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Contratos Administrativos

Depois de realizada a licitação, abdicado (escolhido) o objeto, o vencedor assinará um


contrato. Estes contratos administrativos são atos bilaterais, dependem da vontade de
duas partes, o que caracteriza ser um contrato administrativo, é que a administração
pública encontra-se em um desses polos e por isso ele será regido pelo regime jurídico
de Direito Público.

Características básicas:

1º Formal e Escrito.
Exceção: Verbal: em pequenas compras de pronto pagamento, são as compras que
não ultrapassem quatro mil reais.
2º Independentemente do valor dos contratos adm. eles devem ser publicados na
imprensa oficial, isto é uma condição de eficácia dos contratos.
3º O contrato é de adesão, ou seja, uma das partes elabora as cláusulas do contrato e
outra manifesta sua vontade aceitando ou não tais cláusulas. O particular já conhece
de antemão as cláusulas do contrato.
4º Personalíssimo significa que ele será obrigatoriamente assinado com aquele que
venceu a licitação, por isso que em caso de falecimento da pessoa física ou extinção da
pessoa jurídica, teremos a extinção do contrato administrativo.
OBS: Derivando dessa característica dele ser personalíssimo, não serão permitidas
subcontratações. Exceção é quando o edital tiver essa previsão de subcontratação.
OBS: Único caso de vedação absoluta de subcontratação é o caso de contratação de
serviços técnicos especializados.

Peculiaridade do Contrato Administrativo

Advém das Cláusulas exorbitantes. Cláusulas exorbitantes: chamam-se assim porque


elas não existem nos contratos comuns do Direito Civil. Elas existem exatamente
porque a administração publica figura em um dos polos. E são utilizadas em razão da
finalidade máxima da administração publica que é o atendimento ao interesse público.
1º Peculiaridade: Possibilidade unilateral pela administração pública de alteração do
contrato. (somente diz respeito às clausulas regulamentares, ou seja, aquelas que
dispõem sobre o objeto do contrato ou a própria execução do contrato não atingiram
clausulas econômica financeira). Dois casos:
Primeira: Modificação qualitativa modifica para adaptá-lo a uma melhor técnica,
melhor qualidade.
Segunda: Alteração quantitativa altera-se o contrato em razão do acréscimo ou
superação do objeto do contrato.
2º Peculiaridade: Necessidade de garantia, o particular vencedor da licitação,
chamado de contratado, precisará dar garantias que de fato irá realizar aquele
contrato. Os valores das garantias se dão da seguinte forma:
Regra Geral: não poderão exceder 5% o valor do contrato.
Exceção: No caso de um contrato de grande vulto, de um valor elevado, essa garantia
também poderá ser elevada para 10%. E no caso de contratos com parcerias públicos
privados (PPP), essa garantia também poderá ser elevada.
Tipos de garantias: 1º caução em dinheiro ou títulos da divida publica;
2º oferecer seguro-garantia;
3º fiança bancária.
3º Peculiaridade: Possibilidade de rescisão unilateral do contrato poderá tanto ser em
prol do interesse publico ou quando o contratado não cumpre o contrato. As
condições dessa rescisão estão no art. 79, inciso I.
4º Peculiaridade: Possibilidade de fiscalização direta por parte da Administração
Publica, ela poderá designar um representante para que acompanhe, fiscalize o
cumprimento daquele contrato. Este representante pode inclusive contratar terceiros
para auxiliar nessa fiscalização.
IMPORTANTE: Caso o particular (contratado) durante a execução do contrato seja
responsabilizado por danos a terceiros, ele não poderá se eximir da indenização sobre
o argumento que estava sendo fiscalizado sobre a administração pública.
5º Peculiaridade: Aplicação direta das sanções aos particulares que não cumprem os
contratos administrativos. São elas, multa pela demora, multa pela não execução, a
suspensão de participar de licitação ou contratar com a administração pública e a
declaração idoneidade desse particular.
6º Peculiaridade: Ocupação temporária, a Adm. Publica toma para si bens moveis
imóveis, bens matérias, pessoal, necessários a execução daquele contrato, todos esses
bens pertence ao particular, porém a administração toma para si visando à
continuidade do contrato.
7º Peculiaridade: Inserção da clausula de exceção de contratos não cumprido. (o
particular poderá deixar de cumprir o contrato)
Dois casos que o particular poderá alegar a exceção de contrato não cumprido:
1º se dá quando a Adm. Publica atrasa os pagamentos mais de 90 dias, salvo se for de
caso de calamidade pública, guerra ou grave perturbação da ordem interna.
2º ocorre quando a Adm. Publica suspense a execução do contrato por mais de 120
dias.

Prazo dos Contratos Administrativos

Regra Geral: não existe contrato Administrativo com prazo indeterminado, são
vedados os contratos com prazo indeterminado. Eles estão limitados à vigência do
crédito orçamentário.
Exceções: Não serão limitados a vigência do credito orçamentário os contratos:
a) Contratos cujo produto esteja contemplado nas metas do Plano Plurianual;
b) Contrato de serviço de duração de serviço continua, limitado á 60 meses
(podendo der prorrogado por mais 12 meses)
c) Aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática, limitado
há 48 meses;
d) Casos de licitação dispensável, contrato limitado ao período de até 120 meses.

Principais Contratos Administrativos

1º Contrato de Concessão de Serviço Público: Estado transfere ao particular a


prestação, a execução de um serviço público. Esse particular somente poderá ser
pessoa jurídica. Não há pessoa física concessionária de serviço público! Essa pessoa
jurídica irá prestar serviço por sua conta e risco. Pressupõe licitação prévia na
modalidade concorrência.
STF: Entende que a responsabilidade civil da concessionária será sempre objetiva (sem
culpa ou dolo) e ela responde tanto perante os usuários do serviço público como
contra os não usuários. Aqui, o Estado responde apenas de forma subsidiária – irá
responder apenas se os bens da concessionária não forem suficientes para satisfazer a
indenização.
2º Contrato Concessão de Serviço Público Precedido de Obra: parecido com a
concessão comum. Única diferença é que o particular deverá primeiro realizar a obra,
para depois ser remunerado em razão da exploração dessa obra. Ex: constrói uma
rodovia para depois explorar mediante pedágio.
3º Contrato Parceria Público Privado – PPP: É um tipo de concessão, aqui os riscos são
divididos entre o parceiro público e o privado – essa divisão faz com que o Estado
arque com parte da responsabilidade pela execução da tarefa (diferente da concessão
comum, onde o particular atua por sua conta e risco). Tem duração mínima de 5 anos
e máxima de 35 anos e o valor mínimo do objeto é 20 milhões. Geralmente são obras
de maior vulto.
4º Contrato de Obra Pública: Pode ser:
- Por preço global: remunera o empreiteiro pela totalidade da obra
- Por preço unitário: contrata a obra por preço certo de unidades determinadas (por
metro quadrado construído).
- Empreitada Integral: para obras de maior vulto, incluindo também o pagamento de
serviços.
- Tarefa: contratação de mão de obra para pequenos serviços, como ou sem
fornecimento de matérias de construção.
5º Contrato de Fornecimento: em nada se difere de um contrato de compra e venda.

Princípios Gerais dos Contratos Administrativos

Principio da supremacia do interesse público


Dispõe que os interesses da coletividade são mais importantes que os
interesses individuais, desta forma a Administração defensora dos interesses
públicos, possui poderes especiais tratados na lei que não se estendem aos
particulares. Segundo ALEXANDRE apud DI PIETRO a noção de supremacia do
interesse público está presente no momento da elaboração da lei, assim como no
momento de aplicação da lei pela Administração Pública.
A Administração pode invocar o princípio da supremacia do interesse público
para rescindir unilateralmente contratos administrativos e utilizar-se de cláusulas
exorbitantes.

Princípio da indisponibilidade do interesse público

Enuncia que os agentes públicos não são donos do interesse por eles
definidos, desta forma devem agir de acordo a determinação legislativa. Os contratos
administrativos devem obedecer às normas constitucionais e infraconstitucionais em
todos os aspectos.

Princípio da Autonomia da Vontade

Atribui às partes a liberdade de contratar, estipulando seus interesses da


maneira que melhor convier as estas. Sendo assim, encontra-se implícitos neste
princípio a liberdade de contratar, bem como de criar o contrato, de fixar o objeto e
o conteúdo do presente contrato, bem como a liberdade para ser realizada a escolha
daquele contratante, observando que, estas duas últimas prerrogativas, no contrato
administrativo, serão atribuídas somente ao Poder Público, que abrirá o certame que
cuidará da convocação de empresas, por exemplo, para prestar serviços públicos por
meio de uma licitação, ou, conforme a espécie de licitação, convocando àqueles
habilitados a celebração do mesmo.

Princípio da boa-fé
As partes devem agir observando a boa-fé antes, durante e após a celebração
do contrato. Ou seja, havendo má-fé ou arbitrariedade por parte de quaisquer dos
contratantes, o contrato estará eivado de vícios, e, consequentemente, dependendo
da situação, também restará nulo ou anulável. O descumprimento de cláusulas
contratuais, por exemplo, ensejam má-fé.

Princípio da vinculação ao instrumento convocatório

Destinado a tratar questões relativas às licitações e contratos administrativos,


está disposto na Lei 8.666/1993 em seu artigo 41: “A administração não pode
descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente
vinculada”. Este princípio impõe à Administração a obrigatoriedade da estrita
observância aos critérios de seleção definidos no edital. Assim, é garantido o respeito
aos demais princípios como moralidade, probidade e isonomia.
A Lei de licitações e contratos administrativos em seu art. 21, parágrafo 4º dispõe
que “Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu
o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,
inquestionalmente, a alteração não afetar a formulação de propostas”. O princípio
da vinculação ao instrumento convocatório reflete o princípio do julgamento
objetivo. A administração se encontra vinculada ao edital para a seleção da proposta
mais vantajosa.

Princípio da objetividade do julgamento

Devem ater-se as regras da competição, que devem ser claras e públicas, não
podendo de forma alguma seres enfrentados por critérios subjetivos e não definidos
no instrumento convocatório.
Não obstante, que a Lei 8.666/1993 previu em seu art. 44, parágrafo 2º que no
julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos
definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios
estabelecidos por esta lei.
O princípio jurídico da vantajosidade orienta que a obtenção das condições mais
vantajosas à Administração Pública como uma das metas dos processos de licitação
sendo a maior vantagem o menor custo e maior benefício para Administração.

Princípio da economicidade

Princípio norteador das licitações e dos contratos administrativos é variável


obtida a partir da confrontação dos fatores de necessidade e de qualidade do serviço
bem pretendido. Devendo a Administração buscar em seus contratos o menor custo
desde que condizente com os limites de qualidade e de prestabilidade do objeto
licitado, na forma definida no edital.

Princípio do Consensualismo

De acordo com o princípio do consensualismo, basta, para o aperfeiçoamento do


contrato, o acordo de vontades, contrapondo-se ao formalismo e ao simbolismo que
vigoravam em tempos primitivos.
Decorre ele da moderna concepção de que o contrato resulta do consenso, do acordo
de vontades, independentemente da entrega da coisa. A compra e venda, por exemplo,
quando pura, torna-se perfeita e obrigatória, desde que as partes acordem no objeto e no
preço (CC, art. 482). O contrato já estará perfeito e acabado desde o momento em que o
vendedor aceitar o preço oferecido pela coisa, independentemente da entrega desta.

Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato

Funda-se tal princípio na ideia de que, em regra, os efeitos do contrato só se produzem


em relação às partes contratantes, vinculando-as ao seu conteúdo, não afetando, com isso,
terceiros nem seu patrimônio.
Essa visão, no entanto, foi mitigada pelo novo Código Civil, que não concebe mais o
contrato apenas como instrumento de satisfação de interesses pessoais dos contraentes, mas
lhe reconhece uma função social, como já foi dito. Tal fato tem como consequência, por
exemplo, possibilitar que terceiros que não são propriamente partes do contrato possam nele
influir, em razão de serem direta ou indiretamente por ele atingidos.

Princípios da Obrigatoriedade Contratual e Revisão dos Contratos

Em tese, o contrato obriga às partes contratantes, pois dentro da autonomia da


vontade de cada uma das partes foram as cláusulas escolhidas e aceitas por elas. É o pacta
sunt servanda. Entretanto, em oposição à obrigatoriedade, encontra-se o direito de revisão
dos contratos, que permite a parte onerada excessivamente por situações imprevisíveis,
requerer a modificação de cláusulas contratuais para restaurar o equilíbrio da relação
contratual. É a chamada cláusula rebus sic stantibus.

Considerações finais sobre os princípios gerais do Contrato Administrativo

Ainda, conforme o exposto são também princípios aplicáveis aos contratos


administrativos àqueles relacionados à Administração Pública, quais sejam; a
legalidade, a impessoalidade, a moralidade, publicidade, e a isonomia, uma vez que,
um contrato administrativo deve seguir todas as normas previstas em seu edital, ou
nas legislações jurídicas, observando na realização deste todos os princípios e
direitos fundamentais das partes contratantes, quais sejam; a isonomia, para que
não haja injustiça ou arbitrariedade na celebração, sendo seguidas todas as cláusulas
contratuais e leis mencionadas.

Extinção ou Rescisão dos Contratos Administrativos

Anulação do Contrato: Anulação é quando tem alguma ilegalidade do contrato. Ex-


tunc, ou seja, retroagirá até a data da celebração deste contrato, desconstituindo
todos os efeitos já produzidos. Não existe nem uma previsão legal de convalidação
desses contratos.
Rescisão do Contrato

Ela pode ocorrer em todas as hipóteses previstas no Art. 78. (Precisa ler o Art. 78 da
lei 8.666/93)
1 - Rescisão Unilateral
2 - Rescisão Amigável ou Judicial

Consequências da Rescisão do Contrato

Sem Culpa de ninguém (nem do contratado, nem da Administração).

Gera, ao particular, direito a indenização pelos prejuízos comprovadamente


sofridos.

Por culpa do Contratado

a) Assunção, pela Administração Pública, do objeto do contrato no estado e


local onde se encontrar.
b) Ocupação, temporária pela Administração Pública do local, materiais, pessoal
para dar continuidade à execução do contrato.
c) Retenção dos créditos decorrentes do contrato até o ressarcimento do
prejuízo causado pelo particular.

Por Culpa da Administração Pública / Caso Fortuito ou Força Maior

a) Ressarcimento dos prejuízos comprovados (somente danos emergentes – não


há pagamentos de lucros cessantes)
b) Devolução da garantia prestada
c) Pagamento pela execução parcial do contrato
d) Pagamento dos custos de desmobilização
Serviços Públicos
Art. 175 da CF/88. Regra geral os serviços públicos não são livres aos particulares, só podem
exercer através de um contrato de concessão ou permissão, licitação. Atribui a titularidade do
serviço público ao Estado. O particular somente poderá exercer caso o Estado delegue.

Existem atividades de grande relevância para a sociedade que podem ser exercidas tanto
pelo particular quanto pelo Estado:
Caso seja executada pelo Particular: serão consideradas atividades privadas de interesse
público, normalmente são atividades mencionadas no art. 6º da CF/88.
Caso seja executada pelo Estado: elas serão consideras serviços públicos.

Serviços públicos são divididos em critérios para conceitua-los:


1º Critério orgânico ou subjetivo: diz que será serviço público toda atividade prestada por
órgãos ou entidades publicas serão serviços públicos.
2º Critério Material: as atividades de alta relevância para a sociedade serão consideradas
serviços públicos independentes de quem as preste.
3º Critério Formal: é serviço publico toda atividade que se submeta ao regime jurídico público.
É serviço aquilo que a lei diz que é, aquelas atividades que a lei submete ao serviço público.
(ADOTADO NO BRASIL)

Os serviços públicos também se submetem aos princípios que permeiam o Direito


Administrativo, porém os de grande relevância serão mencionados logo a baixo:

1º Principio da Atualidade ou Adaptabilidade: Ou seja, os serviços públicos devem


sempre se modernizar, se atualizaram com relação aquilo que a sociedade demanda,
atender da melhor forma a sociedade.
2º Principio da Universalidade: Os serviços públicos devem ser prestados a todos
daqueles que deles precisam.
3º Principio da Impessoalidade: Evita descriminação entre os usuários que utilizam
esse serviço.
4º Principio da Continuidade: Existe a vedação da interrupção do serviço público,
5º Principio da Modicidade das tarifas: As tarifas necessitam serem baixas, elas não
podem onerar os usuários.
6º Principio do Controle: A administração Publica pode promover de forma direta ou
indireta a fiscalização.
7º Principio Predominância do interesse: diz respeito à competência de cada serviço
publico cada ente federativo serão competentes para prestar certos serviços públicos.

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