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Departamento De Economia e Gestão

Curso de Contabilidade e Auditoria


Módulo de Consolidação das Demonstrações Financeiras

Texto de Apoio

Índice
1. Noção de Consolidação ............................................................................................. 1
2. Utilidade e Objectivo da Consolidação de Contas .................................................... 2
3. Consequências da Falta de Apresentação de Contas Consolidadas .......................... 3
4. Processo de Consolidação ......................................................................................... 3
5. Métodos de Consolidação de Contas ........................................................................ 4
6. Conclusão .................................................................................................................. 5
7. Fonte .......................................................................................................................... 5

1. Noção de Consolidação

A consolidação de contas pode ser assumida como agregação de contas individuais,


após homogeneização de entidades pertencentes a um grupo de sociedade. Esta
agregação permite transmitir informações fiáveis e relevantes sobre a situação
patrimonial, financeira e outras, desse grupo como se de uma única entidade tratasse.

Importa então saber como se caracteriza um grupo de sociedades. O grupo de sociedade


consiste num conjunto de entidades ligadas financeiramente e economicamente a uma
empresa-mãe que, sendo a “cabeça “ do grupo, controla e dirige cada uma dessas
entidades, sem que estas percam a sua autonomia jurídica.

Assim, o grupo de sociedade será constituído por uma variedade de sociedades, nas
quais a entidade-mãe terá diferentes posições, isto significa que, para cada entidade
definida no grupo de sociedade, será associado a um determinado tipo de controlo.

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Elaborado por: Julieta Sande, M.A.
De uma forma sumária, o processo de consolidação de contas, passa pela combinação
de DF (Demonstrações Financeiras) individuais de todas as entidades pertencentes ao
perímetro de consolidação, sendo feita da base para o topo do perímetro. A
consolidação é feita depois destas DF serem devidamente harmonizadas, quer em
termos de procedimentos e políticas contabilísticas, quer monetariamente, quando
falamos de entidades com moeda de relato diferente.

Não obstante dessa harmonização, deverão ser ainda aplicados, na preparação das DFC
(Demonstrações Financeiras Consolidadas), os procedimentos descritos nos parágrafos
10 a 21, da NCRF 20, com o objectivo de que as DFC (Demonstrações Financeiras
Consolidadas) apresentem informação do grupo como se de uma única entidade se
tratasse. As DFC compreendem:

 Balanço;
 Demonstração dos Resultados;
 Anexo ao Balanço e Demonstração dos Resultados;
 Relatório de gestão;
 Mapa de origem e aplicação de fundos(recomendado);
 Demonstração de fluxos de Caixa (obrigatório para as empresas cotadas na bolsa
de valores).

2. Utilidade e Objectivo da Consolidação de Contas

O objectivo essencial da consolidação de contas é proporcionar uma visão verdadeira e


apropriada sobre o grupo de sociedades como se este fosse uma única entidade. A
avaliação das DFC (Demonstrações Financeiras Consolidadas) deve proporcionar aos
seus utilizadores uma imagem verdadeira da situação financeira e económica do grupo.

Assim, podemos afirmar que a principal utilidade das contas consolidadas, passa pela
obtenção de informações financeiras e económicas do grupo, avaliando apenas um
conjunto de DF (Demonstrações Financeiras), em vez de todas as DF (Demonstrações
Financeiras) individuais das entidades pertencentes ao grupo. Podemos também
salientar que todos os procedimentos envolvidos na elaboração de contas consolidadas
contribuem para que seja implementada a harmonização contabilística defendida pelo
Sistema de Normalização Contabilística. A uniformização de critérios e políticas

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Elaborado por: Julieta Sande, M.A.
contabilístcas entre DF (Demonstrações Financeiras) individuais torna possível
harmonização contabilística.

3. Consequências da Falta de Apresentação de Contas Consolidadas

 Fraca informação a fornecer aos accionistas;


 Ausência de um elemento fundamental a fornecer à banca para efeitos de análise
de risco das operações de crédito, culminando com a não aprovação.

4. Processo de Consolidação

O processo de consolidação de contas pode variar entre os diferentes grupos de


sociedade, contudo, por norma obedece os seguintes passos:

 Definição do perímetro de consolidação - neste ponto deve ser desenhado o


organograma do grupo, com todas as entidades alvo de consolidação;
 Escolha dos métodos de consolidação – com base na percentagem de controlo
detida pela empresa-mãe em cada participada do perímetro de consolidação (ou
pela ótica de consolidação pretendida), será seleccionado o método de
consolidação mais adequado;
 Levantamento das DF (Demonstrações Financeiras) individuais de cada entidade
pertencentes ao perímetro de consolidação;
 Conversão das DF (Demonstrações Financeiras) para a moeda da empresa mãe –
no caso das moedas de relato das participadas se diferenciar da moeda de relato
da empresa mãe;
 Harmonização das políticas contabilísticas – normalização de políticas e
procedimentos para tornar comparáveis os elementos das DF(Demonstrações
Financeiras);
 Agregação das DF (Demonstrações Financeiras ) individuais – tendo por base o
método de consolidação escolhido;
 Eliminação das transacções intra-grupo;
 Elaboração das DFC (Demonstrações Financeiras Consolidadas).

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Elaborado por: Julieta Sande, M.A.
5. Métodos de Consolidação de Contas

Métodos de consolidação de contas. De acordo com o normativo SNC (Sistema de


normalização Contabilística), reconhece a existência de três métodos de consolidação,
são eles:

a) Método de Consolidação Integral – Este método deve ser adoptado para


situações de controlo exclusivo, representativo de interesse em entidades
subsidiárias, contidas no perímetro de consolidação, salientar que neste método
o preparador das DFC (Demonstrações Financeiras Consolidadas) deve atender
duas situações relacionadas com as contas individuais das suas subsidiárias: á
data do relato e á harmonização de politicas contabilísticas;
b) A data do relato - As Demonstrações Financeiras da subsidiária devem ser
preparadas a partir da mesma data de relato que a empresa-mãe, se tal não
acontecer, a subsidiária deve proceder a ajustamento nas suas Demonstrações
Financeiras de forma a reflectir transacções ou acontecimentos relevantes, que
ocorram entre a data dessas demonstrações e a data das demonstrações do
investidor. Contudo, não poderá existir um desfasamento temporal superior a 3
meses, entre a data de relato das duas entidades, tal situação exige que a
subsidiária elabore Demonstrações Financeiras intercalares;
c) Harmonização de políticas contabilísticas – As demonstrações financeiras
devem ser preparadas com base em príncipios contabilísticos uniformes, sendo
necessário proceder a ajustamentos, quando os mesmos príncipios não são
adoptadas pelas entidades do grupo para situações identicas;
d) Método de Consolidação Proporcional – Este método é aplicado em situações
de controlo conjunto, e também poderá ser associado à ótica de consolidação do
proprietário;
e) Método de Equivalencia Patrimonial (§ 34 e 35 NCRF 20) – O método de
equivalência patrimonial (MEP) é o método de contabilização pelo qual o
investimento ou interesse é inicialmente reconhecido pelo custo e
posteriormente ajustado em função das alterações verificadas, após a aquisição,
na quota-parte do investidor ou do empreendedor nos activos líquidos da
investida ou da entidade conjuntamente controlada. Os resultados do investidor

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Elaborado por: Julieta Sande, M.A.
ou empreendedor incluem a parte que lhe corresponde nos resultados da
investida ou da entidade conjuntamente controlada.

Exemplo: Em 01 de Janeiro de 2019, a Y subscreveu e realizou uma participação de


20% no no capital da Sociedade Z, a qual foi constituída com o capital social de
200,000.00MT.

Descrição 01-01-2019 31-12-2019


5.1 Capital social 200.000,00MT 200.000,00MT
Resultado líquido - 800.000,00MT
Total 200.000,00MT 1.000.000,00MT

Se a sociedade Y adoptar o método de equivalência patrimonial para contabilizar a


sua participação fica:

N. Descrição Débito Crédito


1 Subscrição e realização da participação financeira
(200,000.00*0.2)

Investimento em Associadas 40.000,00

Depósito à ordem 40.000,00


2 Registo da quota parte dos resultados
(800,000,00*0.2)
160.000,00
Investimento em Associadas 160,000.00
160.000,00
Rendimentos de obrigações e título de participação
de partes

6. Conclusão

O príncipal objectivo deste tema é o de proporcionar uma visão clara e simples da


problemática da consolidação de contas das empresas que detenham e exerçam um
poder de controlo sobre uma ou mais subsidiárias, tendo em conta a utilidade e
objectivos da consolidação, consequências da falta da consolidação, os processos da
consolidação e os métodos a usar no acto da realização da consolidação de contas.

7. Fonte

 NCRF – 20;
 Newsletter Outubro de 2020 – Volume VI, edição VI.

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Elaborado por: Julieta Sande, M.A.

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