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Estratégias para avaliação farmacológica de

plantas medicinais com vistas ao


desenvolvimento de um medicamento

Professor Responsável: Eduardo Konrath


Telefone: 3308-5304
e-mail: eduardo.konrath@ufrgs.br
Leitura recomendada :
• BRAGA, F.C.; RATES, S. M. K.; SIMÕES, C. M. O. Avaliação da Eficácia e
Segurança de Produtos Naturais Candidatos a Fármacos e Medicamentos. In:
SIMÕES, C. M. O.; SCHENCKEL, E. P.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETROVICK,
P. R. (Org.). Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. Porto
Alegre. Artmed. 2017. Cap. 6: p. 53 – 68

• CALIXTO, J.B. Estudo farmacológico pré-clínico de plantas medicinais. In:


YUNES, R. A.; CALIXTO, J.B. (Eds.) Plantas medicinais sob a ótica da Química
Medicinal Moderna. Chapecó: Argos Ed. Cap. p. 77 - 99, 2001.
• ELISABETSKY, E. ; DE SOUZA, G. C. Etnofarmacologia como ferramenta na
busca de substâncias ativas. In: SIMÕES, C. M. O. et al. (Eds.). Farmacognosia:
da planta ao medicamento. 5.ed. Porto alegre/Florianópolis: UFRGS/UFSC.
Cap. 6, p. 107 - 122, 2003.
plantas medicinais com uso validado

medicamentos fitofármacos
fitoterápicos

precursores de fármacos
protótipos de fármacos
ferramentas farmacológicas
Planta Medicinal

Estudo Farmacológico

Extratos ou
frações
padronizadas. Fracionamento
Desenvolvimento Bioguiado
Estudo
direto da farmacêutico
preparação
popular Estudo Farmacológico

Uso Protótipo ou ferramenta


Fitomedicamento/
Tradicional Fármaco
Fitoterápico farmacológica
validado
Farmacologia pré-clínica

• Nesta etapa, estuda-se efeito, idealmente em três espécies animais (de


ambos os sexos) e em duas vias de administração; busca-se conhecer o
mecanismo de ação e elementos para definição de parâmetros, necessários ao
estudo clínico, como a definição de dose.

• Paralelamente, devem ser realizados estudos de toxicologia pré-clínica !!!


ACS Chem. Biol., 2016, 11 (4), pp 882– 888 DOI:
10.1021/acschembio.5b01043 Publication Date (Web):
February 8, 2016 Copyright © 2016 American Chemical Society
3. Etapa botânica
Lei da Biodiversidade Lei 13.123/2015
http://www.mma.gov.br/patrimonio-genetico/conselho-de-gestao-do-patrimonio-genetico. Dúvidas deverão ser enviadas para o
endereço cgen@mma.gov.br.

• Esta Lei dispõe sobre bens, direitos e obrigações relativos:


• I - ao acesso ao patrimônio genético do País, bem de uso comum do povo encontrado em condições in situ,
inclusive as espécies domesticadas e populações espontâneas, ou mantido em condições ex situ, desde que
encontrado em condições in situ no território nacional, na plataforma continental, no mar territorial e na zona
econômica exclusiva;
• II - ao conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético, relevante à conservação da diversidade
biológica, à integridade do patrimônio genético do País e à utilização de seus componentes;
• III - ao acesso à tecnologia e à transferência de tecnologia para a conservação e a utilização da diversidade
biológica;
• IV - à exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio
genético ou ao conhecimento tradicional associado;
• V - à repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da exploração econômica de produto acabado ou
material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, para
conservação e uso sustentável da biodiversidade;
• VI - à remessa para o exterior de parte ou do todo de organismos, vivos ou mortos, de espécies animais,
vegetais, microbianas ou de outra natureza, que se destine ao acesso ao patrimônio genético; e
• VII - à implementação de tratados internacionais sobre o patrimônio genético ou o conhecimento tradicional
associado aprovados pelo Congresso Nacional e promulgados.
3. Etapa botânica

• coleta em local adequado


longe de estradas, esgotos ou plantações

• documentação/herborização (excicata = voucher specimen)

• seleção, secagem ou estabilização e armazenamento

• nova coleta em mesmo local ou local com condições edáficas


e geográficas semelhantes, no mesmo período do ano e mesma
etapa de desenvolvimento do vegetal
4. Etapa farmacêutica:

• obtenção de extratos, frações ou substâncias


isoladas compatíveis com a avaliação em meios
biológicos
problemas:
• escolha do solvente
• solubilidade, pH, quantidade, uniformidade química

• obtenção de preparações farmacêuticas adequadas


para os ensaios clínicos:
produtos padronizados, em forma
farmacêutica operacional, com
biodisponibilidade;
formulação do placebo (problemática!)
escolha do solvente

• Analogia ao uso popular e/ou


• Compatibilidade com as substância de interesse na
planta e/ou
• Diferentes polaridades para obtenção de
diferentes frações
• O solvente ideal é:
• Atóxico
• Volátil
• Barato
• Compatível com os meios biológicos
4. Farmacologia pré-clínica:

obtenção de substâncias ativas candidatas a


futuros fármacos ou extratos/frações ativos
candidatos a fitoterápicos

• Nesta etapa, estuda-se efeito, idealmente em três espécies


animais (de ambos os sexos) e em duas vias de
administração; busca-se conhecer o mecanismo de ação e
elementos para definição de parâmetros, necessários ao
estudo clínico, como a definição de dose.

• Paralelamente, devem ser realizados estudos de toxicologia


pré-clínica !!!!
Para começar:

SCREENING (rastreamento) BIOLÓGICO:

METODOLOGIA QUE UTILIZA UM OU MAIS


ENSAIOS BIOLÓGICOS PARA A DETECÇÃO DE
PRODUTOS (ESPÉCIES, EXTRATOS, FRAÇÕES,
SUBSTÂNCIAS) BIOATIVOS.
Fracionamento bioguiado

MÉTODO PARA A OBTENÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ATIVAS A


PARTIR DE EXTRATOS VEGETAIS TOTAIS. TRATA-SE DO
FRACIONAMENTO DO EXTRATO E ISOLAMENTO DAS
SUBSTÂNCIAS PRESENTES NESTAS FRAÇÕES DE FORMA
MONITORADA POR UM OU MAIS BIOENSAIOS;

OU SEJA, SOMENTE AS FRAÇÕES ATIVAS NOS ENSAIOS


BIOLÓGICOS SERÃO SUBFRACIONADAS, VISANDO O
ISOLAMENTO DAS SUBSTÂNCIAS ATIVAS
• O ENSAIO BIOLÓGICO EMPREGADO, TANTO NOS
SCREENINGS, QUANTO NO MONITORAMENTO
DO FRACIONAMENTO BIOGUIADO, DEVERÁ SER
SIMPLES, RÁPIDO, SENSÍVEL, REPRODUTÍVEL E,
SE POSSÍVEL, BARATO!

• AS SUBSTÂNCIAS ATIVAS OBTIDAS PODERÃO


SER EMPREGADAS PELA INDÚSTRIA QUÍMICA E
FARMACÊUTICA PARA OS MAIS DIVERSOS FINS.
Atanasov, A.G., Zotchev, S.B., Dirsch, V.M. et al. Natural
products in drug discovery: advances and opportunities. Nat
Rev Drug Discov 20, 200–216 (2021).
https://doi.org/10.1038/s41573-020-00114-z
A partir do fracionamento bioguiado podemos
obter produtos de partida para o
desenvolvimento de fitoterápicos ou fitofármacos:

• Extratos brutos ou semi purificados ativos e


frações ativas poderão conduzir ao
desenvolvimento de fitoterápicos.

• Substâncias ativas poderão conduzir ao


desenvolvimento de lead compounds (protótipos)
ou fármacos .
UMA SUBSTÂNCIA ATIVA SOMENTE SERÁ
CONSIDERADA UM FÁRMACO APÓS AVALIAÇÃO
FARMACOLÓGICA COMPLETA, QUE INCLUI
NECESSARIAMENTE: FARMACOLOGIA PRÉ-
CLÍNICA, FARMACOLOGIA CLÍNICA E
TOXICOLOGIA.
EXTRATOS E/OU FRAÇÕES ATIVOS SOMENTE
SERÃO CONSIDERADOS FITOTERÁPICOS APÓS
AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA COMPLETA (QUE
INCLUI, NECESSARIAMENTE, FARMACOLOGIA
PRÉ-CLÍNICA, FARMACOLOGIA CLÍNICA,
TOXICOLOGIA) E DESENVOLVIMENTO
FARMACÊUTICO.
Agronomia

farmacologia
toxicologia

Bioquímica ecológica

Antropologia

química botânica

Tecnologia Farmacêutica

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