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Investimentos Financeiros

A conta 31 – Investimentos Financeiros serve para registar as participações de capital e empréstimos


concedidos em subsidiárias, associadas, entidades conjuntamente controladas e noutras empresas.
Inclui ainda outros investimentos financeiros, tais como obrigações, títulos do tesouro, fundos de
investimento, e outros.

Esta conta evidência as quantias dos investimentos financeiros, bem como as respectivas perdas por
imparidade acumuladas.

Esta conta é apresentada no balanço, sob a classificação de activo não corrente, podendo estar incluída
ou na rubrica de Participações financeiras e na rubrica de Outros activos financeiros.

Se as participações financeiras forem mensuradas ao método de equivalência patrimonial (MEP),


incluídas nas contas 311, 312, 313 e respectivas imparidades registadas na conta 391, ou mensuradas
por outros métodos, incluídas nas contas 311, 312, 313 e 314 e respectivas imparidades registadas na
conta 391, então estas serão apresentadas nas rubricas de participações financeiras.

As subcontas 311, 312, 313, 314, 316 e respectivas imparidades registadas na conta 391, e as contas 34
(na parte respeitante aos adiantamentos por conta de investimentos financeiros) e respectivas
imparidades registadas na conta 39 serão incluídas na rubrica de outros activos financeiros.

Contudo, tendo em conta que as entidades poderão optar por aplicar a IAS 39, (de acordo com o
estipulado na NCRF 25 – Instrumentos Financeiros) se uma entidade classificar activos financeiros como
disponíveis para venda, as suas alterações de valor serão imputadas a capital próprio e estes poderão
ser distribuídos pelas diversas contas da classe 3. Quando à sua mensuração, os investimentos
financeiros que representem participações de capital são mensurados de acordo com os seguintes
métodos constantes da tabela 1 a seguir:

Participações Nas contas individuais Nas contas consolidadas


Em subsidiárias Por regra método da Método da consolidação
equivalência integral
patrimonial
Em associadas Por regra método da Método da equivalência
equivalência patrimonial
patrimonial
Em empreendimentos Método da consolidação Método da consolidação
conjuntos(entidades proporcional ou método de proporcional
conjuntamente equivalência patrimonial
controladas)
Noutras entidades Método do custo ou método do Método do custo ou
justo método do justo valor
valor (conta 14)
Fonte: Adaptado pela autora (2023)

As participações financeiras em subsidiárias, associadas e em entidades conjuntamente


controladas são mensuradas, nas suas contas individuais, pelo método da equivalência
patrimonial (sendo que no caso das entidades conjuntamente controladas existe ainda a
opção do método de consolidação proporcional).
Quanto à aplicação do método da equivalência patrimonial, o custo de aquisição de
uma participação deverá ser acrescido ou reduzido:
a) Da quantia correspondente à proporção nos resultados líquidos da entidade
participada;

b) Da quantia correspondente à proporção noutras variações nos capitais


próprios da entidade participada;

c) Da quantia dos lucros distribuídos à participação;

d) Da quantia da cobertura de prejuízos que tenha sido deliberada.

De acordo com o estipulado nas Notas de enquadramento do SNC, na primeira


aplicação do método da equivalência patrimonial, devem ser atribuídas às partes de
capital as quantias correspondentes à fracção dos capitais próprios que elas
representavam no início do período, por contrapartida da conta 581 – Ajustamentos
em activos financeiros – Relacionados com o método da equivalência patrimonial –
Ajustamentos de transição.

A concessão de crédito é um dos tipos de operações de crédito exclusivas das


instituições de crédito e, particularmente, dos bancos. É uma operação que se realiza
no âmbito de actividades cujo período, a título profissional, depende de autorização a
conceder, caso a caso.

Investimentos em associadas

Um investimento numa associada deve ser contabilizado usando o método da


equivalência patrimonial, excepto se existirem restrições severas e duradouras que
prejudiquem significativamente a capacidade de transferência de fundos para a
empresa detentora, caso em que deve ser usado o método do custo.
Quando um investimento numa associada anteriormente classificado como detido
para venda, e contabilizado nos termos da NCRF 22 — Activos Não correntes Detidos
para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, deixar de satisfazer os critérios
dessa classificação, ele deve ser contabilizado usando o método da equivalência
patrimonial a partir da data da sua classificação como detido para venda. Para efeitos
comparativos as demonstrações financeiras relativas aos períodos desde a classificação
da associada como detida para venda devem ser expressas em conformidade.
Um investidor deve descontinuar o uso do método de equivalência patrimonial a partir
da data em que perder a influência significativa sobre uma associada. Nessa
circunstância, o custo a considerar para efeitos de mensuração inicial como activo
financeiro deve corresponder ao da quantia escriturada desse investimento à data em
que deixou de ser uma associada.
A parte dum grupo numa associada é o agregado das partes detidas nessa associada
pela empresa-mãe e suas subsidiárias. As partes detidas por associadas ou por
empreendimentos conjuntos do grupo são ignoradas para esta finalidade. Quando
uma associada tiver subsidiárias, associadas ou empreendimentos conjuntos, os
resultados e activos líquidos tidos em consideração na aplicação do método de
equivalência patrimonial são os reconhecidos nas demonstrações financeiras
(consolidadas ou individuais, consoante exista, ou não a obrigação de preparar contas
consolidadas) da associada (incluindo a parte da associada nos resultados e activos
líquidos das suas associadas e empreendimentos conjuntos), depois dos ajustamentos
necessários para garantir a uniformidade das políticas contabilísticas.

Os resultados provenientes de transacções “ascendentes” e “descendentes” entre um


investidor (incluindo as suas subsidiárias consolidadas) e uma associada são
reconhecidos nas demonstrações financeiras do investidor somente na medida em que
correspondam aos interesses de outros investidores na associada, não relacionados
com o investidor. Transacções “ascendentes” são, por exemplo, vendas de activos
duma associada ao investidor. Transacções “descendentes” são, por exemplo, vendas
de activos de investidor a uma associada. Assim, a parte do investidor nos resultados
da associada resultantes destas transacções é eliminada.
Um investimento numa associada é contabilizado usando o método da equivalência
patrimonial a partir da data em que se torne uma associada. Na aquisição do
investimento, qualquer diferença entre o custo do investimento e a parte do investidor
no justo valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da
associada é contabilizada de acordo com a NCRF 21 — Concentrações de Actividades
Empresariais. Logo:
a) O goodwill relacionado com uma associada é incluído na quantia escriturada
do investimento. Contudo, a amortização desse goodwill não é permitida e não é
portanto incluída na determinação da parte do investidor nos resultados da associada;

b) Qualquer excesso da parte do investidor no justo valor líquido dos activos,


passivos e passivos contingentes identificáveis da associada acima do custo do
investimento é excluído da quantia escriturada do investimento e é incluído como
rendimento na determinação da parte do investidor nos resultados da associada do
período em que o investimento é adquirido.

Serão feitos ajustamentos apropriados na parte do investidor nos resultados da associada,


após a aquisição, para contabilizar, a título de exemplo, a depreciação dos activos depreciáveis
baseada nos seus justos valores à data da aquisição. De forma semelhante, serão feitos
ajustamentos apropriados na parte do investidor nos resultados da associada, após a
aquisição, para ter em conta perdas por imparidade reconhecidas pela associada em itens tais
como o goodwill ou activos fixos tangíveis.

Se uma associada tiver acções preferenciais cumulativas em circulação, classificadas


como capital próprio, que sejam detidas por outros que não o investidor, este calcula a
sua parte nos resultados depois de os ajustar face aos dividendos de tais acções,
independentemente de terem ou não sido declarados.

Se a parte de um investidor nas perdas duma associada igualar ou exceder o seu interesse na
associada, o investidor descontinua o reconhecimento da sua parte de perdas adicionais. O
interesse numa associada é a quantia escriturada do investimento na associada de acordo com
o método da equivalência patrimonial juntamente com quaisquer interesses de longo prazo
que, em substância, façam parte do investimento líquido do investidor na associada.
Considera-se o seguinte exemplo, um item cuja liquidação não esteja planeada nem seja
provável que ocorra no futuro previsível é, em substância, uma extensão do investimento da
entidade nessa associada. Tais itens podem incluir acções preferenciais e contas a receber ou
empréstimos a longo prazo, mas não incluem contas a receber comerciais, contas a pagar
comerciais ou quaisquer contas a receber de longo prazo para as quais existam garantias
adequadas. As perdas reconhecidas segundo o método da equivalência patrimonial que
excedam o investimento do investidor em acções ordinárias são aplicadas a outros
componentes do interesse do investidor numa associada pela ordem inversa da sua
antiguidade (isto é, prioridade na liquidação).

Depois do interesse do investidor ser reduzido a zero, as perdas adicionais são tidas em conta
mediante o reconhecido de um passivo, só na medida em que o investidor tenha incorrido em
obrigações legais ou construtivas ou tenha feito pagamentos a favor da associada. Caso
posteriormente a associada relatar lucros, o investidor retoma o reconhecimento da sua parte
nesses lucros somente após a sua parte nos lucros igualar a parte das perdas não
reconhecidas.

Um investidor deve fazer as seguintes divulgações:


a) O justo valor de investimentos em associadas para os quais sejam publicadas
cotações de preços;

b) Informação financeira resumida das associadas, incluindo as quantias


agregadas dos activos, passivos, rendimentos e resultados;

c) As razões pelas quais se concluiu, existir influência significativa quando o


contrário era presumível pelo facto de um investidor deter, directa ou indirectamente
através de subsidiárias, menos de 20 % dos votos ou do potencial poder de voto da
investida;
d) As razões das quais se concluiu, que não existir influência significativa
quando o contrário era presumível pelo facto de um investidor deter, directa ou
indirectamente através de subsidiárias, 20 % ou mais dos votos ou do potencial poder
de voto da investida;

e) A data de relato das demonstrações financeiras duma associada, quando


estas demonstrações financeiras forem usadas na aplicação do método da
equivalência patrimonial e forem de uma data de relato ou de um período que seja
diferente da data de relato ou período do investidor, e forem a razão para o uso de
uma data de relato ou de um período diferente;

f) A natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo,


resultantes de acordos de empréstimo ou requisitos regulamentares) sobre a
capacidade das associadas para transferir fundos para o investidor sob a forma de
dividendos em dinheiro ou de reembolsos de empréstimos ou adiantamentos;

g) A parte não reconhecida nas perdas de uma associada, tanto para o período
como cumulativamente, se um investidor descontinuou o reconhecimento da sua
parte nas perdas de uma associada;
h) O facto de uma associada não ter sido contabilizada usando o método da
equivalência patrimonial;

i) Informação financeira resumida das associadas, quer individualmente quer


em grupo, que não tenham sido contabilizadas usando o método da equivalência
patrimonial, incluindo as quantias dos activos totais, passivos totais, rendimentos e
resultados.

Os investimentos em associadas contabilizados usando o método da


equivalência patrimonial devem ser classificados como activos não correntes. A parte
do investidor nos resultados dessas associadas, e a quantia escriturada desses
investimentos, devem ser divulgadas separadamente.
A parte do investidor em quaisquer unidades operacionais descontinuadas
dessas associadas também deve ser divulgada separadamente.
De acordo com a NCRF 24 — Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes, o investidor divulgará:
a) A sua parte nos passivos contingentes duma associada incorrida juntamente
com outros investidores;

b) Os passivos contingentes que surjam pelo facto de o investidor ser


solidariamente responsável pela totalidade ou parte dos passivos da associada.

Investimentos em entidades conjuntamente controladas


Nesta conta reconhecemos a quantia dos investimentos financeiros em entidades
conjuntamente controladas. Segundo a NCRF 20, uma entidade conjuntamente
controlada é um empreendimento conjunto que envolve o estabelecimento de uma
sociedade, de uma parceria ou de outra entidade em que cada empreendedor tenha
um interesse. A entidade opera da mesma maneira que outras entidades, excepto que
um acordo contratual entre os empreendedores estabelece o controlo conjunto sobre
a actividade económica da entidade.
Segundo as notas de enquadramento do SNC, “A participação numa entidade
conjuntamente controlada poderá ser mesurada21 ou pelo método de consolidação
proporcional ou pelo método de equivalência patrimonial se o empreendedor não
tiver de elaborar contas consolidadas. Se o empreendedor elaborar contas
consolidadas, então terá de, nas suas contas individuais, mensurar a participação na
entidade conjuntamente controlada pelo método de equivalência patrimonial”.
A conta Investimento em entidades conjuntamente controladas é movimentada da
seguinte forma:
Debita-se:
- Pela aquisição da participação financeira (ao custo);
- Pela primeira aplicação do MEP – variação positiva;
- Pela proporção dos lucros da participada;
- Pela proporção em variações positivas nos capitais próprios da participada.

Credita-se:
- Pela primeira aplicação do MEP – variação negativa;
- Pela proporção dos prejuízos da participada;
- Pela proporção em variações negativas nos capitais próprios da participada;
- Pela alienação da participação financeira.

Esta conta apresenta a seguinte decomposição:


3131 – Participações de capital – método de equivalência patrimonial.
Registam-se nesta conta os investimentos em entidades conjuntamente controladas
mensurados pelo método de equivalência patrimonial;
3132 – Participações de capital – outros métodos
Registam-se nesta conta os investimentos em entidades conjuntamente controladas
mensurados por outros métodos que não sejam o método de equivalência
patrimonial.
3133 – Empréstimos concedidos
Registam-se nesta conta os investimentos em entidades conjuntamente controladas,
utilizando o método de custo ou custo amortizado menos perda por imparidade, se
satisfazer todas as condições previstas no parágrafo 8, conforme previsto na alínea e)
do parágrafo 9 da NCRF 25.

Exemplos de aplicação:
Empréstimo concedido
A empresa A concedeu um empréstimo à Sociedade C, no dia 05/02/N, no montante
de 10.000,00Mt, com a qual tem estabelecido uma parceria.

Investimentos em subsidiárias
Nesta conta reconhece-se a quantia dos investimentos financeiros em subsidiárias.
Segundo o parágrafo 4, da NCRF 20, uma subsidiária é uma entidade (aqui se inclui as
entidades que não sejam constituídas em formas de sociedades, como por exemplo as
parcerias) que é controlada por uma entidade (designada por empresa-mãe).
A Conta Investimentos em subsidiária é movimentada da seguinte maneira:
Debita-se:
- Pela aquisição da participação financeira (ao custo);
- Pela primeira aplicação do MEP – variação positiva;
- Pela proporção dos lucros da participada;
- Pela proporção em variações positivas nos capitais próprios da participada.

Credita-se:
Pela primeira aplicação do MEP – variação negativa;
- Pela proporção nos prejuízos da participada;
- Pela proporção em variações negativas nos capitais próprios da participada;
- Pela alienação da participação financeira.
Esta conta apresenta a seguinte decomposição:
311 – Participações de capital – método de equivalência patrimonial;

Exemplos da aplicação:
Transição do método do custo para o método de equivalência patrimonial
Em 02/01/N-3, a empresa M, subscreveu e realizou uma participação de 40% no
capital da sociedade A, cuja situação líquida (de A) apresenta a seguinte evolução,
conforme tabela 5 seguinte:

Pedido:
Registe no diário:
a) Transição do método de custo para o método de equivalência patrimonial;

b) Quota-parte dos resultados do ano N referentes à participação na Sociedade A;

c) Quota-parte dos resultados do ano N+1 referentes à participação na Sociedade


A.
Métodos de contabilização dos investimentos financeiros – aspectos genéricos
Existem vários métodos de reconhecer e mensurar um investimento financeiro.
Método de custo
No caso de investimento de simples participação (inferior a 20%) é método de custo.
O método de custo é o método alternativo ao método de equivalência patrimonial. A sua
aplicação é obrigatória quando se pretende contabilizar um investimento dito de simples
participação.
De conformidade com a NCRF 20, parágrafo 36, “um investimento numa associada deve
ser contabilizado utilizando o método de equivalência patrimonial, excepto se existirem
restrições severas e duradouras que prejudiquem significativamente a capacidade de
transferência de fundos para a empresa detentora, caso em que deve ser usado o método
de custo”.
O método de custo a participação é reconhecida inicialmente pelo custo de aquisição
menos qualquer perda por imparidade subsequentemente ou alienação ocorrida.
A quota-parte do investidor nos resultados da investida só é reconhecida quando os
dividendos são recebidos. No caso de resultados negativos e dado não haver lugar a
dividendos, nada é reconhecido.
Trata-se de um método que torna difícil a sua aplicação, dado que o SNC não proporciona
qualquer orientação para sua correcta aplicação. Apenas reconhece os dividendos
distribuídos e não os imputados, sendo, portanto, esquecida a periodização dos
acontecimentos, por um lado. Por outro lado, não conhece o que efectivamente passa na
empresa.
Cita-se a título de exemplo:

A empresa L adquiriu uma participação de 5% na empresa H. dado que existe qualquer


acordo com outros participantes no capital, logo a empresa H não exerce qualquer
influência significativa. O valor da aquisição foi de 1.000,00Mt.

N.B.: a empresa deve registar o seu investimento pelo valor da aquisição, uma vez que regista os lucros
distribuídos e não os lucros imputados.

Suponhamos que houve uma distribuição de dividendos em N+1 de 50,00Mt (não é


considerado aqui o aspecto fiscal):
Método de consolidação integral
O método de consolidação integral baseia-se no conceito de empresa- mãe, segundo o
qual as contas consolidadas do grupo são uma extensão das contas da empresa-mãe, a
qual, mesmo sem o domínio total, controla efectivamente todo o património das
empresas consolidadas.
Assim, este método consiste na integração das demonstrações financeiras (balanço e
demonstração de resultados) das empresas consolidantes dos elementos respectivos do
balanço e das demonstrações de resultados das empresas consolidadas. Os direitos de
terceiros são evidenciados através dos “interesses minoritários”.
Os elementos dos activos, passivos e dos capitais próprios das empresas
consolidadas devem ser integrados na totalidade no balanço consolidado. Os accionistas
minoritários devem ser considerados como estranhos.
Este é o método básico de consolidação, aplicável sempre que a empresa-mãe exerce uma
influência dominante. Os outros métodos (proporcional e equivalência patrimonial)
constituem meras alternativas.

Método de consolidação proporcional


Baseia-se no conceito de proprietário, segundo o qual nas contas consolidadas apenas
devem constar os elementos do património do proprietário. Assim sendo, esse método
consiste na integração nas demonstrações financeiras (balanço e demonstrações de
resultados) da consolidante da parte que proporcionalmente lhe corresponder nos
balanços e demonstrações de resultados das empresas consolidadas.
Desta forma, a integração não se fará pelos valores totais, mas apenas pela percentagem
correspondente à participação da empresa-mãe em cada uma consolidada, não existindo
interesses minoritários.
Este método adequa-se quando se está presente em situações de controlo conjunto
(empresas multigrupo).
Este método é baseado na soma linha a linha de elementos semelhantes nas
demonstrações financeiras do empreendedor e da entidade conjuntamente controlada,
tendo por base a proporção estabelecida no acordo contratual.
Segundo a NCRF 20, parágrafo 66, existem dois formatos diferentes de relatos financeiros
para levar a cabo a consolidação proporcional. “No primeiro formato, o empreendedor
pode combinar a sua parte em cada um dos activos, passivos, rendimentos e ganhos,
gastos e perdas da entidade ou itens semelhantes linha a linha, nas demonstrações
financeiras”.isto significa que se, por exemplo no contrato for estipulado o controlo
conjunto entre os três empreendedores com a mesma percentagem de controlo, cada um
dos empreendedores irá adicionar 33,33% de cada item das demonstrações financeiras da
entidade empreendida ao item correspondente nas suas demonstrações financeiras.
Como alternativa a este formato, a NCRF 20, permite que o “empreendedor pode incluir
nas suas demonstrações financeiras linhas de itens separas relativas à sua parte nos
activos, passivos rendimentos e ganhos e gastos e perdas da entidade conjuntamente
controlada”. A título exemplificativo: dentro da rubrica “324 – Activos Fixos Tangíveis –
Equipamentos de Transporte”, haverá por exemplo duas linhas de itens “3241 –
Equipamento de Transporte – sociedade empreendedora” e “3242 – Equipamento de
Transporte – sociedade empreendida”.

Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial


O método da equivalência patrimonial consiste na substituição no balanço da empresa
consolidante do valor contabilístico das partes de capital por ela detidas pelo valor que
proporcionalmente lhe corresponde nos capitais próprios da empresa participada.
De acordo com o parágrafo 4, da NCRF 20, “o método de equivalência patrimonial é
um método de contabilização pelo qual o investimento ou interesse é inicialmente
reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado em função das alterações
verificadas após a aquisição na quota-parte do investidor ou do empreendedor nos
activos líquidos da investida ou entidade conjuntamente controlada.
Os resultados do investidor ou empreendedor incluem a parte que lhe corresponde
nos resultados da investida ou da entidade conjuntamente controlada”.
Os procedimentos usados na contabilização da aquisição de participações em
associadas e subsidiárias são semelhantes, pelo que, a partir do momento em que se
torna associada ou subsidiária, deve ser utilizado o método de equivalência
patrimonial.
A única excepção já atrás referida – NCRF 20, é quando “existem restrições severas e
duradouras que prejudiquem seriamente a transferência de fundos para empresa
directora, caso em que é utilizado o método do custo”.
Deste modo, o investimento nestas entidades é reconhecido pelo custo da conta “31 –
Investimentos Financeiros” e “ a quantia escriturada é aumentada ou diminuída para
reconhecer a parte do investidor nos resultados do investidor nos resultados da
investida depois da data da aquisição. A parte do investidor nos resultados da investida
é reconhecida nos resultados do investidor. As distribuições recebidas duma investida
reduzem a quantia escriturada do investimento. Podem também ser necessários
ajustamentos na quantia escriturada para alterações no interesse proporcional do
investidor na investida resultantes das alterações no capital próprio da investida que
não tenham sido reconhecidas nos resultados da investida. Tais alterações incluem as
resultantes da valorização de activos fixos tangíveis e das diferenças de transposição
da moeda estrangeira. A parte do investidor nessas alterações é reconhecida
directamente no capital próprio” (NCRF 20).
O método de equivalência patrimonial permite que o valor pelo qual o investimento
está registado acompanhe a evolução dos capitais próprios da empresa participada.
A título de exemplo da quota-parte dos resultados da investida (sem
considerar o efeito fiscal).

Em 01/01/N, a empresa XY subscreveu e realizou uma participação de 25% no capital


social da sociedade ABC que foi constituída com um capital de 1.000,00Mt.
Em 31/12/N, a ABC registou um resultado negativo de 100,00Mt.
Se utilizássemos o método de custo, o único movimento (além do custo de aquisição) seria
o relativo ao recebimento dos dividendos.
Outras situações poderão ocorrer na esfera da investida que impliquem reconhecimento
como um ajustamento da participação financeira, por contrapartida do capital próprio da
investidora, tais como: aumento de capital social, revalorizações dos activos fixos
tangíveis, doações e etc.
Um exemplo: revalorização dum equipamento básico na investida para o seu valor de
mercado. O valor contabilístico inicial era de 500,00Mt e
o seu valor de mercado passou para 1.500,00Mt, o mesmo que dizer teve um excedente
de 1.000,00Mt.
Esta situação altera o capital próprio inicial da investida que deve ser reflectido nas contas
da investidora.

Na eventualidade de um investimento financeiro ser diminuído pelo efeito dos resultados


negativos e atingir o valor zero, o método de equivalência patrimonial deve ser
descontinuado (NCRF 20), devendo ser retomado quando passarem a existir lucros na
investida, a partir do momento em que parte do investidor nestes lucros iguale as perdas
não reconhecidas (NCRF 20).
Diferenças de aquisição
É habitual que, aquando da aquisição das participações, o custo do investimento não
corresponda à parte no justo valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes
identificáveis da investida, isto é, o valor pago pelo investidor pode definir a sua
percentagem nos capitais próprios. Essa diferença denomina-se “diferença de aquisição”

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