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DIVISÃO DE ECONOMIA E GESTÃO

DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE E AUDITORIA

IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA PARA TOMADA DE DECISÃO NAS


PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS. ESTUDO DE CASO – MALVERN
ENGINEERING MOÇAMBIQUE, LDA (2019 – 2020)

Lúcia Fernando Chembene

Tete

2021
Lúcia Fernando Chembene

IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA PARA TOMADA DE DECISÃO NAS


PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS. ESTUDO DE CASO – MALVERN
ENGINEERING MOÇAMBIQUE, LDA (2019 – 2020)

A Monografia a ser apresentada no Instituto


Superior Politécnico de Tete, como um requisito
para obtenção de Grau Académico de Licenciatura
em Contabilidade e Auditoria sob orientação do
supervisor, dr. Francisco José Guidione.

Tete

2021
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho com todo meu bem-querer, carinho e gratidão a toda minha família, em
especial aos meus pais, marido e a todos que sempre me deram apoio e forças para continuar.

I
AGRADECIMENTOS
No decorrer desta luta algumas pessoas estiveram ao meu lado e percorreram este caminho
como verdadeiros soldados, estimulando que eu buscasse a minha victória e conquistasse
meu sonho.

Agradeço em primeiro lugar a Deus, sei que tudo foi guiado por ele, me ouviu nos momentos
difíceis, me confortou e me deu forças para chegar onde estou.

Agradeço a este politécnico e aos docentes que compartilharam seus conhecimentos e me


auxiliaram na busca plena de tornar-me um profissional qualificado para actuar no mercado
de trabalho.

Agradeço aos os meus pais Fernando Chembene e Sofia Tembe, que não só neste momento,
mais em toda a minha vida estiveram comigo, ao meu lado, fornecendo o apoio,
compreensão e estímulo em todos os momentos.

Agradeço ao meu esposo pelas palavras de encorajamento e compressão no decurso da


minha formação.

Agradeço ao meu orientador Francisco José Guidione pela sua confiança e demonstração de
profissionalismo, a todos os amigos em especial a Esmeralda Cebola pela agradável
convivência e solidariedade.

A todos o meu muito Obrigado.

II
DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO DE HONRA
Eu, Lúcia Fernando Chembene declaro por minha honra que esta Monografia que submeto
ao Instituto Superior Politécnico de Tete, em cumprimento aos requisitos para a obtenção do
grau de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria e declaro que este trabalho nunca foi
apresentado para a obtenção de qualquer grau académico e que constitui o resultado da minha
investigação pessoal com a orientação do meu supervisor.

Nenhuma parte deste trabalho deverá ser reproduzido sem a permissão da autora ou do ISPT.

Tete, Dezembro de 2021

__________________________________

(Lúcia Fernando Chembene)

III
RESUMO
O actual cenário económico mundial exige que as organizações modernas tenham uma
estrutura organizacional bem projectada e estruturada para sua sobrevivência, para tanto,
necessitam de órgãos e/ou departamentos internos, cuja sua finalidade é a garantia das
informações íntegras e controlos internos para o processo decisório. Esta monografia tem o
objectivo de evidenciar e demonstrar a importância da auditoria interna para a tomada de
decisão nas pequenas e médias empresas e suas contribuições. Neste sentido, o objectivo
geral deste trabalho é analisar a importância da Auditoria interna para tomada de decisão nas
pequenas e médias empresas – Estudo de Caso, Malvern Engineering Moçambique, Lda
(2019 – 2020). A auditoria interna actua na forma de prevenção de irregularidades e controlo
minucioso nas operações da entidade. Para atingir os objectivos geral e específico deste
trabalho, a metodologia utilizada, foi a pesquisa bibliográfica, com a consulta em livros,
periódicos, como revistas, sites e artigos científicos. A realização da pesquisa bibliográfica
permitiu uma visão mais ampla sobre a importância da auditoria para as empresas. Foi feita
ainda colecta de dados e informações da empresa estudada, e buscando descrever os
conceitos, teorias, dentre outras, utilizando diversas abordagens metodológicas. Com este
estudo pode-se afirmar que a auditoria interna contribui positivamente para a gestão das
empresas, pois reduz os níveis de riscos e incertezas, viabilizando decisões de forma mais
coerentes, apresentando integridade e fidedignidade dos processos e, no mesmo sentido
prestando informações para a gestão, dando suporte para a tomada de decisões.

Palavras-Chaves: Auditoria interna, contribuições, tomada de decisões.

IV
ABSTRACT
The current world economic scenario demands that modern organizations have a well-
designed and structured organizational structure for their survival, for that, they need internal
organs and/or departments, whose purpose is to guarantee complete information and internal
controls for the decision-making process. This monograph aims to highlight and demonstrate
the importance of internal auditing for decision-making in small and medium-sized
companies and their contributions. In this sense, the general objective of this work is to
analyze the importance of internal auditing for decision making in small and medium-sized
companies – Case Study, Malvern Engineering Moçambique, Lda (2019 – 2020). The
Internal Audit acts to prevent irregularities and meticulously control the entity's operations.
To achieve the general and specific objectives of this work, the methodology used was
bibliographic research, with consultation in books, periodicals, such as magazines, websites
and scientific articles. The bibliographical research allowed a broader view on the
importance of auditing for companies. Data and information from the studied company were
also collected, and seeking to describe the concepts, theories, among others, using different
methodological approaches. With this study, it can be said that internal audit contributes
positively to the management of companies, as it reduces the levels of risks and uncertainties,
enabling decisions in a more coherent way, presenting integrity and reliability of processes
and, in the same sense, providing information for the management, supporting decision-
making.

Keywords: Internal audit, contributions, decision making.

V
ÍNDICE

DEDICATÓRIA ..................................................................................................................... I

AGRADECIMENTOS ......................................................................................................... II

DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO DE HONRA ........................................................ III

RESUMO ............................................................................................................................ IV

ABSTRACT ......................................................................................................................... V

ÍNDICE DE TABELAS ...................................................................................................... IX

ÍNDICE DE FIGURAS E GRÁFICOS ................................................................................ X

LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................ XI

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1

1.1. Generalidades .............................................................................................................. 1

2. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 1

3. OBJECTIVO DA PESQUISA .......................................................................................... 2

3.1. Objectivo geral ............................................................................................................ 2

3.2. Objectivos específicos ................................................................................................ 2

4. RELEVÂNCIA.................................................................................................................. 2

5. FORMULAÇÃO DE PROBLEMA .................................................................................. 3

6. HIPÓTESES ...................................................................................................................... 3

7. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 4

7.1. Conceito de auditoria .................................................................................................. 4

7.2. Tipos de auditoria ....................................................................................................... 5

7.2.1. Auditoria financeira.............................................................................................. 5

7.2.2. Auditoria forense .................................................................................................. 6

7.2.3. Auditoria operacional ........................................................................................... 6

7.2.4. Auditoria de gestão............................................................................................... 6

7.2.5. Auditoria prospetiva e estratégica ........................................................................ 7

7.2.6. Auditoria informática ........................................................................................... 7


7.2.7. Auditoria fiscal ..................................................................................................... 8

7.2.8. Auditoria interna .................................................................................................. 8

7.3. Objectivos da auditoria interna ................................................................................... 8

7.4. Perfil do auditor interno .............................................................................................. 9

7.5. Departamento de auditoria interna ............................................................................ 11

7.6. Etapas de ciclo de vida da auditoria interna ............................................................. 12

7.6.1. Planeamento de auditoria interna ....................................................................... 12

7.6.2. Execução ............................................................................................................ 13

7.6.3. Relatório ............................................................................................................. 14

7.6.4. Follow-up ........................................................................................................... 15

7.7. Documentação de auditoria ...................................................................................... 16

7.8. Controlo interno ........................................................................................................ 17

7.8.1. Limitações do controlo interno .......................................................................... 18

7.9. Relação entre controlo interno e auditoria interna .................................................... 18

7.10. Processo de tomada de decisão ............................................................................... 20

7.10.1. Níveis de decisões ............................................................................................ 21

7.10.2. Elementos do processo decisório ..................................................................... 23

7.11. Papel da auditoria interna no processo decisório .................................................... 23

7.12. Pequenas e médias empresas em moçambique ....................................................... 24

2.12.1. Classificação das PME’s .................................................................................. 24

8. METODOLOGIA DO ESTUDO .................................................................................... 26

8.1. Tipo de pesquisa ....................................................................................................... 26

8.1.1. Quanto a abordagem........................................................................................... 26

8.1.2. Quanto aos objectivos ........................................................................................ 26

8.1.3. Quanto aos procedimentos técnicos ................................................................... 26

8.2. População .................................................................................................................. 26

8.3. Amostra ..................................................................................................................... 27


8.4. Métodos de colecta de dados .................................................................................... 27

8.5. Métodos de análise e interpretação de dados ............................................................ 28

8.5.1. Métodos qualitativos .......................................................................................... 28

8.5.2. Métodos quantitativos ........................................................................................ 28

9. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS .............................................................. 30

9.1. Apresentação da empresa .......................................................................................... 30

9.1.1. Missão ................................................................................................................ 30

9.1.2. Visão................................................................................................................... 30

9.1.3. Valores ............................................................................................................... 30

9.1.4. Organograma da empresa ................................................................................... 31

9.2. Discussão de dados ................................................................................................... 31

9.2.1. Auditoria interna na Malvern Engineering, lda .................................................. 31

9.2.2. Análise e interpretação dos resultados ............................................................... 32

10. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DE PESQUISA .......................................... 38

10.1. Conclusão................................................................................................................ 38

10.2. Recomendações ...................................................................................................... 38

11. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA ............................................................................ 40

ANEXOS ............................................................................................................................. 43

QUESTIONÁRIO 1: AUDITADOS ............................................................................... 44

QUESTIONÁRIO 2: ALTA ADMINISTRAÇÃO ......................................................... 45


ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Classificação das MPME’s...................................................................................25

IX
ÍNDICE DE FIGURAS E GRÁFICOS
Figura 1: Posicionamento do departamento de auditoria interna na organização.................11

Gráfico 1: Distribuição de empresas por tamanho.................................................................25

Figura 2: Organograma da empresa Malvern Engineering, lda.............................................31

Gráfico 2: Percepção dos auditados sobre áreas em que auditoria interna traz melhor
performance para a empresa..................................................................................................32

Gráfico 3: Relação entre o Posicionamento da Auditoria Interna e Alcance dos Objetivos da


Entidade................................................................................................................................34

Gráfico 4: Percentual de concordância acerca do custo benefício da auditoria interna para a


empresa.................................................................................................................................35

Gráfico 5: Relação entre a auditoria Interna e avaliação de risco...........................................35

Gráfico 6: Percentual de concordância acerca de a auditoria interna auxiliar na tomada de


decisão..................................................................................................................................36

X
LISTA DE ABREVIATURAS
SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats
IIA The Institute of Internal Auditors

ISA International Standard on Auditing

NBC TA Normais Técnicas de Auditoria Independente

PME’s Pequenas e Médias Empresas

INE Instituto Naciona de Estatística

MPME’s Micro, Pequenas e Médias Empresas

XI
1. INTRODUÇÃO
1.1. Generalidades
A presente Monografia subordina-se ao tema importância da auditoria interna para tomada
de decisão nas pequenas e médias empresas. Actualmente ocorrem muitos erros e fraudes
nas empresas, além de falhas que podem ocasionar problemas futuros, para que esses riscos
sejam avaliados e corrigidos é necessário alguns controlos internos.

Devido ao avanço tecnológico e a competitividade no mercado, é de extrema importância


que as empresas busquem um aprimoramento das suas ferramentas para auxiliar nos
controlos internos, dessa forma a auditoria interna tem um papel muito importante dentro
das empresas a fim de apoiar a gestão nas tomadas de decisões, além de identificar de que
todos os processos internos e políticas definidas pela empresa estão sendo seguidos e que as
transações realizadas estão refletidas na contabilidade de acordo com os critérios
previamente definidos, minimizando os erros e auxiliando as organizações para alcançar
seus objectivos. Pois a auditoria analisa as informações e consegue tratar os dados
disponíveis transformando em informações para tomada de decisões, pois são realizados
testes que verificam a veracidade dos dados, levando a administração informações confiáveis
que refletem a verdadeira saúde financeira da empresa.

2. JUSTIFICATIVA
A escolha do presente tema em análise espelhou-se nas pequenas e médias empresas na
cidade da Tete, pois há uma grande carência de controlos internos nesses tipos de empresas
que por muitas vezes tem uma gestão pouco orientada e não conseguem manter processos
de informações entre os colaboradores e a administração, e por fim acabam entrando em
decadência não conseguindo a estimativa de lucro esperado. Manter uma auditoria interna
nestes tipos de empresas vem se tornando cada dia mais indispensável na melhoria de
controlos internos para tomada de decisões, sendo capaz de identificar possíveis erros que
ocorrem em determinados sectores na empresa que podem oferecer riscos aos negócios.

Contudo, depois de identificados os problemas de gestão, os procedimentos adoptados por


uma auditoria interna trarão benefícios financeiros a fim de melhorar com excelência os
processos de controlos internos nos sectores para reduzir tempo e custos. A auditoria interna
irá ajudar a harmonizar o relacionamento e fluxo de informações de modo que as pessoas
que trabalham directamente com os dados da empresa sejam capazes de gerar relatórios que
serão manuseados por usuários externos como bancos e instituições de crédito, e usuários

1
internos como administradores e directores para elaboração de estratégias de gestão que
impulsionem os negócios trazendo resultados positivos dentro do mercado que tem se
tornado mais competitivo.

3. OBJECTIVO DA PESQUISA
3.1. Objectivo geral
✓ Análise da importância da auditoria interna para tomada de decisão nas pequenas e
médias empresas – Estudo de Caso, Malvern Engineering Moçambique, Lda (2019
– 2020).

3.2. Objectivos específicos


✓ Descrever a importância da auditoria interna na melhoria dos controlos internos nas
pequenas e médias empresas;
✓ Apresentar os objectivos da Auditoria Interna com enfoque na empresa Malvern
Engineering Moçambique, Lda (2019 – 2020);
✓ Apresentar o Departamento de Auditoria Interna e sua influência no processo de
tomada de decisão nas empresas.

4. RELEVÂNCIA
O presente estudo torna-se relevante para a comunidade empresarial, pois, o tema trará aos
gestores e a todas empresas, uma visão da auditoria interna como um meio que não veio
somente para identificar erros e possíveis fraudes, para eliminá-los, ela vem, além disso, para
colaborar no monitoramento dos controlos internos a fim de melhorá-los para apresentar um
resultado positivo. E assim os gestores estarão mais seguros para tomar decisões em seus
negócios.

A relevância do tema para a sociedade assim como para o Estado, reside na medida em
que as actividades desenvolvidas pela auditoria interna promove mudanças nas entidades
que refletem directamente na sociedade, onde se uma empresa está crescendo no mercado e
fazendo um diferencial nas actividades que executa, ela está directamente ligada ao
desenvolvimento económico do local onde está instalada trazendo empregos, gerando lucros
e pagando tributos que serão reinvestidos a população.

No contexto académico o tema ajudará a todos estudantes de contabilidade e auditoria, entre


outros usuários que precisarem matérias relacionado a importância da auditoria interna para
a tomada de decisão nas pequenas e médias empresas.

2
5. FORMULAÇÃO DE PROBLEMA
O papel da auditoria interna deve ser visto como um investimento pelos gestores dentro de
uma entidade. A habitualidade da presença do auditor trará a existência de uma nova forma
de aplicação de recursos que às vezes a entidade tem e não sabe utilizar, e aprimorando isso
trará uma vantagem competitiva no mercado melhorando seu desempenho e fazendo valer o
real papel social que uma empresa tem num país.

Perante essa realidade surge a seguinte questão: Qual é a importância da auditoria


interna para a tomada de decisão nas pequenas e médias empresas. Estudo de caso –
Malvern Engineering Moçambique, Lda (2019 – 2020).

6. HIPÓTESES
H0: A auditoria interna tem importância na tomada de decisão na Malvern Engineering
Moçambique, Lda;

H1: A auditoria interna não tem importância na tomada de decisão na Malvern Engineering
Moçambique, Lda;

3
7. REVISÃO DA LITERATURA
7.1. Conceito de auditoria
Auditing Concepts Commitee, citado por Morais e Martins (2013), define auditoria como o
processo sistemático que objectiva obter e avaliar prova acerca da correspondência entre
informações, situações ou procedimentos e critérios pre-estabelecidos, assim como
comunicar conclusões aos interessados.

Almeida (2014), define auditoria como sendo um processo de recolha de provas de forma a
atestar as asserções contidas nas Demonstrações Financeiras, como objectivo de avaliação
das mesmas, tendo por base as normas contabilísticas e outros referenciais, comunicando as
suas conclusões aos utilizadores da informação financeira. Para o autor, na definição de
auditoria estão presentes três palavras-chave: a recolha de prova, a avaliação das asserções
e a comunicação de resultados.

Com base neste conceito, pode-se definir que a auditoria utiliza procedimentos pautados em
normas e princípios contabilísticos, que são capazes de trazer evidências suficientes que
comprovem a veracidade dos resultados econômico-financeiros no caso de auditoria externa,
e dos processos operacionais e financeiros quando se trata de auditoria interna. A partir disso,
o auditor é capaz de gerar relatório com sua opinião com razoável segurança sobre a saúde
financeira e de gestão da empresa.

Para Almeida (2010), “os procedimentos de auditoria representam um conjunto de técnicas


que o auditor utiliza para colher as evidências sobre as informações das demonstrações
financeiras”.

Desta forma, a auditoria irá analisar dentro dos factos e actos, contabilísticos e
administrativos, evidências que comprovem a legitimidade das informações e se estes estão
em conformidade com as normas internas da cooperação, normas contabilisticas e/ou com a
legislação específica do elemento examinado.

Como a auditoria zela pelos resultados das empresas, sua função é de expressar a opinião,
através de relatório e sugerir medidas correctivas aos problemas detectados.

Para Attie (2010) “a auditoria é uma especialização financeira voltada a testar a eficiência e
a eficácia do controle patrimonial implantado, com o objectivo de expressar uma opinião
sobre determinado dado”.

4
Assim, entende-se que auditoria desempenha papel de fundamental importância para a
manutenção do controlo interno, encontra-se atenta para detectar possíveis falhas de
processos e orientar quanto a acções correctivas e preventivas e, desta forma, aumenta o grau
de confiança dos usuários internos e externos após análise criteriosa e sistemática dos
elementos relevantes.

A auditoria possui visão abrangente do património da entidade, através dela é transmitida


segurança e garantia aos administradores, proprietários, fisco e financiadores no aspecto
administrativo, proporcionando o aumento de eficiências (Attie, 2010).

7.2. Tipos de auditoria


7.2.1. Auditoria financeira
Auditoria Financeira é definida como sendo “ um processo objectivo e sistemático, efectuado
por um terceiro independente, de obtenção e avaliação de prova em relação às asserções
sobre acções e eventos económicos, para verificar o grau de correspondência entre essas
asserções e os critérios estabelecidos, comunicando os resultados aos utilizadores da
informação financeira (Almeida, 2014).”

De uma forma geral, podemos afirmar que toda e qualquer informação deve ser credível,
para que as pessoas a quem a mesma se destina possam retirar conclusões com base em
factos correctos.

No que se refere às demonstrações financeiras, existe um grande número de interessados na


informação financeira, passando por quem a prepara, quem a audita, quem a analisa e quem
a utiliza.

Costa (2010), defende que a auditoria financeira surge como sendo uma forma de dar
credibilidade à informação financeira, informação essa que engloba as demonstrações
financeiras.

Cabe ao auditor a recolha de provas para determinar se as demonstrações financeiras foram


preparadas de acordo com as normas contabilísticas, emitindo um relatório disponibilizado
ao órgão de gestão e aos terceiros interessados.

O ISA (International Standard on Auditing), considera que o objectivo da auditoria de


demonstrações financeiras é o de permitir ao auditor expressar uma opinião sobre se as
demonstrações financeiras estão preparadas, em todos os aspetos significativos, de acordo

5
com uma estrutura identificada de relato financeiro. O auditor deve verificar se as
demonstrações financeiras dão uma imagem verdadeira e apropriada da entidade.

7.2.2. Auditoria forense


Costa (2010), destaca que auditoria forense tem como objectivo a detecção de possíveis
fraudes, confirmando não só o que está contabilizado e divulgado nas demonstrações
financeiras mas trabalhando para a detecção do que não se encontra evidenciado nas
demonstrações financeiras que devia estar.

Almeida (2014), salienta que a auditoria forense é levada a cabo por auditores peritos na
detecção de fraudes, sendo um processo de detecção, prevenção e correção de actividades
fraudulentas perpetuadas pelo órgão de gestão, colaboradores ou outros. Tem um papel
muito importante no combate à fraude.

7.2.3. Auditoria operacional


Envolvendo uma revisão do processo operacional de uma entidade, esta avalia se os recursos
estão a ser utilizados, tendo em conta a eficiência, eficácia e a economicidade. O seu
objectivo é identificar as áreas que possam ser feitas melhorias e fazer recomendações,
conforme afirma (Almeida, 2014).

Aqui os auditores não estão limitados à contabilidade, avaliando também a estrutura


organizacional, os métodos de produção, o sistema de produção de informação, marketing,
entre outros. Contribui para que a gestão consiga diminuir a diferença entre aquilo que
poderia ser feito e aquilo que realmente é feito, podendo ser um meio para examinar e avaliar
em continuidade (Almeida, 2014).

Costa (2010), defende que auditoria operacional tem como objectivo auditar os controlos
operacionais, auditar a gestão e a estratégia.

7.2.4. Auditoria de gestão


Segundo Morais e Georgina (2001), este tipo de auditoria abrange procedimentos, métodos
de avaliação, políticas e enfoques, com o objectivo de analisar, avaliar e rever a performance
da entidade em relação a um conjunto de pressupostos ou de regras aceites para a guiar.

Almeida (2014), refere que este tipo de auditoria é uma expensão da auditoria operacional,
sendo mais orientada para avaliar a gestão de topo enquanto a operacional está mais
direcionada para o controlo orçamental.

6
7.2.5. Auditoria prospetiva e estratégica
Almeida (2010), citado por Almeida (2014) defende que este tipo de auditoria aborda a
entidade como um todo, com o objectivo de compreender os factores estratégicos, quer sejam
internos ou externos que a envolvam, incluindo a avaliação de alternativas estratégicas, sua
implementação, avaliação e controlo.

Aborda oito pontos relacionados entre si:

✓ A avaliação da performance da organização em matéria de resultados, recuperação


de investimentos, missão, objectivos, estratégia e políticas;
✓ Exame e avaliação da direcção estratégica da organização, nomeadamente do órgão
de gestão e da gestão de topo;
✓ Análise da envolvente externa, com a finalidade de identificar oportunidades e
ameaças à organização;
✓ Análise da envolvente interna para determinar os factores estratégicos internos,
consubstanciados nas forças e fraquezas da organização;
✓ Análise de factores estratégicos, utilizando a matriz SWOT, focando as áreas mais
problemáticas e revendo a missão e os objectivos;
✓ Seleção da melhor estratégia;
✓ Implementação da estratégia com programas, orçamentos e procedimentos
adequados;
✓ Avaliação da implementação da estratégia.”

É uma auditoria preocupada com o futuro da entidade, permitindo aos gestores uma visão
sistemática da empresa através da interligação e interdependência entre as diferentes áreas
funcionais.

7.2.6. Auditoria informática


Com a crescente utilização de computadores e sistemas de informação nas entidades, surgiu
a auditoria informática. É realizada por técnicos especializados que visam a identificação da
performance das aplicações informáticas bem como a certificação se os sistemas
informáticos são ou não suscetíveis a erros e fraudes. Para Costa (2010), a auditoria
informática tem como seu grande objectivo verificar se existem controlos apropriados,
certificar que os mesmos estão implementados e proceder à avaliação da sua eficácia de
forma a poder tirar conclusões sobre a performance do sistema informático.

7
7.2.7. Auditoria fiscal
Este tipo de auditoria visa avaliar a legalidade das operações patrimoniais ocorridas no que
respeita às obrigações fiscais de cada entidade.

Guimarães (1998), considera que a auditoria fiscal é uma parte da auditoria financeira pois
pretende certificar-se que as demonstrações financeiras da empresa estão em concordância
com os princípios contabilísticos geralmente aceites, não contendo erros que, de algum
modo, possam vir a influenciar o seu resultado, influenciando negativamente o resultado
fiscal e, consequentemente, o imposto devido ao Estado.

7.2.8. Auditoria interna


O conceito de Auditoria Interna tem evoluído ao longo dos anos. Se no início o trabalho do
auditor interno era a salvaguarda de activos da entidade, a certificação do cumprimento dos
procedimentos estabelecidos pela administração, a constatação acerca da credibilidade da
informação financeira e a deteção de fraudes, ao longo dos anos as funções foram-se
alterando (Attie, 2010).

Almeida (2014), defende que Auditoria Interna é uma função de avaliação independente,
efetuada por funcionários da entidade com o objectivo de examinar e avaliar as actividades
constantes na entidade, sendo o seu principal objectivo assistir os seus membros no
desempenho efectivo das suas funções, através de análises, avaliações, recomendações,
conselhos e informações necessárias.

O IIA (The Institute of Internal Auditors), define Auditoria Interna como sendo “uma
actividade independente, de avaliação objectiva e de consultoria, destinada a acrescentar
valor e melhorar as operações de uma organização na consecução dos seus objectivos,
através de uma abordagem sistemática e disciplinada, na avaliação dos processos da eficácia
da gestão de risco, do controlo e de governação.”

7.3. Objectivos da auditoria interna


A auditoria interna tem como principal função avaliar o processo de gestão, no que se refere
aos seus diferentes aspectos, tais como a Corporate Governance, gestão de risco e
procedimentos na adesão às normas, apontando eventuais desvios e vulnerabilidades às quais
cada organização está sujeita.

8
Inácio (2014), refere que o auditor interno deve ter como principal preocupação focar-se na
eficiência e eficácia para a garantia da fiabilidade da informação financeira e também nos
procedimentos, operações e cumprimento da legislação e regulamentos em vigor.

Cabe à auditoria interna agregar três dimensões no seu trabalho: o controlo interno, a gestão
de risco e o governo das sociedades. Cabe também à auditoria interna a emissão de uma
opinião sobre o controlo interno, fazendo recomendações quando necessário para uma
possível melhoria, acompanhando o processo de implementação e execução das
recomendações (Inácio, 2014).

A auditoria deve ser planeada, de acordo com a estratégia definida para a entidade, de forma
a poder contribuir para os objectivos da gestão.

Morais e Martins (2013), defendem que auditoria interna é uma função completa, contínua
e independente, desenvolvida pela entidade, que é baseada na avaliação do risco, verificando
a existência, o cumprimento e a eficácia dos controlos internos e dos processos de
Governance, de forma a poder ajudar a entidade dos seus objectivos. É então a função ideal
entre a gestão de risco, dos controlos e dos processos de Governance.

7.4. Perfil do auditor interno


Para desempenharem eficazmente suas responsabilidades profissionais os auditores
necessitam de um conjunto de habilidades e competências obtidos através de uma formação
técnica e cultural sólida.

Os auditores internos são encorajados a demonstrar sua proficiência obtendo as certificações


e qualificações profissionais apropriadas, tais como o título de certified internal auditor e
outras certificações promovidas pelo The Institute of Internal Auditors (IIA) e outras
organizações profissionais apropriadas. (IIA, 1999)

Conforme o Código de Ética estabelecido pelo IIA é esperado dos auditores internos os
seguintes princípios:

1. Integridade: essa é a base para que seja estabelecida confiabilidade no julgamento de


seu trabalho. Devem conduzir suas actividades de maneira honesta e responsável.
2. Objetividade: os auditores internos não devem ser influenciados por interesses
próprios nem de outrem na formulação de seus julgamentos. Cabe a este profissional
postura de imparcialidade.

9
3. Confidencialidade: devem ser prudentes quanto a divulgação e proteção das
informações recebidas, somente deve divulgá-las quando houver autorização
apropriada, a não ser em casos específicos em que haja obrigação legal ou
profissional.
4. Competência: devem exercer seus serviços de acordo com as Normas Internacionais
para a prática de suas actividades, se comprometer com o próprio desenvolvimento
contínuo, se comprometer com os serviços ao qual tenha conhecimento e
experiências suficientes para exercê-los.

Portanto, cabe ao auditor durante o exercício de sua profissão ser objectivo, cético, íntegro,
imparcial evitando qualquer conflito de interesses, ter zelo profissional devido,
conhecimento, habilidades e outras competências necessárias ao desempenho de suas
responsabilidades, além de estar comprometido com seu desenvolvimento profissional
contínuo, sempre antenado às tendências mercadológicas. Além de manter um bom
relacionamento com o auditado, respeitando os sectores submetidos aos exames.

O auditor deve preocupar-se tanto com a produção de seu trabalho quanto com as pessoas
ao qual lida, estabelecendo uma boa relação humana. A produção diz respeito ao seu know-
how e alguns conhecimentos necessários para desempenhar seu trabalho, devendo ser,
portanto tecnicamente competente. Adicionalmente o auditor precisa saber lidar com o
auditado e estabelecer uma relação de confiança e de cooperação, através de boa
comunicação e um relacionamento cortês, sem intimidá-lo e sem pressioná-lo. E da mesma
forma o auditado não deve deixar de fornecer as informações necessárias ao trabalho de
auditoria.

Segundo a NBC PI 01 (p.02), “o auditor interno deve respeitar o sigilo relativo às


informações obtidas durante o seu trabalho, não as divulgando para terceiros, sob nenhuma
circunstância, sem autorização expressa da entidade em que actua.” Ainda que tenha findado
o vínculo empregatício ou contractual o sigilo deve ser mantido.

É importante que o executivo chefe de auditoria desenvolva e mantenha um programa de


qualidade e melhoria que englobe todos os aspectos da auditoria interna. Este programa deve
avaliar se a actividade de auditoria interna está em conformidade com as normas e avaliar se
os auditores internos observam o código de ética, além de avaliar a eficiência e a eficácia da
auditoria interna e identificar oportunidades de aperfeiçoamento.

10
Para isto, deve-se fazer avaliações internas, que supervisionem continuamente o
desempenho da actividade de auditoria interna, além de realizar autoavaliações ou avaliações
periódicas feitas por outras pessoas da organização com entendimento suficiente da
actividade de auditoria interna; e também avaliações externas, realizadas uma vez a cada
cinco anos por um avaliador, ou uma equipe de avaliação, qualificada, independente e
externa à organização.

A actividade de auditoria interna é gerenciada eficazmente quando:

❖ Ela cumpre o propósito e a responsabilidade incluídos no estatuto de auditoria


interna.
❖ Ela está em conformidade com as Normas.
❖ Seus membros individuais demonstram conformidade com o código de ética e com
as Normas.
❖ Ela considera tendências e questões emergentes que podem impactar a organização.
(IIA p.10).

7.5. Departamento de auditoria interna


O departamento de auditoria interna dentro da organização deve situar-se em tal posição, no
nível hierárquico, que permita o cumprimento de suas responsabilidades.

Conforme Almeida (2012), em uma estrutura organizacional, o departamento de auditoria


ficaria situado da seguinte maneira:

Presidência

Departamento de
Auditoria Interna

Diretoria Diretoria
Diretoria Técnica
Financeira Administrativa

Figura 1: Posicionamento do departamento de auditoria interna na organização


Fonte: Adaptado de Almeida (2012)

11
É importante destacar que o auditor interno não exerce nenhuma relação directa ou indirecta
com os demais departamentos e com os outros integrantes da empresa no qual as respectivas
actividades serão verificadas, é um trabalho de cooperação mútuo em que o objectivo final
é o de prestar contas dos resultados à alta administração. O nível ao qual a auditoria interna
se reporta demonstra seu grau de independência e autonomia. O auditor interno tem a
liberdade para examinar vertical e horizontalmente as acções empresariais. Na figura 1
percebe-se que é um departamento independente e essa independência é vital para que haja
sucesso no exercício de seu trabalho. Encontra-se subordinado apenas à presidência da
entidade, tornando-o mais autónomo e também independente.

Segundo Perez Junior et al. (2011), o departamento de auditoria interna geralmente é


composto por: auditores internos juniores, plenos, seniores, supervisores e gerentes. Cada
qual com sua função de acordo com suas habilidades e experiências.

7.6. Etapas de ciclo de vida da auditoria interna


As etapas do ciclo de vida da auditoria interna podem ser classificadas em: planeamento,
execução, relatório e follow up.

7.6.1. Planeamento de auditoria interna


O planeamento do trabalho da auditoria interna compreende os exames preliminares das
áreas, actividades, produtos e processos, para definir a amplitude e a época do trabalho a ser
realizado, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela administração da entidade. (Attie,
2000).

Essa fase é crucial para o sucesso do trabalho a ser executado. Pois através do planeamento
será desenhado o programa de auditoria que será realizado, onde serão definidos os
objectivos, a amplitude, a alocação de recursos e o período em que o trabalho será executado.
O plano também deve considerar as estratégias, objectivos e riscos da corporação que sejam
relevantes para o trabalho. Evitando desperdício de recursos, retrabalho e tempo. Todas as
actividades relevantes que possam interferir no cumprimento do objectivo da empresa devem
ser objectos de preocupação para o auditor.

Segundo a Coelho (2013) “o objectivo do auditor é planear a auditoria de forma a realizá-


la de maneira eficaz.” O plano deve ser submetido previamente ao conselho de administração
ou à presidência para conhecimento e posterior aprovação.

12
Ainda nesta etapa a equipe de auditoria interna deve preparar o plano de trabalho por escrito
para cada trabalho de auditoria que será realizado. Deve avaliar previamente os riscos ao
qual o trabalho está sujeito. Estes riscos estão relacionados à possibilidade de que não se
atinja os objectivos do trabalho, deve-se, portanto, verificar o volume, complexidade das
operações e a necessidade do uso do trabalho de especialistas.

Além dos fatores relevantes na execução dos trabalhos citados acima, ainda segundo Coelho
e Juliana Moura Ribeiro (2013), o planeamento deve considerar:

a) O conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão de riscos da


entidade;
b) O conhecimento detalhado das actividades operacionais e dos sistemas
contabilistícos e de controlos internos e seu grau de confiabilidade da entidade;
c) A natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria interna a
serem aplicados, alinhados com a política de gestão de riscos da entidade;
d) A existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no
âmbito dos trabalhos da auditoria interna;
e) O conhecimento do resultado e das providências tomadas em relação a trabalhos
anteriores, semelhantes ou relacionados;

Cabe ao executivo chefe de auditoria determinar um plano baseado em riscos incorridos à


empresa para que as prioridades da actividade sejam traçadas de maneira sólida com as metas
da organização.

7.6.2. Execução
Essa fase é habitualmente chamada de trabalho de campo, é nesta etapa que se aplica o
programa de auditoria. A equipe de auditoria deve realizar uma reunião com o auditado para
esclarecer os objectivos do trabalho a ser executado.

É neste momento que serão registradas as não conformidades, ou seja, a colecta de


informações possibilita ao auditor constatar situações que ocorreram em desacordo com os
procedimentos e normas padronizados.

O executivo chefe de auditoria deve reportar periodicamente à alta administração e ao


conselho sobre o propósito, a autoridade e a responsabilidade da actividade de auditoria
interna e o desempenho em relação ao seu planeamento e sobre a conformidade com o código

13
de ética e as normas. Os reportes devem também incluir questões de riscos e de controlos
significativos, incluindo os riscos de fraude, os assuntos de governança e outros assuntos
que requerem a atenção da alta administração e/ou do conselho. (IIA p.11).

Há limitações inerentes à auditoria, que pode não conseguir identificar distorções relevantes
como erros, falhas, resultantes de fraudes ou não. A existência de sistema de controlo eficaz
reduz esses riscos.

7.6.3. Relatório
O relatório é o documento pelo qual a auditoria interna expõe o desfecho dos seus trabalhos,
de maneira objectiva e imparcial de forma a expressar suas conclusões, recomendações e
acções que devem ser tomadas pela administração da entidade.

Conforme expressa a Rui (2013), relatório da auditoria interna deve abordar, no mínimo, os
seguintes pormenores:

a) O objectivo e a extensão dos trabalhos;


b) A metodologia adoptada;
c) Os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão;
d) Eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;
e) A descrição dos factos constatados e as evidências encontradas;
f) Os riscos associados aos factos constatados; e
g) As conclusões e as recomendações resultantes dos factos constatados.

O relatório não só sugestiona acções correctivas como também se antecede a factos que
podem gerar prejuízos a entidade, então, quando houver detecção de provável dano, o auditor
opina sobre acções preventivas.

É importante que seja avaliado pelo auditor a necessidade de emissão de relatório parcial,
caso sejam constatadas impropriedades, irregularidades e/ou ilegalidades que demandem
medidas imediatas e que não possam aguardar o trabalho final dos exames.

Para Jund (2007), o trabalho de auditoria visa, entre outros resultados o de:

❖ Simplificar procedimentos e por consequência otimizar custos;


❖ Aperfeiçoar a execução e a eficiência das áreas;

14
❖ Retificar problemas organizacionais, funcionais e/ou operacionais;
❖ Otimizar a aplicação da legislação fiscal e seus custos;
❖ Aprimorar a qualidade e velocidade de informações para tomada de decisões
gerenciais.

É através dos resultados gerados no relatório que a alta administração terá subsídios
suficientes para orientação de melhores práticas e medidas que devam ser implantadas. Com
isso, poderá tomar decisões mais assertivas.

Como estabelece Crepaldi e Crepaldi (2016) os relatórios devem abranger realizações dignas
de nota e enfatizar principalmente as melhorias, em vez de críticas.

7.6.4. Follow-up
Esta etapa consiste na auditoria das acções correctivas que foram implementadas no prazo e
na forma devida pela alta administração após a emissão do relatório do auditor com suas
sugestões perante as distorções relevantes detectadas. É estabelecido com a entidade um
prazo para que as medidas sejam tomadas. Além de ser estabelecido entre o auditado e o
auditor uma meta e um período para medi-la.

A auditoria interna deverá manter um banco de dados com as constatações e recomendações


contidas nos seus relatórios, catalogados por área (diretoria, departamento, divisão,
gerências, etc.), para que, regularmente, por meio de auditorias denominadas follow-up,
possa saber das providências tomadas pelos responsáveis e suas consequências. (PEREZ
JUNIOR et al., 2011)

O follow-up acaba se tornando um indicador da importância do trabalho da auditoria. O


cumprimento das acções correctivas indica que a área auditada reconheceu a devida
importância e necessidade de realizálas.

Essas acções correctivas que tenham significativa importância devem ter como indicador da
sua efectividade os ganhos para a entidade, seja em aumento de receita, melhorias
operacionais, no processo, no controlo e/ou extinção de perdas financeiras. Esta acaba sendo
uma importante maneira para mensurar a contribuição de auditoria como forma de gerar
valor para a entidade, (Almeida, 2010).

15
7.7. Documentação de auditoria
Como parte do processo de trabalho deve-se documentar o planeamento e as actividades
examinadas por meio de papéis de trabalho, elaborados em ambiente físico ou eletrônico,
que devem ser organizados e arquivados. Após a conclusão do trabalho, o auditor interno
deve preparar o plano de acção compilando as mudanças que devam ser estabelecidas e
acompanhar a implementação para que o processo de mudança seja executado conforme o
esperado, (Franco e Marra, 2000).

Sendo assim, todas as evidências que durante o recolhimento de documentos, factos,


informações e provas que darão suporte à opinião do auditor ao decorrer do seu trabalho
deverão ser arquivadas de maneira organizada, como forma de registro de seu trabalho. Desta
forma, os papéis de trabalho compõem a documentação preparada pelo auditor ou fornecida
a ele na execução da auditoria.

Esses documentos devem ter detalhes suficientes e serem compreensíveis acerca do


planeamento da auditoria, sobre como as técnicas e procedimentos foram aplicados e se as
normas foram respeitadas para que o auditor pudesse chegar a sua opinião final.

Segundo a NBC TI 01 (p.05), os papéis de trabalho:

[...] Devem ter abrangência e grau de detalhe suficientes


para propiciar a compreensão do planeamento, da
natureza, da oportunidade e da extensão dos
procedimentos de auditoria interna aplicados, bem como
do julgamento exercido e do suporte das conclusões
alcançadas.

Segundo Franco e Marra, (2000), os papéis de trabalho tem como finalidade “servir como
base de sustentação da opinião do auditor”.

Os documentos de trabalho analisados pelo auditor são classificados em:

a) Correntes ou transitórios: Estes são utilizados apenas em um exercício social objecto


da auditoria. À exemplo, extratos bancários e questionário de controlo interno.
b) Permanentes: Estes são utilizados em mais de um período, desde que não haja
alterações. À exemplo, Estatuto Social, Manuais de procedimentos internos e
legislações específicas aplicáveis à empresa auditada.

16
A quantidade de documentação dos controles internos e do gerenciamento de riscos varia de
uma empresa para outra, pois irá depender do tamanho e complexidade da entidade auditada.

Somente devem ser elaborados os papéis de trabalho que têm uma finalidade útil. Logo,
todas as actividades relevantes realizadas durante o trabalho de auditoria e o planeamento
devem ser registrados por meio da documentação de auditoria, os procedimentos utilizados,
as evidências e conclusões alcançadas, (Franco e Marra, 2000).

É importante que sejam feitas revisões periodicamente dos papéis de trabalho de modo a
garantir que o serviço tenha sido executado conforme o planeamento, as normas de auditoria
e os procedimentos de forma correcta.

7.8. Controlo interno


Segundo a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, “Uma das melhores defesas contra o
insucesso do negócio e um importante condutor do desempenho do negócio é um controlo
interno forte. Isto é verdade para todas as empresas.”

A norma emitida pelo IFAC, ISA (Norma Internacional de Auditoria), cujo título é
identificar e avaliar os riscos de distorção material por meio da compreensão da entidade e
do seu ambiente define controlo interno da seguinte forma:

✓ O processo concebido, implementado e mantido pelos encarregados da governação,


pela gerência e por outro pessoal para proporcionar segurança razoável acerca da
consecução dos objectivos de uma entidade com respeito à fiabilidade do relato
financeiro, eficácia e eficiência das operações, e cumprimento de leis e regulamentos
aplicáveis. O termo controlos refere-se a quaisquer aspectos de um ou mais
componentes do controlo interno.

Para Morais e Martins (2013), controlo interno é qualquer acção dos órgãos de gestão
executada com a finalidade do melhor alcance dos objectivos e metas estabelecidas por
qualquer entidade, aperfeiçoando a gestão de risco. Cabe à gestão planear, dirigir e organizar
o conjunto de acções e procedimentos de forma a assegurar o cumprimento dos objectivos
propostos. Dependendo de quais os objectivos a atingir de cada entidade, o controlo interno
pode assumir definições de administrativo, de gestão, preventivo, operacional,
contabilístico, entre outros. Apresenta-se como um meio para atingir um fim pois auxilia a
entidade e a gestão na concretização dos seus objectivos, auxilia na tomada de decisões de
forma constante baseando as mesmas em informação credível e fiável. Auxilia na medida

17
em que qualquer entidade deve estar preparada para as alterações do ambiente económico e
competitivo.

7.8.1. Limitações do controlo interno


O controlo interno enfrenta algumas limitações, mesmo que seja implementado de forma
eficiente e apresente um nível de segurança elevado. Por si só, este não garante o
cumprimento dos objectivos de cada entidade.

Almeida (2014), destaca as seguintes limitações para o controlo interno:

✓ Relação custo benefício: Os custos de implementação de um sistema de controlo


interno não devem ser superiores aos benefícios que podem trazer à entidade. Deve
ser efectuada uma estimativa de forma tanto quantitativa como qualitativa de forma
a identificar quais os custos e os benefícios associados ao controlo interno.
✓ Possibilidade dos controlos serem ultrapassados pelo órgão de gestão: A gestão
de qualquer entidade tem a possibilidade de ultrapassar os controlos por si
estabelecidos, com o objectivo de obter ganhos pessoais ou para sobreavaliar os
resultados da entidade.
✓ Erros de julgamento: Com informações falsas ou dadas de forma inadequada,
pressões, limitações temporais, entre outros factores, quer os trabalhadores quer a
gestão podem efectuar erros de julgamento tanto em processos de tomada de decisão
como na execução de tarefas mais rotineiras.
✓ Conluio: Existe a possibilidade de, agindo em conjunto, um conjunto de pessoas
ultrapassar a segregação de funções para ocultarem irregularidades ou mesmo para
as executarem.
✓ Não realização dos controlos: Os controlos implementados pela entidade podem
não ser implementados, quer seja por falta de compreensão das tarefas, fadiga,
descuido, ignorância, distração, entre outros.

7.9. Relação entre controlo interno e auditoria interna


O controlo interno é uma das primeiras avaliações dos auditores internos quando inicia o
trabalho de campo, através de revisão e apreciação do mesmo. De acordo com as avaliações
realizadas previamente na fase de planeamento, quanto mais eficientes os controlos internos
forem considerados menores serão os testes de auditoria sobre eles.

Conforme estabelece a NBC TA 305 R1:

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“O controlo interno é o processo planeado, implementado e
mantido pelos responsáveis da governança, administração e
outros funcionários para fornecer segurança razoável quanto à
realização dos objectivos da entidade no que se refere à
confiabilidade dos relatórios financeiros, efectividade e
eficiência das operações e conformidade com leis e
regulamentos aplicáveis.”

A administração da empresa é a responsável por manter o sistema de controlo interno, por


verificar o cumprimento por parte dos funcionários e por alterá-lo conforme vise necessidade
de adaptá-lo devido a mudanças circunstanciais.

Para Tonnera (2013) a auditoria interna é responsável por monitorar todos os controlos
internos definidos pela gestão e avaliar as melhores práticas do mercado para propor
melhorias para este sistema de gestão.

Crepaldi (2011) define que o controlo interno da entidade tem como premissa proteger as
informações geradas, salvaguardar activos, verificar a exatidão e fidelidade dos dados
contabilísticos, desenvolver a eficiência nas operações e estimular o seguimento das políticas
administrativas prescritas. Garantindo segurança, agilidade e confiabilidade e que por
consequência contribui com a gestão da empresa. Já o papel da auditoria interna é fazer a
revisão, avaliação e acompanhamento desses controlos internos, verificando se estes estão
cumprindo as políticas traçadas pela administração e as normas fundamentadas em lei para
cada actividade.

Ainda de acordo com Crepaldi (2011) a estrutura do controlo interno abrange:

❖ Ambiente de controlo: deve demonstrar o grau de comprometimento em todos os


níveis da administração assegurando qualidade do controlo interno;
❖ Mapeamento e avaliação de riscos: é a identificação dos eventos ou das condições
que podem afetar a qualidade da informação financeira e análise da relevância dos
riscos identificados;
❖ Procedimentos de controlo: medidas e acções estabelecidas para prevenir e detectar
os riscos inerentes ou potenciais à tempestividade, à fidedignidade e precisão da
informação financeira;

19
❖ Informação e comunicação: o sistema de informação e comunicação deve
identificar, armazenar e comunicar toda a informação relevante; e
❖ Monitoramento: compreende o acompanhamento das presunções do controlo
interno, de modo que assegure a sua adequação aos objectivos, ambiente, aos
recursos e aos riscos.

7.10. Processo de tomada de decisão


Uma decisão é um processo de escolha dentre algumas alternativas para enfrentar um
problema.

Segundo Cruz et al (2014), de acordo com as premissas de Simon discorre sobre a teoria da
decisão, esta pode ser dividida nas seguintes etapas, sendo que cada uma teria influência
sobre a outra, construindo assim o termo processo decisório: primeiramente deve-se haver a
preparação da situação, após esta etapa o problema é analisado e definido, define-se também
os objectivos, busca-se alternativas para a solução, exames são feitos e as alternativas são
comparadas para que seja selecionada a mais adequada, após escolhida, a melhor alternativa
é implementada.

É evidente que nem todas as etapas acontecem durante uma decisão, já que nem todos os
problemas são semelhantes, em alguns casos é necessário empreender uma ampla busca de
alternativas enquanto outros, menos complexos, essa busca é minimizada. A tomada de
decisão torna-se um processo e para chegar a uma alternativa viável pode-se demorar algum
tempo até que se tenha maior convicção possível.

Segundo Caiado (2009) e Carvalho (2014), apud. TAVARES, (2014), o processo de tomada
de decisão é um processo mental, sendo que não existe nenhum sistema ou fórmula que
permita ao decisor percepcionar um problema e apresentar alternativas que representem a
melhor solução possível. De contrário as análises efectuadas, as matrizes criadas, os
orçamentos e os próprios planos de acção ficariam incompletos se não fossem tomadas
decisões necessárias à sua concretização.

O processo de tomada de decisão pode decompor-se em várias etapas; e de uma forma


sintética este processo resulta das seguintes etapas:

❖ Definição do problema em função da inadequação da situação presente ou


expectante, ou seja, os resultados poderão não coincidir com os objectivos previstos;

20
❖ Identificação das causas do problema, conhecimento dos elementos que falharam,
por exemplo, qual a causa do problema na diferença entre o valor real e o valor
orçamental;
❖ Análise das soluções possíveis e medição das suas consequências, as medidas
correctivas poderão, por exemplo, ter efeitos no problema, mas não o eliminando de
forma definitiva;
❖ Implementação das soluções alternativas.

As decisões empresariais não são todas iguais e a tomada de decisão representa, por isso, um
processo contínuo, ao qual estão associados diferentes graus de incerteza e diferentes
métodos auxiliares. Os gestores tomam parte das suas decisões com base na experiência,
intuição e subjectividade ou com recurso a medidas mais objectivas e que a generalidade das
decisões envolvem situações com um certo grau de certeza e incerteza. Numa situação de
certeza o decisor conhece o resultado das soluções possíveis, porque dispõe de informação
precisa e mensurável sobre os elementos considerados. Uma situação de incerteza o
resultado da alternativa possível não é óbvio, uma vez que a informação não é suficiente
para prever se o resultado esperado venha ou não a ser alcançado.

Teixeira (2014), destaca alguns factores que condicionam a tomada de decisão, para além,
do grau de certeza ou incerteza e que são, sinteticamente:

❖ O tempo disponível para decidir e implementar;


❖ A natureza crítica do trabalho;
❖ A existência ou insuficiência de regulamentos escritos;
❖ A quantidade de informação disponível;
❖ A capacidade do gestor como decisor, e
❖ A criatividade e inovação.

7.10.1. Níveis de decisões


Segundo Chiavenato (2007) afirma que é importante fazer distinção em relação as três áreas de
decisão na empresa:

❖ Decisões estratégicas – relacionadas com as relações entre a empresa e o ambiente. São


amplas, genéricas que guiam e dirigem o comportamento da empresa como um todo. São
decisões tomadas no nível institucional e se referem a aspectos estratégicos da empresa,
como, por exemplo, produtos, serviços, mercados, competição;

21
❖ Decisões administrativas – relacionadas com aspectos internos da empresa que
envolvem departamentos ou unidades organizacionais, alocação e distribuição de
recursos. São tomadas ao nível intermediário;
❖ Decisões operacionais – relacionadas com operações da empresa. São tomadas no nível
operacional encarregado de realizar tarefas do dia-a-dia.

Simon (1974) desenvolveu importantes estudos sobre a tomada de decisão e segundo ele, há
alguns tipos de decisões:

a) Programadas: calcadas em alguns regulamentos vigentes, são importantes no


conjunto, porém formuladas nos patamares mais baixos da empresa, sendo assim
decisões que visam a actividades-meio;
b) Não programadas: decisões mais complexas, formuladas para resolver situações
novas, as quais exigem tempo e atenção do alto escalão e visam aos fins da empresa;
c) Imediatas – decisões que exigem respostas rápidas;
d) Premeditadas – decisões com objectivo determinado;
e) Improvisadas: decisões tomadas quando os problemas não são resolvidos e exigem
uma medida qualquer em que não se sabe, ao certo, seus resultados.

Ainda de acordo com Simon (1974), há outras constatações acerca do tomador de decisão:

a) Racionalidade limitada – presente em todo processo decisório, pois nenhum ser


humano é capaz de levantar e analisar todas as variáveis que envolvem um problema;
assim, a racionalidade da decisão envolve apenas o que o decisor é capaz de
“processar”, estando limitada a essa questão.
b) Relatividade das decisões – consequência da racionalidade limitada. Como a
racionalidade é limitada à percepção do decisor, a solução não seria necessariamente
ótima em termos gerais, mas em relação somente ao que foi verificado. Além disso,
à medida que acções se tornam reais, a implantação da decisão reduz, amplia ou
simplesmente modifica alternativas ou cursos de acção.
c) Hierarquização das decisões – o processo de planeamento das acções requer uma
hierarquização de importância para as decisões. Desse modo, são discutidos, em
primeiro lugar, os rumos da empresa (visão e missão, por exemplo) para que depois
sejam elaborados e decididos os planos (planeamento tático), as metas e os
indicadores. Por fim, serão decididas as acções diárias para execução imediata.

22
d) Racionalidade administrativa – o homem é visto como um ser administrativo, voltado
para o desempenho de uma função na organização. A ideia é que o norteador de sua
racionalidade seja a empresa que ele representa.
e) Influência organizacional – a cultura, os valores, as crenças e os princípios que a
empresa valoriza poderão ser identificados por meio do decisor. Essa ressalva explica
o facto de muitas empresas buscarem serviços de consultoria para ter uma visão
externa da própria realidade, a fim de evidenciar os “vícios”.

Espera-se que as decisões tomadas dentro da organização tenham racionalidade e embora


não se possa pensar muitas vezes nas mais variadas alternativas para se buscar a melhor
decisão, esta deve ter fundamentos e seguir objectivos propostos previamente para que se
possa estabelecer dentro do desejável a melhor alternativa possível, ou seja, acaba por se
tornar a alternativa mais adequada entre as disponíveis.

7.10.2. Elementos do processo decisório


Segundo Chiavenato (2007) toda decisão envolve no mínimo seis elementos:

1. Tomador da decisão – é o indivíduo ou grupo de indivíduos que faz uma


escolha entre vários cursos de acção disponíveis;
2. Objectivos – são os objectivos que o tomador de decisão pretende alcançar por
meio de suas acções;
3. Sistemas de valores – são os critérios de preferência que o tomador de decisão
usa para fazer a sua escolha;
4. Cursos de acção – são as diferentes sequências de acção que o tomador de
decisão pode escolher;
5. Estados da natureza – são aspectos do ambiente em torno do tomador de
decisão e que afectam sua escolha de curso de acção. São factores ambientais
fora do controle do tomador de decisões, como as condições de certeza, risco ou
incerteza;
6. Consequências – representam os efeitos resultantes de um determinado curso
de acção e de um determinado estado de natureza.

7.11. Papel da auditoria interna no processo decisório


Segundo Barbosa (2016), no processo de tomada de decisão, a maior dificuldade é a
incerteza em relação ao futuro, mas esta pode ser reduzida com um bom modelo de decisão

23
na sua concessão e implementação alimentadas com informações fidedignas, adequadas e
oportunas, a fim de oferecer um resultado favorável e aceitável acerca de uma decisão.

Com o auxílio da auditoria interna, a gestão alimenta o seu modelo de decisão com
informações adequadas e fidedignas recolhidas e avaliadas diariamente, para que a sua
tomada de decisão seja a mais tempestiva possível (ATTIE, 2000). Para a tomada de decisão
se faz necessário informações tempestivas, objectivas e correctas, pois a falta desses itens
pode influenciar directamente na tomada de decisões e, consequentemente, no rumo a ser
tomado pela empresa.

Segundo Freitas e Kladis (1995), a informação é uma ferramenta essencial para o processo
de tomada de decisão racional das organizações. Visto isso, as informações elaboradas pela
auditoria interna tornam-se essenciais, fidedignas, relevantes e oportunas, para que as metas
traçadas pela empresa sejam alcançadas e para que possam dar suporte para a entidade na
tomada de decisão.

Então, pode-se dizer que a auditoria interna contribui para o processo decisório da alta gestão
fornecendo informações de qualidade, detalhadas e suficientes para dar suporte e promover
segurança aos gestores que alimentarão seu modelo de decisão e que serão responsáveis
pelas tomadas de decisões finais sugeridas pelo trabalho de auditoria.

7.12. Pequenas e médias empresas em moçambique


2.12.1. Classificação das PME’s
As micro, pequenas e médias empresas são definidas de maneira diferente de país para país,
dependendo da legislação em vigor (Leopoulos, 2006). Em Moçambique, o Estatuto Geral
das Pequenas e Médias Empresas define-as de acordo com o número de trabalhadores e
volume de negócios anual, sendo que o volume de negócios é o factor prevalecente na
classificação (Speed, 2014). A distinção é feita da seguinte forma:

1) Micro empresa – Empresa com menos de 4 trabalhadores ou com volume de


negócio anual inferior a 1.2 milhões de meticais;

2) Pequena empresa - Empresa com o número de trabalhadores compreendido entre 5


e 49 e volume de negócios entre 1.2 e 14.7 milhões de meticais;

24
3) Média empresa- Empresa com o número de trabalhadores compreendido entre 50 e
100 e o volume de negócios superior a 14.7 e inferior a 29.97 milhões de meticais;

4) Grande empresa- Empresa com o número de trabalhadores superior a 100 e volume


e negócios superior a 29.97 milhões de meticais.

Categoria Critério 1: Critério 2:


Número de Volume de Negócios
Trabalhadores (MZN)
Micro <4 <1.200.000,00
Pequena 5 a 49 1.200.000,00 a 14.700.000,00
Média 50 a 100 14.700.000,00 a 29.970.000,00
Grande >100 >29.970.000,00
Tabela 1: Classificação das MPME’s
Fonte: INE, 2013

Em Mocambique as MPME’s constituem o segmento empresarial mais significativo


representando 99% do total de empresas registadas. Deste universo a maior parte das
empresas são de pequena dimensão.

Gráfico 1: Distribuição de empresas por tamanho


Fonte: INE, 2013

25
8. METODOLOGIA DO ESTUDO
8.1. Tipo de pesquisa
8.1.1. Quanto a abordagem
Quanto a abordagem a pesquisa foi quantitativa, esta pesquisa, busca a validação das hipóteses
mediante a utilização de dados estruturados, estatísticos, com análise de um grande número de
casos representativos, recomendando um curso final da ação. Ela quantifica os dados e
generaliza os resultados da amostra para os interessados (Mattar, 2001).

8.1.2. Quanto aos objectivos


A pesquisa quanto aos objectivos classifica-se como uma pesquisa exploratória, pois, Segundo
Selltiz et al. (1965), enquadram-se na categoria dos estudos exploratórios todos aqueles que
buscam descobrir idéias e intuições, na tentativa de adquirir maior familiaridade com o
fenômeno pesquisado. Nem sempre há a necessidade de formulação de hipóteses nesses estudos.
Eles possibilitam aumentar o conhecimento do pesquisador sobre os factos, permitindo a
formulação mais precisa de problemas, criar novas hipóteses e realizar novas pesquisas mais
estruturadas. Nesta situação, o planeamento da pesquisa necessita ser flexível o bastante para
permitir a análise dos vários aspectos relacionados com o fenômeno.

8.1.3. Quanto aos procedimentos técnicos


Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa classifica-se como sendo de Estudo de Caso, na
medida em que esta consiste em fazer um estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente
impossível mediante outros delineamentos já considerados (Gil, 2002).

8.2. População
Segundo Murteira (2010), população é o conjunto dos elementos cujos atributos são objectos de
um determinado estudo. Esta afirmação é partilhada por Kumar et al (2007), ao afirmarem que
população é constituída por elementos e objectos que contém informação necessária para a
pesquisa. Todavia, atendendo e considerando que o tema versa sobre importância da Auditoria
interna no processo de tomada de decisão e sendo um estudo de natureza quantitativa, teve como
população todos funcionários da Malvern Engineering Moçambique, Lda, num total de 73
funcionários.

26
8.3. Amostra
Amostra é um subgrupo de uma população, constituído de n unidades de observação e que deve
ter as mesmas características da população, selecionadas para participação no estudo (Malhotra,
2001). O tamanho da amostra retirada da população foi de 10 funcionários nos departamentos
de auditoria, administração e finanças.

8.4. Métodos de colecta de dados


Para o alcance dos objectivos referente a colecta de dados, foram usados os métodos de colecta
de dados primários e secundários. Segundo Kumar et al (2007), dados primários são todos os
dados obtidos directamente da população estudada através de entrevistas e questionários, e os
dados secundários são aqueles que são obtidos de uma fonte credível por exemplo, os dados que
resultaram da observação sistemática e pesquisas bibliográficas, em bibliotecas disponíveis.

A colecta de dados primários foi através de um questionário. Segundo Cervo & Bervian (2002),
o questionário “[...] refere-se a um meio de obter respostas às questões por um formulário que
o próprio informante preenche”. Ele pode conter perguntas abertas e/ou fechadas. As abertas
possibilitam respostas mais ricas e variadas e as fechadas maior facilidade na tabulação e análise
dos dados.

Para dados secundários, o estudo recorreu a pesquisa bibliográfica. Para Lakatos e Marconi
(2001), a pesquisa bibliográfica,

“[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao


tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais
cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador
em contato directo com tudo o que foi escrito, dito ou filmado
sobre determinado assunto [...]”.

Os dados secundários têm como utilidade o enriquecimento do que os outros autores disseram
a respeito do tema pesquisado. Por outro lado, os dados secundários permitirão que o autor seja
capaz de trazer informações importantes para compor a revisão da literatura, traçar a
metodologia a utilizar como também ajudar na análise e interpretação de dados.

27
8.5. Métodos de análise e interpretação de dados
Após a coleta de dados, a fase seguinte da pesquisa é a de análise e interpretação. Estes dois
processos, apesar de conceitualmente distintos, aparecem sempre estreitamente relacionados.

A análise tem como objectivo organizar e sumariar os dados de tal forma que possibilitem o
fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem como
objectivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a
outros conhecimentos anteriormente obtidos (GIL, 1999). A análise de dados é o processo de
formação de sentido além dos dados, e esta formação se dá consolidando, limitando e
interpretando o que as pessoas disseram e o que o pesquisador viu e leu, isto é, o processo de
formação de significado. Assim os métodos que foram usados na pesquisa são método
qualitativos e métodos quantitativos.

8.5.1. Métodos qualitativos


Os métodos qualitativos são mais indicados para as investigações de perspectiva interpretativa
ou crítica. A pesquisa qualitativa ocupa um reconhecido lugar entre as várias possibilidades de
se estudar os fenômenos que envolvem os seres humanos e suas intricadas relações sociais,
estabelecidas em diversos ambientes. É um conceito “guarda-chuva” que envolve uma gama de
técnicas e procedimentos interpretativos, que procuram essencialmente descrever, decodificar e
traduzir o sentido e não a frequência de eventos ou fenômenos do mundo social (Merriam,
1998)..

8.5.2. Métodos quantitativos


Na pesquisa de carácter quantitativo geralmente os dados coletados são submetidos à análise
estatística, com a ajuda de computadores. Na análise quantitativa, como relata Oppenheim (apud
Roesch, 1996),

“Podem-se calcular médias, computar percentagens,


examinar os dados para verificar se possuem
significância estatística, podem-se calcular correlações,
ou tentar várias formas de análise multivariada, como a
regressão múltipla ou a análise fatorial. Estas análises
permitem “extrair sentido dos dados”, ou seja, testar

28
hipóteses, comparar os resultados para vários subgrupos,
e assim por Diante.”

Os métodos quantitativos são mais indicados nas investigações da orientação filosófica


positivista ou paradigma sociológico funcionalista, considerando que, num estudo quantitativo
o pesquisador conduz seu trabalho a partir de um plano estabelecido a priori, com hipóteses
claramente especificadas e variáveis operacionalmente definidas. Preocupa-se com a medição
objectiva e a quantificação dos resultados. Busca a precisão, evitando distorções na etapa de
análise e interpretação dos dados, garantindo assim uma margem de segurança em relação às
inferências obtidas (Godoy, 1995).

Uma vez que o problema de pesquisa foi identificado, cabe então ao investigador decidir sobre
seleção da amostra, como serão coletados os dados, quem e quantos participantes serão
entrevistados ou observados, que documentos serão lidos, e assim por diante (Merriam, 1998).

29
9. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
9.1. Apresentação da empresa
A Malvern Engineering, limitada (adiante também designada por “MALVERN” ou “Empresa”)
foi constituida em 21 de Junho de 2012 tendo iniciado a sua actividade em 2016 e é detida por
dois sócios.

A MALVERN, limitada tem sua sede em Maputo e desenvolve a sua actividade na cidade de
Tete, dedicando-se à serviços de assistência técnica e manutenção de vários equipamentos.

9.1.1. Missão
Executar serviços de manutenção e reparação de centrifugadoras com qualidade e excelência
alcançando as necessidades dos clientes.

9.1.2. Visão
Ser a maior empresa de execução, manutenção e reparação de centrifugadoras no país.

9.1.3. Valores
❖ Honestidade;
❖ Zelo;
❖ Competência;
❖ Dinamismo; e
❖ Complexividade.

30
9.1.4. Organograma da empresa

Diretoria
Executiva

Departamento de Auditoria
Interna

Diretoria
Diretoria
Operacional

Recursos Tecnologia de Departamento


Operação Financeiro Controlo Qualitade
Humanos Informação Juridico

Figura 2: Organograma da empresa Malvern Engineering, lda


Fonte: Estatuto da Malvern Engineering, lda

9.2. Discussão de dados


9.2.1. Auditoria interna na Malvern Engineering, lda
De acordo com o estatuto de auditoria interna da Malvern Engineering, lda: os critérios da
auditoria, escopo, frequência e métodos são definidos levando em consideração a situação e a
importância dos processos e as áreas a serem auditadas, bem como os resultados de auditorias
anteriores e estão registrados no formulário de programação de auditorias.

As auditorias são realizadas no mínimo 2 (duas) vezes ao ano, ou sempre que necessárias. Sendo
uma auditoria interna e uma externa realizada pelo organismo certificador.

A seleção dos auditores e a execução das auditorias asseguram objectividade, requisitos de


competência e imparcialidade do processo de auditoria.

As auditorias internas são ferramentas de grande importância para a análise crítica realizada pela
alta direcção.

31
Os resultados das auditorias são documentados pelo(s) auditor(es) no relatório de auditoria,
cabendo a equipe da Malvern a devida análise, de forma a identificar as correções e ajustes
necessários, atentando para o monitoramento contínuo.

Na Malvern, acções corretivas são implementadas com o objectivo de eliminar as causas de não-
conformidades ocorridas, evitando a sua repetição.

9.2.2. Análise e interpretação dos resultados


Aqui serão expostos os resultados obtidos através de questionário destinados a dois grupos. O
primeiro questionário destinou-se às áreas que possivelmente já passaram pelo processo de
auditoria interna. Já o segundo questionário destinou-se à alta gestão. Ambos tiveram como
intenção compreender a percepção destes grupos acerca da importância da auditoria interna para
a tomada de decisão na empresa Malvern Engineering, lda.

Grupo 1 – Auditados
Foram realizadas 6 perguntas, todas perguntas exceto a segunda, tinham como opção de resposta
Sim ou Não.
❖ 100% dos entrevistados acredita que a auditoria interna é uma ferramenta eficaz para
salvaguardar a empresa de possíveis problemas;
❖ Quando perguntados sobre qual área acreditam que a auditoria interna pode trazer
melhor performance para a empresa a porcentagem foi:

Gráfico 2: Percepção dos auditados sobre áreas em que auditoria interna traz
melhor performance para a empresa.
Fonte: Dados primários

32
A partir do gráfico acima pode se verificar que 40% dos funcionários afirmaram que a auditoria
interna pode trazer melhor performance na área de recursos humanos, 37% afirmaram trazer
melhoria na área de tesouraria, 13% área comercial, 10% e 0% afirmaram trazer melhoria nas
áreas de custos e compras respectivamente.

Neste sentido, percebe-se que a maior parte dos funcionários optaram pelos recursos humanos,
o que leva a perceber que a auditoria interna traz melhor performance na empresa na área de
recursos humanos.

❖ Somente 83,33% dos entrevistados acreditam que a empresa que possui um


departamento de auditoria interna tende a ser mais transparente do que as que não
possuem;
❖ 10% respondeu que os trabalhos de auditoria interna já lhe trouxeram problemas no
cumprimento de seus prazos.
❖ 96,67% respondeu que os resultados do trabalho de auditoria interna foram discutidos
no departamento auditado antes de o trabalho terminar.
❖ 100% dos funcionários concordaram com os trabalhos da auditoria interna e
unanimemente responderam que o trabalho de auditoria interna já levou algum benefício
para a área de actuação do respondente.

Grupo 2 – Alta Administração


Foram realizadas 6 perguntas. As opções de respostas eram: concordo totalmente, concordo
parcialmente, não concordo nem discordo, discordo parcialmente e discordo completamente.
❖ Quando perguntados se a auditoria interna actua de maneira independente dentro da
empresa, 100% dos respondentes concordaram plenamente;
❖ Quando perguntados se o posicionamento da auditoria interna garante a empresa o
alcance dos objectivos:

33
Gráfico 3: Relação entre o Posicionamento da Auditoria Interna e Alcance dos Objetivos da
Entidade.
Fonte: Dados primários

Analisando o posicionamento dos trabalhadores, percebe-se que 67% dos mesmos concordam
parcialmente que a auditoria interna garante o alcance dos objectivos da empresa e 33%
concordam totalmente. Neste sentido de acordo com Almeida (2014), a auditoria interna
compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações,
metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência
e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controlos internos integrados
ao ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no
cumprimento de seus objetivos.

❖ 66,67% concordam totalmente sobre a auditoria interna gerar um bom custo benefício
para a organização, enquanto que 33,33% concordam parcialmente.

34
Gráfico 4: Percentual de concordância acerca do custo benefício da auditoria interna para
a empresa
Fonte: Dados primários

❖ 100% acredita que as recomendações da auditoria interna são construtivas e


contribuem para a geração de valores na organização;
❖ Quando questionados sobre a auditoria interna auxiliar na avaliação de risco:

Gráfico 5: Relação entre a auditoria Interna e avaliação de risco


Fonte: Dados primários

Em relação ao gráfico acima, verifica-se que 69% dos inqueridos afirmaram que concordam
parcialmente no que tangem ao auxilio da auditoria interna na avaliação dos riscos e 31%
concordam totalmente. Segundo Cruz (2014), A auditoria interna realiza avaliações abrangentes

35
baseadas no maior nível de independência e objectividade dentro da organização, suas
avaliações são sobre a eficácia da governança, gerenciamento de riscos e controlos internos
incluindo a maneira como as outras linhas de defesas alcançam os objectivos de gerenciamento
de riscos e controlos. Faz-se necessário que a auditoria interna esteja atenta tanto ao potencial
nível de ocorrência de fraude e erros quanto a forma com que a empresa gestiona este risco para
que possa avaliar sua eficácia. Cabe a auditoria assistir à organização perante a identificação e
posteriormente avaliação dos riscos significativos ao qual a entidade encontra-se sujeita.

❖ Quando questionados sobre se as informações geradas pela auditoria interna auxiliam


na tomada de decisão:

Gráfico 6: Percentual de concordância acerca de a auditoria interna auxiliar na tomada de


decisão.
Fonte: Dados primários

O estudo de caso pode elucidar como os auditados e a empresa enxergam a auditoria interna,
demonstrou, portanto, que ambos os grupos acreditam que a auditoria interna é um instrumento
que traz eficácia para a entidade. Pode ser constatado que as recomendações da auditoria interna
são construtivas e contribuem para a geração de valores na organização perante a visão da alta
administração e que este mesmo concorda que informações geradas pela auditoria interna
auxiliam na tomada de decisão.

Todas as questões destinadas a empresa tiveram como resposta positiva acerca do trabalho da
auditoria interna.

36
Desta forma, é possível concluir que o trabalho eficaz da auditoria interna permite aos gestores
a condução e o gerenciamento dos negócios, de forma que exerçam com segurança o processo
decisório sobre as importantes transações empresariais.

37
10. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DE PESQUISA
10.1. Conclusão
Decorrido todo processo de pesquisa, com este capítulo pretende-se concluir os aspectos
pesquisados tal como deixar algumas considerações que o pesquisador achou necessário e
importantes como contributo para a empresa pesquisada e aos futuros pesquisadores.

Conforme estabelece (LIMA, 2009) a empresa pode observar que a auditoria interna está cada
dia mais voltada a orientar as tomadas de decisões para melhor eficiência e eficácia nos
procedimentos adotados da entidade do que para penalizar o erro ocorrido pela mesma por falta
de conhecimento.

É evidente as empresas que não possuem informação de qualidade para subsidiar suas decisões
estratégicas e gestão, estarão em posição desigual em relação às outras entidades do mesmo
segmento, já que não será possível analisar e avaliar, em um curto espaço de tempo as
alternativas de decisão, além de poder agir eficazmente acerca do resultado decorrente da
decisão tomada.

Em um cenário de constantes mudanças perante a economia, globalização e competitividade, as


empresas passaram a enxergar a auditoria não mais como um departamento que gera custo, a
moderna postura da auditoria interna a torna uma aliada da organização que apresenta sugestões
e informações relevantes que auxilia na tomada de decisão e que traz novos discernimentos
como diferencial para assessorá-la. A auditoria contribui para resultados cada vez melhores e
expressivos da organização.

Pode-se dizer que a hipótese nula foi confirmada, já que tanto pelo referencial teórico quanto
pelo estudo de caso foi comprovado que a auditoria interna apresenta informações relevantes
para dar apoio e orientar as acções das empresas.

10.2. Recomendações
A Malvern Engineering, lda. Recomenda-se:

❖ Que continuem com a visão da auditoria interna como instrumento que traz eficácia para
a empresa, uma vez que as recomendações da auditoria interna são construtivas e

38
contribuem para a geração de valores na organização, pois as informações geradas pela
auditoria interna auxiliam na tomada de decisão.
❖ Que olhe a auditoria interna como uma ferramenta que tem como função desenvolver
um plano de acção que assista a organização ao alcance de suas finalidades através de
uma abordagem sistêmica e disciplinada para a análise e aperfeiçoamento da eficácia
dos processos, controlo interno e de sistemas de gestão com o intuito de agregar valor e
melhorar as operações e resultados da corporação.

Aos futuros pesquisadores:

Atendendo a pertinência de extensão do tema em alusão, para futuras pesquisas recomendaria


que se aborde o tema sobre importância da auditoria interna para a tomada de decisões nas
pequenas e médias empresas.

39
11. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA
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Portugal;
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Textos, Exemplos e Exercícios Resolvidos. 7. ed. São Paulo: Atlas S.a;
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[Livro]. 2, ed. - São Paulo : Saraiva;
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Gestión frente a las Tecnologías Innovadoras. Técnica Contable, N.º 506, Febrero;
❖ CREPALDI, Silvio Aparecido (2013). Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São
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❖ CREPALDI, Silvio Aparecido CREPALDI, Guilherme Simões. (2016) Auditoria
Contábil - Teoria e Prática. 10;
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Portuguese private firms. Journal of International Accounting Auditing & Taxation;
❖ Franco e Marra, (2000), Auditoria contábil. 3. ed. São Paulo: Atlas;
❖ Freitas e Kladis (1995), O processo decisório: modelos e dificuldades. Revista Decidir.
Rio de Janeiro, ano 2, n.08, mar;
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Áreas Editora: Lisboa;
❖ IIA; Internal auditing definition; Junho de 1999; http://www.theiia.org/GTF/Def.htm em
12/08/99;
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❖ NBC TA300 - Planejamento da Auditoria de Demonstrações Contábeis. Conselho
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❖ PEREZ JUNIOR, José Hernandez et al.(2011) Auditoria das Demonstrações Contábeis
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Mestrado em Ciências da Comunicação, Turismo e Lazer da Escola de Comunicações e
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trabalho – programas de auditoria – relatórios de auditoria. 4. ed. São Paulo: Atlas;
❖ SPEED (2014), Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios,
trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2.ed. São Paulo: Atlas;
❖ TAVARES, (2014), Contabilidade básica. 8. ed. São Paulo: Atlas;
❖ TEIXEIRA (2014), Auditoria Interna: Embasamento Conceitual e Suporte Tecnológico.
São Paulo: Atlas;
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❖ TONNERA (2013), "Accounting earnings and cash flows as measures of firm
performance: the role of accounting accruals", Journal of Accounting and Economics,
18, pp. 3-42;

42
ANEXOS
QUESTIONÁRIO 1: AUDITADOS
1. Você entende que a auditoria interna é uma ferramenta eficaz para salvaguardar a
empresa de possíveis problemas?

1.1. Sim ( )
1.2. Não ( )

2. Em que área, em sua opinião, a auditoria interna pode trazer melhor performance para
a empresa?

2.1. Recursos Humanos ( )


2.2. Comercial ( )
2.3. Tesouraria ( )
2.4. Compras ( )
2.5. Custos ( )

3. Em sua opinião, a empresa que possui um departamento de auditoria interna tende a


ser mais transparente do que as que não possuem?

2.6. Sim ( )
2.7. Não ( )

4. Os trabalhos de auditoria interna já lhe trouxeram problemas no cumprimento dos


seus prazos?

2.8. Sim ( )
2.9. Não ( )

5. Você concordou com os resultados do trabalho da auditoria interna?

5.1. Sim ( )

5.2. Não ( )

6. Os resultados do trabalho de auditoria interna já trouxeram algum benefício para a


sua área de actuação?
6.1. Sim ( )
6.2. Não ( )
QUESTIONÁRIO 2: ALTA ADMINISTRAÇÃO
1. A auditoria interna actua de maneira independente dentro da organização?

1.1. Concordo Totalmente ( )

1.2. Concordo Parcialmente ( )

1.3. Não Concordo, Nem Discordo ( )

1.4. Discordo Parcialmente ( )

1.5. Discordo Totalmente ( )

2. O posicionamento da auditoria interna garante a empresa o alcance dos objetivos?

2.1. Concordo Totalmente ( )

2.2. Concordo Parcialmente ( )

2.3. Não Concordo, Nem Discordo ( )

2.4. Discordo Parcialmente ( )

2.5. Discordo Totalmente ( )

3. A auditoria interna gera um bom custo benefício para a organização?

3.1. Concordo Totalmente ( )

3.2. Concordo Parcialmente ( )

3.3. Não Concordo, Nem Discordo ( )

3.4. Discordo Parcialmente ( )

3.5. Discordo Totalmente ( )

4. As recomendações da auditoria interna são construtivas e contribuem para a geração


de valores na organização?

4.1. Concordo Totalmente ( )

4.2. Concordo Parcialmente ( )


4.3. Não Concordo, Nem Discordo ( )

4.4. Discordo Parcialmente ( )

4.5. Discordo Totalmente ( )

5. A auditoria interna auxilia na avaliação de risco?

5.1. Concordo Totalmente ( )

5.2. Concordo Parcialmente ( )

5.3. Não Concordo, Nem Discordo ( )

5.4. Discordo Parcialmente ( )

5.5. Discordo Totalmente ( )

6. As informações geradas pela auditoria interna auxiliam na tomada de decisão?

6.1. Concordo Totalmente ( )

6.2. Concordo Parcialmente ( )

6.3. Não Concordo, Nem Discordo ( )

6.4. Discordo Parcialmente ( )

6.5. Discordo Totalmente ( )

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