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5.2.

Fundamentos do Estado Brasileiro


5.2.1 A soberania
            O sentido democrático previsto no § 1.º ao proclamar que todo poder emana
do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos da Constituição, consiste que a titularidade dos mandatos – executivo ou
legislativo – somente se materializa mediante a um ato concreto de expressão
popular.
            A soberania consiste em “um poder político, suprema e independente,
entendendo-se por poder supremo aquele que não está limitado por nenhum outro
na ordem interna e por poder independente aquele que, na sociedade internacional,
não tem de acatar regras que não sejam voluntariamente aceitas e está em pé de
igualdade com os poderes supremos dos outros povos”. 

5.2.2 A cidadania
            A cidadania representa um status do ser humano – tanto como objeto como
de direito fundamental das pessoas – e no sentido lato, qualifica os participantes da
vida do Estado, reconhecendo-os como pessoa integrada na sociedade estatal e
onde esse Estado está submetido à vontade popular, dos seus cidadãos.

5.2.3 A dignidade da pessoa humana


            A dignidade da pessoa humana é um valor espiritual, supremo e moral
inerente à pessoa, que se manifesta na autodeterminação consciente e responsável
da própria vida e que atrai o conteúdo de todos os direitos fundamentais do homem,
desde o direito à vida privada, à intimidade, à honra, à imagem – é a consagração
da dignidade da pessoa humana como fundamento da República Federativa do
Brasil – com total aplicação em relação ao planejamento familiar – derivada do
casamento estável entre homem e mulher, da paternidade responsável –
competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos – art. 226, § 7.º.
Daí decorre que a ordem econômica há de ter por fim assegurar a todos existência
digna – art. 170, a ordem social viabilizar a justiça social – art. 170 – e a educação o
desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania – art. 205 –
e outros, não como meros enunciados formais, mas como indicadores do conteúdo
normativo, positivado, eficaz da dignidade da pessoa humana.

Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

É através do trabalho que o homem garante sua subsistência e o crescimento


do país, prevendo a Constituição, em diversas passagens, a liberdade, o respeito e
a dignidade ao trabalhador.
5.2.4 O pluralismo político
            O legislador constituinte consagrou o pluralismo político como fundamento
do Estado brasileiro, ao afirmar, considerar, a ampla e livre participação popular nos
destinos políticos do país, garantindo a liberdade de convicção filosófica e política,
assegurando a possibilidade de organização e participação em partidos políticos.

5.3 Princípio Republicano


            Do direito romano – res pública – coisa do povo e para o povo – a república
é formada de governo em que o povo delega o exercício do poder a um
representante, que o exercerá em nome e benefício desse mesmo povo, por um
período determinado de tempo. Assim, é basilar a eletividade e a temporariedade,
onde esse governante não é o detentor do poder, mas mero mandatário a exercê-lo
em nome de quem o detém, ou seja, o povo.
            O princípio republicano do art. 1.º não é mais protegido contra emenda
constitucional – deixou de ser cláusula pétrea – mas os Estados-membros devem
respeitá-lo, sob pena de sofrer intervenção federal – art. 34, VII, a.
            A forma republicana implica na necessidade de legitimidade popular do
presidente da república, dos governadores e prefeitos municipais, na existência de
assembleias e câmaras populares nas três órbitas de governos, em eleições
periódicas por tempo limitado e da própria renovação do poder, e da prestação de
contas da administração pública.

5.4 Princípio Federalista


            O Estado Federal ou Federação é uma forma de Estado que o Brasil
assumiu desde a proclamação da República em 1889 e está lastreado na união de
coletividades regionais políticas autônomas, denominadas Estados federados ou
Estados-membros ou simplesmente Estados. Acrescenta-se dentro do nosso
contexto, o Distrito Federal e também os municípios – incluídos nessa estrutura
político-administrativa pelos arts. 1.º e 20.º como entes federados.

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