, que sejam líquidos ou
sólidos, como: lixo, produtos tóxicos, agrotóxicos, dentre outros.
A LCA disciplina que dependendo do resultado da poluição a pena pode chegar a cinco anos
de reclusão se:
→ Causar poluição atmosférica que obrigue a retirada, mesmo que momentânea, das populações
afetadas;
→ Causar poluição atmosférica em níveis que causem danos diretos à saúde da população;
→ Causar poluição hídrica de tal forma que impeça o fornecimento de água para a população;
Substâncias tóxicas
Este artigo prevê punição de até quatro anos de reclusão para quem agir em desacordo com a
licença ambiental concedida ou com as normas de segurança exigidas.
A lei visa à proteção da saúde humana e do meio ambiente, e não se exige para a caracterização
do crime o dano efetivo ao meio ambiente, basta não observar as normas de segurança do produto
específico.
Exemplo disso é o cuidado que se deve ter com os agrotóxicos. Depois de utilizada, a
embalagem não pode ser jogada no lixo, ela deve ser devolvida no comércio para a remessa ao
fabricante. O material nuclear também tem normas especificas sobre seu manejo.
→ Destruir, inutilizar ou deteriorar: bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou
decisão judicial; arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial; e
→ Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato
administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico,
histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade
competente ou em desacordo com a concedida.
O Decreto Lei nº 25/1937 define que constitui o patrimônio histórico e artístico nacional,
o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse
público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu
excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
Qualquer alteração das características do bem protegido só pode ser realizada com autorização
do órgão ambiental competente. O crime que prevê reclusão de até três anos, se consuma com
a efetiva alteração do aspecto ou estrutura do bem ou local.
Outro crime contra o patrimônio cultural é pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar
edificação ou monumento urbano. A pena pode ser de três meses a um ano, e multa:
Parágrafo único. Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu
valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de seis meses a um ano de detenção, e multa.
Esta é uma das inovações da LCA, a pichação passou a ser crime, a lei cuida em proteger
os aspectos estéticos da paisagem urbana contra a poluição visual.
Prado (2005, p. 513) ensina que a ordenação do território visa ao desenvolvimento sócio
econômico equilibrado das regiões, à melhora da qualidade de vida, à gestão responsável
dos recursos naturais e à proteção do meio ambiente, através da utilização racional do território.
Para ele, o dispositivo legal visa proteger a ordenação do território, com ênfase conferida
ao patrimônio cultural, artístico e arqueológico.
Aula 3 - Mineração irregular
A LCA trata da atividade de extração irregular de minerais (pedra, cal, areia, cascalho, argila,
saibro, dentre outros) e dispõe que é crime a extração de minérios em florestas de domínio público
ou nas de preservação permanente. Os artigos 44 e 55* ressaltam que as atividades de extração
mineral só podem ser realizadas, com as respectivas licenças ambientais.
→ Se a extração for realizada sem a Licença de Operação o crime descrito estará ocorrendo.
O objetivo é proteger a qualidade dos ambientes vegetais, pois a ausência ou retirada predatória
de minerais causa danos irreversíveis (erosão, assoreamento de rios, empobrecimento do solo, dentre
outros). Exemplos:
→É muito comum a retirada irregular de minerais do leito dos rios, através de dragas
clandestinas, que destroem todo o ambiente aquático.
Quando houver o crime ambiental, para que a polícia possa caracterizar corretamente o
dano de sua extensão, é importante que o local da ocorrência seja preservado.
Aula 4: Crimes contra a Administração Ambiental
Bem-vindo à última aula do quarto módulo.
Nesta aula, você estudará sobre os crimes praticados contra a Administração Ambiental. Os
artigos 66 e 67, da LCA tratam dos crimes contra a Administração Ambiental, que se
caracteriza quando o funcionário público:
→ Fizer afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-
científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental; e
A lei visa proteger a administração pública e o meio ambiente, do exercício irregular da função
administrativa. O autor desse crime é somente o funcionário público.
O Código Penal define funcionário público como aquele que mesmo transitoriamente ou sem
remuneração exerce cargo, emprego ou função pública. Ambos os crimes envolvem fraudes no
licenciamento ambiental.
→ Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de
relevante interesse ambiental; e
Nesses crimes, o autor deixa de ser exclusivamente o servidor público e passa a ser
qualquer pessoa que tenha obrigações ambientais a cumprir ou que tente impedir o serviço dos agentes
encarregados da fiscalização ambiental.
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FREITAS, Vladimir Passos de; FREITAS, Gilberto Passos de. Crimes Contra a Natureza. 6. ed.
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