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Clínica e Conservação

de
Animais Silvestres

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Introdução a clínica e conservação

de animais silvestres

Fauna Doméstica
- Espécies animais que através de processos tradicionais e sistematizados de manejo
e melhoramento zootécnico tornaram-se domésticas, possuindo características
biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem.

Fauna Silvestre Nativa


Lei 9605/1998 - Artigo 29 3º
- Espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que
tenham a sua vida ou parte dela ocorrendo naturalmente dentro dos limites do
território brasileiro e suas águas jurisdicionais.
- O acesso, uso e comércio de animais silvestres é controlado pelo IBAMA (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

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Fauna Exótica
Lei 9605/1998 - Artigo 29 3º
- Espécies cuja distribuição geográfica não inclui o território brasileiro.
- Espécies ou subespécies introduzidas pelo homem ou espontaneamente, em
ambiente natural, inclusive as espécies asselvajadas e excetuadas as migratórias.

Espécie X Espécime
- Espécie: conjunto de indivíduos semelhantes e com potencial reprodutivo entre si,
capazes de originar descendentes férteis.
- Espécime: indivíduo ou parte dele, vivo ou morto, de uma espécie, em qualquer
fase de seu desenvolvimento.
Nome popular X Nome científico
- Nome popular – conceito leigo, depende da região (Município, Estado).
- Nome científico – nome de origem latim (conhecido mundialmente).
Ex: Arara-vermelha (Ara chloropterus) Arara-vermelha (Ara macao)

Ara chloropterus Ara macao


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Animal Silvestre
O termo animal silvestre é o que ganhou maior popularidade e hoje é o mais aceito
entre os veterinários e lojas de animais.
Outros termos utilizados:
• Animais exóticos
• Animais de companhia não convencionais
• Novos animais de companhia
• Animais não domésticos

Tráfico
- Maior biodiversidade do planeta – fauna e flora
• Caça
• Comércio ilegal de fauna silvestre
- Tráfico de animais silvestres
• 60% tráfico doméstico
• 80% aves - Passeriformes e Psitaciformes
- Independe de aspectos socioeconômicos

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Tráfico X Ambiente doméstico


- “O tráfico de animais, incluindo para uso como pets, tem impacto direto sobre as
populações dos animais envolvidos, como também geram consequências para o
ecossistema como um todo, seja pelo risco de extinção, ou pela restrição à função
ecológica da espécie”

Legislação
Lei n° 9.605/98
Capítulo V Seção I – Dos Crimes contra a Fauna
Art. 29/Parágrafo 1°

- Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou


em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade
competente ou em desacordo com a obtida, gera pena de detenção de seis meses a
um ano, e multa.

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Formas de adquirir um animal silvestre

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Tráfico X Conservação
- Centros de triagem – CETAS
• Soltura X Reintrodução X Cativeiro
- Zoológicos
- ONGs
- Santuários
- Criadouros conservacionistas
- Projetos de conservação de espécies
• Ex: tamanduá, mico leão dourado, ararinha azul.

Mercado pet

Animais comuns na rotina clínica


- Répteis:
• lagartos, serpentes e quelônios.
- Aves:
• passeriformes, galináceos, columbiformes e psitacídeos.

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- Mamíferos:
• primatas, roedores e lagomorfos.
- Peixes
Classes
- Homeotérmicos:
• Mamíferos
• Aves
- Pecilotérmicos
• Répteis
• Anfíbios
• Peixes

Atuação do médico veterinário de animais silvestres


1 - De que espécie se trata? Possuo a informação suficiente sobre a sua biologia? Em
caso negativo, conheço a fonte onde posso encontrar tal informação?
2 - Possuo as instalações, equipamentos e experiência necessários para prestar
atendimento ao animal?

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3 - Possuo conhecimentos sobre as enfermidades e os tratamentos nesta espécie?


Conheço as fontes onde posso encontrar essas informações?
- Os médicos veterinários devem saber detectar as doenças zoonóticas e seus riscos
e informar aos proprietários.
- Saúde pública: documentação, quarentena e exames laboratoriais.
- Ética: responsabilidade de atender animais de qualquer espécie, humanamente e
considerando o seu bem estar em 1° lugar.
- Encaminhar o animal para um colega caso não esteja apto para atender.
- Informar ao cliente sobre a espécie, aptidão como animal de companhia, dieta,
alojamento, enfermidades frequentes e situação legal.
- IMPORTANTE: As informações deverão ser em caráter confidencial, porém o bem
estar do animal, a saúde pública e a conservação devem ser levadas em
consideração.
- Perguntas mais frequentes
• Quanto tempo vive a minha ave?
• Como conhecer o sexo da minha ave?
• Como “legalizar” a minha ave?
• Quais vacinas as aves devem tomar?
- ÉTICA E BOM SENSO:
• Título de especialista
• Uso de fármacos
• Cirurgias mutilantes
• Eutanásia
• Bem estar
• Posse responsável

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Método de contenção
- Hábito da espécie (Presa/Predador)
- Método de defesa
- Quadro clínico
Material para contenção

Contenção física

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Medicina preventiva

- Dieta
- Manejo

Escore corporal

“Peito seco” não é doença, é sinal clínico.

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Variação de fezes

Consequências de uma dieta inadequada


- Hipovitaminose ou Hipervitaminose
- Diarréias
- Intoxicação
- Alergia alimentar
- Problemas hepáticos - esteatose
- Problemas renais ou ascite – água x sal
- Obesidade - Pododermatites e probl. articulares
- Cardiopatias – morte súbita
- Alteração na coloração das penas
- Falhas de reprodução
- Queimaduras de inglúvio
- Diminuição da expectativa de vida

Bem estar animal


- Está relacionado com a qualidade de vida do animal, que envolve aspectos
referentes à saúde e à longevidade.
- 5 liberdades dos animais:
• Livre de sede, fome e má nutrição
• Livre de dor, ferimentos e doença
• Livre de desconforto
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• Livre para expressar seu comportamento natural


• Livre de medo e de estresse

Instalações ideais
- Estrutura hospitalar, criadouros, quarentenário e centros de triagem:
• Necessidades e objetivos da instituição
• Corpo clínico
• Engenheiros e arquitetos
• Legislação

Hospitais veterinários:
• Estabelecimentos destinados ao atendimento de pacientes para consultas,
internamentos e tratamentos, de funcionamento obrigatório em período
integral (24 horas), com a presença de um médico veterinário.
- Setor de atendimento (recepção, consultório e ambulatório)
- Setor cirúrgico (sala de preparo, antissepsia, cirurgia, esterilização)
- Setor de internação (mesa e pia de higienização, baias com setor de isolamento
para infecto-contagiosas)
- Setor de sustentação (lavanderia, preparo de alimentos, depósito etc.)
- Setor auxiliar de diagnóstico (serviços de diagnóstico)

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Clínicas Veterinárias:
• Estabelecimentos destinados ao atendimento de animais para consultas e
tratamentos clínico-cirúrgicos, podendo não haver internamentos, sempre
sob a responsabilidade de um médico veterinário.
- Setor de atendimento (recepção, consultório e ambulatório)
- Setor cirúrgico (sala de preparo, antissepsia, cirurgia, esterilização)
- Setor de internação (mesa e pia de higienização, baias com setor de isolamento
para infecto-contagiosas)
- Setor de sustentação (lavanderia, preparo de alimentos, depósito etc.)

Zoológicos:
- Clínica veterinária
- Veterinário no período diurno
- Isolado da área de visitação
- Carros de transporte
- Atendimento de animais de todos os portes
- Suporte clínico, laboratorial, necroscópico e internação
- Setor extra
- Quarentenário
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Criadouros:
- Quarentenário:
• Funcionários exclusivos deste setor
• Vestimentas e equipamentos adequados – zoonoses
• Material de limpeza exclusivo
• Comedouros e bebedouros exclusivos
• Aves X répteis e anfíbios X Mamíferos

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Protocolos
- Avaliação do estado sanitário da população de origem
- Quarentena
- Exame físico e testes diagnósticos
- Tratamento profilático
Ex:
• Aves, répteis e anfíbios: coproparasitológico, vermifugação, hemograma e
bioquímico. 30 a 45 dias
• Mamíferos: todos citados acima + exames sorológicos (banco de soro).
• FIV, Felv, PIF e Toxoplasma gondii (felinos), tuberculose, herpervirose e febre
amarela (primatas). 30 a 90 dias.

Conservação, preservação e técnicas de estudo

em animais de vida livre

- Ação antrópica - destruição dos ecossistemas


- Avanço da agricultura e pecuária próximo a áreas naturais
- Contato estreito com o ser humano
- Queimadas
- Poluição

CONSERVAÇÃO
Nas leis brasileiras, significa proteção dos recursos naturais, com a utilização
racional, garantindo sua sustentabilidade e existência para as futuras gerações.
PRESERVAÇÃO
O termo se refere à proteção integral, a intocabilidade. A preservação se faz
necessária quando há́ risco de perda de biodiversidade, seja de uma espécie, um
ecossistema ou de um bioma como um todo.
Medicina da conservação
- “Nova ciência para a crise”

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- Uma ciência interdisciplinar que busca a promoção da saúde ecológica na


sociedade e na natureza através da interação entre as saúdes humana, animal e
ambiental.
- Seu objeto de estudo são as interações entre os organismos patogênicos e as
doenças, e as interações entre as espécies e os ecossistemas.

Biodiversidade brasileira

- Cerrado (savanas e bosques)


- Caatinga (florestas semiáridas)
- Mata Atlântica (floresta tropical pluvial)
- Costa marinha brasileira de 3,5 milhões km2 (ecossistemas que incluem recifes de
corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos)

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Ameaças à biodiversidade
- Extinção e vulnerabilidade
• Representa perda de uma unidade de biodiversidade que compunha um
sistema que se ajustará com a redução do número de indivíduos.
• Contudo, o processo progressivo e rápido de perda de biodiversidade provoca
desajustes cada vez mais difíceis de serem reorganizados, resultando em
colapso.
Biodiversidade em números
- Espécies extintas na natureza:
• Ararinha-azul
• Mutum-de-Alagoas

Listas vermelhas
- Indicam as espécies ameaçadas de extinção
- Importante instrumento de política ambiental
- Importante mecanismo de combate ao tráfico e ao comércio ilícitos das espécies
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- Subsídios para a formulação de políticas de fiscalização, criação de unidades de


conservação e definição sobre a aplicação de recursos técnicos, científicos, humanos
e financeiros em estratégias de recuperação da fauna ameaçada.
- Critérios para inclusão de animais nas “Red lists”
• Critérios adotados pela União Mundial para a Natureza (IUCN), referência
mundial na elaboração das Red Lists.
• Buscam evidências relacionadas ao tamanho populacional das espécies, a
extensão de sua área de distribuição, ao isolamento ou declínio de suas
populações.
- Categorias
• Extinto: o último individuo do grupo taxonômico analisado não existe mais.
• Extinto na natureza: com espécies que sobrevivem apenas em cativeiro ou em
populações naturalizadas, ou seja, fora de sua distribuição original.
• Criticamente em perigo: as espécies classificadas nesta categoria enfrentam
um risco imediato de extinção.
• Em perigo: risco de extinção num futuro próximo.
• Vulnerável: risco a médio prazo.
• Quase ameaçadas.
• Segura ou pouco preocupante.
• Não analisadas.
• Dados insuficientes.

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Plano de Ação Nacional


- Os Planos de Ação Nacional para a Conservação das Espécies Ameaçadas de
Extinção ou do Patrimônio Espeleológico (PAN) são políticas públicas, pactuadas
com a sociedade, que identificam e orientam as ações prioritárias para combater as
ameaças que põem em risco populações de espécies e os ambientes naturais e
assim protegê-los.

Hotspots
- Regiões que concentram os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de
conservação são mais urgentes.

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Ameaças à biodiversidade
- Fragmentação e perda do habitat:
• O resultado deste processo são áreas pequenas desprovidas de espécies que
anteriormente viviam nestas áreas.
• É sentido principalmente por grandes mamíferos que são alvos de caçadores.
• Desmatamento, agropecuária, expansão humana (rodovias, atropelamentos,
hidrelétricas), singularização (territorialismo, diminuição de populações e
introdução de espécies exóticas).
- Exploração e população humana:
• Caça e tráfico – Cerca de 100 espécies desaparecem todos os dias da face do
planeta, sendo o comércio ilegal de animais selvagens uma das principais
causas dessa perda. (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente)
• Dispersão de doenças – perturbações ambientais, aumento do estresse dos
indivíduos (aumento da competição ou redução do alimento) e introdução de
novas espécies tornando-os mais suscetíveis a doenças.

Medicina de animais selvagens


- Manejo das comunidades animais
- Gerenciamento da vida silvestre em unidades de conservação
- Educação ambiental

Manejo da vida selvagem


- Conservação in situ (vida livre)
• Manutenção dos animais em seu ambiente natural com estratégias de
manutenção de áreas protegidas, fiscalização, estudos de ecologia,
comportamento alimentar e reprodutivo, genética e estimação da população.
• Vida selvagem
• Levantamentos faunísticos
• Monitoramento
• Captura, identificação, marcação, exame clínico, colheita de material
biológico, soltura e acompanhamento.

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Conservação ex situ (cativeiro)


• Manutenção de animais fora de seu ambiente natural, como zoológicos e
criadouros. Priorizam-se estudos de comportamento alimentar,
reprodução, comportamento e treinamento para possíveis reintroduções.
• Parques zoológicos
• Criadouros conservacionistas, comerciais ou científicos
• Centros de triagem e reabilitação
• Institutos de pesquisa

Técnicas de estudo em animais de vida livre


- Estudos de fauna de vida livre são necessários para:
• Obter dados biológicos da espécie ou população
• Examinar alterações entre espécies
• Monitorar e estudar doenças
• Mudanças fisiológicas e comportamentais em relação ao ambiente
• Distribuição da população e seu padrão de deslocamento/movimentação
• Monitorar a qualidade ambiental
- Captura de animais selvagens:
• Pitfalls
• Armadilhas (gaiolas, caixas, currais)
• Redes (aves, morcegos)
• Laço (aves grandes, mamíferos e répteis)
• Busca ativa/encontro visual
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- Armadilhas de interceptação e queda “pitfall traps”

- Redes de neblina

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Métodos de contenção (física)

- Métodos de contenção (química)


• Fármacos anestésicos adequados
• Melhor hora do dia
• Clima
• Uso de técnicas que diminuam o estresse
• Métodos para minimizar o manuseio do animal
• Uso de fármacos antagonistas
• Uso de medicamentos de emergência
• Evitar o excesso de estímulo visual e auditivo
- Zarabatana com dardos
• Fácil utilização
• Baixo custo
• Silencioso
• Pequena velocidade do projétil
- Injeção com bastão aplicador
- Projetores remotos
• Sistemas a pólvora
• Sistemas a ar comprimido

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Técnicas de marcação
- Marcação permanente:
• Cicatrizes dérmicas
• Tatuagens
• Alterações cirúrgicas
• Microchips
- Marcação semipermanente:
• Colares
• Brincos
• Anilhas
- Marcação temporária:
• Produtos químicos (tintas)

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Técnicas indiretas de monitoração


- Indentificação por pegadas
- Detecção genética por fezes, pêlos e penas
- Padrão de cores e manchas
- Armadilha fotográfica
- Radiotelemetria
- GPS

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Anfíbios e Répteis

Anatomia, Fisiologia e Nutrição


Anfíbios
Taxonomia
• Reino: Animalia
• Filo: Chordata
• Classe: Anphibia
• Ordem Anura (sapos, rãs e pererecas)
• Ordem Gymnophiona (cecílias, cobrascegas e boicegas)
• Ordem Caudata (salamandras e axolotles)
• Família
• Gênero
• Espécie + de 6000 espécies, que variam conforme tamanho, formato, fisiologia e
dietas.

Anatomia e Fisiologia - Anfíbios


- A habilidade visual é mais ligada a capacidade de percepção de movimentos do
que acuidade visual
- São os primeiros vertebrados que transmitiam som pelo ar e possuem ouvidos
bem desenvolvidos
- Olfato ocorre através do órgão de jacobson e parece ser mais importante na
regulação do comportamento do que na alimentação
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- 4 patas: membro posterior (3 a 5 dígitos) membro anterior (2 a 4 dígitos)


- Sistema muscoesquelético modificado, que permite locomoção através de saltos
(anuros)
- Costelas pouco desenvolvidas ou ausentes

- Pele:
• Absorção de água, osmorregulação e respiração
• Fina, minimamente queratinizada, sem estruturas protetores (pelos ou penas)
• Fina camada mineralizada – camada de Ebert-Kastchenko
• Presença de cromatóforos – coloração da pele
• Maior sensibilidade a lesões e doenças cutâneas
• Realizam ecdise – troca da pele
- Sistema digestório:
• Formato da boca é adaptado a sua dieta - mínima mastigação das presas,
função de matá-las ou imobilizá-las
• Trato digestório longo e enovelado nos filtradores e herbívoros, e mais curto
nos carnívoros
• Intestino delgado com longas vilosidades para aumentar a área de superfície e
absorção de nutrientes - digestão enzimática, absorção de carboidratos,
proteínas e gorduras
• Intestino grosso realiza absorção de água, sais e secreção de muco para
passagem de bolo fecal
• Protozoários podem ser organismos comensais
• Possuem fígado, vesícula biliar e pâncreas

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- Sistema respiratório:
• Possuem duas narinas externas conectadas a cavidade bucal pela coana
• Traqueia curta que se bifurca nos pulmões – tomar cuidado com a intubação
• Pulmões sem lobos ou pregas
• Respiração através de brânquias (girinos), cutânea, bucofarínega e/ou
pulmonar
• Não há alvéolos verdadeiros e não possuem diafragma – ventilação por
músculos

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- Sistema circulatório:
• Coração tricavitário (3 cavidades) e vasos linfáticos conectados com a pele
através de finas membranas de tecido conjuntivo – eliminação de água via
pele
• 2 átrios e 1 ventrículo

- Sistema gênito-urinário:
• Sistema porta renal – ação de fármacos
• Excreção de ureia e ácido úrico
• Gônadas localizadas ao redor dos rins
• Ovos depositados na cavidade celomática
• Possui bexiga – importante reserva para uso na manutenção do balanço dos
fluidos corporais
- Reprodução:
• Os ovos são protegidos apenas por uma membrana gelatinosa permeável à
água e inúmeras substâncias químicas – manipulação mínima, deixar no local
de eclosão
• Os girinos podem ser semi-terrestres, de espuma da própria da desova ou
puramente aquáticos (riachos, corredeiras, rios, lagos, lagoas e poças)

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- Sexagem:
• Anuros: fêmeas possuem a pele do ventre pouco pigmentada, os óvulos
podem ser observados através da parede abdominal na época reprodutiva.
• Fêmeas podem ser maiores que machos na maturidade sexual
• Machos: protuberâncias ou espinhos nupciais, hipertrofia de membros
anteriores, glândulas na região inguinal, saco vocal, estruturas de combate
(espinhos dentes ou projeções ósseas)
- Nutrição:
• Seleção de alimentos em vida livre é variada: alterações sazonais de
abundância e distribuição das presas, tamanho, movimentação,
palatabilidade e valor nutricional
• Invertebrados mais utilizados: grilos, tenébrios, larva de moscas, cupins e
minhocas. Para animais grandes pode-se oferecer baratas grandes e neonatos
de ratos
• Suplementos de vitaminas e minerais à alimentação das presas ou passar no
corpo das mesmas
- Instalações e manejo:
• Temperatura: respeitar ciclo circadiano (período reprodutivo e período
chuvoso)
• Umidade
• Qualidade da água: parâmetros (pH neutro, contagem de bactérias,
amônia, nitrito e nitrato)
• Iluminação
• Locais para refúgio
• Manejo similar ao de peixes
• Aquaterrários
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- Contenção física:
• Uso de luvas – produção de toxinas
• Comportamentos defensivos: tanatose, inflar o corpo, urinar, morder ou
emitir gritos de agonia

Répteis
Taxonomia
• Reino: Animalia
• Filo: Chordata
• Classe: Réptil
• Ordem Crocodylia – crocodilianos (23 espécies)
• Ordem Squamata
• lagartos (sáurios) (4675 espécies)
• serpentes (2940 espécies)
• anfisbenas (160 espécies)
• Ordem Testudinata – quelônios (302 espécies)
• Família
• Gênero
• Espécie + de 7780 espécies, que variam conforme tamanho, formato, fisiologia e
dietas.

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Definição de metabolismo:
- O metabolismo celular é o conjunto de reações químicas que ocorrem no
organismo afim de que gerar energia
- Metabolismo Basal (atividades básicas do organismo), nos répteis:
• Regulação da temperatura corporal
• Regulação da pressão arterial
• Regulação dos batimentos cardíacos
• Na digestão a absorção de nutrientes
- Baixo metabolismo 1/5 a 1/7 se comparado a um mamífero com mesma massa
corporal em uma temperatura de 37ºC
- Animais ectotérmicos (20 – 38ºC) - dependentes do meio externo para regular sua
temperatura corporal
• Vantagens: economia de energia, consegue habitar áreas desérticas e realiza
hibernação
• Desvantagem: atividades limitadas pela temperatura

Anatomia – Serpentes
- 1 côndilo occipital (contenção)
- Articulação do osso quadrado cartilaginosa elástica
- Nunca há fechamento das epífises ósseas

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- A taxa de crescimento depende diretamente da oferta de comida, temperatura e


fatores ambientais
- Alongamento do corpo e órgãos
- Ausência de membros
- Ausência de pálpebras
- Possuem grande elasticidade nos movimentos cranianos
- Grande número de vertebras

Anatomia - Quelônios
- Possuem corpo compacto
- Sobreposição de órgãos
- Envolto por caixa óssea compacta

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Anatomia – Lagartos
- Corpo alongado
- Pernas adaptadas para locomoção
- Possuem pálpebras

- Fisiologia: Serpentes, lagartos e quelônios.


- Sistema tegumentar:
• Proteção mecânica contra atritos e injúrias (queratina como linha de defesa)
• Termorregulação
• Epiderme mais espessa coberta por escamas
• Canal auditivo curto
• Externamente – simples depressão onde a membrana timpânica é facilmente
percebida. Em alguns exemplares é coberta por pele
• Serpentes não apresentam canal auditivo externo

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- Ecdise:
• Realizada de forma contínua ou em partes
• Mediada pelos hormônios tireoidianos
• Intervalos variam de uma semana ou até anos
• No período de ecdise nota-se: diminuição do apetite, diminuição das
atividades e procura por locais úmidos

- Sistema sensorial:
• Ao expor a língua bífida e úmida, substâncias químicas presentes no ambiente
se aderem à língua, e ao ser retraída, entra em contato com o órgão de
Jacobson
• Esse órgão é revestido por células quimiorreceptoras que levam a informação
adquirida até o cérebro

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- Sistema circulatório:
• Coração com 3 cavidades, exceto crocodilianos que apresentam 4 câmaras
cardíacas
• 2 átrios e 1 ventrículo
• Ventrículo subdivido em
cavum venoso
cavum arterial
cavum pulmonar
• Os batimentos cardíacos variam de acordo com o metabolismo/T°C
• Não há mistura significativa de sangue venoso e arterial devido ao septo
interventricular

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- Sistema respiratório:
• Anéis traqueais completos
• Bifurcação traqueal na região cervical (atenção na intubação endotraqueal)
• Ausência de diafragma
• Movimentos respiratórios conferidos por músculos
• Serpentes – um pulmão funcional e sacos aéreos (direito)
- Sistema digestório:
• Cavidade oral
• Esôfago
• Estômago
• Intestino
• Fígado
• Vesícula biliar
• Pâncreas
• Cloaca
• Trato simples
• Nos herbívoros – ceco e cólon bastante desenvolvidos
• Iguanas – septações – trânsito de 140 horas
• Grande produção de HCl
• Cloaca
• Digestão relacionada a temperatura ambiente
- Sistema urinário:
• Rins pareados
• Ureteres desembocam na vesícula urinária ou cloaca
• Vesícula urinária:
Quelônios vesícula única ou septada
Serpentes e crocodilianos - ausência de vesícula urinária
• Excreta na forma de ácido úrico em geral

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- Sistema reprodutor – Squamata:


• Machos possuem hemipênis
• Fêmeas possuem vagina dupla

- Instalações: levar em conta


• Umidade
• Temperatura
• Luz
• Ambiente

- Manejo:
• Utilizar pedras aquecidas é muito comum
• Répteis diurnos – média de 27 a 35 graus - podendo oferecer uma área mais
quente com 45 graus
• Répteis noturnos – 21 a 27 graus – uma área mais quente de 32 graus
• Luminosidade de 14 horas no verão e 12 horas no inverno (influência
diretamente na reprodução)
• Umidade: mais difícil de ser controlada, principalmente se não houver uma
higiene boa e ventilação correta – crescimento de fungos e bactéria

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- Contenção física:
• Laço
• Gancho
• Cambão

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- Nutrição – Serpentes:
• Principalmente roedores (não fornecer frio)

- Nutrição - Lagartos
Herbívoros ou Onívoros
• Frutas
• Verduras
• Legumes
• Insetos
• Ovos
- Nutrição – Quelônios:
Onívoros
• Frutas
• Verduras
• Legumes
• Insetos
• Ovos
• Ração

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Anfíbios e Répteis

Principais enfermidades

Anfíbios
- Anamnese – Anfíbios:
• Identificação da espécie, idade e sexo
• Histórico do animal
• Cativeiro X Vida livre
• Tempo de cativeiro
• Quarentena
• Contactantes
• N° de indivíduos no recinto
• Instalações (tamanho, material, substratos e plantas)
- Exame clínico – Anfíbios:
• Exame físico:
- Inspeção – a distância ou em recipiente transparente, pode ser feito o uso
de luz.
- Antes da contenção - observar eritema*, condição corporal, coloração,
postura, nível de atividade, movimentação, esforço respiratório e resposta a
estímulo
- Após a contenção – exame de olhos, narinas, conjuntiva e boca
- Auscultação
- Palpação – cavidade celomática
- Olfação

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- Exames complementares – Anfíbios:


• Coleta - Veia abdominal ventral (microtubo: heparina)
• Vias de administração – Cavidade celomática

- Exames complementares – Anfíbios:


• Perfis hematológicos
• Perfis bioquímicos
• Esfregaço de pele
• Cultura bacteriana e fúngica
• Biópsia
• Citologia
• Necropsia e Histopatológico
• Coproparasitológico
• Exame radiográfico
• Ultrassonografia
• Tomografia
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Enfermidades – Anfíbios:
- Os dois grupos de patógenos que têm sido incriminados como responsáveis pelo
declínio dos anfíbios são o fungo quitrídio Batrachochytrium dendrobatidis e o vírus
ranavírus.

- Quitridiomicose:
• Considerada uma das maiores pandemias que afetam animais na natureza e
em cativeiro.
• Alteração de pele e dificulta termorregulação
• Etiologia: fungo leveduriforme (Batrachochytrium dendrobatidis)
• Suscetíveis: anuros (sapos)*
• Transmissão: contato direto
• Sinais clínicos: descolorações ou vermelhidão na pele, postura anormal,
letargia, anorexia, convulsões e óbito
• Diagnóstico: cultura fúngica
• Tratamento: banhos de itraconazol 0,01% durante 5 minutos por 11 dias, e
tratamento suporte.
- Ranavírus:
• Etiologia: Iridovírus (DNA)
• Suscetíveis: anuros
• Transmissão: contato direto e indireto (água)
• Sinais clínicos: edema e hemorragia subcutânea, letargia e morte (90%
mortalidade)
• Diagnóstico: necropsia e histopatológico, PCR
• Não há tratamento

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Répteis
- Anamnese – Répteis:
• Identificação da espécie, idade e sexo
• Histórico do animal
• Queixa principal e sistemas
• Cativeiro X Vida livre
• Tempo de cativeiro
• Quarentena
• Contactantes
• Instalações (tamanho, material, substratos e plantas)
• Alimentação
- Exame clínico – Répteis:
• Exame físico:
- Inspeção
- Antes da contenção - observar condição corporal, postura, nível de
atividade, movimentação, esforço respiratório e resposta a estímulos,
excretas e instalações
- Após a contenção – exame de olhos, narinas, conjuntiva, boca e pele
- Auscultação
- Palpação – cavidade celomática
- Olfação
- Pesagem
- Exames complementares:
• Exame radiográfico
• Ultrassonografia
• Perfis hematológicos
• Perfis bioquímicos
• Coproparasitológico
• Cultura bacteriana e fúngica
• Biópsia e Citologia
• Endoscopia
• Necropsia e histopatologia
- Coleta: tudo heparina
• Veia caudal em:
Serpentes
Lagartos
Quelônios (plexo braquial – não tem contaminação de linfa – cotovelo)
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- Via de administração:
• Intracelomática (aplicar em terço inicial em serpentes)

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- Enfermidades – Répteis:
- Doenças não infecciosas:
• Disecdise
• Queimaduras
• Hipovitaminose A
• Doença osteometabólica
• Casco piramidal
• Fraturas
- Doenças infecciosas:
• Pneumonias (bacteriana e fúngica)
• Estomatite
Doenças não infecciosas
Disecdise:
• Ocorre quando o animal não consegue realizar a troca completa do extrato
córneo que recobre o corpo e pedaços de queratina permanecem aderida.
• Etiologia: baixa umidade, falta de substrato abrasivo, lesões cutâneas e
ectoparasitos
• Suscetíveis: todos os répteis que realizam ecdise
• Sinais clínicos: pedaços de queratina aderidas a pele, rachaduras cutâneas e
infecções secundárias
• Diagnóstico: sinais clínicos e manejo inadequado
• Tratamento: correção ambiental, banhos, remoção manual e pomadas
oftalmológicas*

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Queimaduras:
• Etiologia: contato direto ou proximidade com superfícies muito quentes
(pedras caseiras ou lâmpadas)
• Suscetíveis: todos os répteis mantidos em terrários com aquecimento
• Sinais clínicos: lesões cutâneas
• Diagnóstico: lesões cutâneas e histórico
• Tratamento: limpeza da ferida, pomadas, antinflamatórios, fluidoterapia e
antibióticos*

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Hipovitaminose A:
• Causas: dietas não suplementadas (alface), mal formuladas e carne bovina
• Susceptíveis: animais jovens
• Sinais clínicos: anorexia, edema de pálpebras, abcessos aurais
• Diagnóstico: sinais clínicos e histórico
• Tratamento: vitamina A 2000 UI/IM q7 dias – 4 tratamentos

Doenças não infecciosas - DOM (paratormônio):


• Doença osteometabólica – Hiperparatireoidismo nutricional secundário
• Etiologia: erros de manejo na iluminação (UVB), falha no fornecimento de
cálcio
• Suscetíveis: lagartos e quelônios jovens
• Sinais clínicos: prostração, prolapso de cloaca, aumento do volume dos
membros e amolecimento e/ou aumento dos ossos da mandíbula por
osteomalácia e escoliose
• Diagnóstico: dosagem sérica de fosfato e de cálcio, exames radiográficos
evidenciam fraturas patológicas, escoliose e perda de radiopacidade do córtex
ósseo
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• Tratamento: correção do manejo (alimentar e ambiental), reposição de


vitamina D3 e medicação de suporte.

Casco piramidal:
• É caracterizada pelo crescimento excessivo de escudos na carapaça, com
resultante formato piramidal em cada escudo
• Etiologia: multifatorial - superalimentação (excesso de proteína, gordura,
cálcio e fósforo) + temperatura corporal, equilíbrio ácido-básico, hidratação e
manejo ambiental (baixa umidade)
• Suscetíveis: animais jovens
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• Sinais clínicos: formato piramidal dos escudos da carapaça


• Diagnóstico: sinais clínicos e manejo alimentar e ambiental inadequado
• Tratamento: correção ambiental (umidade de 50%) e alimentar.

Fraturas:
• Etiologia: traumas (quedas, atropelamentos e ataques de animais)
• Tratamento: cirúrgico e suporte

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Doenças infecciosas
Pneumonias:
• Causas: Enterobacteriacae (Klebsiella spp., Citrobacter spp., Aeromonas spp. e
Pseudomonas spp.)
• Fatores predisponentes: hipovitaminose A e manejo inadequado
• Sinais clínicos: anorexia, descarga nasal, respiração oral, dispneia
• Diagnóstico: sinais clínicos, exame radiográfico, lavado pulmonar e cultura
bacteriana
• Tratamento: gentamicina, enrofloxacina amicacina, suporte (fluidoterapia, vit.
A, aquecimento e nutrição) e nebulização.

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Estomatite
• É uma afecção na cavidade oral que pode evoluir de simples inflamação para
ulceração e necrose da mucosa oral devido à infecções secundárias
• Fatores predisponentes: estresse, superpopulação, baixas temperaturas, má
nutrição e traumatismos
• Suscetíveis: serpentes (ingestão de presas inteiras)
• Sinais clínicos: salivação excessiva, anorexia, hiperemia da mucosa oral,
edema gengival, petéquias, ulceração da mucosa e placas caseosas
• Diagnóstico: suabes da cavidade oral e cultura bacteriana e antibiograma
• Tratamento: limpeza e remoção de debris celulares, desinfecção com
clorexidine diluída em soro fisiológico, antibióticos sistêmicos e fluidoterapia.

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Aves

Anatomia, Nutrição e Manejo

- São endotérmicos – produzem o próprio calor (penas)


- Homeotérmicos – mantem temperatura (+/- 42°)
- Bico sem dentes
- Metabolismo elevado
- Ovíparos
- Ausência de glândulas mamárias e sudoríparas
- Respiração com auxílio de sacos aéreos - cavidade celomática
- Coração com 4 câmaras
- Esqueleto pneumático, resistente e leve

- Tegumento:
• Pele delgada, flexível e frouxamente presa à musculatura
• Cavidade celomática: compartimento único para os órgãos
• Queratina – penas, patas e bico
• Glândula uropigiana – produz secreção que impermeabiliza as penas

Glândula uropigiana

- Tipos de penas:
• Rêmiges (voo)
• Retrizes (traseiras)
• Tetrizes (contorno)
• Penugem

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- Sistema esquelético: (25% do peso vivo)


• Fusão do tronco: esterno
• Fusão dos ossos pélvicos: sínfise pélvica
• Sinsacro – união das vértebras lombares e sacrais
• Pigóstilo – última vertebra caudal
• Ossos pneumáticos: ligados a sacos aéreos e cheios de ar
- Úmero, fêmur, crânio, vertebras, esterno, pelve (cintura pélvica = ílio, ísquio
e púbis) e costelas.

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• Ossos medulares: ossos longos, com cavidades medulares


- Rádio, ulna, tibiotarso.
*Nunca fazer administrações (medicamentos, fluidoterapia) em ossos pneumáticos.

- Sistema respiratório:
• Epiglote ausente, e a laringe não possui cordas vocais nem desempenham
papel na vocalização
• Traqueia localiza-se do lado esquerdo e contém anéis cartilaginosos
completos (360°)
• Siringe localiza-se na bifurcação caudal da traqueia e produz vocalização por
meio de vibrações
• Pulmões fixos – não expandem
• Sacos aéreos – ventilar pulmões e regular respiração
• Brônquios primários, secundários e parabrônquios
1° inspiração: saco aéreo caudal
1° expiração: saco aéreo caudal – pulmão
2° inspiração: pulmão – saco aéreo cranial
2° expiração: saco aéreo – traqueia – sai
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- Sistema cardiovascular:
• 250 a 550 bpm
• Desenvolvimento das linhagens (excedem limites fisiológicos)
• Impulsos do sangue pelo coração através dos vasos com padrão circulatório
• Coração localizado no tórax: 2 átrios e 2 ventrículos
• 7 ou 8% do peso corporal
• Coração tem que ser proporcional ao fígado (ampulheta) – 50% da cavidade

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- Sistema digestório:
Língua, esôfago, papo (inglúvio), próventriculo (est. químico), ventrículo (moela –
est. muscular), fígado, intestino, pâncreas e ceco (dig. Por microbiota).
- Bico:
• Seleção de alimentos
• Glândulas salivares
• Botões gustativos
• Sem dentes
- Esôfago: tubo digestivo com glândulas mucosas (lubrificação)
- Papo:
• Armazenar comida e permitir que o animal tenha energia (não digere)
• Ingerir grande quantidade de alimento de uma vez
• Cuidado com papo cheio na contenção
• Inglúvio cheio dificulta/impede coleta de sangue na jugular
- Estomago:
• Próventriculo: glandular
• Ventrículo: muscular

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- Intestino delgado:
• Digestão enzimática e absorção de nutrientes
• Duodeno + jejuno + íleo
- Pâncreas:
• Similar à mamíferos (amilase, lipase, tripsina)
• Não produz lactase
- Intestino grosso:
• Curto, sem demarcações
• Ceco: junção do int. delgado e grosso, em par, fermenta matéria vegetal
• Cólon: tubo curto e estreito
• Cloaca: digestório, urinário e reprodutor. Dividida em 3 partes
- coprodeo: reto (maior porção)
- urodeo: recebe ureter e oviduto (menor porção)
- proctodeo: parte final da cloaca (burça de frabricius)

- Sistema urinário:
• Rins:
- Dividido em medial, crianial e caudal
- Em passeriformes o medial é fundido com o cranial
- Localizados na depressão ventral do sinsacro – dissecção é difícil
- Não há diferenciação clara de cortex e medula como em mamíferos
- Dois tipos de néfrons:
Com alça de Henle (10-30% dos néfrons)
Sem alça de Henle (maior parte – “néfrons reptilianos”)
- Produzem ácido úrico no final do metabolismo de nitrogênio
- Vantagem na produção de urina dentro dos ovos, pois a ureia é tóxica, o que
impediria o crescimento dos embriões

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- Sistema porta renal: Quando medicamentos são aplicados nos membros pélvicos, o
sangue pode ir direto para os rins, aumentando a chance de nefrotoxicidade e o
medicamento pode ser eliminado antes de ser distribuído para o organismo.

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- Sistema reprodutor feminino:


• Ovários - Localizados caudal as glândulas adrenais, perto da porção inicial da
parte cranial do rim
• Fêmeas em período de reprodução apresentam diversos folículos (gemas)
• Animais jovens e adultos fora da época reprodutiva – ovário e oviduto
pequeno e inativo (atresia)
• Oviduto - unilateral na maioria das espécies

- Formação do ovo:

- Sistema reprodutor masculino:


• Testículo intracavitário - 2 testículos – região cranial dos rins
• Mudança de cor e tamanho durante período reprodutivo
• Ausência de Pênis – falo erétil (algumas espécies) – sêmen = contato com a
cloaca da fêmea

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- Sistema linfático:
• Vasos linfáticos: responsáveis pelo retorno dos líquidos extravasculares do
sangue
• Linfonodos: galinhas e perus não têm
• Órgãos linfoides primários:
- Timo: 3 a 8 lobos ao longo de cada v. jugular
- Bursa: 3 a 4 cm e com 4 ou 5 meses começa a atrofiar

Nutrição
- Ordem Psittaciformes
• Famílias: Loridae, Cacatuidae e Psittacidae
• Peso: 30 gramas a 1,7 quilos
• Zigodáctilos
• Muda de penas
• Monogâmicos

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• Reprodução primavera/verão
• Filhotes nascem sem penas
• Granívoros – sementes
• Frugívoros – frutas
• Nectarívoros – néctar de flores

- Ordem Piciformes:
• Famílias: Picidae e Ramphastidae
• Peso: 125 a 600 gramas
• Zigodáctilos
• Não possuem inglúvio
• Monogâmicos

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• Territorialistas
• Filhotes nascem sem penas
• Onívoros
• Ração específica
• Frutas
• Pequenos roedores e aves
• Insetos

- Ordem Passeriformes:
• Peso: 15 a 100 gramas
• Aves cantoras
• Siringe bem desenvolvida
• Territorialistas
• Monogâmicos

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• Granívoros
• Insetívoros
• Ração específica
• Frutas e verduras
• Insetos (tenébrios)

- Parâmetros biológicos:

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- Contenção física:

- Vias de administração:
• Papo
• Prega subcutânea
• Musculatura peitoral
• Intravenosa (musculares)
• Intraóssea

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- Vias de coleta: v. jugular (microtubo heparina e EDTA)

- Anamnese:
• Exposição a doença infecciosa
• Exposição a toxinas
• Ambiente onde vive a ave
• Práticas de manejo

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• Dieta
• Estado reprodutivo
• Contactantes
• Enfermidades anteriores

- Exame físico à distância:


• Postura
• Estado de alerta
• Equilíbrio
• Sinais respiratórios
• Penas arrepiadas
• Fezes e urina
• Poleiros
• Comedouros e bebedouros
• Higiene
- Exame físico:
• Estado nutricional
• Hidratação
• Temperatura
• Empenamento
• Cavidades (oral, cloaca, ouvido, narinas e coana)
• Membros
• Bico
• Pesagem

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- Exames complementares:
• Exame radiográfico
• Ultrassonografia (ascite)
• Perfis hematológicos
• Perfis bioquímicos
• Coproparasitológico
• Exame de Gram (triagem, candidíase)
• Cultura bacteriana e antibiograma
• Exames de biologia molecular (clamidiose, poliomavírus, bornavírus,
circovírus)
• Necropsia e histopatologia

Aves

Principais enfermidades

Doenças virais
Bornavírus
• Doença da Dilatação proventricular (Proventricular dilatation disease) - PDD
• Primeira descrição da doença ocorreu em araras na década de 70 nos EUA
• O agente foi descoberto em 2008 (KISTLER et al., 2008 e HONKAVUORI et al.,
2008)
• O agente já foi descrito em diversas espécies de aves no Brasil
• RNA fita simples
• Família Bornaviridae

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• Diversos genótipos – diversas espécies


• Genótipos de psitacídeos
PaBv-1, PaBv-2, PaBv-3 e PaBv-4 - Estados Unidos
PaBv-5 - Japão
PaBv-6 - Suiça
PaBv-7 - Alemanha
PaBv-2 e 4 são os mais comuns
• Ganso = ABV-CG
• Canários = C1, C2 e C3
• Manon = ABV-EF
• Familia Estrildidae = ABV-LS
• Transmissão oro-fecal
• VE: Fezes
• Transmissão vertical
• Suscetíveis: qualquer idade (mais comum em adultos)
• Pode haver portadores subclínicos ou saudáveis
• Ganglioneurite dos nervos do plexo, acompanhada ou não de encefalomielite
• Sinais clínicos gastrointestinais:
Disfagia
Dilatação proventricular
Dificuldade na passagem do alimento
Presença de alimento não digerido nas fezes
• Sinais clínicos de sistema nervoso central: Ataxia, alteração em
propriocepção, tremores.

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• Macroscopicamente, observam-se: Emaciação, caquexia e dilatação do


proventrículo e ventrículo, alimentos não digeridos no trato gastrintestinal.
Erosões e ulcerações com ou sem hemorragia podem ser observadas na
mucosa proventricular.
• Microscopicamente, observam-se: Infiltrado de linfócitos e plasmócitos em
nervos do trato gastrintestinal (ganglioneurite linfoplasmocitária), cérebro,
medula espinhal e adjacente aos vasos do proventrículo.
• Diagnóstico:
Histórico e sinais clínicos
RX (simples e/ou contrastado)
Achados macro e micro de necropsia
Detecção de RNA (RT-PCR) e de anticorpos (ELISA)
• Diagnóstico diferencial:
Corpo estranho
Megabacteriose

• Tratamento: Sintomático:
Antibiótico (infecções secundárias), metoclopramida (motilidade),
fluidoterapia, gavagem (suporte nutricional)
Doença de natureza inflamatória: meloxicam (ineficaz), celecoxibe, sulfato de
amantadina
Antivirais: Interferon alfa e ribavirina

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Circovírus
• Doença do bico e das penas de psitacídeos
• Brasil – 1988 – Psitacídeos
• Comum em Cacatuas
• Endêmica em aves na Austrália
• Etiologia: Vírus não envelopado, DNA
• Família: Polyomaviridae
• Afetam órgãos linfóides facilitando infecções secundárias - imunossupressão
• Vírus distribuído mundialmente
• Suscetíveis: aves silvestres e exóticas*
• O vírus é eliminado pelo pó das penas e fezes
• Transmissão por via oral-fecal, aerógena e vertical
• Período de incubação: 21 dias a anos
• Sinais clínicos: Hiperaguda, aguda, crônica ou portador assintomático
Hiperaguda: neonatos apresentam pneumonia, enterite, sepse e óbito.
Aguda: jovens em fase de muda desenvolvem apatia, alteração no
desenvolvimento de penas, diarreia e óbito.
Crônica: adultos apresentam distrofia de penas, sangramentos, perda da
pigmentação, alongamento de bico, necrose de palato e ulceração da mucosa
oral.
- Imunossupressão – infecções secundárias

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• Achados macroscópicos:
Necrose de Bursa e Timo
Necrose e hiperplasia das células epiteliais na camada epitelial intermediária e
basal
• Diagnóstico diferencial:
Bicamento de penas
Deficiências nutricionais
Alterações endócrinas
Reações medicamentosas
• Diagnóstico: PCR • Histologia: Corpúsculo de inclusão intranuclear basofílico
• Tratamento: Não há tratamento específico, sendo preconizado o tratamento
sintomático e prevenção de infecções secundárias
• Por ser extremamente contagioso, deve tomar cuidado com proprietários que
possuem mais de uma ave e evitar contato com outros animais quando
estiver na clínica veterinária
• Eutanásia?

Poxvírus
Bouba Aviária
• Etiologia: Vírus envelopado, DNA
• Família: Poxviridae
• Vírus distribuído mundialmente
• Existem várias espécies, podem ser espécie específicos ou afetar diversas
espécies
• Transmissão: artrópodes, contato direto (secreções) e indireto (água e
fômites)
• Sinais clínicos:

Forma mais comum (cutânea):


- Lesões na face (comissura do bico e pálpebra) e patas – áreas aptéricas
- As lesões podem ser pequenas e insignificantes clinicamente ou grandes e
causar deformidades, podendo ulcerar
- Podem ocorrer infecções secundárias
- As lesões crescem rapidamente, porém podem demorar até 6 meses para
diminuir.

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Forma diftérica:
- Lesões diftéricas fibrino-necróticas em cavidade oral (língua e esôfago) e
trato respiratório (traqueia)
- Anorexia
- Dispneia

Forma sistêmica:
- Forma aguda
- Depressão, anorexia e dispneia
- Morte rápida

• Diagnóstico: Sinais clínicos – bastante característicos, PCR, biópsia da lesão


local (inclusão celular de Bollinger)
• Tratamento: não há tratamento específico
• Tratamento suporte (limpeza, antibióticos, vit A)
• Estado portador

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Doenças bacterianas
Clamidiose
• Etiologia: Chlamydophila psittaci
• Suscetíveis: aves silvestres e exóticas (jovens e principalmente calopsitas)
• Transmissão: contato direto (fezes, secreções e aerossóis)
• Fatores predisponentes: doença clínica é induzida por fatores estressantes
associados ao manejo inadequado, como má nutrição e excesso populacional
• Sinais clínicos: prostração, anorexia, desidratação, secreção ocular, nasal ou
conjuntival, conjuntivite, blefarite, dispneia, poliúria, biliverdinúria e diarreia.
• Diagnóstico: detecção do agente etiológico por PCR (Reação em Cadeia pela
Polimerase) em amostras (swab) de cloaca ou coana ou dos órgãos mais
acometidos: fígado, baço e sacos aéreos
• Tratamento: doxiciclina (10 – 20 mg/Kg VO, BID) por 45 dias
• Zoonose
• Notificar a ocorrência da doença às autoridades sanitárias; testar aves
suspeitas e aves que tiveram contato com aves positivas por PCR e
acompanhar a evolução da doença no plantel; e isolar e tratar aves positivas
ou suspeitas
• Limpeza e desinfecção do ambiente

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Doenças fúngicas
Megabactéria
• Etiologia: Macrohabdus ornithogaster
• Suscetíveis: todas as aves
• Transmissão: contato direto (fezes)
• Sinais clínicos: regurgitação, polifagia, perda de peso, alimento não digerido
nas fezes, diarreia, dilatação proventricular/ventricular
• Diagnóstico: Sinais clínicos, achados radiográficos e exame de coloração de
Gram
• Tratamento: Anfotericina B (100 mg/Kg VO, BID por 7 dias)
Nistatina (20 a 30 dias) ou Fluconazol
Probióticos
• Controle com exames de Gram

Doenças não infecciosas - Nutricionais


Hipovitaminose A
• Etiologia: quantidade de vitamina A insuficiente na alimentação ou alterações
de absorção (ex: parasitas intestinais)
• Sinais clínicos: ressecamento e irritação da conjuntiva ocular e da córnea,
resultando em opacidade e infeção, infecções e alterações em epitélio de
trato respiratório, alteração em epitélio de pele e patas
• Diagnóstico: histórico alimentar, sinais clínicos e dosagens de vitamina A
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• Tratamento: suplementação com vitamina A (parenteral), tratar infecção


secundária, correção da dieta (cenoura, manga, melão, melancia, espinafre,
couve).

Obesidade - Lipidose hepática


• Etiologia: mais triglicerídeos do que o metabolismo suporta = acúmulo de
triglicerídeos – lipidose hepática
• Fatores predisponentes: alimentação inadequada, falta de exercício e idade
da ave
• Sinais clínicos: anorexia, letargia, fraqueza, diarreia, PU/PD, penas com
alteração de cor, dispneia, uratos amarelados ou esverdeados, aumento de
volume abdominal, ascite, coagulopatias, anormalidades em bico e unhas
• Consequências da obesidade: lipidose hepática, hipertensão arterial,
aterosclerose, insuficiência cardíaca congestiva, imunossupressão, aumento
na incidência de diabetes melito, neoplasias, intolerância ao calor e riscos
inerentes à anestesia.
• Diagnóstico: Exame radiográfico, hepatomegalia (ampulheta cardíaca),
ultrassonografia, ascite, biópsia ou citologia guiada por US, tomografia,
ressonância.
• Bioquímica sérica:
ALT, LDH
AST + CK
Ácidos biliares – função – (250-700 µmol/L)
Colesterol
Triglicérides
Albumina
Soro lipêmico*
• Hemograma: anemia

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• Tratamento:
Dieta com baixo teor de gordura
Vitaminas antioxidantes
Anemia – Vitamina B e Ferro
Silimarina

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Mamíferos: Roedores, Lagomorfos e Mustelídeos

- Ordem Lagomorpha
- 2 famílias (Ochotonidae e Leporidae)
- 12 gêneros
- 81 espécies

• Família Leporidae: Coelhos e Lebres

Aspectos biológicos - Coelhos


• Herbívoros e praticam a coprofagia (cecotrofia)
• Possuem os sentidos de audição, olfato e tato bem aguçados
• Hábitos noturnos
• Respiração obrigatoriamente nasal
• Possuem orelhas compridas e com bastante vascularização – que favorece a
termorregulação

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• Campo visual 190° o que torna possível a percepção de potenciais predadores


• Comportamento territorial
• O ceco é a maior porção do TGI, com capacidade de até dez vezes a do
estômago
• Ingere os cecótrofos direto do ânus (composição: rica em proteínas,
nitrogênio, fibra, vit. B) – faz isso para ajudar no peristaltismo.

• Longevidade: 6 a 13 anos
• Gestação: 31 a 32 dias
• Ninhada: 4 a 10 filhotes
• Temperatura retal: 37,8° a 39,5°C
• Frequência Cardíaca: 180 a 250 bpm
• Frequência Respiratória: 32 a 60 rpm
• Fórmula dentária: I 2/1, C 0/0, PM 3/2, M 3/3 = 28
• Dois pares de dentes incisivos superiores
• Crescimento dos dentes contínuo (tanto a coroa quanto as raízes)
• Mastigação lateral

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Características anatômicas - Coelhos


- Sistema esquelético:
• Fraturas de ossos longos são comuns devido a traumas
• Lesões em colunas normalmente são iatrogênicas

- Sistema gastrointestinal:
• Sistema gastrointestinal é complexo
• A microbiota cecal é formada por bacteroides sp., estreptococos, colibacilos e
protozoários ciliados, que são responsáveis pela fermentação do conteúdo
ingerido.

84
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- Sistema urinário:
• O sistema urinário está envolvido no metabolismo do cálcio
• A excreção de cálcio e magnésio pela urina torna a vesícula urinária e os rins
favoráveis à formação de cálculos
• A cor da urina pode variar de amarelo a vermelho; é naturalmente
pigmentada pelas porfirinas.

85
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- Nutrição Coelho
• Representa 4% do peso vivo

Diferenças entre Lagomorfos e Roedores: Os lagomorfos diferem dos roedores por


possuírem 2 pares de dentes incisivos superiores.

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Ordem Rodentia
- 32 famílias (Principais: Muridae, Caviidae e Chinchilidae)
- 352 gêneros.

• Família Muridae: Rato, Mercol ou Twister, Camundongos, Gerbil, Hamster.

Aspectos Biológicos – Rato, Mercol ou Twister.


• Crescimento contínuo de incisivos
• Estômago dividido, grande ceco e pâncreas difuso
• Ausência de vesícula biliar
• Visão fraca, utilizam olfato
• Comportamento social (machos, fêmeas e filhotes)
• Constroem galerias
• Hábitos noturnos
• Podem reproduzir o ano todo
• Um par de incisivos superior
• Expectativa de vida: 2 a 4 anos
• Peso: 250 a 520 g
• Temp.: 35,9 – 37,5°C
• Frequência cardíaca: 250 a 450 bpm
• Maturidade sexual: 65 a 110 dias
• Gestação: 21 a 24 dias
• Quantidade por ninhada: 6 a 12
Nutrição:
- Composição ideal:
• Ração específica
• Proteína 14% a 20%

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• Gorduras 1% a 8%
• Frutas, verduras e legumes

Sexagem:

Aspectos Biológicos – Camundongo


• Dentição única por toda a vida
• Estômago dividido em três porções
• Machos possuem baço 50 % maior
• Comportamento territorialista (machos alojados separadamente)
• Hábitos noturnos
• Fêmeas apresentam 5 pares de glândulas mamárias
• Fórmula dentária: 1/1 I, 0/0 C, 0/0 PM e 3/3 M
• Mastigação lateral
• Expectativa de vida: 1,5 a 3 anos
• Peso: 20 a 40 g
88
Material organizado por @igveterinaria

• Temp.: 36,5 – 38°C


• Frequência cardíaca: 325 a 780 bpm
• Maturidade sexual: 50 a 60 dias
• Gestação: 19 a 21 dias
• Quantidade por ninhada: 10 a 12
• Onívoros
• Sexagem: semelhante a ratos
Nutrição:
- Composição ideal:
• Ração específica
• Proteína >14%
• Gorduras 4% a 5%
• Frutas, verduras e legumes

Aspectos Biológicos – Hamster


• Constroem galerias
• Hábitos noturnos
• Bolsas faciais – estoque de alimentos
• Pseudo-hibernam – 5° a 15°C
• Estômago dividido (glandular e glandular escamosa)
• Urina de cor turva devido à grande quantidade de cristais
• Comportamento social (machos, fêmeas e filhotes)
• Filhotes não devem ser manipulados antes de 7 dias pós parto
• Onívoros
Possuem bolsas faciais:
• Bolsa gutural ou bolsas faciais
• Localizam-se no interior da boca, onde estoca alimentos
• Não sofre processo digestivo
• As mães, quando ameaçadas, escondem seus filhotes.
Hamster sírio
• Expectativa de vida: 1,5 a 2 anos
• Peso: 85 a 150 g
• Temp.: 37 - 38°C
• Frequência cardíaca: 250 a 500 bpm
• Maturidade sexual: 10 a 14 semanas
• Gestação: 15 a 16 dias

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Material organizado por @igveterinaria

• Quantidade por ninhada: 5 a 9


Nutrição:
- Composição ideal:
• Ração específica
• Proteína 16%
• Gorduras 4% a 5%
• Frutas, verduras e legumes
Sexagem:

• Família Caviidae: Cobaia ou Porquinho da Índia

Aspectos Biológicos – Cobaia ou Porquinho da Índia


• Crescimento contínuo dos dentes
• Fórmula dentária: 1/1 I, 0/0 C, 1/1 PM e 3/3 M
• Glândulas sebáceas para demarcação de território
• Machos e fêmeas possuem um par de mamas inguinais
• Sensíveis a variações de temperatura e umidade
• Machos territorialistas
• Hábitos gregários
• Emitem vocalizações
• Crepusculares

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• Expectativa de vida: 4 a 5 anos


• Peso: 700 a 1200 g
• Temp.: 37,2 – 39,5°C
• Frequência cardíaca: 230 a 380 bpm
• Maturidade sexual: 2 a 3 meses
• Gestação: 59 a 72 dias
• Quantidade por ninhada: 2 a 5
• Herbívoros
Nutrição:
- Composição ideal:
• Ração específica
• Proteína 20%
• Fibras (folhas verdes escuras) 16%
• Gorduras 2% a 5%
• Frutas
Sobre vitamina C:
• Os PDIs têm dificuldade em sintetizar essa vitamina
• Pouca ingesta de vit C causa escorbuto (hipovitaminose C)
• Administrar via oral (50 a 100 mg/kg) – diariamente

• Família Chinchilidae: Chinchila

Aspectos Biológicos – Chinchila:


• Crescimento contínuo dos dentes
• Incisivos crescem 5 a 7 cm por ano e são amarelados nos adultos
• Pelagem densa
• Trato gastrointestinal longo e estreito
• Não tomam banho – higiene dos pelos com pó de mármore
• Não vocalizam
• Hábitos noturnos
• Hipertermia (tomar cuidado em dias quentes).
• Expectativa de vida: 10 a 20 anos
• Peso: 400 a 600 g
• Temp.: 37 – 38°C
• Frequência cardíaca: 100 a 150 bpm
• Maturidade sexual: 8 meses
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• Gestação: 105 a 118 dias


• Quantidade por ninhada: 1 a 6
• Herbívoros
Nutrição:
- Composição ideal:
• Ração específica
• Proteína 16% a 20%
• Fibras (feno de alfafa) 15% a 35%
• Gorduras 2% a 5%
• Frutas secas e verduras
Sexagem:

Ordem Carnivora
- Família Mustelidae
• Mustela putorius - Europa
• Mustela putorius nigripes – América do Norte

Aspectos Biológicos – Ferret


• Portaria 93 de 7 de julho de 1998 – IBAMA
• Importação de animais esterilizados e marcados (castração e remoção das
glândulas anais)
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• Coluna vertebral flexível


• Osso peniano em forma de “J”
• Fórmula dentária comum à maioria dos carnívoros
• Sistema digestivo curto – alimentação frequente
• Baço de tamanho variado – depende da idade e estado saúde do animal
• Expectativa de vida: 8 a 14 anos
• Peso: 500 a 1700 g
• Temp.: 37,8 – 40°C
• Frequência cardíaca: 150 a 225 bpm
• Maturidade sexual: 1 a 2 anos
• Gestação: 42 dias
• Quantidade por ninhada: 2 a 12
Nutrição:
- Composição ideal:
• Ração específica
• Proteína 30% a 40%
• Gorduras 18% a 20%
• Não digerem grandes quantidades de carboidratos ou fibras
• Carne crua e ovo podem ser oferecidos como petisco 1 vez por semana
Sexagem:

Instalações:
- Sanidade:
• Recomendação para a manutenção do estado sanitário:
Troca de cama 1 vez por semana
Desinfecção com hipoclorito de sódio 5% em 1 litro de água

93
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Roedores, Lagomorfos e Mustelídeos

Principais Enfermidades
Coelhos:
- Contenção física:
• Manejo diário do animal
• Administração de medicamentos
• Nunca segurar o animal pelas orelhas

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Material organizado por @igveterinaria

- Exame clínico:
• Temperatura
• Ausculta pulmonar
• Exame da cavidade oral
• Mucosas
• Pele (parasitas)
• Palpação dos ossos e articulações
- Coleta de material e administrações:
• Veia safena
• Veia jugular
• Veia auricular (último caso, muito dolorida)

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Ordem Rodentia:
Famílias Muridae:
• Rato, Mercol ou Twister
• Camundongo
• Gerbil
• Hamster
- Contenção física:
• Manejo diário do animal
• Administração de medicamentos
• Efetuada através da pele maleável da região dorsal, com as mãos formando
uma concha.

- Vias de administração:
• Via oral
• Tópica
• Parenteral (SC, IM, IV, IP) = quadrante abdominal esquerdo

- Vias de coleta:
• Veia lateral da cauda (dilatação com aquecimento)
• Artéria ventral da cauda (ratos)

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Famílias Caviidae: Porquinho da índia

- Contenção física
• Manejo diário do animal
• Administração de medicamentos

- Vias de administração:
• Via oral
• Tópica
• Parenteral (SC, IM, IV, IP)
- Vias de coleta:
• Veia marginal da orelha
• Veia safena lateral
• Veia cefálica
• Veia jugular
• Veia cava

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- Ordem Carnivora
• Família Mustelidae: Ferret

- Contenção física:
• Manejo diário do animal
• Administração de medicamentos
• Segure pela prega do pescoço
• Apoie os membros posteriores
- Vias de administração:
• Via oral
• Tópica
• Parenteral (SC, IM, IV)
- Vias de coleta:
• Veia femoral
• Veia cefálica
• Veia jugular

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Enfermidades Lagomorfos e Roedores


Doenças virais
- Mixomatomase
• Etiologia: poxvírus (Poxviridae)
• Suscetíveis: coelhos
• Reservatórios: coelhos selvagens (Sylvilagus)
• Transmissão: artrópodes, contato direto e indireto
• Sinais clínicos: blefaroconjuntivite purulenta, nódulos e edema em face, e
tumores disseminados
• Diagnóstico: isolamento viral, PCR, sinais clínicos, histopatologia
• Tratamento: isolamento e tratamento suporte.
• Prevenção: vacina não existe no Brasil

Doenças bacterianas
- Pasteurelose
• Etiologia: Pasteurella multocida
• Suscetíveis: coelhos
• Transmissão: contato direto, aerossóis, fômites e aleitamento
• Sinais clínicos: espirros, estertores, descarga nasal e/ou ocular de coloração
esbranquiçada ou amarelada
• Diagnóstico: cultura bacteriana do exsudato, sangue ou tecidos
• Podem permanecer portadores
• Tratamento:
Enrofloxacina VO, 5 – 20 mg/kg, BID, 14-30 dias
Ciprofloxacina (colírio), BID ou TID
Suporte (alimentação, fluidoterapia, limpeza)
Probiótico*
• Prevenção: manter colônia livre através de testes sorológicos
100
Material organizado por @igveterinaria

- Enterites bacterianas
• Etiologia: Escherichia coli, Clostridium piliforme, Salmonela spp. e
Pseudomonas spp.
• Suscetíveis: lagomorfos e roedores
• Fatores predisponentes: dietas inadequadas ou utilização inadequada de
antibióticos
• Transmissão: via oro-fecal
• Sinais clínicos: diarreia com sangue, desidratação, perda de peso, prolapso
retal
• Diagnóstico: cultura bacteriana e antibiograma
• Tratamento:
Correção da dieta (nível adequado de fibras)
Probiótico (Lactobacillus)
Enrofloxacina VO, SC ou IM, 5 mg/kg, BID, 14 dias
Sulfa-trimetroprim VO, 15 mg/kg, BID, 14 dias
Suporte (alimentação, fluidoterapia, limpeza)
• Prevenção: dieta adequada e evitar estresse

101
Material organizado por @igveterinaria

- Pododermatite ulcerativa
• Etiologia: Staphylococcus aureus
• Suscetíveis: lagomorfos e roedores (cobaia e chinchila)
• Fatores predisponentes: erros de manejo, deficiência de vitamina C* (cobaia)
• Transmissão: contato direto (lesões)
• Sinais clínicos: úlceras em coxins e disseminação óssea (osteomielite)
• Diagnóstico: exame radiográfico e cultura bacteriana
• Tratamento: limpeza, antibioticoterapia (rifampicina + claritromicina) e
bandagem

Doenças parasitárias - Endoparasitas


- Encefalitozoonose ou Síndrome vestibular
• Etiologia: Encephalitozoon cuniculi
• Suscetíveis: lagomorfos* e roedores
• Transmissão: via oral (esporos eliminados na urina) ou vertical
• Sinais clínicos: torcicolo, ataxia, nistagmo, paresia e convulsões
• Diagnóstico: sorologia, resposta ao tratamento, sinais clínicos e
histopatológico
• Diagnóstico diferencial: trauma, otite bacteriana, sarna (Psoroptes), acidente
vascular cerebral ou neoplasia
• Tratamento:
Enrofloxacina VO, SC ou IM, 5 mg/kg, BID, 14 dias
Sulfa-trimetroprim VO, 15 mg/kg, BID, 14 dias
Febendazol VO, 20 mg/kg, SID, 28 dias
Corticóide 0,1 – 0,2 mg/kg, EDA, 3 aplicações
Suporte (alimentação, fluidoterapia, limpeza)

102
Material organizado por @igveterinaria

Doenças parasitárias - Ectoparasitas


- Sarna sarcóptica
• Etiologia: Sarcoptes scabiei
• Suscetíveis: coelhos
• Transmissão: contato direto
• Sinais clínicos: crostas brancas ou cinzas em região de olhos, narinas, orelhas
e patas
• Diagnóstico: microscopia de crostas
• Tratamento: Ivermectina 0,3 – 0,4 mg/kg, SC, a cada 7 a 14 dias

103
Material organizado por @igveterinaria

Doenças não infecciosas


- Tricobezoar
• Etiologia: dieta inadequada (pouca fibra), manejo inadequado
• Suscetíveis: coelhos
• Sinais clínicos: hiporexia, diminuição do volume fecal, prostração
• Diagnóstico: sinais clínicos, histórico da dieta, palpação e exame
radiográfico (intestino com gases)
• Tratamento: medicamentoso e cirúrgico.

104
Material organizado por @igveterinaria

- Impactação de bolsa facial


• Causas: ansiedade pela comida, distensão da bolsa
• Suscetíveis: hamster
• Sinais clínicos: abcessos, salivação, anorexia e aumento de volume facial
• Diagnóstico: sinais clínicos
• Tratamento: remover o material, limpeza, antibioticoterapia, drenagem ou
ressecção da bolsa

- Má-oclusão e Hipercrescimento dentário


• Etiologia: dieta inadequada (pouca fibra), manejo inadequado
• Suscetíveis: lagomorfos e roedores (cobaia e chinchila)
• Sinais clínicos: hiporexia, dor, prostração, sialorreia com perda de pelos ao
redor da boca ou dermatite úmida em queixo e papada
• Diagnóstico: sinais clínicos, exame da cavidade oral e exame radiográfico
• Tratamento: desgaste dentário e correção da dieta

105
Material organizado por @igveterinaria

- Doenças reprodutivas (adenocarcinoma)


• Causas: estrógenos podem potencializar
• Suscetíveis: coelhas reprodutoras (>3 anos)
• Sinais clínicos: redução do desemprenho reprodutivo, hematúria, descarga
hemorrágica pela vagina
• Diagnóstico: sinais clínicos, exame radiográfico ou ultrassonografia
• Tratamento: cirúrgico (ovário-histerectomia)

106
Material organizado por @igveterinaria

- Neoplasias

Enfermidades Mustelídeos (Ferret)


Doenças virais
- Cinomose
• Etiologia: paramixovírus (Paramyxoviridae)
• Suscetíveis: mamíferos (carnívoros)*
• Reservatórios: canídeos, mustelídeos e procionídeos
• Transmissão: contato direto e aerossóis
• Sinais clínicos: anorexia, vômitos, descarga nasal e ocular, diarreia,
vermelhidão e erupção em queixo, dermatite em região inguinal,
hiperqueratose de coxins, sinais neurológicos (hiperexcitabilidade,
convulsões, tremores)
• Diagnóstico: histórico, sinais clínicos, sorologia e histopatológico
• Prevenção: vacinação*

107
Material organizado por @igveterinaria

Neoplasias
- Sistema endócrino -> adrenais e pâncreas
- Sistema hemolinfático
- Sistema tegumentar
- Sistema digestório
- A partir de 3 anos de idade

- Linfoma
• Órgãos: baço e linfonodos
• Sinais clínicos: anorexia, perda de peso, aumento de linfonodos periféricos
• Sinais semelhantes a corpo estranho
• Sinais de doença respiratória
• Diagnóstico: hemograma (linfocitose), citologia, radiografias e
ultrassonografia
• Tratamento: cirurgia e quimioterapia (vincristina e ciclofosfamida)

108
Material organizado por @igveterinaria

Linfoma baço, esplenomegalia

- Tumores de adrenal (adenoma, adenocarcinoma e hiperplasia) -


Hiperadrenocorticismo
• Órgãos: glândulas adrenais
• Fatores predisponentes: castração precoce, fotoperíodo prolongado e
genética
• Sinais clínicos: alopecia simétrica bilateral, prurido, recorrência do
comportamento sexual, disúria, aumento de mamas, aumento de próstata
• Diagnóstico: sinais clínicos, ultrassonografia, dosagem de hormônios sexuais*
• Tratamento: cirurgia ou acetato de leuprolide* (100 a 200 μg/animal/mês)

- Insulinoma
• Órgãos: pâncreas (células betapancreáticas)
• Sinais clínicos: hipoglicemia, idade (5 anos), náusea, salivação, incoordenação,
fraqueza de membros pélvicos, coma

109
Material organizado por @igveterinaria

• Diagnóstico: dosagem de glicose após 4 horas de jejum (< 60 mg/dl), sinais


clínicos, concentração de insulina sérica*, ultrassonografia
• Tratamento: cirurgia ou prednisolona* (gluconeogênese), diazóxido (inibição
da secreção de insulina)
• Metástases são raras – prognóstico bom

Insulinoma pâncreas

110

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