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Conceitos básicos de Direito

Constitucional

UniCesumar
Direito Constitucional
2º Semestre – Direito (noturno)
Prof.ª Mariana Marques Gutierres
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Constituição Federal

1. Quem são os representantes do povo brasileiro?


2. O que é uma Assembleia Nacional Constituinte?
3. O que é o Estado Democrático?
4. O que são Direitos Sociais e Individuais?
5. O que é a Constituição da República Federativa do Brasil?
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Representantes do povo brasileiro

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Representantes do povo brasileiro
De acordo com a Constituição Federal, os deputados federais são representantes
do povo e os senadores, representantes dos Estados federados e do Distrito
Federal.

Embora as duas Casas, via de regra, atuem como revisoras uma da outra,
ratificando, rejeitando ou emendando o que teve início de tramitação numa
delas, cada uma tem certas competências privativas.

Apesar das competências de cada Casa, todos atuam em função dos interesses
daqueles que os elegeram.
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Representantes do povo brasileiro

O Senado Federal é composto por 81 senadores: três para cada um dos 26


estados e para o Distrito Federal, em uma divisão igualitária.

A Câmara dos Deputados é composta por 513 deputados que, através do voto
proporcional, são eleitos e exercem seus cargos por quatro anos.

PEC – Propostas de Emenda à Constituição.

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Questão 1

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Questão 1 - Gabarito

Justificativa: artigo 60 da CF.


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Questão 1 - Gabarito

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Constituição Federal

1. Quem são os representantes do povo brasileiro?


2. O que é a Assembleia Nacional Constituinte?
3. O que é o Estado Democrático?
4. O que são Direitos Sociais e Individuais?
5. O que é a Constituição da República Federativa do Brasil?
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Assembleia Nacional Constituinte
É um órgão colegial, representativo, extraordinário e temporário, que é
investido da função de elaborar a Constituição do Estado, de pôr – em outros
termos – as regras fundamentais ordenamento jurídico estatais (Bobbio).

É o órgão responsável pela elaboração da Constituição de um país, dando início


a um novo ordenamento jurídico.

Concretiza a noção de Poder Constituinte Originário, que vai romper


completamente com a ordem jurídica precedente, que não mais representa a
realidade do país ou não tem sua legitimidade validada pela vontade popular.
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Constituição Federal

1. Quem são os representantes do povo brasileiro?


2. O que é uma Assembleia Nacional Constituinte?
3. O que é o Estado Democrático?
4. O que são Direitos Sociais e Individuais?
5. O que é a Constituição da República Federativa do Brasil?
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Estado Democrático de Direito
Caracteriza-se pela soberania popular, por uma Constituição elaborada em
conformidade com a vontade popular, por eleições livres e periódicas, por um
sistema de garantias dos direitos humanos, e pela divisão de poderes
independentes, harmônicos entre si e fiscalizados mutuamente.

O poder do Estado é limitado pelos direitos dos cidadãos. As leis são criadas
pelo povo e para o povo.

Os direitos fundamentais conferem autonomia e liberdade aos indivíduos nas


suas atividades cotidianas e limitam o poder do Estado sobre elas.
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Estado Democrático de Direito
O contratualismo, de Jean-Jacques Rousseau, traz a base de pensamento que
fundamenta o Estado Democrático de Direito, no qual a primazia do poder está
na soberania popular, na vontade do povo como fonte do poder político.

Do Contrato Social: aponta que o pacto entre indivíduos, além de conferir a


mediação dos conflitos a um ente moderador, deveria alcançar um consenso que
permitisse chegar a um bem comum.

Não é o poder de um Estado soberano sobre os indivíduos, mas sim a vontade


geral sobre o Estado.

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Estado de Direito
Surge como uma consequência das revoluções burguesas do século XVIII, em
especial da Revolução Francesa (1789), que marcou o fim do absolutismo e da
monarquia na França.
Na França, passaram a adotar o sistema parlamentarista, em que o governante
se submete a uma legislação criada pelo Parlamento.
- Obs.: as revoluções da época não inauguram a democracia, mas apenas o
governo representativo.
O Estado de Direito se caracteriza como o exercício do poder do Estado
limitado e regulado por normas jurídicas gerais (ordenamento jurídico).

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Estado de Direito
Submete os governantes à vontade da lei (princípio da legalidade), sendo esta
produto da vontade geral do povo ou da nação, mas com o objetivo de manter o
poder público na passividade, respeitando as liberdades fundamentais do
indivíduo (as chamadas liberdades públicas ou liberdades negativas).

A conquista e a manutenção da liberdade do indivíduo e de seus direitos


fundamentais, opostas ao poder absoluto, foram a grande bandeira do
liberalismo.

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Estado Liberal
O Estado de Direito, de cunho liberal, é caracterizado pela presença de dois
elementos:
- Limitação do poder estatal;
- Respeito aos direitos fundamentais do homem.

Estado liberal se refere a limites do Estado:


- Limitação dos poderes do Estado (noção de Estado de Direito);
- Limitação das funções do Estado (noção de Estado mínimo).

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Estado Liberal
Pela doutrina do liberalismo, a subordinação do Estado ao Direito, além dessa
limitação formal, apresenta um necessário reconhecimento e a consequente
proteção de certos valores fundamentais do homem, constitucionalmente
enumerados.
É o que se pode chamar doutrinariamente de Estado de Direito forte, pois dele
fazem parte os mecanismos constitucionais de controle do poder público de
modo a evitar os seus excessos e a garantir as liberdades públicas fundamentais.
- Direitos civis e políticos.
- Exemplo: direito à vida, igualdade perante a lei, liberdade de expressão,
liberdade de religião, liberdade de circulação, direitos de propriedade.

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Estado Social
Estado social é uma transformação do Estado liberal.

O Estado Liberal mantinha os cidadãos no estado em que se encontravam. A


única garantia proporcionada por esse tipo de direito era uma liberdade
negativa, uma abstenção do Estado.

O elemento faltante, que deveria ir para além da igualdade jurídica, formal, do


Estado Liberal era o encontro com o igualitarismo democrático, ou seja, a
conquista de um ideal de equalização econômica e de oportunidades.

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Estado Social
A liberdade experimentada pelo indivíduo no Estado abstencionista (liberal)
provocou um intenso e grave quadro de desigualdades sociais, especialmente
pesado para a classe trabalhadora, impotente perante o poder econômico da
classe dominante burguesa.

A evolução do Estado de Direito decorre também de outras questões, como: a


luta de classes, perpetrada por ativistas revolucionários; a desestabilização das
instituições públicas; a ascensão de trabalhadores a certos direitos políticos,
especialmente ao voto e elegibilidade, com uma tendência à universalização do
sufrágio.

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Estado Social
Importantes documentos são:
- Constituição Mexicana (1917), que anteciparia determinados direitos sociais;
- Constituição alemã de Weimar (1919), que instituiu um novo parâmetro para
o Estado, marcado pelo espírito social, introduzindo importantes elementos para o
avanço de direitos relativos à educação, propriedade, trabalho, previdência social,
entre outros.

Reafirma o Welfare State, que busca criar uma situação de bem-estar geral que
garanta o desenvolvimento da pessoa humana.

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Estado Social
A preocupação do Estado, agora, passa a ser a conquista dos direitos
econômicos e sociais.
- Exemplo: alimentação, moradia, educação, saúde, segurança social,
participação na vida cultural.

Do abstencionismo, passa-se para a intervenção pública em prol do social,


visando minimizar as desigualdades e oferecer oportunidades.

No Brasil, o Estado Social se caracterizou a partir da Revolução de 1930.

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Estado Social
No Brasil, o Estado de Direito, em 1930, sofre um profundo abalo com o golpe
de Getúlio Vargas e depois, com o Estado Novo (1937-1945).
O Estado Liberal brasileiro, em vias de se modernizar e se aprofundar na
formação do Estado de Direito Social, tratou de (re)produzir um novo
ordenamento jurídico.
Regime dúbio: de um lado, ocorre a cortesia com o povo ao se admitir a
prevalência dos direitos trabalhistas (CLT) e, de outro, há a adaptação da
economia capitalista industrial aos interesses da aristocracia política rural – bem
como ao sistema econômico internacional, em vias de se globalizar.

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Estado Social

A segunda geração de direitos surgiu para implementar a primeira geração, ou


seja, para dar condições ao indivíduo de exercer sua verdadeira liberdade,
reconhecendo que a igualdade formal apregoada pelos liberais jamais se
concretizaria pela mão do Estado neutro, não intervencionista, necessitando da
força do Estado Social para trazer ao mesmo nível os desvalidos e faltos de
oportunidade daqueles que se encontravam e se encontram em situação
privilegiada, realizando a igualdade material.

Artigo 6º da CF: direitos sociais.

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Constituição Federal

1. Quem são os representantes do povo brasileiro?


2. O que é uma Assembleia Nacional Constituinte?
3. O que é o Estado Democrático?
4. O que são Direitos Sociais e Individuais?
5. O que é a Constituição da República Federativa do Brasil?
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Direitos Sociais e Individuais
Direitos humanos: garantias jurídicas universais que protegem indivíduos e
grupos contra ações ou omissões dos governos que atentem contra a dignidade
humana (ONU).

Quando os direitos humanos são determinados em um ordenamento jurídico,


como tratados e constituições, eles passam a ser chamados de direitos
fundamentais.

3 dimensões de direitos humanos: constituídos a partir dos contextos históricos,


se moldando às necessidades de cada época.
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Direitos Sociais e Individuais
3 dimensões de direitos humanos.

A base da teoria do jurista Karel Vasak são os princípios da Revolução Francesa:


liberdade, igualdade e fraternidade. Esses três conceitos são utilizados para
dividir, de forma didática, os direitos humanos em três perspectivas históricas
de entendimento.
- 1ª Geração: liberdade;
- 2ª Geração: igualdade;
- 3ª Geração: fraternidade.

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1ª Geração de Direitos
É associada ao contexto do final do século XVIII – mais precisamente à
independência dos Estados Unidos e criação de sua constituição, em 1787 – e à
Revolução Francesa, em 1789.
Seu marco histórico é a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
(1789).
Garantir a liberdade individual, concentrada nos direitos civis e políticos.
- Esses direitos só poderiam ser conquistados mediante a abstenção do controle
do Estado, já que sua atuação interfere na liberdade do indivíduo.

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1ª Geração de Direitos
Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão (1789).
- Define direitos como universais, váli-
dos e exigíveis em qualquer tempo e local.
- Exemplos: liberdade, propriedade, se-
gurança, resistência à opressão e igualdade
perante a lei e a justiça.

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2ª Geração de Direitos
Surgem após a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), quando começa a se fortalecer a
concepção de Estado de Bem-Estar Social.

Surge de uma necessidade do Estado garantir direitos de oportunidade iguais a


todos os cidadãos, através de políticas públicas como acesso básico à saúde,
educação, habitação, trabalho, lazer, entre outros.

Seu marco histórico é a Constituição Francesa (1848), a Constituição Mexicana


(1917) e a Constituição de Weimar (1919).

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2ª Geração de Direitos
As Constituições devem sempre ser lembradas, ambas, como os primeiros textos
constitucionais que efetivamente concretizaram, ao lado das liberdades públicas,
dispositivos expressos impositivos de uma conduta ativa por parte do Estado
para que este viabilize a plena fruição, por todos os cidadãos, dos direitos
fundamentais de que são titulares.
Garantir a igualdade.
- Poder de exigir do Estado a garantia dos direitos sociais, econômicos e
culturais, todos imprescindíveis à possibilidade de uma vida digna.
- Já tratavam de direitos fundamentais de 3ª dimensão, como aqueles
pertinentes à proteção ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

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3ª Geração de Direitos
A partir dos anos 1960, aparece a 3ª geração de direitos humanos, norteada pelo
ideal de fraternidade ou solidariedade.
A principal preocupação passa a ser com os direitos difusos (direitos cujos
titulares não se pode determinar, nem mensurar o número exato de
beneficiários) e com os direitos coletivos (que possuem um número determinável
de titulares, que por sua vez compartilham determinada condição).
A defesa de direitos na terceira geração não é mais responsabilidade do Estado,
mas uma tutela compartilhada com representantes da sociedade civil.
Exemplos: direito ambiental, da criança, do patrimônio artístico, à paz,
autodeterminação dos povos, o direito à defesa de ameaça de purificação racial e
genocídio, o direito à proteção contra as manifestações de discriminação racial.

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Questão 2

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Questão 2 - Gabarito

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4ª e 5ª Gerações de Direitos
4ª Geração: Direito à democracia, informação, pluralismo (político, religioso,
jurídico e cultural), biodireito, novas tecnologias (identidade e reputação
digital).
- Pedro Lenza, Marcelo Novelino, Norberto Bobbio.

5ª Geração: Direito à paz (Paulo Bonavides) e Direito ligados à pesquisa


biológica e ao patrimônio genético (Norberto Bobbio).

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Constituição Federal

1. Quem são os representantes do povo brasileiro?


2. O que é uma Assembleia Nacional Constituinte?
3. O que é o Estado Democrático?
4. O que são Direitos Sociais e Individuais?
5. O que é a Constituição da República Federativa do Brasil?
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Fundamentos da República

1. O que é soberania?
2. O que é cidadania?
3. O que é e qual a importância do pluralismo político?
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Separação de poderes
e
Objetivos da República

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Questão 3

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Questão 3 - Gabarito

Justificativa: artigo 3º da CF.


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Questão 4

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Questão 4 - Gabarito

Justificativa: artigo 1º da CF.


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Próxima aula
Repassar os conceitos finais dessa aula (fundamentos e objetivos)
Iniciar o estudo sobre a Constituição
- Sentidos da Constituição
- Classificações
Artigo 3º da CF – diferenciar formas de estado, formas de governo e regime
político.

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