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FARMACOGNOSIA

Professora: Andressa Santa Brigida da Silva


O que é Farmacognosia?
• Um dos ramo mais antigos das ciências
farmacêuticas
• Tem como alvo de estudo os princípios ativos
naturais, sejam animais ou vegetais com finalidade
terapêutica
• Farmacognosia: deriva do
grego pharmakon (fármaco)
e gnosis (conhecimento).
• A farmacognosia é interdisciplinar, fazendo
interface com a botanica, etnobotanica,
antropologia medica, biologia marinha,
microbiologia, fitoquimica, fitoterapia,
farmacologia, farmacia clinica, agronomia, entre
outros.
“é a aplicação simultânea de várias
disciplinas cientificas com o objetivo
de conhecer fármacos naturais sob
todos os aspectos”

a farmacognosia é uma ciência


multidisciplinar que contempla o
estudo das propriedades físicas,
químicas, bioquímicas e biológicas
dos fármacos ou dos fármacos
potenciais de origem natural assim
como busca novos fármacos a partir
de fontes naturais.
Histórico

Usado pela primeira vez o termo


1811 Farmacognosia pelo medico austríaco
Schmidt

1815 Foi introduzido o termo farmacognosia

A farmacognosia é disciplina
1920 obrigatória nas Escolas de Farmácia do
Brasil, sendo uma das maiores áreas
do conhecimento farmacêutico.
No início do séc. XIX: a matéria médica
começou a ser dividida. Na época todos os
medicamentos derivavam de fontes naturais.

Farmacologia Farmacognosia

Estudo de todos os
aspectos dos
Estudo da ação medicamentos. Com
dos medicamentos menor ênfase na ação.
No fim do sec XIX  começaram sintetizar um grande número de
compostos orgânicos úteis terapeuticamente.

Estudo de todos os
Farmacognosia
aspectos dos
medicamentos
Farmacologia derivados de fontes
naturais (plantas,
animais e
microoganismos)
Estudo da ação dos
medicamentos Química
farmacêutica

Ciência das drogas


sintéticas
No passado:

Os primeiro medicamentos utilizados


se baseavam no uso de folhas,
cascas, raízes, bulbos, flores,
sementes, caules, brotos, chás,
banhos e compressas...
Com o passar dos anos:

A compreensão de que nem todos os


componentes de uma mistura eram
necessários e que em algumas vezes
poderia ser até prejudicial.
Pesquisadores procuraram
isolar e intensificar os
componentes
verdadeiramente ativos.

Daí saiu o conceito de


princípio ativo
muitos são produzidos
sinteticamente hoje.
 Os compostos de origem natural, fornecem alguns
medicamentos extremamente úteis, cuja produção e
comercialização na forma sintética é difícil ou impossível.
Exemplos:
Os alcaloides da papoula produtora de ópio;
A maioria dos soros, vacinas e produtos afins.

Morfina
 De fontes naturais também são retirados
compostos básicos que podem ser
ligeiramente modificados para tornarem-se
mais eficazes ou menos tóxicos.
Objetivo
Estudo e o conhecimento das drogas de
origem natural (animal ou vegetal) que,
coletado ou separado da natureza e submetido
a processo de preparo e conservação, tem
composição e propriedades tais, dentro de sua
complexidade, que constitui a forma bruta do
medicamento.
Conceitos Básicos
Planta medicinal: espécie vegetal, cultivada ou não,
utilizada propósitos terapêuticos;.

Papoula Ginkgo biloba


Papaver somniferum
Droga vegetal  planta medicinal, ou suas partes, que
contenham as substâncias responsáveis pela ação
terapêutica, após processos de coleta/colheita,
estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar
na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada;

Derivado vegetal: produto da extração da planta


medicinal fresca ou da droga vegetal, que contenha as
substâncias responsáveis pela ação terapêutica, podendo
ocorrer na forma de extrato, óleo fixo e volátil, cera,
exsudato e outros;
Camomila
Fitoterápico: produto obtido de matéria-prima ativa vegetal, exceto
substâncias isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, incluindo
medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, podendo ser
simples, quando o ativo é proveniente de uma única espécie vegetal medicinal,
ou composto, quando o ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal;

Fitofármaco  são substâncias extraídas da planta, que apresentam atividades


farmacológicas, podendo ter ação terapêutica. Ex.: Alantoína

Fitocomplexo  conjunto de todas as substâncias, originadas do metabolismo


primário ou secundário, responsáveis, em conjunto, pelos efeitos biológicos de
uma planta medicinal ou de seus derivados;
 Matéria prima vegetal  compreende a
planta medicinal, a droga vegetal ou o
derivado vegetal.Ex.: látex da papoula,
tinturas, extratos, óleo, cera, etc.
Princípio ativo natural  substância
quimicamente definida, obtida de origem
vegetal ou animal, com ação farmacológica
comprovada. É a substância ativa com ações
terapêutica.
 Droga derivada  são sub produtos
derivados de animal ou vegetal, obtidos
diretamente, isto é, sem utilização de
processos extrativos delicados. Pode ser de
origem animal e vegetal. Ex.: pão de ópio,
mel de abelhas.
Marcador: substância ou classe de substâncias
(ex.: alcaloides, flavonoides, ácidos graxos, etc.)
utilizada como referência no controle da qualidade
da matéria-prima vegetal e do fitoterápico,
preferencialmente tendo correlação com o efeito
terapêutico. O marcador pode ser do tipo ativo,
quando relacionado com a atividade terapêutica do
fitocomplexo, ou analítico, quando não
demonstrada, até o momento, sua relação com a
atividade terapêutica do fitocomplexo;
• chá: droga vegetal com fins medicinais
a ser preparada por meio de infusão, decocção ou maceração
em água pelo consumidor;
• decocção: preparação que consiste na ebulição da droga
vegetal em água potável por tempo determinado. Método
indicado para partes de drogas vegetais com consistência
rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes
que contenham substâncias de interesse com baixa
solubilidade em água;
• infusão: preparação que consiste em verter água potável
fervente sobre a droga vegetal e, em seguida, tampar ou
abafar o recipiente por um período de tempo determinado.
Método indicado para partes de drogas vegetais de
consistência menos rígida, tais como folhas, flores,
inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis ou
ainda com boa solubilidade em água;

• nomenclatura botânica: espécie (gênero + epíteto
específico);
• nomenclatura botânica completa: espécie, autor
do binômio, variedade, quando aplicável, e
família;

Nome cinetífico:
Allium sativum L.
Família: Liliaceae

Allium sativum L.
Gênero Epíteto Autor
específico
• perfil cromatográfico: padrão cromatográfico
de constituintes característicos, obtido em condições definidas,
que possibilite a identificação da espécie vegetal em estudo e a
diferenciação de outras espécies;
Etapas de obtenção de um Extrato

-Identificação correta
Cultivo da espécie -Fatores que influenciam
(solo, clima, etc.)

Colheita Estabilização Secagem

Moagem Armazenamento
- Tamis Tempo mínimo / droga
inteira

Extração / solvente Métodos de


-Processo  Percolação , maceração Extração
- Escolha do solvente
Fatores externos que influenciam na
qualidade de um fitoterápico:
• Identificação correta • Presença de patógenos,
• Variedade climáticas, • Idade da planta,
• Temperatura, • Colheita,
• Época de colheita • Pós-colheita.
• Características genética
• Condições de secagem
• Armazenamento
• Solo,
• Umidade,
• Clima,
Coleta, preparo e conservação
• Aumentar a produção sem comprometer o valor terapêutico da
planta
 Mercado mundial de
bilhões de dólares
 80 % das pessoas usam
para alguma enfermidade
 No Brasil, 15 bilhões de
dólares e 100 mil
empregos
 80 % dos fitoterápicos
registrados são de plantas
estrangeiras
 5 % da nossa
biodiversidade estudadas
fitoquimicamente

Indústria:
250 milhões de dólares em 10 anos
100 mil formulação  1 bem sucedida
Fitoterapicos 1 para 5 mil
Drogas Vegetais Clássicas e
Principais grupos de compostos
secundários
• Alcaloides • Saponinas
• Compostos Fenólicos • Terpenoides
• Lipídios
• Polissacarídeos
• Proteínas
Alcaloides
Alcaloide Indólico

Oncovin

Catharanthus roseus G. Don


Alcaloides
• Alcaloide Quinolínico

Quina
Quinina - antimalárico Cinchona officinalis
Compostos Fenólicos
•Cumarinas

Guaco Laranja
Mikania glomerata Spreng. Citrus sp
Flavonoides

Calêndula Quercetina
Calendula offfcinalis L.
Lignanas

Silimarina

Cardo mariano
Silybum marianun L.
Quinonas

Babosa
Aloe vera L.
Taninos

Goiaba
Psidium guajava L.
Polissacarídeos

Beta vulgaris L.
Saponinas

Cetelha asiática
Centella asiatica L.
Esteroides

Dente-de-leão
Taraxacum officinale Weber
Óleos Essenciais

Canela Terpeno
Cinnamomum zeylanicum Monoterpeno

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