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RESUMO LIVRO “Quem faz a psicologia brasileira?

Um olhar sobre o
presente para construir o futuro”

CAPÍTULO 1: A psicologia no Brasil, uma história em construção

1. Contexto Histórico e Regulamentação da Psicologia


- Introdução à passagem dos 60 anos da regulamentação da profissão:
Destaca o marco dos 60 anos desde a regulamentação da Psicologia como
profissão no Brasil, ressaltando sua importância histórica e sua evolução ao
longo do tempo.
- A relação da Psicologia com o século XX, marcado por eventos
dramáticos: Contextualiza a profissão dentro do cenário global do século XX,
abordando eventos como guerras mundiais, avanços científicos e mudanças
sociais significativas.
- Momento da regulamentação da profissão pela Lei no 4.119, de 1962:
Explora os antecedentes que levaram à aprovação da Lei no 4.119, que
reconheceu a Psicologia como profissão no Brasil e estabeleceu as bases para
sua prática regulamentada.

2. O Golpe de Estado e o Regime Autoritário


- Impacto do golpe de Estado no Brasil e sua influência na Psicologia:
Analisa como o golpe de Estado de 1964 e a instauração do regime militar
afetaram a sociedade brasileira, incluindo a comunidade psicológica, com
perseguições, censura e restrições às liberdades civis.
- Doutrina de Segurança Nacional e suas implicações: Examina os
princípios da Doutrina de Segurança Nacional adotados pelo regime militar,
destacando seu impacto na formação de políticas públicas, na repressão política
e na manipulação ideológica.
- Estabelecimento de um regime autoritário e militarizado: Descreve a
consolidação do regime autoritário no Brasil, caracterizado pela repressão
política, pela centralização do poder e pela violação dos direitos humanos,
afetando diretamente o exercício da Psicologia.

3. A Psicologia Sob o Autoritarismo


- Uso da Psicologia como instrumento de controle social: Examina como
o conhecimento psicológico foi utilizado pelo regime militar para legitimar
práticas autoritárias, como a tortura, a perseguição política e a propaganda
ideológica.
- Hegemonia da clínica na formação e atuação dos psicólogos: Destaca o
predomínio da abordagem clínica na formação profissional e na prática dos
psicólogos durante o período autoritário, em detrimento de outras perspectivas
e áreas de atuação.
- Feminização da Psicologia e seu papel na sociedade sob o autoritarismo:
Analisa o aumento da presença feminina na Psicologia durante o regime militar
e como isso influenciou a participação das mulheres na resistência política e na
promoção dos direitos humanos.

4. Contradições e Desafios da Profissão

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- Expansão desordenada dos cursos de Psicologia e sua qualidade:
Examina a proliferação de cursos de Psicologia durante o período autoritário e
os desafios relacionados à qualidade do ensino, à formação dos profissionais e
à saturação do mercado de trabalho.
- Restrição da demanda do mercado de trabalho em meio à crise
econômica: Analisa os impactos da crise econômica dos anos 1980 na demanda
por serviços psicológicos, resultando em dificuldades para os profissionais
recém-formados e para os estabelecidos.
- Discrepância entre o número de diplomados e inscritos nos Conselhos
Regionais de Psicologia: Destaca a disparidade entre o número de profissionais
formados em Psicologia e aqueles efetivamente registrados nos Conselhos
Regionais, evidenciando questões relacionadas à empregabilidade e à
precarização do trabalho.

5. Impactos Sociais e Políticos na Psicologia


- Participação da Psicologia na perpetuação do regime autoritário: Analisa
o papel ambíguo desempenhado pela Psicologia durante o regime militar, com
profissionais atuando tanto na legitimação quanto na contestação das práticas
autoritárias.
- Resistência de parte dos profissionais contra o regime e suas
consequências: Destaca a atuação de psicólogos e psicólogas que se opuseram
ao regime militar, enfrentando perseguições, prisões e exílio, e contribuíram para
a resistência democrática e a defesa dos direitos humanos.
- A luta de classes refletida no interior da profissão e suas contradições:
Examina as contradições internas da Psicologia frente às lutas sociais e políticas
do período autoritário, revelando tensões entre diferentes abordagens teóricas e
posicionamentos éticos.

6. Perspectivas Futuras e Necessidades de Mudança


- Necessidade de uma nova política de regulação dos cursos de
Psicologia: Propõe a revisão das políticas de regulação dos cursos de Psicologia
visando garantir a qualidade da formação profissional, a diversidade curricular e
o atendimento às demandas sociais.
- Importância de uma reflexão sobre o papel social e político da Psicologia:
Enfatiza a necessidade de uma reflexão crítica sobre o papel da Psicologia na
sociedade, destacando seu potencial transformador e sua responsabilidade ética
e política.
- Desafios enfrentados pela profissão em um contexto de crise econômica
e autoritarismo: Aborda os desafios contemporâneos enfrentados pela
Psicologia, como a crescente precarização do trabalho, a mercantilização dos
serviços de saúde mental e os retrocessos democráticos, apontando para a
urgência de resistência e mobilização.Participação da Psicologia na perpetuação
do regime autoritário: Analisa o papel ambíguo desempenhado pela Psicologia
durante o regime militar, com profissionais atuando tanto na legitimação quanto
na contestação das práticas autoritárias.
- Resistência de parte dos profissionais contra o regime e suas
consequências: Destaca a atuação de psicólogos e psicólogas que se opuseram
ao regime militar, enfrentando perseguições, prisões e exílio, e contribuíram para
a resistência democrática e a defesa dos direitos humanos.

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- A luta de classes refletida no interior da profissão e suas contradições:
Examina as contradições internas da Psicologia frente às lutas sociais e políticas
do período autoritário, revelando tensões entre diferentes abordagens teóricas e
posicionamentos éticos.

6. Perspectivas Futuras e Necessidades de Mudança


- Necessidade de uma nova política de regulação dos cursos de
Psicologia: Propõe a revisão das políticas de regulação dos cursos de Psicologia
visando garantir a qualidade da formação profissional, a diversidade curricular e
o atendimento às demandas sociais.
- Importância de uma reflexão sobre o papel social e político da Psicologia:
Enfatiza a necessidade de uma reflexão crítica sobre o papel da Psicologia na
sociedade, destacando seu potencial transformador e sua responsabilidade ética
e política.
- Desafios enfrentados pela profissão em um contexto de crise econômica
e autoritarismo: Aborda os desafios contemporâneos enfrentados pela
Psicologia, como a crescente precarização do trabalho, a mercantilização dos
serviços de saúde mental e os retrocessos democráticos, apontando para a
urgência de resistência e mobilização.

7. Da “abertura democrática” ao neoliberalismo”

- A transição política do regime militar para a democracia no Brasil foi


gradual e controlada por classes privilegiadas, limitando rupturas significativas.
- A Constituição de 1988 foi resultado de um pacto entre as elites
dominantes, mantendo aspectos do regime militar.
- A transição coincidiu com a ascensão do neoliberalismo, influenciando
políticas econômicas e sociais.
- A Psicologia brasileira passou por mudanças significativas nesse
período, expandindo-se para novos campos de atuação além da clínica.
- Houve um aumento no número de profissionais formados em Psicologia,
mas o mercado de trabalho não absorveu todos, gerando um "exército de
reserva" na profissão.
- A Psicologia Social se ampliou, incorporando novas áreas de atuação
como a comunitária, escolar, organizacional e de saúde pública/coletiva.
- A implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) abriu oportunidades
para psicólogos atuarem em serviços de saúde pública.
- Surgiram práticas emergentes voltadas para grupos vulneráveis, como
mulheres, crianças e populações em situação de rua.

8. Clínica:
1. Evolução da Psicologia Clínica: diferenciação entre o modelo tradicional
e as tendências emergentes.
2. Expansão do campo da clínica: aproximação de contextos como saúde
pública, comunitários e institucionais.
3. Mudanças nos referenciais teóricos: inclusão da dimensão social e
crítica aos modelos estrangeiros.
4. Movimento de saída para saúde pública: aumento da atuação em
unidades básicas de saúde e hospitais públicos.

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5. Desafios na formação: contextualização do fenômeno clínico,
integração de conteúdos e práticas, e compromisso social.

9. Organizacional:
1. Mudança de paradigma: autonomia da área e ascensão de teorias
subjetivistas.
2. Novos requisitos para o trabalho: rompimento com níveis técnicos,
busca por uma visão ampliada do trabalho, e necessidade de produção de
conhecimento nacional.
3. Profissional da saúde: reconhecimento da(o) psicóloga(o) como parte
do sistema de saúde.
4. Apropriação de cultura empresarial: necessidade de se alinhar aos
valores e ética das empresas.
5. Desenvolvimento de atividades complexas: ênfase em planejamento
estratégico e mudança organizacional.

10. Educacional:
1. Crítica aos determinismos hereditários: superação de modelos
reducionistas na relação entre Psicologia e Educação.
2. Mudança na relação entre psicóloga(o) e instituição: atuação como
assessoria independente.
3. Desafios na formação: atendimento às demandas sociais,
contextualização teórica, e formação crítica e ética.
4. Ênfase na compreensão do comportamento nos contextos de interação
educacionais.
5. Promoção de práticas pedagógicas de melhor qualidade e trabalho
individual e grupal com novos referenciais.

11. Psicologia Social:


1. Transformações desde a década de 1970: intensificação de práticas
como análise institucional e trabalhos em comunidades.
2. Atividades com grupos: formação de recursos humanos na comunidade
e protagonismo comunitário.
3. Trabalhos nos programas de saúde: mescla com as novas tendências
da clínica e consultorias em educação ambiental.
4. Conhecimentos necessários: multiplicidade de saberes, incentivo à
pesquisa e desenvolvimento de pensamento crítico e ético.
5. Inserção em campos específicos: Psicologia do Esporte e Jurídica, com
desafios e eventos marcantes.

12. Evolução da Psicologia Clínica:


- Diferenciação entre modelos clínicos tradicionais e emergentes.
- Expansão da clínica para incluir contextos sociais, comunitários e
institucionais.
- Necessidade de mudanças nos referenciais teóricos para abordar a
dimensão social.

13. Desafios na Formação Clínica:


- Ênfase na contextualização do fenômeno clínico.

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- Integração de conteúdos e práticas para atender demandas
institucionais.
- Requisitos para uma formação mais reflexiva e contextualizada.

14. Inovação na Psicologia Organizacional:


- Mudança de paradigma centrada nos processos de trabalho e nas
relações organizacionais.
- Necessidade de formação para atividades mais complexas e visão
ampliada do trabalho.
- Incorporação de valores e cultura organizacionais na prática profissional.

15. Transformações na Psicologia Educacional:


- Mudança de pressupostos para uma compreensão mais ampla do
comportamento humano.
- Necessidade de superar a visão unilateral de adaptação e fortalecer
práticas pedagógicas inovadoras.
- Desafios na formação para atender demandas sociais e contextuais.

16. Expansão da Psicologia Social:


- Crescimento das práticas em grupos, comunidades e movimentos
sociais.
- Ênfase em questões socioeconômicas, de gênero e racial.
- Necessidade de formação multidisciplinar e crítica.

17. Emergência da Psicologia do Esporte e Jurídica:


- Novos campos de atuação com foco em atletas e práticas jurídicas.
- Requisitos específicos de formação para cada área.
- Crescente inserção em diversos setores da justiça e do esporte.

18. Dos tempos atuais: neofascimo e barbárie

O texto aborda o intricado cenário político e social do Brasil, delineando


os eventos que culminaram na ascensão da ultradireita conservadora. Inicia-se
com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, impulsionado pela fragilização
da política de conciliação de classes e pelo impacto da crise do capitalismo nos
países exportadores de commodities. A Operação Lava Jato, supostamente
voltada para o combate à corrupção, é destacada como uma estratégia que
visava prejudicar empresas nacionais e o Partido dos Trabalhadores (PT), em
benefício de interesses estrangeiros e da elite econômica.
O texto também aborda o contexto das eleições presidenciais de 2018,
marcadas pelo uso ilegal de redes sociais para impulsionar candidaturas e pela
ascensão de um representante pouco expressivo da Câmara dos Deputados. A
gestão autoritária e conservadora do governo Bolsonaro é descrita, destacando-
se a sua postura ambígua em relação às instituições democráticas, a gestão
desastrosa da crise sanitária e a política econômica neoliberal que resultou na
diminuição do poder de compra do salário mínimo. Além disso, o texto ressalta
a resistência e as lutas sociais em curso, como o movimento feminista, o
movimento negro, a comunidade LGBTQI+ e os povos indígenas, que enfrentam

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desafios de coordenação e unidade de ação. A Psicologia é apresentada como
uma profissão engajada na defesa dos direitos humanos e na luta contra o
retrocesso civilizatório, mas enfrenta obstáculos diante do atual contexto político
e social. Por fim, o texto enfatiza a necessidade de mobilização em torno de
projetos mais amplos e radicais para enfrentar os desafios do presente,
buscando construir um futuro mais justo e igualitário.

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CAPÍTULO 2: Quem somos? Caracterizando o perfil dos psicólogos no
Brasil

INTRODUÇÃO:

- A Psicologia brasileira é caracterizada pela diversidade de abordagens


teóricas, metodológicas e práticas desde sua origem.
- A profissão surgiu como complemento para áreas como Filosofia,
Medicina e Educação, evoluindo para um campo científico e profissional
diversificado.
- O capítulo apresenta dados do CensoPsi realizado entre outubro de
2021 e março de 2022, visando descrever o perfil atual das(os) psicólogas(os) e
fazer comparações com pesquisas anteriores.
- O crescimento da profissão foi exponencial, passando de 15 psicólogos
em 1962 para mais de 428 mil em 2022.
- A maioria das(os) psicólogas(os) está na faixa etária de até 39 anos,
demonstrando que a profissão ainda é jovem.
- A Região Sudeste concentra o maior número de profissionais, seguida
pela Região Nordeste.
- A maior parte das(os) profissionais está ativa no mercado de trabalho,
principalmente na Região Sul.
- A orientação sexual da maioria é heterossexual, com uma proporção
significativa de homossexuais e bissexuais.
- A identificação de gênero mostra que a maioria se identifica como
feminino, seguido pelo masculino e não-binário.
- Quanto à religião, a maioria se identifica como católica, seguida por
espíritas/espiritualistas e protestantes, com uma parcela significativa de
profissionais sem religião ou ateus.

Autoidentificação racial na Psicologia:

- Predominância de profissionais brancos (63%), seguidos por


autodeclarados pardos (26%).
- Diferenças regionais significativas, com as regiões Sul e Sudeste
apresentando as maiores porcentagens de profissionais brancos (87,5% e
74,1%, respectivamente).

Inclusão de pessoas com deficiência:

- Baixa representatividade de profissionais com deficiência na


Psicologia.
- Apenas 4,7% dos profissionais declararam ter deficiência, em
comparação com 95,3% sem deficiência.
- Desafios significativos na inclusão de pessoas com deficiência no
mercado de trabalho, com apenas 28,3% conseguindo inserção, em comparação
com 66,3% das pessoas sem deficiência.

Renda dos profissionais de Psicologia:

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- A maioria dos profissionais (61,6%) possui renda mensal inferior a seis
salários mínimos.
- Variabilidade nos rendimentos, com a média de renda mensal total
sendo um pouco além de R$ 6 mil.
- Predominância de renda proveniente da atuação na área de Psicologia,
mas uma porcentagem significativa também obtém renda de atividades fora da
área.

Esses pontos destacam a necessidade de promover a diversidade e


inclusão na profissão, além de abordar questões relacionadas à distribuição de
renda entre os profissionais de Psicologia.

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