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DIREITO DO

CONSUMIDOR
PRESSUPOSTOS FUNDAMENTAIS. RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO. PRINCÍPIOS.
DIREITOS. RESPONSABILIDADE CIVIL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
JURÍDICA. PROTEÇÃO CONTRATUAL. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS. INFRAÇÕES
PENAIS. DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO. SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 PRESSUPOSTOS FUNDAMENTAIS (art. 1º CDC)

Revolução Industrial
Guerras Mundiais
Globalização
Código Civil/1916
Constituição Federal/1988

Obs: LEI PRINCIPIOLÓGICA: CARACTERÍSTICAS

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO (ARTS.
2º, 3º, 17, 29 E 81 CDC)

Estrutura: C – P/S - F

Características: bilateral
impessoal
dinâmica
principiológica
Objetivo: microssistema => harmonia

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 CONSUMIDOR
Espécies: Individual (art.2º caput)

obs: Que tipo de pessoa? O que é destinatário final?


Bem de insumo e consumo (CC X CDC) e Teorias
Finalista, Maximalista e Mista . Aquisição para uso
próprio, profissional e vulnerabilidade.

Coletivo (art. 2°, parágrafo único c/c 81, 17


e 29)

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 FORNECEDOR (art. 3º, caput)

Gênero
Espécie

Obs: Atividade: qual? como?

 PRODUTO E SERVIÇO (art. 3º, §§1º e 2º)

Bem
Remuneração

OBS: durável e não-durável – art. 26


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DIREITO DO CONSUMIDOR
 PRINCÍPIOS (ART. 4° )

Conceito
Objetivo => EQUILÍBRIO
Harmonia (art. 4º caput e III) ,
Vulnerabilidade (art. 4° I),
Boa-fé Objetiva (art. 4º III),
Transparência (art. 4º caput),
Dever governamental (art. 4°, II)

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 DIREITOS DO CONSUMIDOR (art. 6°, I a V) :
a) Proteção à vida, segurança e saúde (art. 4°,
caput e II, d, IV; 8°/10) – arts. 63 e 64
b) Educação e Informação (art. 4°, VI c/c 30):
Formal e Informal
c) Conteúdo da informação (arts. 12/25; 30, 35
c/c 84, 37) – dever – art. 66
d) Publicidade Enganosa/Abusiva, práticas
abusivas (arts. 30, 35, 37, 39, 56 XII) – art. 67
e) Cláusulas abusivas – prestações
desproporcionais (art. 51)

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 DIREITOS DO CONSUMIDOR (ART. 6º, VI a X)
a) Reparação de Danos (arts. 12 e segs; ações –
art. 81 e segs) e sua prevenção (fiscalização,
comunicação – recall)

b) Acesso à justiça (órgãos) – ações e dever


governamental (art. 4°, II, VI e VII, 5°, 81 e
segs.)

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DIREITO DO CONSUMIDOR
c) Inversão do ônus da prova – hipossuficiência e
verossímil. Ope legis ou judicis?
 Facilitação da defesa do consumidor em juízo - prova . No caso do consumidor/vulnerabilidade, o
Código admite a inversão do ônus da prova. Isto é, caberá ao fornecedor e não ao consumidor provar o
contrário do alegado pelo segundo. Todavia, caberá ao juiz analisar se alegação é aparentemente
verdadeira (verossímil) ou detectar a hipossuficiência do consumidor, critérios estes para haver a
aludida inversão.
 Termo hipossuficiente. Posição de Rizzatto Nunes. O ônus da prova não pode ser visto como forma de
proteção ao mais “pobre”. Beneficiar carente econômico , determinar-se-ia a inversão do pagamento.
 Juiz não possui o poder discricionário de inverter ou não o ônus da prova em favor do consumidor.
Papel do magistrado é meramente de aferir a presença dos requisitos impostos pelo CDC. No mais,
não implica dizer, também, que o juiz irá proceder um julgamento prévio sobre o mérito decidindo a
causa a favor do consumidor; estará, apenas, o juiz facilitando a defesa dos direitos do consumidor,
com base nas provas, por exemplo, extraídas no Inquérito Civil Público, admitindo prova em contrário.
Ope legis ou ope judici?
 Publicidade enganosa sempre haverá a inversão do ônus da prova (art. 38, CDC) - automática.
 Doutrina e a jurisprudência divergem sobre qual o momento adequado para se aplicar as regras de
inversão do ônus da prova. A) Despacho saneador, de forma a preservar o princípio do contraditório e
da ampla defesa. Nesse caso, a inversão do ônus da prova seria uma regra de procedimento, posição
adotada por Rizzatto Nunes; B) Prolação da sentença, sustentando, pois que a inversão do ônus da
prova seria uma regra de julgamento, corrente perfilhada por Nelson Nery Júnior.
 Objetivo da inversão - restabelecer a igualdade e o equilíbrio na relação processual em razão do
fornecedor, geralmente, dispor de melhores condições técnicas e econômicas para a disputa judicial.

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DIREITO DO CONSUMIDOR
d) Serviços Públicos em geral (art. 4°, VII c/c 22) – Próprios e
Impróprios. Lei 8987/95 x CDC => CF (art. 5°, XXXII, 170, V)
e art. 48 ADCT
 Lei 8987/95
CAPÍTULO II - Do Serviço Adequado
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno
atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta lei, nas normas pertinentes e
no respectivo contrato.
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança,atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade
das tarifas.
§ 2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das
instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de
emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

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DIREITO DO CONSUMIDOR
CAPÍTULO III - Dos Direitos e Obrigações dos Usuários
Art. 7º Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de 11 de
setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários:
I - receber serviço adequado;
II - receber do poder concedente e da concessionária
informações para a defesa de interesses individuais ou
coletivos;
III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha,
observadas as normas do poder concedente;
IV - levar ao conhecimento do poder público e da
concessionária as irregularidades de que tenham
conhecimento, referentes ao serviço prestado;
V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos
praticados pela concessionária na prestação do serviço;
VI - contribuir para a permanência das boas condições dos
bens públicos através dos quais lhes são prestados os
serviços.

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC (ARTS. 12
A 27): NOÇÕES

Conceito
Elementos
FATO X VÍCIO  TEORIA DA QUALIDADE

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC (arts. 12 a
27)
Vício X Defeito = Funcionalidade X Incolumidade
1) Vício de Qualidade do Produto (art. 18) – Reclamação
(art. 26, Durável - 90d e Não Durável – 30d), Sanação
(30d) e Hipóteses
2) Vício de Quantidade do Produto (art. 19)
3) Vício de Qualidade e Quantidade do Serviço (art. 20)
4) Fato do Produto (art. 12) – Subsidiariedade (art. 13) –
Reparação (art. 27)
5) Fato do Serviço (art. 14) - § 4° Profissional Liberal –
Reparação (art. 27)
6) Excludentes de Responsabilidade (art. 12§3º e 14§3º)

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC (arts. 18 a 26):
VÍCIO

Conceito
Espécies e Tipo de Responsabilidade
Prazo para o Consumidor Reclamar (garantia legal) -
início do prazo
Prazo para o Fornecedor sanar o vício
Direitos do Consumidor se o vício não for sanado
Obs: art. 18 §§3º e 5º

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC (arts. 12 a 14 e
27): FATO

Conceito
Prazo para o Consumidor ingressar com ação –
início do prazo
Fornecedor: quem?responsabilidade?
Hipóteses de Exclusão de Responsabilidade
Obs: Súmula 479 STJ

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: art. 28
CDC
Objetivo => Proteger o Consumidor => uso nocivo da
personalidade jurídica => assegurar livre acesso aos bens
patrimoniais
Fundamento => Proibição do Abuso de Direito
Pressupostos => Teoria Menor ou Objetiva
Conflito de valores: manutenção do dogma da separação
patrimonial x interesses da outra parte contratante com a
pessoa jurídica insolvente
Art. 133 CPC/15 => Aspectos Processuais – Alegação de Ofício
Ex: A explosão do Osasco Plaza Shopping (11.06.1996) =>
acidente de consumo (art. 17, CDC) => §5º art. 28

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 PRINCÍPIOS CONTRATUAIS

Liberais: Autonomia da Vontade,


Obrigatoriedade e Eficácia Relativa dos
Contratos
Sociais: Função Social, Boa-fé objetiva e
Equilíbrio Contratual

Conceito Atual de Contrato: Clássico +


Contemporâneo

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DIREITO DO CONSUMIDOR
PROTEÇÃO CONTRATUAL
Práticas Comerciais (arts. 30, 31, 35, 37 e 46,
CDC)
Oferta:Conceito, Conteúdo e Consequência
Descumprimento da Oferta
Princípio do Consentimento Esclarecido
Publicidade: Enganosa e Abusiva

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 Práticas abusivas (art. 39 e 40)

Conceito
Princípio violada
Orçamento: conteúdo e consequência

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 PRÁTICAS ABUSIVAS (art. 42 e 43)

Cobrança de dívidas => abusivas


Bancos de dados e cadastros de consumidores
=> conceito e Súmulas do STJ (323, 359,
385, 404, 548, 572)

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 CLÁUSULAS ABUSIVAS (ART. 51)

Conceito
Princípio violado
Consequência
Hipóteses: taxativa ou exemplificativa?

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 CLÁUSULAS ABUSIVAS (ART. 52 E 53)

Outorga de Crédito Fácil


Compras móveis e imóveis em financiamento
LEI Nº 13.786, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2018 X art. 53 CDC
Súmula 543 STJ: Na hipótese de resolução de contrato de
promessa de compra e venda de imóvel submetido ao
Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a
imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente
comprador – integralmente, em caso de culpa exclusiva
do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente,
caso tenha sido o comprador quem deu causa ao
desfazimento.
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DIREITO DO CONSUMIDOR
 Contratos de Adesão (art. 54)

Conceito
Cláusulas Restritivas

Obs: Súmulas 302 e 597 STJ

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 Sanções Administrativas (arts. 55 a 60, CDC)
Conteúdo x TRIPÉ  Comissões Permanentes de Acompanhamento
Concorrência das normas das atividades econômicas: União, Estados e
Distrito Federal
OBS: Município => atos de fiscalização/controle e elaboração de normas
desses atos
Cumulação?
Multa => gravidade da infração (vantagem auferida e condição econômica) –
entre 200 a 3 milhões de UFIRs destinada ao fundo estadual ou municipal
de proteção ao C  crime de responsabilidade se houver desvio
Apreensão, inutilização e proibição de fabricação de produto, suspensão de
fornecimento do P/S, cassação do registro do produto e revogação da
concessão/permissão de uso  vícios de qualidade e quantidade por
inadequação ou segurança do P/S
Cassação do alvará de licença de funcionamento, de interdição e suspensão
temporária de atividade, intervenção administrativa  reincidência de
prática das infrações de maior gravidade

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 DAS INFRAÇÕES PENAIS (arts. 61 a 80):
TUTELAR DIREITOS BÁSICOS –
Responsabilidade Subjetiva
Legitimidade: como assistente do MP – art. 82, III e IV
a) art. 63 – Noc./Per.(art. 8°, 9° e final dos arts.
12 e 31; 6° III; 18, §6°, II) – 6m-2a E multa
(dolosa), 1m-6m OU multa (culposa) –
violação às normas de conduta comerciais e
civis
b) art. 64 – Per.(comunicação, art. 10,§1°) -
6m-2a E multa (dolosa) – viola o “dever-ser”
do art. 6°, I e VI
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DIREITO DO CONSUMIDOR
c) art. 66 – Afirmação Falsa, Omissão de Características
(art. 30, 31, 39, 6° III) – 3m-1a E multa – configuram
restrições às normas comerciais e civis destes artigos
d) art. 67 – Pub. Enganosa/Abusiva (art. 37, 38) – 3m-1a
E multa – materializa a proteção ao art. 6°, IV
e) art. 70 – viola os arts. 21 e 40 – visa proteger os arts.
4°, VI; art. 6°, IV e V
f) art. 71 – Constrangimento na Cobrança (art. 42) – 1m-
6m OU multa – efetiva o art. 6°, VI (danos morais)
g) art. 72 – Não correção de Dados (art. 43, 6° IV) 1m-6m
OU multa – art. 5°, LXXII, CF/88 – efetiva o art. 6°, VI e
VIII
h) art. 74 – não entregar garantia contratual (art. 50) –
1m-6m OU multa

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DIREITO DO CONSUMIDOR
DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO (arts. 81
e 82): Solucionar lides de consumo (garantia
dos direitos)
Tutela: individual e coletiva
Legitimação Ordinária (LO) e Extraordinária(LE) (art.
18, CPC) –
Substituto Processual, ente que defende interesse
coletivo (tutela coletiva) – legitimados do art. 82
CDC e art. 5° Lei 7347, 24.7.1985 (LACP): 1) Difuso
– circunstância de fato, 2) Coletivo – relação
jurídica, 3) Individual Homogêneo – origem comum

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 Interesses Difusos – Veículo com defeito (segurança dos freios),
medicamento com alto fator-risco (saúde) – recall; ou retirada de publicidade
enganosa – providência, se positiva, beneficiará a TODOS os potenciais
consumidores – interesses indivisíveis – Art. 84 (astreintes) – tutela
preventiva
 Interesses Coletivos – Modificação de cláusulas abusivas por
contrato de adesão em plano de saúde; ou cobrança indevida de taxas e/ou
obrigações oriundas de contrato de vendas de lotes de terrenos – pedido
para cessação de efeitos (embora se possa pedir indenização pelo valor já
pago) – interesses indivisíveis - tutela preventiva ou repressiva
 Individuais Homogêneos – interesses individuais, mas que
podem ser tratados de forma coletiva, em face da mesma causa que o atingiu
– Contrato de Locação de Imóveis, dever do dono em pagar taxas de
cadastros, honorários de advogados na redação dos contratos, taxa de
renovação etc, mas as administradoras cobram do inquilino, devendo, por
isso, haver a devolução das quantias cobradas indevidamente – tutela
repressiva; ou os veículos e medicamentos que causaram danos àqueles que
adquiriram ou ingeriram – como a extensão do dano é variável, a indenização
desses danos na liquidação é caso a caso

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 Observações:
1) Ação Coletiva: legitimados – MP (art. 92),
Órgãos Públicos e Associações de Defesa
(1 ano – dispensa- e fim) – Caráter
Indenizatório para os interesses do art.
81, parágrafo único, III
2) Ação Civil Pública e suas tutelas (art. 81,
parágrafo único, I e II): Repressiva (pagar)
e Preventiva (abster de fazer – art. 84)

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 Defesa do Consumidor em Juízo - Tipos de
Ações (art. 3° e 4°, Lei 7347/1985 c/c art.
83 e 84 CDC) e Coisa Julgada (art. 103):
a) Imposição de uma obrigação de dar (condenação em
dinheiro)
b) Imposição de uma obrigação de fazer ou não fazer
(preceito cominatório)
c) Ações Declaratórias – nulidade de cláusulas contratuais
abusivas (art. 51)
d) Execuções – Título Extrajudicial (execução dos termos de
compromisso de ajustamento de conduta, mediante o qual
algum “F” se comprometeu a deixar de fazer ou a fazer
alguma coisa sob pena de multa, ou então a pagar uma
indenização, mas não o faz, conforme avençado) e Judicial
(ACP cujo objeto é a condenação em dinheiro, art. 81, III)
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DIREITO DO CONSUMIDOR
Coisa Julgada (art. 103) - Imutabilidade da Sentença
Tutela Individual (L. O) – resultado da ação (efeitos da condenação na indenização)
só atinge os titulares desses interesses( autor e réu).
Tutela Coletiva (L. E) – os efeitos são três a depender do interesse tutelado:
a) erga omnes (difuso) – sentença afeta a TODOS quantos estejam ligados a
esses interesses, de maneira uniforme. Assim, se a sentença for favorável a
uma entidade legitimada, fará coisa julgada para todos os interessados e,
obviamente em face do réu. Mas, se julgada improcedente em razão de
insuficiência de provas (formal), outro legitimado poderá intentar a ação
com base em novas provas
b) ultra partes (coletivo) – sentença afeta as partes e o(a)
grupo/categoria/classe dessas pessoas, mas se julgada improcedente por
insuficiência de provas, pode outro legitimado propor a ação com base em
novas provas
c) erga omnes (individual homogêneo) – procedência do pedido em benefício
de todas as vítimas, mas a improcedência do pedido não impede sua
repetição por outro legitimado. Se não litisconsorte, ação a título individual;
se litisconsorte, não há possibilidade de nova ação

A e B – propositura de nova ação (formal) pois o interesse não pertence ao ente agente, este é mero substituto
processual, bem como em face da relevância e da indivisibilidade dos mesmos interesses e direitos,
vulnerabilidade do consumidor e dificuldade de se obterem prova, mesmo com a inversão.

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 Algumas Observações:
Em qualquer fase de um processo civil, pode: a ) o interessado provocar o juízo
com base no art. 28 do CDC; b) o juiz determinar a inversão da prova em
favor do consumidor quando, a seu critério, for verossímil a alegação do
consumidor ou quando verificar estar ele dotado de insuficiência de prova
(art. 6°, VI e VIII).
Arts. 81/104 CDC c/c art. 5°, §6°, Lei 7347/1985 – O Inquérito Civil serve para a
pré-instrução processual de investigação do MP (art. 129, III, CF/88) para
apurar infrações administrativas, com vistas às medidas indenizatórias e
reparatórias das lesões aos consumidores. Para evitar litígio, o MP pode
transigir, tomando do fornecedor compromisso de ajustamento das suas
adequações às normas legais, mediante cominações então fixadas para as
hipóteses de descumprimento. Nada impede que essa medida seja adotada
por outra entidade pública da defesa do consumidor (no tocante aos arts.
56/60 CDC) sempre que for mais vantajoso para este
Assim, pressupõe a facilitação da defesa dos direitos do “C”, busca a
harmonização dos interesses, baseada na boa-fé e equilíbrio nas
relações de consumo. Viabilizando os princípios da PNRC(art. 4°), ao
prever instrumentos para sua efetivação (art. 5°).

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DIREITO DO CONSUMIDOR
SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR
(arts. 105 e 106)
Noções: instrumentos legais e administrativos para
defesa do Consumidor
Formas de Tutela Preventiva: legislação protetiva,
instituição e implementação do SNDC.
Fiscalização/controle e aplicação de sanções
administrativas
SNDC: Conceito, Importância, Composição
Ex: DPDC, Inmetro, Agência de Vigilância Sanitária,
Procons (orientar, mediar, encaminhar à
fiscalização, fiscalizar, estudar/pesquisar), MP
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DIREITO DO CONSUMIDOR
 CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO (art. 107)
Importância da CF/88
Conceito: é um instrumento que busca a antecipação
de eventuais conflitos nas relações de consumo,
regulando sua solução e estabelecendo condições
para a sua composição . É um meio de solução de
conflitos coletivos, em que fornecedores e
consumidores, por suas entidades representativas,
estabelecem, de forma antecipada, condições para
certos elementos da relação de consumo, que
terão incidência nos contratos individuais que
serão celebrados
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DIREITO DO CONSUMIDOR
 Segundo dispõe o CDC, a convenção coletiva
pode ter por objeto o estabelecimento de
condições relativas ao preço, à qualidade, à
quantidade, à garantia e características de
produtos e serviços, bem como à reclamação e
composição do conflito de consumo. A sua
finalidade precípua é a de buscar solucionar, de
forma antecipada e coletiva, eventuais conflitos
que possam advir dos contratos futuros,
individualmente firmados entre os filiados às
entidades de representação signatárias da
convenção
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DIREITO DO CONSUMIDOR
 Pressuposto: vontade das partes => conciliar interesses
 Partes: entidades civis de consumidores + associações de
fornecedores ou sindicatos de categorias econômicas
 Conteúdo: Os direitos e garantias previstos no CDC
constituem normas regidas por princípios de ordem pública,
de tal forma que não podem ser suprimidos ou restringidos
por força de ajuste entre as partes signatárias do
instrumento coletivo . A convenção coletiva de consumo não
pode ter por objeto qualquer cláusula que impeça ou
importe em restrição, ainda que indireta, aos direitos
previstos no CDC. Somente pode haver, por meio da
convenção, a ampliação das garantias e direitos, nunca a
sua diminuição. Pode estabelecer regras sobre preço,
qualidade, quantidade, garantia etc.

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 Formalidade: exige-se a forma escrita,
tornando-se obrigatória e eficaz a partir do
registro do instrumento em cartório de títulos
e documentos

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DIREITO DO CONSUMIDOR
 Bibliografia
FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Direitos do
Consumidor. São Paulo: Atlas.
_____. Curso Fundamental de direito do consumidor.
São Paulo: Atlas.
GAMA, Hélio Zaghetto. Curso de direito do
consumidor. Rio de Janeiro: Forense
MARTINS, Plínio Lacerda. Anotações ao Código de
Defesa do Consumidor. Conceitos e Noções
Básicas. Rio de Janeiro: Forense.
NUNES, Luis Antonio Rizzatto. Curso de Direito do
Consumidor: com exercícios. São Paulo: Saraiva

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DIREITO DO CONSUMIDOR
SILVA, Jorge Alberto Quadros de Carvalho. Código de
Defesa do Consumidor Anotado e legislação
complementar. São Paulo: Saraiva.
MARQUES, Claudia Lima. Manual de Direito do
Consumidor. RT
GARCIA, Leonardo. Código de Defesa do Consumidor
Comentado. Juspodivm
TARTUCE, Flávio. Assumpção, Daniel Amorim. Manual de
Direito do Consumidor. Saraiva.
ALMEIDA, Fabricio Bolsan de. Direito do consumidor
esquematizado. Saraiva
ALMEIDA, Joâo Batista de. Manual de Direito do
Consumidor. Saraiva
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