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CONTRATO DE

PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO
Ivana Bonesi
Conceito
• A prestação de serviços é entendida como a realização
de trabalho oferecido ou contratado por terceiros
(comunidade ou empresa), incluindo assessorias,
consultorias e cooperação interinstitucional.

• A prestação de serviços se caracteriza pela


intangibilidade, inseparabilidade (produzido e
utilizado ao mesmo tempo) e não resulta na posse de
um bem. Quando a prestação de serviço for oferecida
como curso ou projeto de extensão, ela é registrada
como tal (cursos e projetos).
Conceito

• Segundo Caio Mário da Silva Pereira, a locação


ou prestação de serviços é o contrato em que
uma das partes (prestador) se obriga para com
a outra (tomador) a fornecer-lhe a prestação
de uma atividade, mediante remuneração.
Noções Introdutórias

• A prestação de serviços no Código Civil é


disciplinada nos arts. 593 a 609. Trata-se antes de
tudo, da obrigação de fazer, mediante
remuneração da parte requisitante. Qualquer
pessoa pode se obrigar a desempenhar
determinada atividade a outrem mediante uma
retribuição.
Noções Introdutórias

• Para que haja aplicação das regras contidas no


Código Civil é imprescindível que não haja
subordinação hierárquica do prestador de
serviço em relação à outra parte que o toma,
para não advir legislação trabalhista sobre o
mesmo serviço.
Natureza Jurídica

• O contrato de prestação de serviço é oneroso, pois


ambas as partes sofrem sacrifício patrimonial;
bilateral, já que ambas também terão obrigações a
cumprir; consensual vez que se aperfeiçoa com o
simples consenso das partes; pode ser pessoal ou
impessoal, dependendo da estipulação negocial;
informal, vez que o CC não exige solenidade para
sua consolidação.
Natureza Jurídica

• Há previsão no art. 595 do CC no sentido de


que quando qualquer das partes não souber
ler ou escrever, o instrumento poderá ser
assinado a rogo e subscrito por duas
testemunhas. Isso não implica imposição de
forma escrita, apenas instrumentaliza caso
haja dificuldade na formalização. Pode ser
realizado verbalmente, sem problemas.
Retribuição

• A retribuição representa a contraprestação com


que deverá arcar aquele que toma o serviço. Sobre
ela, não se tendo estipulado, nem chegado a
acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento,
segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e
sua qualidade.
Retribuição
• A retribuição só pode ser exigida pelo prestador
de serviço após a prestação de serviço, se nada
foi estipulado em sentido contrário no contrato,
ou então, se por força de costume não houver
de ser adiantada, ou paga em prestações.

• Geralmente a retribuição se materializa em


dinheiro, mas não há óbice que seja dada em
espécie.
• Caso o serviço tenha sido prestado por pessoa
inabilitada para o desempenho da atividade ou que
não satisfaça outros requisitos estabelecidos em lei,
não poderá ser exigida pelo prestador do serviço a
remuneração.

• A remuneração será devida, todavia, se a outra


parte se beneficiar da prestação de serviço e se o
prestador de serviço tiver atuado com boa fé,
cabendo-lhe uma compensação razoável, sob pena
de configuração de indevido enriquecimento ilícito
em favor da outra parte.
• Ex: uma parteira, sem habilitação fornecida pelo
Conselho de Medicina, em pequenina cidade do
interior, na noite de natal, realiza o parto de uma
criança, posto não haver médicos disponíveis no
momento para a realização do parto. É evidente
que a parteira merece tal retribuição.

• Só não será possível a retribuição se a prestação


de serviço resultar em proibição por lei de ordem
pública. Essa é a previsão do parágrafo único do
art. 606 do CC.
Temporariedade

• O contrato de prestação de serviços é


eminentemente TEMPORÁRIO, ou seja, cinge-se a
um lapso temporal em que o prestador do serviço
deverá desempenhar sua atividade.
Temporariedade

• Para evitar a possibilidade de abuso da parte


mais forte no contrato, o CC em seu art. 598
estipula que a prestação de serviço não
poderá convencionar por mais de 4 (quatro)
anos. Caso ocorra o alcance de 4 anos e o
serviço não tenha acabado, será necessária a
elaboração de novo contrato.
Temporariedade

• Excepcionalmente, mesmo para os contratos com


prazo inferior a 4 anos, tem-se verificado a
possibilidade de redução equitativa pelo juiz, em
clara relativização do pacta sunt servanda e
observância dos princípios da boa fé e função
social dos contratos.
Temporariedade

• No prazo do contrato não se considerará o


tempo em que o prestador de serviço por culpa
sua, deixou de servir.
• Ex: “A” contrata um pedreiro durante um
período de 3 meses para a construção de um
barracão. Porém, em 3 meses, 15 dias o
pedreiro ficou afastado para participar de
festejos regionais em sua cidade natal. É
evidente que esses 15 dias não serão
computados no prazo de entrega.
• Se o contrato for celebrado com prazo
indeterminado, qualquer das partes poderá
colocar fim ao contrato mediante aviso prévio à
outra parte que deverá se manifestar da seguinte
forma:
a) Com antecipação de 8 dias, se o salário se houver
fixado por tempo de um mês ou mais;
b) Com antecipação de 4 dias, se o salário se tiver
ajustado por semana ou quinzena;
c) De véspera, quando se tenha contratado por menos
de 7 dias.
• O aviso prévio se mostra inafastável para
proteção de ambas partes. Para o prestador
de serviços, para que possa procurar outra
atividade, para o tomador de serviço, para que
possa buscar um substituto para o
desempenho da atividade. A parte que violar
o aviso prévio arcará com indenização por
perdas e danos.
• Se o contrato for celebrado com prazo
determinado, ou por realização de obra
determinada, o prestador de serviço NÃO PODERÁ
se ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de
preenchido o tempo, ou concluída a obra. Caso
venha a se despedir sem justa causa, terá direito à
retribuição vencida, mas responderá por perdas e
danos. O mesmo dar-se-á se despedido por justa
causa (art. 602, CC).
• Se o prestador de serviço for despedido sem
justa causa, a outra parte será obrigada a
pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e
por metade a que faltar até o término do
contrato (art. 603, CC).
Extinção do Contrato de Prestação de Serviço
• São várias as possibilidades de um contrato de
prestação de serviços se extinguir:
Quando houver a morte de qualquer das partes, para o
contrato de prestação de serviços pessoal;
Pelo escoamento do prazo;
Pela conclusão da obra;
Pela rescisão do contrato mediante aviso prévio;
Por inadimplemento de qualquer das partes;
Pela impossibilidade da continuação do contrato,
motivada por força maior;
Pelo distrato.
• O art. 604 do CC prevê que, findo o contrato, o
prestador de serviço tem direito a exigir da outra
parte a declaração de que o contrato está findo.
Igual direito lhe cabe se for despedido sem justa
causa, ou se tiver havido justo motivo para deixar
o serviço.

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