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O exercício da Democracia

Como se exerce a Democracia?


A passagem da antiguidade para a modernidade mostra a transição da democracia direta para a
indireta
Formas de democracia quanto ao seu exercício

Direta
Democracia não representativa
O poder emana do povo e é exercido diretamente, por meio de assembleias

Indireta
O poder emana do povo, mas não é exercido diretamente
O poder emana do povo e é exercido de forma indireta, através de seus representantes
Tipo de representação – eleições livres e prévias
“teste permanente de legitimidade”

Semidireta
O povo exerce o poder imediato apenas em algumas decisões políticas
Instrumentos de participação do povo
Participação política e jurídica – o povo legisla
A constituição brasileira (1988) prevê, em seu artigo 14, que "a soberania popular será exercida pelo
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular".
 

Tipos de Representação do Exercício Semidireto


a)    Referendum
O povo adquire o poder de sancionar as leis (não somente leis, mas vários atos públicos)
O Parlamento elabora a lei que passará pela aprovação popular
Constitucional ou legislativo

Tipos de Referendum
Referendum ante legem
Anterior, consultivo, preventivo ou programático
Manifestação da vontade popular antecede a lei

Referendum post legem


Sucessivo ou pós-legislativo
A lei que já foi votada passa pela aprovação da vontade popular
Ex.: Referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições (2005)
 

b)    Plebiscito
Ato extraordinário para alterar a estrutura do Estado ou do Governo
Uso indiferente dos termos “referendum” e “plebiscito”
Ex.: Plebiscitos de 1963 e 1992
 

c)    Iniciativa
Projeto de Lei de iniciativa popular que obriga o Legislativo a discuti-lo e votá-lo
Direito de petição por parte do povo
Para os cidadãos apresentarem um projeto de lei é necessário a assinatura de 1% dos eleitores do
país (cerca de 1,2 milhão), distribuídos em pelo menos cinco Estados brasileiros
 

d)    Direito de Revogação


“Recall” de funcionários públicos ou de juízes
 

e)    Veto (popular)

Os Regimes Políticos
Os Regimes Políticos Básicos

Conjunto de instituições por meio das quais o Estado se organiza e exerce o seu
poder

Regime Político Democrático

Democracia – governos democráticos

O poder vem de baixo

Representativo

Regime Político Autoritário ou Autocrático

Autoritarismo – governos autocráticos

A soberania está fora do alcance da maioria

          Princípio da autoridade

          Governante exerce com base na defesa da autoridade

O poder vem do alto

Geralmente, operam através da suspensão das garantias individuais e das


garantias políticas aliada ao uso da força

Exemplo: Democracia relativa ou Ditadura semitotalitária

América Latina (1960 – 1970); África do Sul (atualmente); Fascismo

Regimes Políticos Totalitários

Totalitarismo – governos despóticos e ditatoriais

Subordinação de todos os indivíduos aos interesses do Estado


                  Não há espaço para o não-Estado – tudo é o Estado

Exemplo: Nazismo (nacional socialismo), Stalinismo; Fascismo

O Estado Democrático de Direito

              O Estado Democrático de Direito define-se pela conjunção entre Estado


Democrático e Estado de Direito. O primeiro consiste, basicamente, na
representatividade e nos instrumentos de participação colocados à disposição do
povo, tais como plebiscitos, referendos, eleições livres e periódicas, entre outros. O
Estado de Direito, por sua vez, consiste no cumprimento da lei, mais
especificamente na observância da ordem constitucional vigente. A Constituição
resguarda, no escopo do seu texto, uma série de garantias e liberdades individuais,
bem como de interesses coletivos e direitos sociais.

              A Constituição da República Federativa do Brasil, vigente desde 1988,


assegura direitos inalienáveis tanto aos indivíduos quanto à coletividade. Por
causa disso, o Brasil pode ser considerado um Estado Democrático de Direito,
como comprovam, respectivamente, os artigos 5º e 6º da Carta Magna:

Artigo 5º, CF/88: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: (...)”

Artigo 6º, CF/88: “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (...)”

              Não obstante a previsão legal no que tange à representação política, bem
como aos direitos individuais e sociais, a democracia brasileira não passa de uma
democracia formal e aparente. O aspecto formalista do Regime Político
Representativo e do Estado de Legalidade engessa a participação ativa dos
cidadãos, colocando o Estado Democrático de Direito – como é o caso do Brasil –
em contraposição a uma democracia material, na qual todos os indivíduos teriam
um real acesso às decisões políticas.

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