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RECURSOS GENÉTICOS E

DOMESTICAÇÃO
COM ÊNFASE EM ALGUMAS
MYRTACEAE E ARECACEAE
ARAÇAZEIRO (Psidium cattleianum)
BUTIAZEIROS (Butia spp.)
CEREJEIRA (Eugenia involucrata)
GOIABEIRA SERRANA (Acca sellowiana)
GRUMIXAMEIRA (Eugenia brasiliensis)
GUABIJUZEIRO (Myrcianthes pugens)
GUABIROBEIRA (Campomanesia xanthocarpa)
GUAPURITIZEIRO (Plinia rivularis)
JABUTICABEIRA (Myrciaria spp.)
PALMITEIRO JUSSARA / JUÇARA (Euterpe edulis)
PITANGUEIRA (Eugenia uniflora)
UVAIEIRA (Eugenia pyriformis)
I. BIOPROSPECÇÃO

Inúmeros coletores percorreram o planeta “estudando” as espécies biológicas.

F.W.H. Alexander von Humboldt Augustin F.C.P. de Saint-Hilaire Charles Robert Darwin Jacques-Yves Cousteau
(1769 -1859) (1779- 1853) (1809-1882) (1910-1997)
I. BIOPROSPECÇÃO

Neologismo para definir uma prática antiga da humanidade.

Atividade exploratória que visa a identificar componente(s) do patrimônio


genético e informação(ões) sobre conhecimento tradicional associado, com
potencial de uso comercial (Inciso VII do Art. 7 da MP 2186-16/2001).

Busca sistemática por organismos, genes, enzimas, compostos, processos e


partes provenientes de seres vivos, que tenham potencial econômico e,
eventualmente, levem ao desenvolvimento de um produto.

Requer a existência de um potencial uso econômico na atividade de acesso.


Este potencial está atrelado à atividade/projeto e não à intenção daquele que
executará o projeto.
I. BIOPROSPECÇÃO

http://www.ppggev.ufscar.br/services/genetica-da-conservac http://www.ncpam.com.br/2010/07/bioprospeccao-e-o-valor-do

http://ecoturismoembonito.wordpress.com/page/40/ http://www.projetoescolalegal.org.br/?p=1105
I. BIOPROSPECÇÃO

Na década de 1970, a FAO (UN) estimulou o estabelecimento de uma rede


mundial de centros para a conservação de recursos genéticos situados em
regiões consideradas de alta variabilidade genética.

Linha do tempo das quatro últimas décadas.


II. LICENÇA PARA COLETAS E USO

A MP n.° 2.186-16/2001 instituiu o Conselho de Gestão do Patrimônio


Genético (CGEN) para deliberar sobre AUTORIZAÇÕES DE ACESSO.

Acesso ao Patrimônio Genético


Acesso ao Conhecimento Tradicional Associado

O CGEN, por sua vez, credenciou outros órgãos ambientais para autorizar
instituições nacionais de pesquisa, públicas ou privadas, a utilizarem
componentes do Patrimônio Genético em suas atividades.
Órgãos ambientais credenciados ao CGEN :
1. IBAMA - Deliberação n.°40 do CGEN, em 2003.
2. CNPq - Deliberação n.°246 do CGEN, de 2009.
3. IPHAN - Deliberação n.°279 do CGEN, de 2011.
II. LICENÇA PARA COLETAS E USO

Figura: Quadro ilustrativo das vias de solicitação de autorização para acesso ao Patrimônio Genético ou Conhecimento
Tradicional Associado, dependendo da finalidade do projeto. ICMBio = Instituto Mendes de Biodiversidade. Fonte:
http://www.ufrgs.br/patrimoniogenetico/orientacoes-e-autorizacoes/introducao
II. LICENÇA PARA COLETAS E USO

As autorizações serão concedidas às instituições que realizam pesquisas nas áreas


biológicas e afins mediante a apresentação de projeto de pesquisa que descreva as
atividades de acesso às amostras de componente do Patrimônio Genético.
O projeto deverá ser coordenado por pesquisador com experiência no assunto e ter
financiamento prévio para sua execução (sic).
A proposta será formulada pelo coordenador do projeto, mas enviada ao órgão
ambiental correspondente pelo representante legal de sua instituição, conforme
dispõe a legislação sobre o assunto, tendo em vista que a autorização é
institucional.
- O CNPq recebe solicitações via Plataforma Carlos Chagas e expede autorizações
eletronicamente.
- O IBAMA e o IPHAN possuem formulários que devem ser impressos, preenchidos
e enviados ao órgão por correio.
Quando há envolvimento de pessoa jurídica estrangeira em pesquisas que
prevêem o acesso/remessa de componentes do Patrimônio Genético, estas devem
estar sob a coordenação de instituição nacional pública, a qual deverá solicitar
autorização à autoridade competente (OT n.° 3 do CGEN).
Cabe ao CNPq autorizar a presença de estrangeiros no Brasil para a realização
destas atividades.
II. LICENÇA PARA COLETAS E USO

Tipos de autorização

1. Autorização de coleta
Retirada de indivíduo(s) ou de amostra dele(s)
2. Autorização simples de acesso
Projeto único (autorização institucional)
3. Autorização especial de acesso
Vários projetos durante o prazo da autorização
4. Acesso ao conhecimento tradicional associado (CTA)
IPHAN autoriza se o objetivo for apenas pesquisa, se envolve bioprospecção,
CGEN
5. Autorização de transporte ou remessa de componente do Patrimônio
Genético
Autorização somente via CGEN requerendo um termo específico entre
instituições
II. LICENÇA PARA COLETAS E USO

Figura: Conteúdo de licença obtida pelo DHA via Departamento de Meio Ambiente e Licenciamento (DMALIC/SUINFRA).
Figura: Conteúdo de licença obtida pelo DHA via
Departamento de Meio Ambiente e Licenciamento
(DMALIC/SUINFRA).
II. LICENÇA PARA COLETAS E USO

Resoluções n.°21, 26, 28 e 29 retiram do conceito de "acesso ao Patrimônio


Genético”:
1. Pesquisas com material de origem humana (tecido, célula, órgão, etc.);
2. Pesquisas com material biológico exótico;
3. Pesquisas que visem avaliar ou elucidar a história evolutiva de uma espécie ou
de grupo taxonômico, as relações dos seres vivos entre si ou com o meio ambiente,
ou a diversidade genética de populações;
4. Testes de filiação, técnicas de sexagem e análises de cariótipo ou de DNA que
visem à identificação de uma espécie ou espécime;
5. Pesquisas epidemiológicas ou aquelas que visem à identificação de agentes
etiológicos de doenças, assim como a medição da concentração de substâncias
conhecidas cujas quantidades, no organismo, indiquem doença ou estado
fisiológico;
6. Pesquisas que visem à formação de coleções de DNA, tecidos, germoplasma,
sangue ou soro;
7. Pesquisas com as variedades cultivadas comerciais de cana-de-açúcar,
Saccharum spp., inscritas no RNC;
8. A elaboração de óleos fixos, de óleos essenciais ou de extratos quando esses
resultarem de isolamento, extração ou purificação, nos quais as características do
produto final sejam substancialmente equivalentes à matéria prima original.
III. CONCEITOS

RECURSOS GENÉTICOS

Várias definições:
- fração da biodiversidade que tem previsão de uso atual ou potencial.
- material genético de valor real ou potencial.
- incluem variedades tradicionais (ainda existentes em áreas menos influenciadas
pelas variedades exóticas), variedades melhoradas, linhas avançadas e espécies
nativas (aí incluídos os parentes selvagens de espécies cultivadas).
- base biológica da agricultura, constituem a matéria-prima indispensável ao
trabalho dos melhoristas e representam a principal forma de armazenar a
variabilidade/adaptação genética.
III. CONCEITOS

CONSERVAÇÃO
IN SITU – conservação de ecossistemas e habitats, manutenção e
recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no
caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham
desenvolvido suas propriedades características.

http://encantosdocerrado.com.br/up/cerrado-em-goias.jpg
III. CONCEITOS

CONSERVAÇÃO
IN SITU – conservação de ecossistemas e habitats, manutenção e
recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no
caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham
desenvolvido suas propriedades características.
ON FARM - espécies domesticadas em sistemas de cultivo tradicionais.
Manejo sustentável da diversidade genética de variedades agrícolas
tradicionais localmente desenvolvidas associadas às formas e parentes
selvagens e desenvolvidas por agricultores dentro de um sistema de cultivo
agrícola, hortícola ou agroflorestal tradicional.

http://encantosdocerrado.com.br/up/cerrado-em-goias.jpg http://www.25dejulho.org.br/2013_08_01_archive.html
III. CONCEITOS

CONSERVAÇÃO
IN SITU – conservação de ecossistemas e habitats, manutenção e
recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no
caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham
desenvolvido suas propriedades características.
ON FARM - espécies domesticadas em sistemas de cultivo tradicionais.
Manejo sustentável da diversidade genética de variedades agrícolas
tradicionais localmente desenvolvidas associadas às formas e parentes
selvagens e desenvolvidas por agricultores dentro de um sistema de cultivo
agrícola, hortícola ou agroflorestal tradicional.
EX SITU – conservação de componentes da diversidade biológica fora de
seus habitats.

http://encantosdocerrado.com.br/up/cerrado-em-goias.jpg http://www.25dejulho.org.br/2013_08_01_archive.html Barbieri (2010)


III. CONCEITOS

GERMOPLASMA

O material hereditário que determina a característica de um organismo ou de


um grupo de organismos. Ex: germoplasma de um indivíduo, germoplasma
de todos os indivíduos de uma cultivar, ou de todos os indivíduos de uma
espécie
Todo o material hereditário de uma espécie, ou, ainda, todo o patrimônio
genético de uma espécie, indicando a ligação evolucionária e ecológica dos
tipos domésticos atuais com a dos tipos silvestres
Ex:
1. Espécies silvestres do mesmo gênero da cultivada; gêneros relacionados
encontrados em regiões dos centros de origem primários ou secundários.
2. Variedades nativas ou crioulas (e heirloom)
3. Linhas puras ou variedades de polinização aberta
4. Variedades obsoletas
5. Variedades modernas
Figura: Localização dos centros de origem das espécies
vegetais, de acordo com Vavilov (1926).
III. CONCEITOS

Tabela: Centros de origem de algumas espécies de importância econômica. Adaptado de Borém (1997).

Espécie Centro principal Espécie Centro principal


Alface Mediterrâneo Mamoeiro Sudeste Asiático / América Central
Batata Andes Mangueira Índia / Birmânia
Beterraba Ásia Menor Melancia Ásia Central
Cacaeiro América Central Morango Sul do Chile e Argentina
Cafeeiro Etiópia Oliveira Mediterrâneo e Ásia Menor
Castanha-do-pará Amazônia Pereira Ásia Menor
Cenoura Ásia Central e Menor Pessegueiro China
Coqueiro Sudeste Asiático Rabanete China
Couve Ásia Menor/ Mediterrâneo Romãzeira Ásia Menor
Couve-flor Mediterrâneo Tamareira Ásia Menor
Feijão América Central Tomate América Central / Andes
Figueira Ásia Menor Videira Ásia Central
III. CONCEITOS

CULTIVARES HEIRLOOM
Termo da língua inglesa que se refere a genótipos de plantas cultivadas,
principalmente hortaliças, passados há séculos, de geração a geração, por
famílias de agricultores.
Têm se popularizado entre produtos orgânicos e outros nichos preocupados
com qualidade alimentar e sustentabilidade da produção.
As hortaliças heirloom podem ser facilmente encontradas em todos os
grandes centros dos EUA e muitos países da União Européia.
Catálogos de sementes heirloom também estão disponíveis.
A cultura heirloom é normalmente associada à agricultura familiar, aos
métodos orgânicos de produção e à distribuição local e a baixo custo, de
sementes.
No Brasil, esse material genético é ainda pouco conhecido.
III. CONCEITOS

CULTIVARES HEIRLOOM

http://www.plantingseedsblog.com/tag/heirloom/
IV. BANCOS DE GERMOPLASMA

Conservação ex situ, em que uma amostra da variabilidade genética de


determinada espécie é conservada fora do habitat natural da espécie.

TIPOS DE BANCO OU COLEÇÃO


COLEÇÃO BASE
Coleção ampla, armazenada a longo prazo, composta exclusivamente por
sementes ortodoxas e propágulos e em seu acervo abriga a coleção ativa
duplicada. Exemplo no Brasil: Cenargen (Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia);
COLEÇÃO ATIVA ou banco ativo de germoplasma (BAG)
Coleção em que o material está disponível para uso imediato.
COLEÇÃO NUCLEAR ou core collection
Coleção com o mínimo de exemplares e o máximo de variabilidade.
COLEÇÃO DE TRABALHO:
Coleção pequena, destinada ao uso e não à conservação.
Coleção de germoplasma com acessos avaliados e mantida para propósitos
específicos do melhorista.
Tem tamanho limitado.
Composta por germoplasma “elite”.
IV. BANCOS DE GERMOPLASMA

CURADORIA DE BG
1. Obter licença de coleta.
2. Coleta
3. Preenchimento da caderneta de campo (PASSAPORTE):
3. 1. Nome do coletor (ou coletores): registrar os nomes dos coletores participantes. Ao
coletor principal (o primeiro nome registrado) é que a coleta ficará associada
3. 3. Número do coletor
3. 3. Data da coleta
3. 4. Local de coleta (todas as especificações possíveis quanto ao local) e coordenadas
geográficas
3. 5. Formação vegetal ou outros detalhes do ambiente
3. 6. Substrato ou o tipo de solo
3. 7. Relevo
3. 8. Classificação taxonômica: Família, gênero, espécie (a serem conferidos)
3. 9. Nome comum local
3. 10. Nome do determinador e data (nos materiais de herbário, por convenção, a
identificação mais recente do espécime é a que deve ser considerada como sendo a
correta)
3. 11. Interesse econômico
3. 13. Material coletado: sementes, mudas, estacas, exsicatas, amostras de folhas, etc
3. 13. Hábito de crescimento
3. 14. Frequência relativa na área ou local
3. 15. Cor(es) e estádios de flor(es) e ou fruto(s)
IV. BANCOS DE GERMOPLASMA

...CURADORIA DE BG...
IV. BANCOS DE GERMOPLASMA

...CURADORIA DE BG...
Tabela: Exemplo de dados a serem inseridos na descrição do material coletado. Büttow, 2005
IV. BANCOS DE GERMOPLASMA

...CURADORIA DE BG
4. Amostrar uma quantidade suficiente.
5. Efetuar atividades pós-coleta: triagem, beneficiamento dos acessos,
semeaduras, estaquias, distribuição ou o encaminhamento de amostras para
conservação (duplicatas, se for o caso, digitação dos dados, organização do
material fotográfico.
6. Identificação botânica por sistemata especialista.
7. Depósito em herbário.
8. Responder tecnicamente por trocas, remessas (transferindo
responsabilidade) e transporte de material genético.
9. Manter-se atualizado quanto às normas técnicas e à legislação.
IV. BANCOS DE GERMOPLASMA

EXEMPLO: COLETA DE SEMENTES DO PALMITEIRO JUSSARA/ JUÇARA

Obtenção de sementes:
• Coleta quando os frutos passam da coloração esverdeada para a violácea até chegar
em plena maturação com o pericarpo preto, roxo e rosado.
• Extração da semente por lavagem e maceração do fruto, para retirar a polpa que
envolve as sementes. Em seguida, as sementes devem ser postas em peneiras e secas
em ambiente ventilado. Em média, um palmiteiro de porte médio pode produzir até cinco
cachos, ou de 5 a 8 kg de sementes. Um quilo de semente possui 2.000 sementes, e um
quilo de frutos aproximadamente 770 frutos. Os melhores frutos provêm de palmeiras de
meia idade.
• Para acelerar a germinação:
Imersão em água fria por 48 horas;
Estratificação em areia úmida por 30 dias;
Escarificação mecânica.
As sementes do palmiteiro apresentam, em seu estágio de maturidade fisiológica, um
elevado teor de umidade (50 a 55%), dificultando por diferentes razões seu
armazenamento.
IV. BANCOS DE GERMOPLASMA

EXEMPLO: COLETA DE SEMENTES DO PALMITEIRO JUSSARA/ JUÇARA


Sementes desta espécie mantêm a viabilidade parcial por seis meses ou por onze
meses em câmara fria (T= 5 a 10º C e UR = alta), em saco plástico bem fechado.

É costume semear duas a três sementes (o caroço) do palmiteiro em recipiente ou a


semeadura direta no campo, utilizando-se três sementes ou mais, previamente
despolpadas, semeadas em covas de 5 cm de profundidade.
Os viveiristas usam areia de rio umedecida como substrato na sementeira.
A germinação inicia-se entre 30 e 170 dias.
Transferência em uma a três semanas após a germinação, ou após o aparecimento das
folhas. O tempo total de viveiro é de, no mínimo, 9 meses.
IV. BANCOS DE GERMOPLASMA

EXEMPLO: COLETA DE SEMENTES DO PALMITEIRO JUSSARA/ JUÇARA


O plantio a pleno sol do palmiteiro não é viável. A espécie é adequada para plantio de
enriquecimento em vegetação secundária, podendo o sombreamento ser definitivo ou
temporário. Mudas com até 3 anos não suportam sombreamento excessivo nem sol
direto.
A distribuição de frutos/sementes na superfície do solo é o sistema recomendado para o
palmiteiro em floresta secundária, pela sua eficiência e baixo custo.
No estado do Paraná, os documentos necessários para a extração legal do palmito são,
conforme o Instituto Ambiental do Paraná (IAP): 1. guia de autorização; 2. plano de
corte; 3. mapa do terreno; 4. quantidade a ser cortada
A muda de palmiteiro jussara/ juçara está ofertada a R$3,00 em SP (http://comprar-
vender.mfrural.com.br/detalhe.aspx?cdp=47849&nmoca=mudas-mudas-de-palmito-
jucara)
V. DOMESTICAÇÃO

A domesticação é um processo evolucionário conduzido pela humanidade


visando a adaptar plantas e animais às necessidades humanas.
A Evolução biológica (diferente de progresso) das plantas acontece por
seleção, mutação, migração e deriva genética.
Plantas domesticadas são geneticamente distintas de seus progenitores
“selvagens”.
Uma espécie totalmente domesticada é quase sempre dependente do ser
humano para sua sobrevivência, não conseguindo se reproduzir ou competir
no ambiente natural.
A domesticação de uma espécie vegetal tem conseqüências ecológicas
importantes, pois ao se cultivar populações com uma base genética estreita
torna-se a cultura mais vulnerável.
V. DOMESTICAÇÃO

É comum que o maior grau de domesticação diminua a “rusticidade”.


Algumas espécies nativas do Brasil são consideradas domesticadas, como
abacaxi, amendoim, cacau, castanha-do-pará, caju, mandioca, maracujá e
seringueira.
Mais recentemente, outras plantas são citadas como em fase de
domesticação, como as frutíferas do cerrado: araticum, cagaita, caju-anão,
mangaba e pequi.
A espécie é considerada domesticada, somente após os processos de
melhoramento genético e cultural. A simples utilização de frutos e/ou outro
produto que uma espécie fornece em seu ambiente natural, não implica em
domesticação.
A semidomesticação se inicia quando o germoplasma é coletado e cultivado ex
situ. Há nesse caso a adaptação da espécie a um novo ambiente e a
conseqüente mudança na freqüência gênica, devido à propagação ser
realizada por sementes. Assim, somente os indivíduos adaptados às novas
situações são capazes de se desenvolver e reproduzir.
FRUSTRAÇÕES NA EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DE NATIVAS

RISCO
BUROCRATIZAÇÃO
INSTABILIDADE LEGAL
POUCAS INDICAÇÕES TÉCNICAS
CADEIA PRODUTIVA INEXISTENTE, DESESTRUTURADA OU INSTÁVEL
Tarefa: Resumo expandido com as especificações do modelo.
O QUE SABEMOS É UMA GOTA,
O QUE IGNORAMOS É UM OCEANO.

ISAAC NEWTON

Lia Rosane Rodrigues


Eng. agrôn., Dr. em Genética, Pesquisador IV
Laboratório de Cultura de Tecidos - Fepagro-RS
Rua Gonçalves Dias, 570, salas 312 e 332
CEP 90130060, Porto Alegre, RS
E-mails: lia@fepagro.rs.gov.br e liarr@yahoo.com.br
Fone: (51) 32888023
MUITO OBRIGADA

Lia Rosane Rodrigues


Eng. agrôn., Dr. em Genética, Pesquisador IV
Laboratório de Cultura de Tecidos - Fepagro-RS
Rua Gonçalves Dias, 570, salas 312 e 332
CEP 90130060, Porto Alegre, RS
E-mails: lia@fepagro.rs.gov.br e liarr@yahoo.com.br
Fone: (51) 32888023
VI. REFERÊNCIAS E LINKS

ANDRADE, P.P. Biodiversidade e Conhecimentos Tradicionais. Revista Prismas: Dir., Pol. Pub. E Mundial, Brasília, v. 3,
n.1, p.03-32, jan./jun. 2006.
AZEVEDO & SILVA, 2005. Regras para o Acesso Legal ao Patrimônio Genético e Conhecimento Tradicional Associado
AZEVEDO, Cristina Maria do A.; SILVA, Fernanda Álvares. Regras Para Acesso Legal ao Patrimônio Genético e
Conhecimento Tradicional Associado. Ministério do Meio Ambiente: Brasília, 2005.
BARBIERI, R.L. Conservação e uso de recursos genéticos vegetais. In: FREITAS, L.B. de; BERED, F. Genética e evolução
vegetal. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003. p. 403-413.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal.
BÜTTOW, M.V. Sistematização dos Bancos Ativos de Germoplasma da Embrapa Clima Temperado em um sistema
gerenciador de banco de dados georreferenciado. Pelotas: UFPel, 2005 (Monografia não-editada).
CALIXTO, J.B. Biodiversidade como fonte de medicamentos. Cienc. Cult., São Paulo, v.55, n.3, Sept. 2003. (Disponível
em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252003000300022&lng=en&nrm=iso).
Acessado em 12/03/2013.
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/florestal/silvicultura/silvicultura_do_palmito_jucara_(euterpe_edulis).html
http://cassiovandenberg.com/oficina/cartilha-cgen.pdf
http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/pitangueira.html
http://www.ufrgs.br/patrimoniogenetico/historico
LOPES, M.L et al. Pré-melhoramento de plantas : estado da arte e experiências de sucesso. Maurício Antônio Lopes ... [et
al.], editores técnicos. – Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2011. 614 p. ISBN 978-85-7383-523-6
MESSIAS & LEITE, www.aprodab.org.br/eventos/.../teses/marcospmessias02.docEm cacheSimilares
Primeiro relatório nacional para a Convenção sobre Diversidade Biológica: Brasil. Brasília, 1998, 283 p.
SACCARO JUNIOR, N.L. A regulamentação de acesso a recursos genéticos e repartição de benefícios: disputas dentro e
fora do Brasil. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada: Brasília, 2011.
SANTOS, E.; BETTENCOURT, E. Manual de apoio à formação e treino em Conservação ex situ de Recursos
Fitogenéticos. Instituto Nacional de Investigação Agrária (INIA), Lisboa, Portugal e Instituto Internacional para os Recursos
Fitogenéticos (IPGRI-SSA), Nairobi, Quênia. 2001. 221 p.
SIBRARGEN, Sistema Brasileiro de Informação em Recursos Genéticos. Banco de Germoplasma – BAG: Manual do
Usuário. Out. 2003. Disponível em: http://www.cenargen.embrapa.br/recgen/sibrargen/sibag.html Acesso em 29/09/2004
SIMON, M. F. Manual de curadores de germoplasma – Vegetal: Conservação in situ. Brasília, DF: Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia, 2010. 13 p. (Documentos / Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 322)
VI. REFERÊNCIAS E LINKS

TORRES, A. C.; FERREIRA, A.T.; SÁ, F. G. de; BUSO, J. A.; CALDAS, L. S.; NASCIMENTO, A. S.; BRIGIDO, M. de M.;
ROMANO, E. Glossário de biotecnologia vegetal. Brasilia: Embrapa Hortalicas, 2000. 128p.
UNU-IAS. United Nations University – Institute of Advanced Studies: Report. Bioprospecting of Genetic Resources in the
Deep Seabed: Scientific, Legal and Policy Aspects. 2005. Encontrado em:
http://www.ias.unu.edu/binaries2/DeepSeabed.pdf, acessado em 13/03/2013.
VASCONCELOS, R.M. Marco Regulatório sobre Acesso à Amostra de Patrimônio Genético Nativo e Acesso ao
Conhecimento Tradicional Associado. EMBRAPA – Assessoria de Inovação Tecnológica: Rio de Janeiro. 2011. Encontrado
em: http://www2.far.fiocruz.br/farmanguinhos/images/stories/Rosa_Maria_Coleta_e_Acesso.pdf, acessado em 14/03/2013.
WALTER, B.M.T. Manual de curadores de germoplasma – Vegetal: Coleta de Germoplasma. Brasília, DF: Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2010. 15 p. (Documentos / Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 309)

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