REDAÇÃO JURÍDICA Professor: Vicente Mota de Souza Lima VÍDEO E MODELOS – SOBRE O PARECER JURÍDICO
VÍDEO EXPLICATIVO SOBRE PARECER JURÍDICO:
https://www.youtube.com/watch?v=hmkZ_M_PRzE MODELO DE PARECER JURÍDICO: https://gustavoandrepf.jusbrasil.com.br/modelos- pecas/554445773/modelo-de-parecer-juridico https://www.camaradejales.sp.gov.br/files/concursos/2016/esp elho_prova.pdf https://jus.com.br/pareceres/87062/modelo-parecer- administrativo https://freelaw.work/blog/modelos-de-parecer-juridico/ O que é um parecer jurídico? O parecer jurídico é um documento, também chamado de peça jurídica, que contém informações técnicas sobre um determinado tema em específico respaldadas em bases legais, de jurisprudência, princípios e doutrinas. Em resumo, é um documento com opinião especializada sobre determinado assunto. Normalmente ele é solicitado por uma pessoa física ou uma empresa que necessita de fundamentos especializados para uma tomada de decisão. FONTE: https://legitimvs.com.br/blog/como-elaborar-um-bom-parecer-juridico/ O que é um parecer jurídico? Trata-se de uma peça elaborada por juristas com a finalidade de manifestar um estudo, ou simples opinião especializada, sobre determinado tema. Esse serviço costuma ser bastante comum para clientes corporativos, órgãos públicos ou alguém em busca de uma orientação sobre um tema complexo e de grande importância. Esse documento apresenta um panorama e contém uma análise técnica com as informações necessárias sobre determinada situação. Para isso, são abordadas referências legais, doutrinárias e posição jurisprudencial, ou seja, são utilizadas as principais fontes do Direito com a função de explicar o tema e sustentar o posicionamento técnico e científico do parecerista. É importante mencionar que a pessoa que solicitou a consulta não tem a obrigação de seguir o que consta no documento. Apesar de ele ser elaborado mediante uma análise aprofundada, que demonstra um raciocínio jurídico adequado e seguido por uma estrutura apropriada, as suas determinações não são obrigatórias. Trata-se de uma opção do consulente, ou seja, ele pode acatar o estudo e a análise sobre as informações técnicas contidas naquela peça ou não. Quais são os tipos de parecer? O parecer jurídico é o documento no qual consta uma opinião técnica dada em resposta a uma consulta. Ele pode ser dividido em 3 espécies: • facultativo: quando a opinião é emitida por solicitação de um órgão — ativo ou de controle —, sem determinação legal para sua solicitação, ou seja, fica a critério do solicitante adotar, ou não, a opinião do órgão consultivo; • obrigatório: quando a opinião é emitida por solicitação de um órgão — ativo ou de controle —, por força de norma que determina sua solicitação; • vinculante: quando, além de obrigatória, o parecer vincula o solicitante a segui-lo, sendo admitido apenas quando a lei ou o regulamento dispõe, expressamente, nesse sentido. Em relação ao parecer vinculante, cabe ressaltar que há divergência sobre sua aplicabilidade, pois se presume que a opinião apenas sugere, ou indica, uma solução, logo, pode induzir uma decisão, mas não decide. Dessa forma, parte da doutrina entende que o parecer jurídico não tem o poder de vincular o gestor. Considerações sobre o Parecer Obrigatório
O parecer jurídico obrigatório acontece quando
há norma que determina a sua solicitação. Como por exemplo no rito licitatório, previsto no artigo 38, parágrafo único da Lei 8.666/93, que tem como objetivo evitar defeitos que provocam nulidades no processo licitatório. Neste caso, o parecer é obrigatório como requisito, mas não é obrigatório quanto ao seu acolhimento. Considerações sobre o Parecer Vinculante Este parecer ocorre quando, além de ser obrigatório, vincula o solicitante a segui-lo. Citamos como exemplo os pareceres da Advocacia Geral da União, que são submetidos à aprovação do Presidente da República (Lei Complementar nº 73/93, artigo 40, § 1º), vinculando toda a Administração Pública Federal. Temos como exemplo o Parecer AM-06, que acabou com o sigilo bancário em operações de crédito com recursos públicos. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/AGU/Pareceres/2019- 2022/PRC-AM-06-2019.htm) Esse parecer pode ser elaborado por advogados, procuradores, assessores ou consultores jurídicos de órgãos da administração pública. Quem pode fazer o parecer jurídico?
Como se trata de uma questão de cunho
jurídico, somente os advogados têm a incumbência de prestar serviços de consultoria jurídica. Isso significa que somente o profissional com o devido registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pode oferecer um parecer jurídico na modalidade consultiva. Trata-se de uma competência exclusiva, prevista no Código de Ética da OAB e no Art. 1.º, inciso II, do Estatuto da Advocacia:
Art. 1.º — São atividades privativas de
advocacia: I — as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. Qual é finalidade do Parecer Jurídico?
A finalidade do parecer jurídico é trazer
clareza sobre um determinado assunto ou processo, pois vai analisar os fatos, efeitos, normas e validades jurídicas do caso concreto. Por fim, irá apresentar uma solução ou um panorama para a questão. O que deve conter em um parecer jurídico ?
O parecer jurídico deve ter uma estrutura simples e ao mesmo tempo
completa, com todas as informações necessárias para a tornar a tomada de decisão do seu cliente a mais segura possível. Desse modo, os seguintes tópicos devem ser abordados no parecer jurídico: • Análise aprofundada do tema em questão • Referências doutrinárias • Referências jurisprudenciais com informações sobre como os Tribunais costumam se posicionar • Indicações de legislações relacionadas ao tema • Outras informações técnicas que possam fundamentar a opinião presente no parecer O que deve conter em um parecer jurídico?
Não existe um modelo pré-estabelecido para um
parecer jurídico. Para atender a sua finalidade e ser bem compreendido, o parecer precisa seguir uma estrutura básica, sendo assim, deve conter: Título Onde deve ser escrito "Parecer Jurídico", de forma centralizada ao documento, acrescido do número que, embora seja opcional, contribui para a organização do advogado que emite o parecer. Requerente Também chamado de interessado, é o consulente. Ou seja, é o campo onde consta o endereçamento, com o nome dos solicitantes. Endereçamento É para quem se direciona o parecer jurídico, ou seja, seu cliente, que pode ser pessoa física ou jurídica. Assunto Qual o tema central do parecer. No exemplo da reforma trabalhista: APLICABILIDADE DA MODERNIZAÇÃO TRABALHISTA (LEI 13.467/2017) AOS CONTRATOS DE TRABALHO. Ementa Ementa é a introdução do parecer jurídico. Nela deve constar o resumo do que será tratado no documento. Para isso, você deve incluir todas as palavras-chave relacionadas ao tema. Normalmente é mais fácil escrever essa parte por último, pois você já estará com todo o conteúdo em mãos para fazer um bom resumo dele. Relatório Nessa parte é onde você deve descrever todos os fatos relatados pelo cliente, inclusive possíveis perguntas que devem ser escritas em forma de questões ainda. Afinal, aqui você ainda está contando o que lhe foi passado pelo cliente e descrevendo o assunto pela ótica dele. Geralmente, a síntese fática finaliza com a seguinte expressão: "É o Relatório, passa-se ao opinativo". Fundamentação A fundamentação é a parte mais importante do parecer jurídico. Aqui o profissional aborda as teses de fato e de Direito, com os fundamentos jurídicos que vão embasar a sua avaliação e conclusão, além do tema em questão, lembrando-se de colacionar fundamentos jurídicos, leis, jurisprudências, doutrinações e atos normativos. Seja claro, objetivo e incisivo sobre a questão, e demonstre que detém o conhecimento necessário sobre o assunto e desenvolva argumentos baseados em informações técnicas. Conclusão A conclusão é o desfecho do parecer jurídico, onde as respostas dos questionamentos iniciais do cliente serão resumidas. Nessa parte você poderá expor sua opinião com o que é favorável ou desfavorável para resolver a questão. Apesar do cliente não ser obrigado a concordar e seguir com seu ponto de vista, ele terá embasamento suficiente para tomar sua própria decisão. E, por fim, concluir com a expressão: “É o parecer”, seguido do nome do profissional, cargo e assinatura. Notas de rodapé Deve conter as referências consultadas, tais como livros, sites, decisões etc. Diferença entre Parecer, Relatório e Dashboard Jurídico O parecer jurídico é uma análise técnica de um determinado processo que, acompanhado de um raciocínio jurídico, traz referências doutrinárias e jurisprudenciais em conjunto com a opinião técnica do parecerista. Os relatórios jurídicos, por sua vez, envolvem mais noções estratégicas e têm o intuito de orientar as empresas sobre determinados indicadores com dados sobre as atividades internas, a saúde da companhia e até mesmo de seus concorrentes. O dashboard jurídico possui a mesma finalidade de um relatório, mas com as informações dispostas de forma otimizada com o apoio de gráficos dinâmicos, ou seja, atualizados em tempo real. Dicas gerais para fazer um bom parecer jurídico Use uma linguagem simples Descomplicar a linguagem jurídica é um os grandes diferenciais de um bom parecer jurídico. Isso porque expressões muito rebuscadas podem confundir o cliente e não é esse o objetivo, não é mesmo? Explique o tema, aprofunde-se, mas use uma linguagem clara, objetiva e simples. Mesmo que seja necessário usar termos jurídicos muito técnicos, não hesite em escrever um pouco mais apenas para esclarecer o que está sendo dito. Lembre-se de revisar o documento Fazer revisão antes de entregar qualquer documento é primordial e com o parecer jurídico não poderia ser diferente. Verifique mais de uma vez se o conteúdo está realmente completo, se poderá ser bem compreendido por quem for ler e se a língua portuguesa está correta. Todos esses pontos são muito relevantes para a percepção do cliente com relação ao seu trabalho e para a tomada de decisão dele no futuro. Seja imparcial Não tente militar ou impor as suas opiniões sobre o assunto. Isso pode interferir no desfecho da causa e não ser benéfico para o seu cliente. Por isso, não se precipite e busque agir com a máxima imparcialidade possível. É necessário analisar as diversas questões e apresentar a solução que seja mais apropriada para o caso concreto, mantendo os pensamentos isentos de qualquer julgamento prévio de valor. O que não pode ser escrito em um parecer jurídico? Conclusões pessoais
O laudo deve considerar as posições técnicas existentes
sobre o tema da consulta. Por isso, ao elaborar o documento, o advogado precisar refletir sobre as posições já definidas sobre o assunto e expressar a melhor decisão a ser tomada. Embora o Direito permita as mais variadas argumentações, é preciso tomar como base os entendimentos consolidados em doutrina e jurisprudência e não se basear em conclusões pessoais, para não incorrer em falta de informações ou em ressalvas. O que não pode ser escrito em um parecer jurídico? Fatos que não foram efetivamente comprovados O advogado deve descrever, detalhadamente, os fatos e sua delimitação no parecer para embasar sua conclusão. É importante destacar que as normas jurídicas dependem de situações reais para serem concretizadas. Assim, acontecimentos específicos podem determinar se uma situação será considerada exceção à regra já existente. Daí a necessidade de correlacionar corretamente os fatos às normas, com atenção para não chegar a uma conclusão equivocada. O que não pode ser escrito em um parecer jurídico? Informações desatualizadas O advogado que atua como parecerista deve se manter atualizado com a legislação e com a jurisprudência. Para elaborar um parecer bem fundamentado, ele precisa conhecer as decisões mais recentes sobre o assunto da consulta e, assim, oferecer uma opinião detalhada e embasada. É fundamental não basear a manifestação em informações desatualizadas, pois isso poderá levar o consulente a cometer algum erro baseado no parecer. Quais cuidados devem ser adotados pelo parecerista?
Para resguardar o parecerista e o interessado, é importante
que o consultor adote alguns cuidados básicos, como: • Somente iniciar atuação após contrato formal dos serviços; • Se atentar para as regras de incompatibilidade e impedimentos, em especial se o consulente for órgão público; • Entregar o parecer de modo formal; • Guardar sigilo profissional relativo ao parecer elaborado. SUGESTÃO DE PARECER: ELABORE UM PARECER SOBRE: “A APLICABILIDADE DA LEGALIDADE COMO PRINCIPIO JURÍDICO CONTIDO NO ARTIGO 37 “CAPUT” DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL”.