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CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

COMUM
AULA 04
TRANSFERÊNCIA DA EXECUÇÃO

DELEGAÇÃO OUTORGA
CONTRATO LEI
Invariavelmente a lei outorga
ao Poder Público (entidade
Nos serviços delegados há estatal) a titularidade do
transferência da execução do serviço público e somente por
serviço por contrato (concessão) ou lei se admite a mutação da
ato (permissão e autorização)
negocial
titularidade (princípio do
paralelismo das formas)

a delegação, ao contrário, sugere A outorga possui contornos de


termo final prefixado, visto definitividade, posto emergir de
decorrer de contrato lei
CONCESSÃO
OBJETO
Apenas os serviços de utilidade pública

TITULARIDADE
Continuará em mãos do Poder Público

COMPETÊNCIA À União compete legislar sobre normas gerais (CF,


LEGIFERANTE art. 22, XXVII)...
• cumprindo às demais entidades estatais o dever de adequação das normas gerais à
realidade local.
• As normas gerais fixadas na Lei n. 8.987/95 são aplicáveis à União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, que conservam competência legiferante para também disciplinar
a matéria.
CONCEITO LEGAL
CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO

• Concessão de serviço público “é a transferência da prestação de


serviço público, feita pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, mediante concorrência, a pessoa jurídica ou
consórcio de empresas, que demonstre capacidade para o seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”
(Lei n. 8.987/95, art. 2º, II).
• Por força da Lei n. 11.079/2004, foi instituído o regime de
contratação denominado “parceria público-privada” e as
concessões de serviços regidas pela Lei n. 8.987/95 passaram a
ser denominadas “concessões comuns”, desde que não envolvam
a realização de qualquer contraprestação pecuniária advinda do
Poder concedente.
CARACTERÍSTICAS
PODER CONCEDENTE

• União, Estados, Distrito Federal e Municípios — pessoas jurídicas de direito


público — entidades estatais.

CONCESSIONÁRIO

• Pessoa jurídica ou consórcio de empresas, admitindo a lei a contratação de


empresa individual. A pessoa física não pode ser concessionária de serviços
públicos.

CONTRATO

• O contrato administrativo deve ser precedido de licitação. Em regra, a


modalidade obrigatória é a concorrência, admitindo-se, porém, o leilão para
determinados serviços (Lei n. 9.491/97 — Programa Nacional de
Desestatização). Há duas espécies de contratos de concessão: a) concessão de
serviços precedidos de obra pública; b) concessão de serviços públicos. Ambas
passaram a ser identificadas como concessões comuns (Lei n. 11.079/2004).
REMUNERAÇÃO

• Paga, usualmente, pelos usuários dos serviços públicos.

RESPONSABILIDADE

• O concessionário atua em seu nome, por sua conta e risco, incidindo a regra
do art. 37, § 6º, da Constituição (responsabilidade objetiva). A Lei n. 8.987/95
expressamente consagra a responsabilidade do concessionário (art. 25). f

RESPONSABILIDADE DO CONCEDENTE

• O poder concedente pode ser responsabilizado se exauridas as possibilidades


de reparação dos prejuízos causados pelo concessionário, sendo, pois,
subsidiária a responsabilidade estatal. Pode-se cogitar da responsabilização do
poder concedente também em razão de má escolha do concessionário ou de
ausência de fiscalização.

MANDADO DE SEGURANÇA

• Os atos do concessionário são passíveis de mandados de segurança, porquanto


revestidos dos atributos de atos administrativos, salvo os que não se relacionem
com o serviço contratado.
REGIME TRIBUTÁRIO

• Ao concessionário não é aplicável a imunidade tributária (CF, art. 150, § 3º).

POLÍTICA TARIFÁRIA

• A tarifa inicial é fixada segundo a proposta vencedora da concorrência, admitindo-se


a revisão permanente na forma disposta no edital e contrato. O contrato pode admitir
formas outras de obtenção de receita.

INTERVENÇÃO

• É possível a intervenção realizada pelo poder concedente. A intervenção há de ser


provisória, visto ser a definitiva equiparada à encampação. Em até trinta dias contados
da data do decreto de intervenção deverá o Poder Público iniciar o processo
administrativo, assegurando ampla defesa e contraditório. O processo administrativo
deverá ter-se encerrado em até cento e oitenta dias (Lei n. 8.987/95, arts. 32 e s.).

EXTINÇÃO DE CONCESSÃO

• Pode ocorrer em razão do vencimento do prazo, encampação, caducidade, rescisão,


anulação, e falência ou extinção da empresa concessionária (Lei n. 8.987/95, art. 35, I
a VI).
REMUNERAÇÃO
Quando prestado diretamente pelo Poder Público, o serviço é remunerado pelo
usuário mediante taxa (espécie do gênero tributo). Mas, quando prestado pelo
concessionário, a remuneração decorre do pagamento de preço público ou tarifa.
Tem-se, pois:
TAX
A• Tributo devido “pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição” (CF, art.145, II).

PREÇO PÚBLICO — TARIFA


• Retribuição pecuniária paga pelo usuário ao concessionário em razão da utilização de
serviço público por ele prestado.
• Difere, ainda, do chamado preço semiprivado ou quase privado: retribuição pecuniária
devida pelo concessionário ao concedente.
• Se o contrato de concessão envolver a realização de contraprestação pecuniária
pelo Poder Público, deverá observar as regras fixadas para o regime denominado
“parceria público-privada”
EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
ADVENTO DO TERMO CONTRATUAL

• É a forma natural de extinção da concessão. Como a concessão é


cedida por prazo determinado, então a extinção se daria com o
término desse prazo.

• Para a continuação do serviço público, o poder concedente


receberá os bens reversíveis, direitos e privilégios do poder
concedente. Em caso de haver bens reversíveis ainda não
amortizados ou depreciados, que tenham como objetivo garantir
a continuidade do serviço público, o poder concedente deve
indenizar a concessionária. Ou seja, em caso de a concessionária
ter realizado investimentos ainda não ressarcidos, a
concessionária receberá indenização com relação a esse material
ou equipamento.
EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
ENCAMPAÇÃO

• Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder


concedente durante o prazo da concessão, por motivo de
interesse público, mediante lei autorizativa específica e após
prévio pagamento da indenização. Nesse caso não há
irregularidade por parte da concessionária, apenas ocorreu um
motivo de interesse público que faça o poder público decidir
assumir o serviço.

• O pagamento da indenização refere-se ao pagamento dos bens


reversíveis ainda não depreciados ou amortizados. Portanto, ela
não se destina ao pagamento de indenização por decidir
reestabelecer o serviço antes do fim do contrato. Não se refere
ao pagamento de lucros que a empresa iria obter se continuasse
a explorar aquele serviço.
EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
CADUCIDADE

• A caducidade é a extinção do contrato de concessão em


decorrência da inexecução total ou parcial do contrato por parte
da concessionária. Poderá (competência discricionária) ser
declarada a caducidade na hipótese do serviço estar sendo
prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as
normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da
qualidade do serviço.

• Além disso, poderá ser declarada se a concessionária descumprir


cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares
concernentes à concessão; paralisar o serviço ou concorrer para
tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou
força maior; perder as condições econômicas, técnicas ou
operacionais para manter a adequada prestação do serviço;
EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
CADUCIDADE (continuação)

• não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos


prazos; não atender a intimação do poder concedente no sentido
de regularizar a prestação do serviço; e não atender a intimação
do poder concedente para, em 180 (cento e oitenta) dias,
apresentar a documentação relativa à regularidade fiscal, no
curso da concessão.

• Além disso, a lei impõe que a autoridade deverá declarar a


caducidade na transferência de concessão ou do controle
societário da concessionária sem prévia anuência do poder
concedente. Ou seja, nesse caso, há obrigatoriedade de
declaração da caducidade.
EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
CADUCIDADE (continuação)

• Para declarar a caducidade, o poder público deve,


primeiramente, comunicar a concessionária, detalhadamente, os
descumprimentos contratuais dando-lhe um prazo para corrigir
as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento,
nos termos contratuais. Se após o prazo as falhas não forem
corrigidas, o poder concedente deverá instaurar um processo
administrativo, assegurada ampla defesa. Quando comprovada
no processo a inadimplência, a caducidade será declarada por
decreto do poder concedente, independentemente de
indenização prévia, calculada no decurso do processo.
• Nesse caso não terá indenização prévia, mas haverá pagamento
de indenização dos bens reversíveis, após o desconto das multas
contratuais e dos danos causados pela concessionária.
EXTINÇÃO DA CONCESSÃO
RESCISÃO

• A rescisão é a extinção do contrato em decorrência de


inadimplência do poder concedente. Nesse caso, deverá ocorrer
por iniciativa da concessionária e será sempre de forma judicial.

• Segundo a Lei 8.987/1995, na hipótese de rescisão, os serviços


prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou
paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.

• Na Lei 8.666/1993, o contratado pode se opor a inexecução do


contrato pela Administração após 90 (noventa) dias de
inadimplência, contudo, em razão do princípio da especialidade,
a regra da Lei 8.987/1995 é a aplicável.

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