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PROVA PARCIAL – DIREIRO DO CONSUMIDOR

ALUNA: LARA MEDEIROS COSTA SILVA


CÓDIGO:826738

1)
AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. GRUPO ECONÔMICO. COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS.
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO CONFIGURADA.
APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. AUSÊNCIA DE
VULNERABILIDADE E HIPOSSUFICIÊNCIA TÉCNICA. ALTERAÇÃO.
NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. REQUISITOS.
AUSÊNCIA. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 7 E 83/STJ. AGRAVO INTERNO
IMPROVIDO.
Não se verifica a propalada ofensa aos arts. 489 e 1.022 do CPC/2015, tendo o acórdão
recorrido resolvido satisfatoriamente as questões deduzidas no processo, sem incorrer nos
vícios de obscuridade, contradição, omissão ou erro material com relação a ponto
controvertido relevante, cujo exame pudesse levar a um diferente resultado na prestação
da tutela jurisdicional.
No tocante à caracterização de relação de consumo, o Tribunal de origem, soberano na
análise do acervo probatório constante dos autos, firmou sua convicção no sentido de não
reconhecer a hipossuficiência dos ora embargantes, ao manter o entendimento de que não
se configura relação de consumo entre as partes, afastando, por conseguinte, a aplicação
da teoria finalista mitigada. Assim, a revisão desse entendimento esbarra no teor da
Súmula 7/STJ, pois demandaria nova análise de fatos e provas, situação vedada no âmbito
do recurso especial.
Com relação à desconsideração da personalidade jurídica, a jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que, nas hipóteses em que reconhecida a
existência de grupo econômico e verificada confusão patrimonial ou desvio de finalidade
entre as empresas, é possível desconsiderar a personalidade jurídica de uma empresa para
responder por dívidas de outra, inclusive em cumprimento de sentença, sem que haja
violação da coisa julgada.
Na hipótese dos autos o colegiado de origem concluiu que, embora pertencentes ao
mesmo grupo econômico, não ficou comprovada a confusão patrimonial ou desvio de
finalidade, razão pela qual entendeu não ser possível a desconsideração da personalidade
jurídica.
Logo, a questão foi resolvida com base nos elementos fáticos que permearam a demanda.
Desse modo, rever os fundamentos que ensejaram a conclusão alcançada pelo Tribunal a quo
exigiria reapreciação do conjunto fático-probatório dos autos, providência que encontra óbice
no enunciado n. 7 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça.
Agravo interno improvido.
(AgInt nos EDcl no AREsp n. 2.323.697/RJ, relator Ministro Marco Aurélio Bellizze,
Terceira Turma, julgado em 11/9/2023, DJe de 13/9/2023.)

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DOUTRINÁRIA E COMENTÁRIOS


Analisando o julgado e os autos, vê-se que não houve o que se falar em relação de
consumo no processo, tendo sido esta descaracterizada no presente julgado com esta
justificativa. É sabido que toda relação jurídica de consumo é formada toda vez que um
fornecedor e um consumidor transacionarem produtos e/ou serviços (artigo 2º da Lei n.º
8.078/1990). Toda relação de consumo deve ter obrigatoriamente três elementos, o
elemento subjetivo, que é a relação entre o consumidor e o fornecedor, o objetivo (o
produto ou serviço) e finalístico, onde o consumidor deve ser o destinatário final, o que
vou houve nos presentes autos em questão.
Em âmbito doutrinário, há de se falar na teoria finalista mitigada, pois está se dá como
sendo uma garantia as pessoas jurídicas, pois está consiste em admitir, que em
determinadas hipóteses, a pessoa jurídica que adquire um produto ou serviço, possa ser
abarcada pelo disposto no CDC, porém se faz necessário a apresentação frente ao seu
fornecedor de uma vulnerabilidade, o que não ocorreu no caso em questão
descaracterizando a aplicação da Teoria Finalista Mitigada no caso em tese. Conforme o
art. 4°, inciso I, do CDC, é necessária que haja está comprovação e demonstração da
vulnerabilidade para a incidência do princípio em questão nos casos concretos.
Nesse cenário, importante ressaltar que já existem julgados que falam sobre esses temas,
que consolidaram três hipóteses de vulnerabilidades que geram aplicação da teoria.
.

2)
PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. DIREITO À INFORMAÇÃO. ARTS. 6º, III, e 31 DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. DIMINUIÇÃO NA QUANTIDADE E PESO DE
PRODUTO. OSTENSIVIDADE DE ADVERTÊNCIA NÃO CARACTERIZADA. PRINCÍPIOS
DA TRANSPARÊNCIA, BOA-FÉ OBJETIVA, SOLIDARIEDADE E VULNERABILIDADE.
CAVEAT EMPTOR. 1. Trata-se, na origem de Ação Ordinária com pedido de Tutela Antecipada,
em desfavor da União objetivando anulação de processo administrativo ou, sucessivamente,
redução de multa administrativa aplicada à empresa em razão de violação ao Código de Defesa do
Consumidor e à Portaria 81/2002 do Ministério da Justiça, notadamente por ter comercializado
biscoito com redução de peso sem a devida ostensividade da informação no rótulo do produto e
sem diminuição proporcional no preço. 2. Informação é um dos direitos básicos do consumidor,
talvez o mais elementar de todos na classe dos instrumentais (em contraste com direitos
substantivos, como proteção da saúde e segurança), daí a sua expressa prescrição pelo art. 5º, XIV,
da Constituição de 1988: "é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício profissional". Consoante o CDC, é direito básico do
consumidor "a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço" (art. 6º, III,
do CDC). Nesse direito instrumental se encontra, sem exagero, um dos baluartes do microssistema
e da própria sociedade pós-moderna, ambiente no qual também se insere a proteção contra a
publicidade enganosa e abusiva ( CDC, arts. 6º, IV, e 37). 3. A falta ou a deficiência material ou
formal de informação não só afrontam o texto inequívoco e o espírito do CDC, como também
agridem o próprio senso comum, sem falar que convertem o dever de informar em dever de
informar-se, ressuscitando, ilegitimamente e contra legem, a arcaica e renegada máxima caveat
emptor (= o consumidor que se cuide). 4. Por expressa disposição legal, só respeitam o princípio
da transparência e da boa-fé objetiva, em sua plenitude, as informações que sejam "corretas,
claras, precisas, ostensivas" e que indiquem, nessas mesmas condições, as "características,
qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros
dados" do produto ou serviço, objeto da relação jurídica de consumo (art. 31 do CDC, grifo
acrescentado). Logo, em tese, o tipo de fonte e localização de restrições, condicionantes,
advertências e exceções devem ter destaque, sob pena de violação do dever de ostensividade. 5.
Recurso Especial provido.

(STJ - REsp: XXXXX CE XXXXX/XXXXX-2, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data


de Julgamento: 08/11/2016, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/08/2020)

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DOUTRINÁRIA E COMENTÁRIOS


O art. 6° do CDC, inciso IV, traz a proibição do abuso de direito a qual impõe transparência e
boa-fé nos métodos comerciais bem como publicidades e também contratos. No caso em questão
não houve respeito ao disposto pelo artigo citado, pois houve a falta, deficiência material de
informação ao consumidor.Conforme já supracitado e também já visto aqui nesse estudo se faz
possível afirmação que é boa fé o princípio máximo que orienta o CDC também o princípio da
transparência que atua como um reflexo da boa fé a qual já é exigida aos agentes contratuais.
Também importante citar, esse contexto, os artigos 30 a 38 do CDC, que regulam a vinculação
da publicidade, as quais constituem algumas inovações mais comentadas no Código de defesa do
consumidor sendo reflexos desse direito de proteção contra os abusos do marketing.. A exigência
da boa fé quando na aproximação entre o fornecedor e consumidor se faz necessária. Sendo assim
disciplina CDC, em seus artigos 36 e 38 a informação publicitária que obriga obriga o fornecedor
que dela se utilizar a respeitar os princípios básicos de transparência e de boa fé que existem nas
relações de consumo.

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