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SUMÁRIO
a) Relação de Consumo 5
b) Elementos da Relação de Consumo 6
● Elemento Subjetivo (sujeitos envolvidos na relação de consumo) 6
● Elemento Objetivo (objetos da relação de consumo) 6
● Espécies de Vícios 13
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APOSTILA
Inicialmente é preciso salientar que a tutela do consumidor não se restringe ao Código de Defesa
do Consumidor, mas, sim, sendo desenvolvida em todo o ordenamento jurídico.
Logo, se existir uma norma mais benéfica ao consumidor no Código Civil, ela prevalecerá sobre a
norma do CDC. Isto porque o consumidor, afastado do polo produtivo, é o elo mais frágil da
relação de consumo.
O consumidor é sempre vulnerável, então ele merece uma proteção específica do legislador.
Deve-se afirmar, portanto, que a vulnerabilidade é inerente ao conceito de consumidor. Só é
consumidor o vulnerável, sob pena de se dar proteção a quem não necessita.
Isso se justifica, pois, a intenção do sistema consumerista é o equilíbrio da relação de consumo,
pegando a parte fraca, vulnerável e concedendo uma série de direitos para o equilíbrio da
relação.
O art. 1º, III, da Carta Magna estabelece como fundamento da República a dignidade da pessoa
humana. Decorrente desse fundamento de toda uma nova ordem constitucional foi incluído no
texto da Carta um artigo para cuidar dos direitos e garantias fundamentais em extenso rol: o art.
5º.
O mencionado artigo traz em seu rol a necessidade de proteção do consumidor pelo Estado, em
seu inc. XXXII, estabelecendo que “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor”.
Mais adiante, ao cuidar da ordem econômica, no art. 170, V, a Constituição Federal estabeleceu
como um dos seus princípios a defesa do consumidor.
O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), em seu art. 48, fixou prazo de 120
dias da promulgação da Constituição para que o Congresso Nacional elaborasse um Código de
Defesa do Consumidor.
Importante destacar que todos os dispositivos constitucionais mencionados buscam respeitar o
também princípio constitucional da igualdade, equilibrando uma relação jurídica que, conforme
mencionado, é desigual, desequilibrada.
Busca-se, assim, tratando-se desigualmente os desiguais, dando-se proteção para o vulnerável, o
mais fraco, fazer um discrimen l egal, fundamental para que a relação jurídica possa estar de
acordo com o Direito.
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APOSTILA
Princípio da proteção: Conforme o preceito Constitucional (art. 5º, XXXII), cabe ao Estado o dever
de proteger o consumidor, devido a condição de desigualdade existente nas relações de
consumo, portanto, as normas do consumidor deverão ser aplicadas para equilibrar tais relações,
estabelecendo a igualdade entre as partes.
Princípio da transparência: entende-se como um dos pilares da boa-fé objetiva, em que impõe o
dever de o fornecedor informar, necessariamente, de modo adequado o consumidor, suprindo-se
assim todas as informações tidas essenciais para o melhor aperfeiçoamento da relação de
consumo, garantindo inclusive a livre escolha do consumidor de contratar o fornecedor.
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APOSTILA
Princípio da conservação dos contratos: o objetivo do CDC é apenas conservar os contratos, para
tanto, havendo desproporcionalidade ou onerosidade excessiva, devem ser feitas modificações
ou revisões com o intuito de sua manutenção, assim, a extinção contratual é em ultima hipótese
quando não houver outra possibilidade de adimplir com as obrigações, ocorrendo ônus excessivo
a qualquer das partes.
Princípio da solidariedade: trata-se de mais uma defesa processual em que, ao autor da ofensa,
todos respondem solidariamente, pela reparação dos danos.
Princípio da igualdade: é a proteção ao consumidor, ao exigir boa-fé objetiva na atuação por parte
do fornecedor, para garantir o equilíbrio entre as partes, tem o consumidor o direito de ser
informação, à revisão contratual, e à conservação do contrato, sempre com o intuito de colocar o
consumidor em par de igualdade nas contratações.
RELAÇÃO DE CONSUMO
Relação de consumo é a relação jurídica formada por um consumidor e um fornecedor ligados por
pelo menos um produto e/ou serviço.
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APOSTILA
a) Consumidor: pessoa física ou jurídica que adquire produtos e utiliza serviços como destinatário
final no mercado de consumo (art. 2.º do CDC). Será também consumidor, por equiparação, a
coletividade de pessoas (parágrafo único do art. 2.º do CDC), aquele que for vítima do acidente
de consumo (art. 17 do CDC) e as pessoas expostas a uma determinada prática comercial (art.
29 do CDC); e
b) Fornecedor: pessoa física, jurídica, pública, privada ou ente despersonalizado que desenvolve
atividade econômica no mercado de consumo (art. 3.º do CDC).
a) Produto: qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial que tenha valor econômico,
destinado a satisfazer uma necessidade do consumidor (art. 3.º, § 1.º, do CDC). É importante
lembrar que a forma de aquisição e o estado que o produto se encontra (novo ou usado) é
irrelevante para a sua caracterização; e
b) Serviço: toda atividade remunerada (direta ou indiretamente), desenvolvida no mercado de
consumo para satisfazer o consumidor (art. 3.º, § 2.º, do CDC). Os serviços públicos podem ser
caracterizados nas relações de consumo desde que o Estado atue economicamente (art. 22 do
CDC).
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APOSTILA
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De acordo com os ensinamentos do Prof. Marco Antônio Araújo Júnior , a doutrina utiliza três
principais teorias para determinar mais precisamente quem é o consumidor:
Teoria finalista, subjetiva ou teleológica: identifica como consumidor a pessoa física ou jurídica
que retira definitivamente de circulação o produto ou serviço do mercado, utilizando o serviço para
suprir uma necessidade ou satisfação pessoal, e não para o desenvolvimento de outra atividade
de cunho profissional. Nesta teoria, não se admite que a aquisição ou a utilização de produto ou
serviço propicie a continuidade da atividade econômica.
Teoria maximalista ou objetiva: identifica como consumidor a pessoa física ou jurídica que adquire
o produto ou utiliza o serviço na condição de destinatário final (destinatário fático), não importando
se haverá uso particular ou profissional do bem, tampouco se terá ou não a finalidade de lucro,
desde que não haja repasse ou reutilização do mesmo. Não se encaixa nesse conceito, portanto,
aquele que utiliza serviço ou adquire produto que participe diretamente do processo de
transformação, montagem, produção, beneficiamento ou revenda, para o exercício de sua
atividade.
Teoria Mista ou híbrida: surgida a partir das interpretações jurisprudenciais, suaviza os conceitos
trazidos pelo CDC, reconhecendo como consumidor a pessoa física ou jurídica que adquire o
produto ou utiliza o serviço, mesmo em razão de equipamentos ou serviços que sejam
auxiliadores de sua atividade econômica. Surge aqui a interpretação da vulnerabilidade do
consumidor.
O art. 6.º do CDC traz um rol exemplificativo desses direitos. Todavia, o art. 7.º do mesmo
diploma legal estabelece que outros direitos também são alcançados e garantidos aos
consumidores em razão de tratados e convenções internacionais que o Brasil seja signatário.
1
ARAUJO JUNIOR, Março Antonio. Direito do Consumidor, parte I: Tutela Material do Consumidor. 1ª ed. São Paulo:
Premier Máxima, 2008 - (Coleção Resumo de Bolso)
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APOSTILA
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APOSTILA
consumidor por equiparação), são tratadas como consumidores. Então, basta a pessoa ser vítima
do acidente de consumo para ela ser considerada consumidora e, portanto, deve ser reparada por
eventuais danos.
Ex.: Voo da Tam que ao pousar ultrapassou os limites da pista e também atingiu transeuntes e
residências.
Os danos são extrínsecos, então o consumidor tem prejuízos além do produto ou serviço.
Também é conhecido como acidente de consumo, pois sempre gera algo mais grave.
Ex.: João vai a uma loja e compra um liquidificador e, ao chegar em casa, o liga para fazer um
suco. De repente a hélice do aparelho solta, sai da cuba e o atinge, causando cortes na sua
barriga.
É a responsabilidade que surge quando o fornecedor falha o dever de segurança dos produtos ou
serviços oferecidos. Assim, pela insegurança do produto/ serviço, o consumidor sofre um acidente
de consumo.
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APOSTILA
ESPÉCIES DE DEFEITO
Ex.: A Fiat decide fazer um carro no chassi do Gol, mas este outro carro não suporta e apresenta
defeitos, pois não foi produzido um chassi para suportar o carro.
I) Defeito de Fabricação: na hora da montagem/ produção/ prestação, o produto ou serviço
apresentou essa falha. Como por exemplo, as pílulas de farinha de um dado anticoncepcional.
O Código de Defesa do Consumidor (art. 12, § 3º, CDC) traz quais são as excludentes de
responsabilidade em caso de defeito do produto. São as seguintes e somente essas, pois a lei é
protetiva do consumidor, não podendo ser ampliado um rol capaz de prejudicá-lo. E mais, o
fornecedor tem que provar:
● que não colocou o produto no mercado, ou seja, que não fabricou, construiu, produziu
● ou importou o produto (inc. I);
● que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste, que é a quebra do
● nexo causal, demonstrar que não houve conduta (inc. II); ou
● a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, significando o mau uso do produto
● pelo consumidor (somente ele, único causador do acidente, não podendo ser concorrente,pois
nesse caso o fornecedor é responsável) ou por terceiro (se ele for o único responsável, qualquer
pessoa estranha à relação consumidor-fornecedor), que não aqueles previstos no art. 12 do CDC.
O STJ decidiu que, na culpa concorrente e não culpa exclusiva do consumidor do produto
defeituoso, o fornecedor tem o dever de indenizá-lo (REsp 971.845/DF). Ainda no STJ, a Súmula
479 dispõe: “As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias”.
As excludentes de responsabilidade são somente essas e, repita-se, a prova cabe ao fornecedor.
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APOSTILA
Por isso, o caso fortuito e a força maior não são excludentes de responsabilidade,apesar de
alguma doutrina admiti-los, principalmente quando ocorrem após a introdução do produto no
mercado de consumo, ou seja, um fortuito externo. O fortuito interno não é considerado
excludente de responsabilidade (STJ, REsp Repetitivo 1.199.782/PR).
OBJETIVO
O consumidor sempre busca reparação pelos danos causados, então ele não pede um novo
produto, o desfazimento do negócio e afins.
Ação Indenizatória/ de Reparação de Danos: é a ação cabível pelo fato do produto/ serviço.
Comerciante: só é responsável em algumas situações, mas esta não será solidária, mas sim
subsidiária. Conforme o art. 13, “o comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo
anterior, quando: I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser
identificados; II – o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor,
construtor ou importador; III – não conservar adequadamente os produtos perecíveis”. Assim, o
comerciante, em regra, não tem responsabilidade pelo fato, mas pode ser responsável quando
houver um problema na identificação do fabricante ou do importador; quando se houver má
conservação de produto perecível.
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poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na
causação do evento danoso”.
Ex.: O fabricante percebe que o comerciante não conservou adequadamente o produto, o qual
acabou perecendo e causando uma infecção alimentar no consumidor. Ele entra com uma Ação
Indenizatória contra o comerciante (direito de regresso).
Teoria do Risco: basta provar três elementos para que o consumidor tenha direito à indenização,
quais sejam: ocorrência do fato, ocorrência de um dano e, ainda, o nexo de causalidade entre
eles, ou seja, provar que o fato causou o dano.
Atenção: há a Responsabilidade Subjetiva no CDC, sendo esta apenas uma exceção. Conforme o
artigo 14, §4º: “a responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa”. Então, neste caso não basta a comprovação dos três elementos
mencionados acima, mas a culpa do profissional liberal, o qual poderá eventualmente tentar
provar a culpa do consumidor.
Teoria da Culpa Simples: no caso do artigo 14, §4º, o autor da ação, o consumidor no caso, tem
que provar o fato, o dano, o nexo causal e a culpa do fornecedor
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critério do juiz, for verossímil a alegação OU quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiência”.
STJ: Médico Cirurgião Plástico: há julgados no sentido de que, se este tipo de médico for
reparador é a Responsabilidade Subjetiva e se for estético é Responsabilidade Objetiva (não há
que se falar em culpa). Pode se estender ao dentista estético e a outros profissionais que
trabalham com estética.
Vício: é o defeito da coisa que a torna imprestável ao uso que se destina ou que lhe reduz
consideravelmente o valor, de modo que o negócio não seria celebrado se o consumidor
soubesse da existência do defeito.
Espécies de Vícios
a) Vício de Qualidade: é o mais comum, ocorre, por exemplo, quando o produto está quebrado.
b) Vício de Quantidade: quando, por exemplo, o produto não apresenta o peso/ medida
esperados.
c) Vício de Informação: ocorre quando é repassada ao consumidor uma informação incorreta do
produto/ serviço.
Art. 18, CDC: “Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados
ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou
mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas”.
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APOSTILA
COMO FUNCIONA
Quando o consumidor identificar o vício, ele deve reclamar para qualquer fornecedor. O
fornecedor tem o dever/ direito de consertar o produto ou refazer o serviço. É um dever/ direito,
pois ele está obrigado, mas também tem o direito de consertar/ refazer, ele não é obrigado a
trocar o produto, devolver o dinheiro ou dar um abatimento proporcional. O prazo para o
fornecedor consertar/ refazer é, em regra, de 30 dias, o qual pode ser aumentado até o máximo
de 180 dias ou reduzido até o mínimo de 7 dias, desde que haja uma cláusula separada do
contrato de adesão.
Se o problema ainda não foi resolvido, o consumidor pode, dentro do prazo, exercer uma das
opções do artigo 18, §1º do CDC. É um direito potestativo, ou seja, um poder do consumidor de
escolher livremente qual das opções prefere. Cabe destacar, ainda, que não há ordem entre as
opções, que são:
✓ Abatimento proporcional no preço; ou
✓ Desfazimento do negócio com a devolução imediata da quantia paga monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; ou
✓ Novo produto/ substituição do produto por outro da mesma espécie em perfeitas
condições de uso: se não tiver outro produto da mesma espécie disponível, o consumidor
pode escolher entre um produto melhor (tendo que pagar a diferença) ou um pior (sendo
ressarcido pela diferença).
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APOSTILA
Prazo de Prescrição: é previsto para uma hipótese em que a pessoa vai exercer uma pretensão
indenizatória.
Ação Indenizatória/ Reparação de Danos: só quando se reclama a Responsabilidade pelo Fato do
Produto ou do Serviço.
Art. 27 do CDC: 5 anos, é um prazo quinquenal, sendo que o prazo só pode ser contado a partir
do momento em que você tem conhecimento do dano/ extensão do dano e da autoria (termo
inicial). Esta é a Teoria da Actio Nata, em que é necessária a ciência de quem ocasionou o dano
(Responsabilidade Subjetiva).
Prazo de Decadência (art. 26 do CDC): está relacionado ao direito potestativo, ou seja, tem a ver
com os vícios do produto ou serviço.
Ação de Obrigação: em que o consumidor quer obrigar o fornecedor ao abatimento, desfazimento
ou a um novo produto.
Quando o produto ou o serviço for durável (se mantém no tempo, permite reiterado uso): 90 dias.
Quando o produto ou serviço for não durável (se esgota com o uso): 30 dias.
Cabe destacar que não importa se for um vício de fácil ou de difícil constatação, o que muda com
relação a isso é apenas o termo inicial, ou seja, quando o prazo começa a correr.
Difícil constatação: o termo inicial é o momento de ciência do vício (Teoria Subjetiva).
Fácil constatação: o termo inicial é o momento da tradição, ou seja, o dia em que o consumidor
recebeu o produto/ serviço (Teoria Objetivo).
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APOSTILA
a) abuso de direito;
b) excesso de poder;
c) infração da lei;
d) fato ou ato ilícito;
e) violação dos estatutos ou contrato social;
f) falência;
g) estado de insolvência;
h) encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocado por má administração; e
i) sempre que a personalidade jurídica for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados aos consumidores.
O NCPC dispensa o incidente, se o pedido já for formulado na petição inicial (art. 134, § 2.º, do
NCPC).
Decretada a desconsideração da personalidade jurídica pelo magistrado, que pode ser de ofício
ou a requerimento das partes, haverá a responsabilização civil do proprietário, sócio-gerente,
administrador, sócio majoritário, acionista, controlador, entre outros, alcançando os respectivos
patrimônios pessoais.
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APOSTILA
Publicidade abusiva: publicidade abusiva é aquela que ofende valores éticos, sociais e religiosos
da sociedade, mostrando-se discriminatória de qualquer natureza, que incite a violência, explore o
medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança,
desrespeite valores ambientais, ou seja, capaz de induzir o consumidor a se portar de forma
prejudicial ou perigosa à saúde ou à segurança.
Publicidade clandestina: é aquela que não pode ser claramente identificada pelo consumidor.
Caso o fornecedor descumpra as regras da publicidade (art. 37 do CDC), ocorrerá vício na
informação, permitindo que o consumidor possa, nos termos do art. 35 do CDC:
a) Exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou
publicidade;
b) Aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente, pagando ou recebendo a
diferença; e
c) Rescindir o contrato com a restituição da quantia eventualmente antecipada,
monetariamente atualizadas, além decomposição de perdas e danos.
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APOSTILA
• Direito de arrependimento nas relações de consumo: para proteger o consumidor de uma prática
comercial na qual ele não desfruta das melhores condições para decidir sobre a conveniência do
negócio, o art. 49 do CDC prevê a hipótese de arrependimento toda a vez que ocorrer a
contratação fora do estabelecimento comercial, seja por internet, telefone, catálogo ou qualquer
outra forma. Trata-se de um prazo de reflexão.
Relações contratuais de crédito: o CDC estabelece regras específicas para os contratos que
envolvam outorga de crédito. No que diz respeito aos contratos bancários ou que, de alguma
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APOSTILA
Contrato de adesão: o art. 54 do CDC define o contrato de adesão como aquele que contenha
cláusulas “aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo”.
Em regra, o contrato é escrito e vem em formulário impresso, faltando apenas a inclusão dos
dados cadastrais do consumidor; contudo, ainda será contrato de adesão aquele que permitir a
simples inclusão de cláusulas relacionadas apreço, condição de entrega, data de pagamento etc.
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