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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM

GESTÃO AMBIENTAL

4º Ano

Disciplina: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL


Código: CAMBCFR009
Total Horas/1o Semestre: 125
Créditos (SNATCA): 5
Número de Temas: 5

INSTITUTO SUPER

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- ISCED


ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e


contém reservado todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).

A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais


em vigor no País.

Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)


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Beira - Moçambique
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Cel: +258 82 3055839

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Website:www.isced.ac.mz

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Agradecimentos

O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos


seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor Sualé Amade, Mestre em Gestão Ambiental

Coordenação Direcção Académica do ISCED

Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)

Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED)

Revisão Científica Hélio Ernesto Divage (Mestrado em Gestão Ambiental e pós-


graduado em Ensino de Geografia)
Revisão Linguística
2017
Ano de Publicação
ISCED – BEIRA
Local de Publicação
XXXXX
Edição
XXXXX
Tiragem
XXXXX
Gráfica
XXXXX

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Índice

Visão geral 1

Benvindo ao Módulo de Avaliação de Impacto Ambiental........................................................ 1


Objectivos do Módulo ................................................................................................................ 1
Quem deveria estudar este módulo? ........................................................................................ 2
Como está estruturado este módulo? ....................................................................................... 2
Ícones de actividade ................................................................................................................... 4
Habilidades de estudo ................................................................................................................ 4
Precisa de apoio? ....................................................................................................................... 6
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .......................................................................................... 7
Avaliação .................................................................................................................................... 8

TEMA I: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA) 10

Unida-de 1.1. Evolução Histórica de AIA no mundo e em Moçambique................................. 10


Unidade 1.2. Objectivos e Princípios do Processo de AIA........................................................ 17
Unidade 1.3. Etapas do Processo de AIA ................................................................................. 25
Unidade 1.4. Exercícios Integrados das Unidades deste tema ................................................ 31

TEMA II: O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA) 33

Unidade 2.1. Conceito; Objectivos e Empreendimentos Sujeitos a EIA .................................. 33


Unidade 2.2. Tipos de Impactos Ambientais e sua Classificação ............................................. 39
Unidade 2.3. Termo de Referência e Diagnóstico Ambiental .................................................. 51
Unidade 2.4. Levantamento de Aspectos e Impactos.............................................................. 57
Unidade 2.5. Análise das legislações Pertinentes para o Estudo do Impacto Ambiental ........ 65
Unidade 2.6. EXRECÍCIOSINTEGRADOS das unidades deste tema .......................................... 71

TEMA III: METODOLOGIA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 74

Unidade 3.1. I Técnicas/Métodos e instrumentos de Avaliação de Impacto Ambiental ........ 74


Unidade 3.2. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema.......................................... 95

TEMA IV: PARADIGMAS DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 98

Unidade 4.1 Modelos de Avaliação de Impacto Ambiental ..................................................... 98

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Unidade 4.2. Riscos, Incertezas e Irreversibilidade dos Impactos Ambientais ...................... 105
Unidade 4.3. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema........................................ 111

TEMA V: CONCEPÇÃO E CONDUÇÃO DE ESTUDOS AMBIENTAIS 114

Unidade 5.1. Estudos Ambientais para actividades de Categoria C, B, A ou A+ .................. 114


Unidade 5.2. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema .........................................126

TEMA VI: GLOSSÁRIO 129

BIBLIOGRAFIA 132

ANEXO 01: LISTA DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E DA LEGISLAÇÃO SECTORIAL COM


IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS 137

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Visão geral

Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Avaliação de


Impacto Ambiental

Objectivos do Módulo

Ao terminar o estudo deste módulo de Avaliação de Impacto Ambiental


deverá ser capaz de: Adquirir informações básicas sobre os princípios,
procedimentos, métodos e aplicações da Avaliação de Impacto
Ambiental, com ênfase aos aspectos práticos para definição do escopo
dos estudos, os critérios exigidos para elaboração dos estudos de AIA e
de apresentação dos trabalhos realizados.

Ao completar este Módulo, estudante deverá ser capaz de:

 Definir AIA e sua aplicação na preservação do ambiente;


 Fazer um breve percurso histórico da disciplina;
 Conhecer os diferentes métodos Aplicado no AIA;
 Conhecer as directrizes de Estudo de Impacto Ambiental;
Objectivos
Específicos  Conhecer as fases para elaboração de RIMA.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 4º ano do curso de


licenciatura em Gestão Ambiental do ISCED. Poderá ocorrer, contudo, que
haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos
nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal
se inscrever. Mas poderá adquirir o manual.

Como está estruturado este módulo

Este módulo de Avaliação de Impacto Ambiental, para estudantes do 4º


ano do curso de licenciatura em Gestão Ambiental, à semelhança dos
restantes do ISCED, está estruturado como se segue:

Páginas introdutórias

 Um índice completo.

 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os


aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Conteúdo desta Disciplina / Módulo

Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática
ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de auto-
avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. Os
exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros exercícios
teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades práticas
algumas incluindo estudos de caso.

Outros recursos

A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, num


cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e
limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de
recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal
o ISCED disponibiliza na biblioteca virtual mais material de estudos
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM,
DVD. Para além deste material físico ou electrónico disponível na
biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais
ainda as possibilidades dos seus estudos.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de


cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-
avaliação apresentam duas características: primeiro apresentam
exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram
apenas respostas.

Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas


sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte
das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem
entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e
subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo.
Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma
grande vantagem.

Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados


aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. Pode
ser que graças as suas observações, o próximo módulo venha a ser
melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender.


Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a


aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho,

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se


conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante
saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões
com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo
dedicado aos estudos, procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica


dos conteúdos (ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua


aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de


estudo de caso existam.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,


respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido no
início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta
sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de
tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com
música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo
em cada 30 minutos, em cada hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já
domina bem o anterior.

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e


estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o
útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema,
no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo


superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10
(dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se descanso à mudança

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

de actividades). Ou seja que durante o intervalo não se continuar a tratar


dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório,


pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem.
Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos
de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os
conhecimento, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda
tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por
se achar injustamente incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação.


Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente),
não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas
sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como
futuro profissional, na área em que está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que


matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta,
deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo
será dedicado ao estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma


necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso:
A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de
modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode
escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes,
pode também utilizar a margem para colocar comentários seus
relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é
imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma
primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo
significado não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como
falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio


ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, SMS, E-mail, se
tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação.

Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e


Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com
qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a
Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre
estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc.

As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem


a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores
ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para acompanhar as
sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar
assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa.

O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do


tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que
permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos
outros colegas. Desta maneira ficar a saber se precisa de apoio ou precisa
de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos
relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes
temas e unidade temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e


autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas
semanas antes das sessões presenciais seguintes.

Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não


cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo
conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo.

Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos


devem ser dirigidos ao tutor/docente.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os


mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do
autor.

O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma


transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, sem
o citar, é considerado plágio. A honestidade, humildade científica e o
respeito pelos direitos autorias devem caracterizar a realização dos
trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando


eles fisicamente separados e muito distantes do docente/tutor!? Nós
dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e
consistente.

Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um


mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do
seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um
máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante
consta detalhada do regulamento de avaliação.

Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e aprendizagem


no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos
exames.

Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e


decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo
75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a
nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.

A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.

Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e


1 (um) (exame).

1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como


ferramentas de avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em


consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade,
a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das
referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor,
entre outros.

Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de


Avaliação.

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TEMA – I: A AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA)

UNIDADE Temática 1.1. Evolução Histórica de AIA no mundo e em


Moçambique.
UNIDADE Temática 1.2. Objectivos e Princípios do Processo de AIA.
UNIDADE Temática 1.3. Etapas do Processo de AIA.
UNIDADE Temática 1.4. Exercícios Integrados das Unidades deste
tema.

UNIDADE Temática 1.1. Evolução Histórica de AIA no mundo e em Moçambique

Introdução

A Avaliação de Impacto Ambiental é uma ferramenta poderosa para antecipar


e prevenir os efeitos negativos da implantação e operação de um
empreendimento ou actividade que possa causar significativos impactos. A
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), através de um conjunto de
procedimentos, visa assegurar o conhecimento dos possíveis impactos
ambientais de uma acção proposta (projecto, programa, plano ou política), e
de suas alternativas, bem como as medidas mitigadoras, com o objectivo de
impedir ou minimizar os impactos.
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) tem como objectivo determinar os
efeitos de uma determinada actividade a curto, médio e longo prazo,
fornecendo subsídios para tomadas de decisões a respeito da viabilidade
ambiental. Assim, a AIA é um exercício metodológico para a previsão de
potenciais impactos, identificando-os e quantificando-os (prognóstico), a
partir do conhecimento do meio (diagnóstico) e das características dos
empreendimentos (caracterização). Busca-se prever uma situação, que
posteriormente deve ser acompanhada/ averiguada, para avaliar a previsão
inicialmente realizada e os ajustes necessários, em um processo de melhoria
contínua.
O processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) visa a identificação e a
previsão dos potenciais impactos sobre o meio ambiente, decorrentes das
actividades antrópicas, e sistematicamente propor medidas de redução e
eliminação dos impactos negativos (GLASSON et al., 2012, p. 76; MORGAN,
2012, p. 5). Nas últimas décadas, a AIA tem sido aplicada em todo o mundo

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como uma ferramenta de gestão ambiental, mostrando-se eficaz na


prevenção da degradação do meio ambiente e no aumento da qualidade de
vida humana proporcionando um conjunto de informações essenciais para o
processo de tomada de decisão a respeito da viabilidade ambiental dos
projectos (JAY et al., 2007, p. 288). É realizada para apoiar a tomada de decisão
sobre a autorização ou licenciamento de um novo projecto, fornecendo aos
tomadores de decisão informações sobre as prováveis consequências de suas
acções; e prevê consulta e participação pública, isto é, o envolvimento público
na realização dos estudos e na tomada de decisão.
O pioneirismo nos fundamentos do processo de AIA foi instituído nos Estados
Unidos, por volta de 1969, após a criação da “National Environmental Policy
of Act” (NEPA) pelo congresso (Morgan, 2012, p. 5; Sánches, 2013, p. 40). A lei
da política nacional do meio ambiente norte americana serviu como modelo
para novas legislações ambientais similares em todo o mundo, e pode ser
considera como o marco principal da consciência ambiental mundial (Sánches,
2013, p. 40).
Em Moçambique, a sua introdução foi dada por meio da Lei de Águas, que
abordava sobre os princípios da gestão de águas, que determinava que as
obras hidráulicas não poderia ser aprovadas sem previa analise dos seus
efeitos e impactos socias, económicos e ambientais, sendo que os estudos
sobre os efeitos deveriam ter um dano ao meio ambiente por ser de grande
envergadura.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer a evolução histórica da AIA


 Conhecer a génese da AIA em Moçambique.
Objectivos  Conhecer as funções da Avaliação de Impacto Ambiental.
específicos

Evolução histórica da Avaliação de Impacto Ambiental

Desde as décadas de 50 e 60 vem crescendo entre estudiosos, académicos e


gestores públicos a necessidade urgente de criar novos instrumentos capazes
de ampliar a eficiência dos antigos instrumentos de licenciamento ambiental
de actividades e empreendimentos. Na década de 60 surgiu o conceito
utilizado ainda hoje de impacto sobre o
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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

meio ambiente. O detalhamento desse conceito levou à realização de uma


avaliação com razoável margem de objectividade, passando a ser aceite
socialmente e transformar-se em um instrumento do processo de política
ambiental (Andreoli, 2004).
O processo de AIA surgiu nos EUA através da aplicação da NEPA no início da
década de 70. Foi primeiramente introduzida como um requisito político
formal, que requeria a preparação de uma declaração de impacto ambiental
para projectos suportados pelo governo federal, susceptíveis de causar danos
ao ambiente. Espalhou-se rapidamente pelos outros países entre as décadas
de 70 e 80 (países em desenvolvimento tais como Brasil, Filipinas, China e
Indonésia) e é hoje utilizado amplamente e reconhecido internacionalmente.
É considerada uma das inovações políticas mais bem-sucedidas do século XX
(Hambrey et al., 2000).
Originalmente a AIA enfatizava apenas os impactos ecológicos, físicos e
químicos de projectos individuais. No final da década de 70 e início da década
de 80 a AIA expandiu-se passando a abranger os impactos socioeconómicos e
de saúde, com uma maior análise de risco para o meio ambiente, bem como a
participação pública (Hambrey et al., 2000).
A evolução da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) pode ser dividida em
várias etapas. Inicialmente, na década de 1970, foram introduzidos os
princípios básicos, arranjos institucionais, desenvolvidas as primeiras técnicas
de condução da AIA e implementadas as primeiras legislações sobre o assunto.
No final da década de 1970 e início dos anos 80, a Avaliação de Impacto
Ambiental, que originalmente analisava os meios físico e biótico, passou a
incluir progressivamente os aspectos sociais e de saúde, análise de risco e
factores relacionados com a participação pública.
Em meados dos anos 80 e 90, o método foi redireccionado com aumento dos
esforços para análise dos efeitos cumulativos, implementação de uma
estrutura de planeamento e de regulamentação, estabelecimento do
monitoramento, da auditoria e de outros procedimentos de retroalimentação
(follow up).
Na década de 1990 houve significantes desenvolvimentos nos métodos para
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). As maiores reformas foram feitas

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

baseadas em sucessos na implantação deste tipo de procedimento na


Austrália, EUA, Nova Zelândia e Canadá.
Munn (1975) faz um esboço das principais características de uma AIA,
conforme este processo já era entendido na época:
 Descrever a acção proposta bem como as alternativas;
 Prever a natureza e a magnitude dos efeitos ambientais;
 Identificar as preocupações humanas relevantes;
 Listar os indicadores de impacto a serem utilizados e para cada um definir
sua magnitude;
 A partir dos valores previstos acima determinar os valores de cada
indicador de impacto ou impacto ambiental total.
Nos anos 90, a AIA foi identificada como um mecanismo de implementação
das convenções das Nações Unidas sobre mudanças climáticas e diversidade
biológica. Princípios de sustentabilidade e assuntos globais passaram a
receber também uma maior atenção. Houve um aumento nos cursos de
formação e de treinamento em AIA e a legislação sobre AIA passou a ser
utilizada por vários países em desenvolvimento (UNEP, 2000).
O papel e a importância da AIA foram formalmente reconhecidos na
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em
1992 no Rio de Janeiro. O princípio 17 da declaração da Rio 92 diz que a
Avaliação de Impacto Ambiental deve ser realizada para todas as actividades
susceptíveis de causar impactos adversos ao meio ambiente e que estão
sujeitas a tomada de decisão pelas autoridades nacionais competentes
(Hambrey et ai, 2000).
Na África, o processo de AIA vem sendo implementado como um instrumento
para promover o desenvolvimento sustentável em diferentes países (Ramasar
et al, 2003).
O comprometimento dos países africanos ao princípio 17 da Rio-92 foi
reafirmado na conferência de Durban, África do Sul em Junho de 1995. A AIA
foi estabelecida como procedimento de rotina em 24 países da África
Subsaariana, incluindo Moçambique (Banco Mundial, 2005). O Banco Mundial,
em resposta á pressão de grupos ambientais e de desenvolvimento, adoptou
os procedimentos da Avaliação de Impacto Ambiental em 1989, sendo estes
posteriormente revistos em 1991.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Em Moçambique a Legislação Ambiental foi implementada em 1997 pela lei n°


20/97 de 01/10/1997 o regulamento sobre o processo de AIA é pela primeira
vez aprovado pelo decreto n° 76/98 de 29/12/1998 sendo posteriormente
revogado em 2004 pelo Decreto 45/2004.
A AIA é um dos instrumentos de que se dispõe para a implementação de uma
política ambiental. Portanto, sua aplicação é determinada pelos objectivos e
princípios que norteiam essa política e pelo quadro institucional que a sujeita.

Funções de Avaliação de Impacto Ambiental

A Avaliação de Impacto Ambiental tem sido vista como um instrumento de


planeamento, isto é, como um instrumento de prevenção de danos
ambientais e como um procedimento definido no âmbito das políticas
públicas, usualmente associado a alguma forma de processo decisório, para o
licenciamento ambiental de um projecto que venha a causar danos ao
ambiente, incluindo ao ser humano.
A avaliação de impacto ambiental é um instrumento de defesa do meio
ambiente, constituído por um conjunto de procedimentos técnicos e
administrativos que visam à realização da análise sistemática dos impactos
ambientais da instalação ou operação de uma actividade e suas diversas
alternativas, com a finalidade de embasar as decisões quanto ao seu
licenciamento. (FARIAS, 2013, p.68). Tem as seguintes funções:
Conhecimento: o estudo deve caracterizar-se por conhecimento profundo e
extenso da acção, dos factores ambientais afetados e das incidências da acção
ou projecto numa dada localização.

Coordenação e Racionalização: deve haver uma coordenação em relação aos


mecanismos tradicionais de controlo, pois que as multiplas disciplinas de AIA
obriga a abordar a consideração dos impactos ambientais desde o ponto de
vista global, por isso são involucrados diferentes sectores associados ao
projecto e a avaliação com um profundo estudo técnico científico.

Flexibilidade: a avaliação de impactos ambientais deve levar uma


flexibilização muito maior que a rigida aplicação da legislação geral por
exemplo em quanto aos níveis de emissões e a melhor adaptabilidade de uma
avaliação dos impactos.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Consenso: cada dia resulta mais necessário contar com a participação pública
no processo de decisão, pois os grandes projectos apresentam sempre
conflitos frequentes de interesses, principalmente no uso de território,
problemas de efeitos ambientais desses projectos.
Dentro do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental, um dos itens mais
importantes é o desenvolvimento e a apresentação do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) do empreendimento. “A função do estudo e do relatório de
impacto ambiental, bem como de qualquer estudo ambiental, é apontar
medidas que possam evitar ou mitigar os impactos ambientais negativos”.
(Farias, 2013, p.90).

Sumário

Nesta unidade temática descreve o Processo de Avaliação de Impacto


Ambiental, sua evolução histórica no panorama Mundial assim como em
Moçambique e seus componentes. Um destes componentes é função de
Avaliação de Impacto Ambiental, é detalhado nas suas diversas partes, entre
elas a Avaliação de Impacto Ambiental propriamente dita. Por outro AIA
aplica-se a todas as actividades públicas ou privadas com influência directa ou
indirecta nos componentes ambientais.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. A Avaliação do Impacto Ambiental – AIA, é hoje um instrumento


fundamental para a gestão ambiental, pois encerra dentro de si,
considerações tanto:
A. físicos, bióticos e socioeconómicos.
B. Químico, bióticos e socioeconómicos
C. Físicos, químicos e biológicos
D. Físico-químicos e socioeconómico

2. O processo de AIA surgiu nos EUA no início da década de 70 através de


uma associação conhecida como:
A. UNICEF B. NEPA
C. IAIA D.Todas alterativas

3. Em Moçambique a Legislação Ambiental foi implementada em 1997 pela lei


n° 20/97 de 01/10/1997 o regulamento sobre o processo de AIA.

16
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

4. No processo de AIA, a aprovação ou não do projecto será dada pelo órgão


ambiental competente no caso de Moçambique é a MICOA e não pela equipe
de profissionais responsável pela realização do Estudo de impacto ambiental.

5. O objectivo do Processo de AIA é prever a significância dos impactos do


projecto sobre o ambiente físico, biológico e socioeconómico existente
(situação de referência), e identificar medidas para minimizar os impactos
negativos e maximizar os impactos positivos.

Chaves de Respostas: 1-A; 2-B; 3-(V);4-(V); 5-(V)

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. O papel e a importância da AIA foram formalmente reconhecidos na


Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
realizado em:
A. 2012 Rio de Janeiro B. 2002 em Copenhanga
C. 1992 no Rio de Janeiro D. 1995 na Africa do Sul.

2. O comprometimento dos países africanos ao princípio 17 da Rio-92 foi


reafirmado na conferência de:
A. Durban, África do Sul em Junho de 1995. B. Rio de Janeiro em 2012
C. 2002 em Copenhanga D. 1992 no Rio de Janeiro

3. Por outro lado, a Avaliação do Impacto Ambiental é um instrumento de


carácter participativo mas nunca permite a participação do público no
processo de tomada de decisão.

4. O papel e a importância da AIA foram formalmente reconhecidos na


Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
realizado em 2012 Rio de Janeiro

5. Dentro do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental, um dos itens mais


importantes é o desenvolvimento e a apresentação do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) do empreendimento.

Chaves de Respostas: 1-C; 2-A; 3-(F); 4-(F); 5-(V)

UNIDADE Temática 1.2. Objectivos e Princípios do Processo de AIA.

Introdução

O objectivo da Avaliação de Impacto Ambiental é identificar os impactos


ambientais causados pelo empreendimento sobre os meios físico, biótico e

17
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

socioeconómico, de forma que permita uma decisão lógica e racional sobre a


sua implementação ou não.
Segundo Benjamin (2010), os princípios ambientais podem ser classificados
em macroprincípios (Princípios Básicos) e microprincípios (Princípios
Operacionais), com base no critério da extensão de seu campo de aplicação.
A aplicação equilibrada dos Princípios Básicos permite assegurar que a AIA
cumpre os seus objectivos e é levada a cabo de acordo com padrões
internacionalmente aceites.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Descrever os princípios da AIA;


 Conhecer os Propósito da Avaliação de Impacto Ambiental;
Objectivos  Identificar as etapas do processo da Avaliação de Impacto Ambiental;

específicos  Descrever as finalidades da Avaliação de Impacto Ambiental.

Princípios Básicos

IAIA (2009) considera que a Avaliação do Impacto Ambiental deve ser pautada
por algumas directrizes e procedimentos, entre as quais destacam-se:
1. Útil - o processo deve informar a decisão e resultar em níveis adequados
de protecção ambiental e de bem-estar da comunidade;
2. Rigorosa - o processo deve aplicar as melhores metodologias e técnicas
científicas praticáveis e adequadas ao tratamento dos problemas em
causa;
3. Prática - o processo deve produzir informação e resultados que auxiliem a
resolução de problemas e sejam aceitáveis e utilizáveis pelo proponente;
4. Relevante - o processo deve fornecer informação suficiente, fiável e
utilizável em processos de desenvolvimento e na tomada de decisão;
5. Custo-eficaz - o processo deve atingir os objectivos da AIA dentro dos
limites da informação, do tempo, dos recursos e das metodologias
disponíveis;
6. Eficiente - o processo deve impor um mínimo de custos financeiros e de
tempo aos proponentes e aos participantes, compatível com os objectivos
e os requisitos da AIA;

18
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

7. Focalizada - o processo deve concentrar-se nos factores - chave e nos


efeitos ambientais significativos; ou seja, nas questões que têm de ser
consideradas na tomada de decisão;
8. Adaptativa - o processo deve ser ajustado à realidade, às questões e às
circunstâncias das propostas em análise sem comprometer a integridade
do processo, e deve ser iterativo, incorporando as lições aprendidas ao
longo do ciclo de vida da proposta;
9. Participativa - o processo deve providenciar oportunidades adequadas
para informar e envolver os públicos interessados e afectados, devendo
os seus contributos e as suas preocupações ser explicitamente
considerados na documentação e na tomada de decisão;
10. Interdisciplinar - o processo deve assegurar a utilização das técnicas e dos
peritos adequados nas relevantes disciplinas biofísicas e socioeconómicas,
incluindo, quando relevante, a utilização do saber tradicional;
11. Credível - o processo deve ser conduzido com profissionalismo, rigor,
honestidade, objectividade, imparcialidade e equilíbrio, e ser submetido a
análises e verificações independentes;
12. Integrada - o processo deve considerar as inter-relações entre os aspectos
sociais, económicos e biofísicos;
13. Transparente - o processo deve ter requisitos de conteúdo claros e de fácil
compreensão; deve assegurar o acesso do público à informação; deve
identificar os factores considerados na tomada de decisão; e deve
reconhecer as limitações e dificuldades;
14. Sistemática - o processo deve resultar na consideração plena de toda a
informação relevante sobre o ambiente afectado, das alternativas
propostas e dos seus impactos, e das medidas necessárias para
monitorizar e investigar os efeitos residuais.

Princípios Operacionais

O processo de AIA deve ser aplicado:


1. Tão cedo quanto possível no processo de decisão e ao longo do ciclo de
vida da actividade proposta;
2. A todas as propostas de desenvolvimento que possam potencialmente
causar efeitos significativos;

19
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3. Considerando os impactos biofísicos e os factores socioeconómicos


relevantes, incluindo a saúde, a cultura, a igualdade de género, o estilo de
vida, a idade e os efeitos cumulativos consistentes com o conceito e os
princípios do desenvolvimento sustentável;
4. De modo a promover o envolvimento e a participação activa das
comunidades e dos sectores económicos afectados por uma proposta,
bem como do público interessado;
5. De acordo com actividades e medidas internacionalmente aceites.
Especificamente o processo de AIA deve providenciar:
 A selecção das acções - para determinar se uma proposta deve ou não
ser submetida a AIA e, caso seja, com que nível de pormenor;
 A definição do âmbito - para identificar as possíveis questões e os
possíveis impactos que se revelam mais importantes e para
estabelecer os termos de referência da AIA;
 O exame de alternativas - para estabelecer a melhor opção para
atingir os objectivos propostos;
 A análise de impactos - para identificar e prever os possíveis efeitos
da proposta - ambientais, sociais e outros;
 A mitigação e a gestão de impactos – para estabelecer as medidas
necessárias para evitar, minimizar ou compensar os impactos
adversos previstos e, quando adequado, para incorporar estas
medidas num plano ou num sistema de gestão ambiental;
 A avaliação do significado - para determinar a importância relativa e
a aceitabilidade dos impactos residuais (ou seja, dos impactos que não
podem ser mitigados);
 A elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - para
documentar com clareza e imparcialidade os impactos da proposta, as
medidas de mitigação propostas, o significado dos efeitos, as
preocupações do público interessado e das comunidades afectadas
pela proposta;
 A revisão do EIA - para determinar se o EIA cumpre os termos de
referência, se constitui uma avaliação satisfatória da proposta e se
contém a informação requerida para a decisão;

20
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

 A decisão - para aprovar ou rejeitar a proposta e estabelecer os


termos e as condições da sua concretização;
 O seguimento - para assegurar que os termos e as condições de
aprovação são cumpridas; para monitorar os impactos da proposta de
desenvolvimento e a eficácia das medidas de mitigação; para
fortalecer futuras aplicações da AIA e das medidas de mitigação; e,
quando requerido, para efectuar auditorias ambientais e avaliações
do processo para optimizar a gestão ambiental.

Propósito da Avaliação de Impacto Ambiental

Sánchez (2008) diz que a avaliação de impacto ambiental consiste em um


sistema complexo e aberto dos projectos e estudos destinados a protecção e
recuperação ambiental, assim como a manutenção da boa qualidade
ambiental que apresenta-se. A AIA não é uma "caixa preta" que possa gerar
respostas definitivas a problemas ambientais resultantes da implantação de
grandes obras ou que possa evitar, por si só, desastres ecológicos ou
degradação ambiental. O objectivo da AIA é duplo: minimizar ou evitar
impactos ambientais adversos antes da sua ocorrência e incorporar aspectos
ambientais no processo de tomada de decisão (Agência Canadense de
Avaliação Ambiental, 2005).
O objectivo do Processo de AIA é prever a significância dos impactos do
projecto sobre o ambiente físico, biológico e socioeconómico existente
(situação de referência), e identificar medidas para minimizar os impactos
negativos e maximizar os impactos positivos.
O objectivo da Avaliação de Impacto Ambiental é identificar os impactos
ambientais causados pelo empreendimento sobre os meios físico, biótico e
socioeconómico, de forma que permita uma decisão lógica e racional sobre a
sua implementação ou não. Para a obtenção deste objectivo são utilizados
métodos de identificação e avaliação de impactos que requerem uma análise
mais detalhada.
Finalidades de Avaliação de Impacto Ambiental

Os Princípios da Melhor Prática em AIA foram concebidos, em primeiro lugar,


como referência para os profissionais envolvidos na avaliação do impacto
ambiental. A sua finalidade é a de

21
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

promover uma prática efectiva da avaliação do impacto ambiental consistente


com os sistemas institucionais e processuais em vigor nos diferentes países.
Os Princípios são, portanto, amplos, genéricos e não vinculativos, enfatizam a
AIA como um processo e devem ser aplicáveis a todos os níveis e tipos de
propostas, tendo em conta os limites do tempo, da informação e dos recursos
disponíveis.
Segundo Sánchez (2006), a finalidade da avaliação de impacto ambiental é
considerar os impactos antes de se tomar qualquer decisão que possa
acarretar significativa degradação da qualidade do meio ambiente. Para
cumprir esse papel, a AIA é organizada de forma que seja realizada uma série
de actividades sequenciais, relacionada de maneira lógica.
Enquanto instrumento de política ambiental, ao auxiliar o processo decisório,
tem como finalidade viabilizar o uso dos recursos naturais e económicos,
dentro dos processos de desenvolvimento. Promovendo o conhecimento
prévio, a discussão e a análise imparcial dos impactos ambientais positivos e
negativos de uma proposta, permite evitar e corrigir os danos e Optimizar os
benefícios, aprimorando a eficiência das soluções. Ao melhorar o escopo e a
qualidade dos dados e ao permitir a divulgação das informações e o acesso
aos resultados dos estudos, possibilita a redução dos conflitos de interesse dos
diferentes grupos sociais afectados pela proposta.

A Avaliação do Impacto Ambiental é portanto um instrumento de carácter


preventivo, uma vez que permite:
 Obter um conhecimento antecipado sobre as consequências
ambientais dos projectos;
 Garantir a adopção de decisões ambientalmente sustentáveis, através
da selecção das alternativas mais adequadas em cada caso;
 Assegurar a adopção de medidas tendentes a diminuir, evitar, e ou
compensar os impactos negativos, ou até mesmo a potenciar os
impactos positivos dos projectos.

Segundo Serra e Cunha (2008), A finalidade essencial de AIA é procurar a


compatibilização óptima entre tais direitos, sem perder sem perde a noção de
desenvolvimento sustentável.

22
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Por outro lado, a Avaliação do Impacto Ambiental é um instrumento de


carácter participativo uma vez que garante ou permite a participação do
público no processo de tomada de decisão.

Sumário

Nesta unidade temática descrevemos objectivos, princípios e finalidade do


processo de avaliação de impacto ambiental. O objectivo da Avaliação de
Impacto Ambiental é identificar os impactos ambientais causados pelo
empreendimento sobre os meios físico, biótico e socioeconómico, enquanto
sua a finalidade da avaliação de impacto ambiental é considerar os impactos
antes de se tomar qualquer decisão que possa acarretar significativa
degradação da qualidade do meio ambiente.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. A Avaliação do Impacto Ambiental é portanto um instrumento de carácter


preventivo, uma vez que permite:
A. Obter um conhecimento antecipado sobre as consequências ambientais
dos projectos
B. Optimizar os benefícios, aprimorando a eficiência das soluções
C. Incorporar todos impactos e não se importar dos impactos negativos
porque o projecto vai gerar riqueza.
D. Todas opções esta correctas.

2. Segundo Sánchez (2006), a finalidade da avaliação de impacto ambiental é


não considerar os impactos e tomar qualquer decisão que possa gerar riqueza
ou benefícios.

3. O princípio de Rigor - o processo deve aplicar as melhores metodologias e


técnicas científicas praticáveis e adequadas ao tratamento dos problemas em
causa.

4. O objectivo da AIA é duplo: minimizar ou evitar impactos ambientais


adversos antes da sua ocorrência e incorporar aspectos ambientais no
processo de tomada de decisão.

5. Directriz Útil - o processo deve informar a decisão e resultar em níveis


adequados de protecção ambiental e de bem-estar da comunidade.

Chaves de Respostas: 1-A; 2-(F); 3-(V); 4-(V); 5-(V)

23
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. Os princípios ambientais podem ser classificados, com base no critério da


extensão de seu campo de aplicação. Esses princípios podem ser:
A. Princípios económicos e Princípios Operacionais
B. Princípios Básicos e Princípios Operacionais
C. Princípios Básicos e Princípios Ergométricos
D. Todas alternativas estão correctas.

2. O objectivo do Processo de AIA é:


A. Prever a significância dos impactos do projecto sobre o ambiente físico,
biológico e socioeconómico e identificar medidas para minimizar os
impactos negativos e maximizar os impactos positivos.
B. Esperar que a significância dos impactos negativos de um projecto, não
interessa desde que haja os positivos.
C. Incorporar todos impactos e não se importar dos impactos negativos
porque o projecto vai gerar riqueza.
D. Todas as alternativas estão correctas.

3. O objectivo da Avaliação de Impacto Ambiental é identificar os impactos


ambientais causados pelo empreendimento sobre os meios físicos, biótico e
socioeconómico.

4. Finalidade da avaliação de impacto ambiental é considerar os impactos


antes de se tomar qualquer decisão que possa acarretar significativa
degradação da qualidade do meio ambiente.

5. Faça a Correspondência da tabela:

I. O princípio 17 da declaração da a) Os impactos socioeconómicos


Rio 92 e de saúde
b) AIA deve ser realizada para
todas as actividades susceptíveis
II. Originalmente a AIA enfatizava
de causar impactos adversos ao
meio ambiente
III. No final da década de 70 e c) Os impactos ecológicos, físicos
início da década de 80 a AIA e químicos de projectos
expandiu-se passando a abranger individuais

Chaves de Respostas: 1-B; 2-(V); 3-(V); 4-(V); 5-I. b) – II. C) – III. a)

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

UNIDADE Temática 1.3. Etapas do processo de AIA.

Introdução

Em geral, existem várias maneiras para elaborar um Estudo de Impacto


Ambiental (EIA). A escolha da forma a ser apresentada neste item recaiu, em
parte, sobre o modelo proposto pela UNEP (“United Nations Environment
Programme”) (2000, p. 1-11). Este modelo reúne a experiência dos países
desenvolvidos através da participação de renomados cientistas no “United
Working Group on Environmental Impact Assessment”.
No modelo Moçambicano, as fases para processo de AIA são dentre elas:
concepção da proposta, pré-avaliação, definição de âmbito e participação
pública. Em diante podemos descrever as fases.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Identificar as etapas do processo da Avaliação de Impacto Ambiental;

Objectivos  Descrever o modelo moçambicano do processo de AIA.

específicos

Principais Etapas do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental

Segundo Sánchez (2008), pode-se dividir os processos de AIA em três etapas,


cada uma delas agrupando diferentes actividades:
a) Etapa inicial: determina-se a necessidade de avaliação detalhada dos
impactos ambientais de uma futura acção; em caso positivo, define-se o
alcance e a profundidade dos estudos necessários.
b) Etapa de análise detalhada: aplicada somente nos casos de actividades que
tenham o potencial de causar impactos significativos.
c) Etapa pós-aprovação no caso de a decisão ter sido favorável à implantação
do empreendimento: aplicação das medidas de gestão preconizadas no
estudo de impacto ambiental e do monitoramento dos impactos reais
causados pela actividade.
Abaixo apresentamos o Modelo Brasileiro das principais fases do processo de
avaliação de impacto ambiental.

25
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 1: Resumo de processo de Avaliação de Impacto Ambiental.

A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) tem sido operada normalmente em


três fases: identificação dos impactos, predição e avaliação. A identificação
dos impactos apresenta como principais dificuldades: aquelas inerentes à
delimitação espaço temporal dos impactos, o que exige ampla análise de toda
uma possível gama de interacções e a dificuldade em estabelecer um padrão
de mensuração comum. A fase de predição dos impactos envolve também
limitações instrumentais, principalmente aquelas relativas a comportamento
de ecossistemas complexo. E, por fim, a avaliação dos impactos considerada a
mais crítica do processo, por atribuir parâmetros de importância e
significância, que envolve uma valoração subjectiva ou normativa (LA ROVERE,
2001).

Modelo Moçambicano das Fases do Processo de AIA

De acordo com o Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro, no seu artigo 4 as fases


do processo de AIA para projectos que exige a sua realização são organizado
em ordem:
1. Concepção da proposta do projecto;
2. Pré- avaliação da proposta;
3. Definiçãoo de âmbito;
4. Se a proposta prevê o EIA ou EAS;
26
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

5. Relatório de EIA ou EAS;


6. Revisão de Relatório;
7. Decisão;
8. Participação Pública;
9. Monitorização e Auditoria.
O mesmo artigo 4 no seu nr 2 disse que os projectos de categoria C, estão
isentos de definição de âmbito do EIA e EAS.

Figura 3. Diagrama do Processo de AIA em Moçambique

Fonte: ERM, 2016.

Estas fases reflectem o que é considerado de maneira geral nos estudos de


impacto ambiental em projectos de grande porte. Porém deveria ser notado

27
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

que há outros elementos que podem ser incluídos, entre os quais: participação
de órgãos do governo e agências que são partes integrantes do processo;
previsão de melhorias contínuas, durante as diversas fases de implantação do
empreendimento; e outros.

a) Pré-Avaliação do Processo de AIA (Instrução Do Processo)


Todos os projectos devem ser avaliados de modo a determinar, o respectivo
quadro processual de avaliação ambiental. O Artigo 4 do Regulamento sobre
o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (54/2015 de 31 de Dezembro)
e os Anexos associados, respectivamente os números I, II, III e IV, definem este
processo.
O processo de selecção preliminar envolve a submissão de um relatório de
identificação (Instrução do Processo), em conjunto com um formulário de
informação ambiental (Ficha de Informação Ambiental Preliminar) ao
Ministério da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER),
especificamente à Direcção Provincial da Terra Ambiente e Desenvolvimento
Rural (DPTADR) da área de desenvolvimento do projecto. Com base no
conteúdo dos formulários submetidos, as autoridades ambientais emitem
uma recomendação sobre o processo de avaliação ambiental a ser adoptado.

b) Revisão
O objectivo do processo de revisão é verificar a qualidade do relatório e avaliar
a aceitabilidade (grau de aceitação) da proposta do projecto (UNEP, 2000, p.9-
1). O processo de revisão deverá inicialmente verificar se o relatório está
conforme o escopo elaborado.

c) Tomada de decisão
A tomada de decisão que este item se refere é a decisão interna do
empreendedor de prosseguir com o Processo de Avaliação de Impacto
Ambiental, entregando o Estudo de Impacto Ambiental para análise do órgão
de meio ambiente, responsável pelo licenciamento ambiental do
empreendimento, e marcação da audiência pública para sua apresentação e
discussão.

28
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Os tomadores de decisão deverão entender os conceitos e objectivos do


Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (MORGAN, 1998, p. 48), deverão
conhecer como o Estudo de Impacto Ambiental é utilizado em organizações e
projectos similares em outras partes do mundo, as necessidades da Política de
Meio Ambiente prescritas pela organização, convenções e legislações, como
os conceitos de meio ambiente e desenvolvimento sustentável estão sendo
implementados dentro da organização responsável pela proposta do projecto,
as implicações dos procedimentos do Estudo de Impacto Ambiental para a
tomada de decisão e as implicações políticas, legais e de gestão pública
associada ao meio ambiente.
A decisão que poderá ser definida pelos tomadores de decisão, após a análise
do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), poderá ser uma das abaixo
discriminadas:
 Projecto aprovado;
 Projecto aprovado com restrições;
 Maiores investigações sobre problemas específicos a serem realizadas
antes da aprovação do projecto ou exigência de documento suplementar
caso houver problemas significantes relacionados com o Estudo de
Impacto Ambiental (EIA/RIMA) original e
 Projecto rejeitado.
d) Processo de Participação Pública
O Processo de Participação Pública (PPP) é um requisito regulamentar,
estabelecido no Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto
Ambiental (Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro) e na Directiva Geral do
Processo de Participação Pública (Diploma 130/2006 de 19 de Junho).
O princípio fundamental do PPP é assegurar que os pontos de vista das partes
interessadas (ver Caixa 3.1 para definição) são considerados na determinação
dos TdR do EIA e são reportados através do processo de AIA. O objectivo da
participação pública é, assim, assegurar que a avaliação seja robusta,
transparente e que considere as diversas questões e percepções, num nível
apropriado de detalhe.
Partes interessadas incluem aqueles indivíduos, grupos ou organizações, que
poderiam ser directamente afectados pelo projecto proposto (projecto-
pessoas afectadas) e aqueles indivíduos ou organizações, que embora não

29
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

sejam directamente afectados pelo projecto proposto, representam os


afectados ou têm o dever de regulamentar, têm um interesse, influência ou
envolvimento secundário no projecto proposto (partes interessadas
secundárias).

AIA e a Plano de Gestão Ambiental

A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) pode ser considerada o processo de


avaliação dos impactos ecológicos, económicos e sociais que podem advir da
implantação de actividades antrópicas e de monitoramento e controle desses
efeitos pelo poder público e pela sociedade (BRASIL, 2006). De acordo com
Nitz e Holland (2000), o objectivo da avaliação de impacto ambiental é
assegurar a realização de gestão ambiental efectiva dos projectos de
desenvolvimento. Para tanto, devem ser previstas no processo de
licenciamento ambiental, ferramentas de gestão capazes de garantir que as
medidas mitigadoras e compensatórias previstas na fase de aprovação da
viabilidade ambiental do projecto, sejam efectivamente implementadas
durante a implantação e operação do empreendimento.
A prática tem mostrado que, o alto investimento e o grande número de
trabalhadores envolvidos na execução e operação dos empreendimentos
licenciados com AIA , para se ter a eficácia pretendida, é necessário que tais
medidas venham compor Programas Ambientais.
Um Plano de Gestão Ambiental (PGA) robusto será desenvolvido para as fases
de construção, operação e desactivação do projecto, de forma a implementar
eficazmente as medidas de mitigação identificadas durante o EIA. O PGA será
desenvolvido em conformidade com o Artigo 15 do Regulamento sobre o
Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto 54/2015 de 31 de
Dezembro), estabelecendo, entre outros, a responsabilidades na gestão e
monitoria ambiental do projecto.

Sumário

Nesta unidade temática tratamos sobre principais etapas do processo de


avaliação de impacto ambiental no Mundo e em particular no ponorama
Moçambicano e apresentamos uma descriçao sumaria sobre avaliação de
impacto ambiental em relação a plano de Gestão ambiental.

30
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

UNIDADE Temática 1.4. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das Unidades deste Tema.

1. As Principais etapas do processo de Avaliação de Impacto Ambiental são:


A. Etapa de análise detalhada e Etapa pós-aprovação.
B. Etapa inicial, diagnóstico ambiental e Etapa pós-aprovação.
C. Diagnóstico ambiental, Termo de referência e Escopo.
D. Etapa inicial, Etapa de análise detalhada e Etapa pós-aprovação.

2. Apresentação de proposta do projecto se encontro em:


A. Etapa inicial B. Analise técnica
C. Analise detalhada D. Determinação de Escopo de estudo.

3. No processo de AIA, a aprovação ou não do projecto será dada pelo órgão


ambiental competente no caso de Moçambique é a MICOA e não pela equipe
de profissionais responsável pela realização do Estudo de impacto ambiental.

4. O papel e a importância da AIA foram formalmente reconhecidos na


Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
realizado em:
A. 2012 Rio de Janeiro B. 2002 em Copenhanga
C. 1992 no Rio de Janeiro D. 1995 na Africa do Sul.

5. O comprometimento dos países africanos ao princípio 17 da Rio-92 foi


reafirmado na conferência de:

A. Durban, África do Sul em Junho de 1995. B. Rio de Janeiro em 2012


C. 2002 em Copenhanga D. 1992 no Rio de Janeiro

6. Os princípios ambientais podem ser classificados, com base no critério da


extensão de seu campo de aplicação. Esses princípios podem ser:
A. Princípios económicos e Princípios Operacionais
B. Princípios Básicos e Princípios Operacionais
C. Princípios Básicos e Princípios Ergométricos
D. Todas alternativas estão correctas.

7. O objectivo do Processo de AIA é:


A. Prever a significância dos impactos do projecto sobre o ambiente físico,
biológico e socioeconómico e identificar medidas para minimizar os impactos
negativos e maximizar os impactos positivos.
B. Esperar que a significância dos impactos negativos de um projecto, não
interessa desde que haja os positivos.
C. Incorporar todos impactos e não se importar dos impactos negativos
porque o projecto vai gerar riqueza.

31
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

D. Todas as alternativas estão correctas.

8. Apresentação de proposta do projecto se encontro na Etapa inicial (A)

9. O PGA será desenvolvido em conformidade com o Artigo 15 do


Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental de:
A. Decreto 42/2008 de 19 de Setembro
B. Decreto 45/2004 de 29 de Setembro
C. Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro
D. Todas opções estão correctas.

10. Faca correspondência entre coluna A e B

Coluna A Coluna B
a) AIA deve ser realizada para todas
I. O princípio 17 da as actividades susceptíveis de causar
declaração da Rio 92 impactos adversos ao meio
ambiente
II. Originalmente a AIA b) Os impactos ecológicos, físicos e
enfatizava químicos de projectos individuais
III. No final da década de 70
e início da década de 80 a c) Os impactos socioeconómicos e de
AIA expandiu-se passando a saúde
abranger

Chaves de Respostas: 1-D; 2-A; 3- (V); 4-C; 5-A; 6-B; 7-A; 8-A; 9-C; 10- I. a) II.
b) III. c)

32
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

TEMA – II: O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA).

UNIDADE Temática 2.1. Conceito; Objectivos e Empreendimentos


Sujeitos a EIA.
UNIDADE Temática 2.2. Tipos de Impactos Ambientais e sua Classificação.
UNIDADE Temática 2.3. Termo de Referência e Diagnóstico Ambiental.
UNIDADE Temática 2.4. Levantamento de Aspectos e Impactos.
UNIDADE Temática 2.5. Análise das legislações Pertinentes para o
Estudo do Impacto Ambiental.
UNIDADE Temática 2.5. Exercícios Integrados das Unidades deste Tema

UNIDADE Temática 2.1. Conceito; Objectivos e Empreendimentos Sujeitos a EIA.

Introdução

O estudo de impacto ambiental (EIA) é o exame necessário para o


licenciamento de empreendimentos com significativo impacto ambiental. É
exigido pelos órgãos competentes em atendimento ao estabelecido na
legislação vigente de cada País ou Nação, no caso de Moçambique o órgão
competente é a MICOA.
Uma das etapas cruciais do processo de AIA é o estudo de impacto ambiental,
pois nele se faz as análises dos impactos identificados e dos que poderão surgir
com a implantação dos projectos, norteando as decisões principais com
relação às acções de mitigação ou compensação dos impactos.
Portanto, não existe Estudo de Impacto Ambiental sem Relatório de Impacto
Ambiente, já que há obrigatoriedade de publicidade do estudo. O Estudo de
Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório não pode ser elaborado por uma
só pessoa e sim por uma equipe e de forma alguma qualquer integrante dessa
equipe pode estar ligada ao proponente do projecto, sob pena de viciar os
resultados. A proibição visa resguardar de forma mais ampla e irrestrita a
liberdade da equipe. O EIA deve ser elaborado por equipa multidisciplinar e
contemplará todas as alternativas tecnológicas e de localização de projecto,
confrontando-as com a hipótese de sua não execução, a identificação e
avaliação sistemática dos impactos ambientais gerados nas fases de
implantação e operação e a definição dos limites da área geográfica a ser

33
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

directa ou indirectamente afectada pelos impactos, denominada área de


influência do projecto.
Qualquer estudo ambiental deve contar com profissionais de disciplinas
relacionadas tanto as ciências naturais quanto as humanas. No entanto, não
basta apenas o envolvimento de profissionais de varias áreas de
conhecimento, é necessário a promoção da interdisciplinaridade, ou seja, a
organização num esforço comum, em torno de um problema comum, para
produzir um resultado que é a síntese das interacções das constatações das
diferentes disciplinas e não apenas a justaposição de trabalhos individuais.
A função da equipe multidisciplinar é fornecer as bases técnicas – científicas
para o estabelecimento de compromissos políticos e institucionais em relação
as conclusões do estudo ambiental, pelo qual é tecnicamente responsável.

Em um estudo ambiental, a equipe básica deve contar com profissionais das


áreas do meio físico (Geologia, Solos, Clima, Geomorfologia, Hidrologia), do
meio biológico (fauna e flora) e das ciências humanas (sociologia e economia).

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer a importância do Estudo de Impacto Ambiental;


 Conceituar o Estudo de Impacto Ambiental;
 Descrever os Objectivos do Estudo de Impacto Ambiental;
Objectivos
específicos  Conhecer os projectos sujeitos ao Estudo de Impacto Ambiental..

Conceitos

Segundo Milaré (2005) o Estudo de Impacto Ambiental, como modalidade de


Avaliação de Impacto Ambiental é considerado actualmente como um dos
mais notáveis instrumentos de compatibilização de desenvolvimento
económico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente, tendo
em vista a sua obrigatoriedade em ser elaborado antes da instalação da
actividade potencialmente causadora de significativa degradação. O Estudo de
Impacto Ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio
Ambiente utilizados para identificar, prevenir e compensar alterações
ambientais prejudiciais produzidas por empreendimentos ou acções com
significativo impacto ambiental Moura

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

(2006, p. 10). O estudo de impacto ambiental pressupõe o controlo preventivo


de danos ambientais. Uma vez constatado o perigo ao meio ambiente, deve-
se ponderar sobre os meios de evitar ou minimizar o prejuízo.
Na ideia do Beijamim (2010), O Estudo de Impacto Ambiental é “um estudo de
prováveis modificações nas diversas características socioeconómicas e
biofísicas do meio ambiente que podem resultar de um projecto proposto.
Resumindo, o Estudo de Impacto Ambiental, diz respeito então às actividades
científicas e técnicas: diagnóstico ambiental, identificação, previsão e
medição, interpretação e valoração, definição de medidas de minimização e
programas de monitorização.

Objectivos do Estudo de Impacto Ambiental

O Estudo Impacto Ambiental (EIA) é detalhado, com linguagem técnica,


portanto mais complexo.
Dado o seu papel de instrumento preventivo de danos, sendo que para
cumprir sua missão o EIA deve ser elaborado antes da decisão administrativa
de concessão da licença ou de implementação de planos, programas e
projectos com efeitos ambientais no meio considerado. Os objectivos do EIA
podem ser descritos em 6 aspectos; nomeadamente:
1. Proteger o ambiente para as futuras gerações;
2. Garantir a saúde, a segurança e a produtividade do meio-ambiente,
assim como seus aspectos estéticos e culturais;
3. Afiançar a maior amplitude possível de usos, benefícios dos ambientes
não degradados, sem riscos ou outras consequências indesejáveis;
4. Preservar importantes aspectos históricos, culturais e naturais de
nossa herança nacional; manter a diversidade ambiental;
5. Garantir a qualidade dos recursos renováveis; introduzir a reciclagem
dos recursos não renováveis;
6. Permitir uma ponderação entre os benefícios de um projecto e seus
custos ambientais, normalmente não computados nos seus custos
económicos.
Segundo Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro, o EIA rege-se pelos termos de
referência aprovado pela Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental e
pelas Directivas Gerais e especificas para a Elaboração, emitidas pela entidade

35
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

que superintende área do Ambiente e pelos sectores de tutela da actividade,


devendo o relatório resultante deste estudo conter no mínimo: (Artigo 11 do
Decreto 54/2015 nas alíneas a) até r).

Empreendimentos Sujeitos a Estudo de Impacto Ambiental

Segundo a IAIA (2009), a AIA consiste em um “processo de identificação,


previsão, avaliação e mitigação dos efeitos relevantes - biofísicos, sociais e
outros - de propostas de desenvolvimento antes de decisões fundamentais
serem tomadas e de compromissos serem assumidos”. Os efeitos relevantes
referidos estão relacionados à palavra “ambiental” da AIA, que possuía,
inicialmente, foco puramente biofísico e actualmente, possui viés sistémico,
incluindo componentes físicos, químicos, biológicos, culturais e
socioeconómicos relacionados à actividade-alvo da avaliação.
Sánchez (2008) afirma que “nos casos de empreendimentos que tenham o
potencial de causar degradação significativa, sempre deverá ser exigido o
estudo de impacto ambiental”. Em Moçambique, o regulamento sobre o
processo de AIA (Decreto n° 45/2004) dispõe sobre as actividades sujeitas á
realização de AIA. As actividades que se enquadram na categoria A necessitam
de EIA completo. Os principais empreendimentos sujeitos à exigência de
estudo e respectivo relatório de impacto ambiental conforme previsto no
Decreto n° 45/2004 são:
 Empreendimentos turísticos fora de zonas urbanas ou em zonas sem
planos de ordenamento territorial - com capacidade igual ou superior
a 150 camas ou área igual ou superior a 10 ha;
 Pontes ferroviárias e rodoviárias de mais de 100 m de extensão;
 Sucatas com mais de 5 ha;
 Introdução de novas culturas e espécies exóticas;
 Fabrico de pesticidas;
 Estradas de rodagem;
 Portos e terminais de minério;
 Aeroportos;
 Oleodutos, gasodutos;
 Linhas de transmissão;
 Barragem hidroeléctricas;

36
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

 Complexos Industriais,
 Etc.
As actividades inseridas na categoria B diferem das da categoria A
principalmente pela escala dos impactos. São em geral actividades que não
afectam significativamente populações humanas em áreas ambientalmente
sensíveis. Os impactos resultantes destas actividades permitem uma definição
e aplicação de medidas de mitigação, relativamente fácil, pelo que somente
requer um EIA simplificado.
Na categoria C inserem-se as actividades em que os impactos negativos são
negligenciáveis, insignificantes, mínimos ou mesmo inexistentes. Entre outras
citam-se:
 Actividades de assistência técnica automóvel;
 Indústria panificadora;
 Armazenamento, tratamento, transporte e deposição de lixos
hospitalares de centros e postos de saúde e clínicas privadas;
 Etc.
Todas as actividades susceptíveis de causar impactos sobre o ambiente, que
não constem em nenhuma das categorias, deverão na mesma ser objecto de
uma pré-avaliação a ser efectuada pelo MITADER.

Sumário

Nesta unidade temática tratamos sobre objectivos do estudo de impacto


ambiental e descrivemos de forma sumaria sobre emprendimentos sujeitos
de avaliação de impacto em Moçambique.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O Estudo de Impacto Ambiental é:


A. Um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente utilizados
para identificar, prevenir e compensar alterações ambientais prejudiciais
produzidas por ou acções com significativo impacto ambiental.
B. São as alteração do meio físico, biótico e antrópico e consequências
positivas e negativas, desde a origem dos projectos.
C. Qualquer modificação no meio ambiente, adversa ou benéfica, que
resulte, no todo ou em partes, dos aspectos ambientais da organização
D. Todas aletrnativas estao correctas.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

2. Estudo de Impacto Ambiental analisa apenas os impactos negativos ao meio


ambiente, e os impactos positivos devem ser analisados depois que a obra for
realizada.

3. O Estudo de Impacto Ambiental, diz respeito então às actividades científicas


e técnicas: diagnóstico ambiental, identificação, previsão e medição,
interpretação e valoração. Um dos objectivos do EIA é:
A. Avaliar apenas os benefícios e deixar os prejuízos.
B. Procurar ganhos num determinado projectos.
C. Todas alternativas estão erradas.
D. Proteger o ambiente para as futuras gerações.
4. Nos casos de empreendimentos que tenham o potencial de causar
degradação significativa do meio ambiente, sempre deverá ser exigido:
A. Estudo de Simplificado
B. O estudo de impacto ambiental completo
C. Relatorio de Controlo Ambiental
D. Todas alternativas.
5. O regulamento sobre o processo de AIA (Decreto n° 45/2004) dispõe sobre
as actividades sujeitas á realização de AIA, essas actividades estão divididas
em categorias, sendo:
A. Categoria C B. Categoria B
C. Categoria A D. Categoria A, B e C.

Chaves de Respostas: 1-A; 2-(V); 3- D; 4-B; 5-C

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. As actividades inseridas na categoria B diferem das da categoria A


principalmente pela:
A. Escala dos impactos B. escala dos aspectos
C. impactos negativos são negligenciáveis D. Todas alternativas.

2. Na categoria C inserem-se as actividades em que os impactos negativos são


negligenciáveis, insignificantes, mínimos ou mesmo inexistentes. Uma delas
pode ser:
A. Indústria Petroquimico
B. Indústria panificadora
C. Indústria pestecidas e herbecidas
D. Indústria de produção de alumínio.

3. Todas as actividades susceptíveis de causar impactos sobre o ambiente, que


não constem em nenhuma das categorias, deverão ser ignorado pelo
MITADER.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

4. O Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório não pode ser


elaborado por uma só pessoa e sim por uma equipe e de forma alguma
qualquer integrante dessa equipe pode estar ligada ao proponente do
projecto, sob pena de viciar os resultados.

5. Faça correspondência das categorias das obras sujeitos a EIA


Categorias Exemplos
a) Actividades de assistência técnica automóvel e
I. Categoria A
Indústria panificadora;
b) Não afectam significativamente populações
II. Categoria B
humanas em áreas ambientalmente sensíveis
III. Categoria C c) Fabrico de pesticidas e Barragem hidroeléctricas

Chaves de Respostas: 1-A; 2-B; 3- (F).; 4-(V).; 5-I. c) II. b) III. a)

UNIDADE Temática 2.2. Tipos de Impactos Ambientais e sua Classificação.

Introdução

Os impactos ambientais são as consequências das acções do empreendedor,


como a alteração do meio físico (ar, água, terra e solo), biótico (fauna e flora)
e antrópico/ socioeconómico (seres humanos, trabalho, cultura, saúde,
educação, transporte, habitação, emprego e renda), consequências positivas
e negativas, desde a origem dos projectos. Nesta unidade temática
apresentaremos o conceito e tipos de Impacto Ambiental.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Definir o Conceito Impacto Ambiental;


 Conhecer o critério para estudo de impacto ambiental de um projecto;

Objectivos  Classificar os tipos de impactos ambientais.


 Conhecer os exemplos de cada tipo de impacto ambiental referido neste manual.
específicos

Quanto aos impactos ambientais, Seiffert (2011) salienta como sendo


“qualquer modificação no meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte,
no todo ou em partes, dos aspectos ambientais da organização”.
Segundo Simonetti (2010), impacto ambiental é a variação de um parâmetro
no ambiente, em função da acção humana. Se os impactos ambientais são
alterações do meio ambiente provocado por acção humana, pode-se dizer que
impacto ambiental é a causa da geração de

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

determinado poluente, ou interferência, provocada pelo homem nos


ecossistemas através das suas actividades. Os impactos ambientais é definido
como a alteração no meio ambiente ou em algum de seus componentes por
determinada acção ou actividade humana. Podem ser alterações grandes ou
pequenas, positivos ou positivos. Também deve ser entendido como um
desequilíbrio resultante da acção do homem durante toda sua história.
Os impactos ambientais, quanto à natureza, podem ser classificados, em:
Físicos – impactos físicos são efeitos ambientais causados sobre o Ar, a Água
e o Solo. Por esse motivo, são normais e necessárias análises e avaliações da
região do empreendimento de ordem climática, meteorológica,
geomorfológica, assim como sobre a qualidade da água dos corpos hídricos
afectáveis, do ar e do solo.

Biológicos – impactos biológicos, por sua vez, são efeitos ambientais causados
sobre a Flora e a Fauna. Assim sendo, são realizadas análises e avaliações da
região do empreendimento segundo as ordens limnológica, vegetacional,
florística, botânica e faunística.

Antrópicos – os impactos antrópicos também denominados por impactos


socioeconómicos e culturais. O factor ambiental afectado é o Ser humano e as
análises e avaliações são realizadas através de todas as suas manifestações
demográficas, sociais, económicas, antropológicas, arqueológicas, infra-
estruturais, culturais e legais, dentre outras.

Portanto, fenómenos naturais, como: tempestades, enchentes, incêndios


florestais por causa natural, terremotos e outros, apesar de poderem provocar
as alterações de grande magnitude, não se caracterizam como impacto
ambiental. Uma vez que o conceito de impacto ambiental referencia como
resultado as alterações provocadas pelas acções humanas.
Abaixo mostra-se alguns exemplos de impacto ambiental provocada pela
acção humana (desmatamento) e outro impacto provocado pela acção da
natureza (Tsunami), que talvez as acções do homem tenham contribuído de
forma indirectamente, mas na classificação de alguns autores consideram que
esse tipo de impacto não ser considerado impacto ambiental, apesar do seu
magnitude ser extremamente grande.

40
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 2: Desmatamento – exemplo de impacto ambiental causado pela acção


humana
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_xXlLiJ2wKx4/TKeeQuztQtI/AAAAAAAAAnk/xiCpU
SBR-Y/s1600/desmatamento_amazonia.jpg

Figura 3: Tsunami no Japão em Março de 2011 – exemplo de impacto ambiental


causado por fenómeno natural
Fonte: http://ntil.com.br/alex2/wp-content/uploads/2011/03/compila%C3%A7%
C3%A3o-de-fotos-do-tsunami-no-jap%C3%A3o-28.jpg

41
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Classificação Qualitativa de Impactos Ambientais

Os impactos ambientais podem ser classificados qualitativamente segundo


seis critérios: valor, ordem, espaço, tempo, dinâmica e plástica:

a. Categoria do impacto ou Critério de valor


Na metodologia utilizada pela CEPEMAR (2010), o atributo categoria do
impacto considera a sua classificação em negativo (adverso) ou positivo
(benéfico).

Impacto positivo, ou benéfico - quando uma acção resulta na melhoria da


qualidade de um factor ou parâmetro ambiental; (Exemplo: deslocamento de
uma população residente em palafitas para uma nova área adequadamente
localizada e urbanizada ou Aumento da produção agrícola em áreas irrigadas).
Impacto negativo, ou adverso – quando a acção resulta em um dano à
qualidade de um factor ou parâmetro ambiental. Os impactos negativos,
geralmente, são mais associados ao meio físico e biótico, mas também podem
se apresentar relevantes no meio antrópico. No caso do meio físico, o impacto
sempre será a poluição das águas, do ar ou do solo. No meio biótico na fauna
e flora pela perda de biodiversidade e, no antrópico, redução de qualidade de
vida das pessoas. (Exemplo: de lançamento esgotos não tratados em um lago
ou rio ou a perda de matas, lagos e rios quando do enchimento do reservatório
para fins hidreléctricos);

b. Tipo de impacto ou Critério de ordem


Este atributo para classificação do impacto considera a consequência do
impacto ou de seus efeitos em relação ao empreendimento, podendo ser
classificado como directo ou indirecto. De modo geral, os impactos indirectos
são decorrentes de desdobramentos consequentes dos impactos directos
(CEPEMAR, 2010).

Impacto directo - quando resulta de uma simples relação de causa e efeito;


também chamado impacto primário ou de primeira ordem. (Exemplo: perda
de diversidade biológica pela derrubada de uma floresta ou Geração de ruídos
e poeira provocada por uso de maquinaria);

42
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 4: Maquinarias que podem impulsionar os impactos negativos e


directos

Fonte: Autor (2017)

Impacto indirecto - quando é uma reacção secundária em relação à acção, ou


quando é parte de uma cadeia de reacções; também chamado impacto
secundário, ou de enésima ordem (segunda, terceira, etc.), de acordo com sua
situação na cadeia de reacções. (Exemplo: formação de chuvas ácidas ou
Intensificação da caça e da pesca ou Alteração na qualidade das águas para o
consumo na agricultura). Veja a figura abaixo.
Figura 5: Alteração da qualidade das águas.

Os efeitos directos ou indirectos do projecto devem ser avaliados em relação


a diversos factores:
a) Os seres humanos, a fauna e flora;
b) O solo, as águas, o clima e a paisagem;
c) A interacção entre os itens a e b;
d) O património material e o acervo cultural.
Os impactos directos e indirectos formam o passivo ambiental. Passivo
ambiental são as obrigações que todas as empresas têm com a natureza e com
a sociedade, cujo objectivo é promover investimentos em benefícios ao meio
ambiente, visando compensar os impactos causados à mesma. Destes

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

impactos os mais comuns são os indirectos, devido ao facto de serem mais


facilmente ocultados.
Segundo Santos (2007), os impactos podem ser caracterizados de acordo com
um conjunto de outros critérios que estipulam uma ordem de grandeza ao seu
valor, tais como o estado evolutivo, a fonte, o sentido, a distribuição, a origem,
a extensão, o desencadeamento, a temporalidade, a duração, a
reversibilidade, a frequência, a acumulação e a sinergia. De acordo com a
autora, a reflexão sobre este conjunto de critérios permite definir as
propriedades maiores do impacto, ou seja, sua magnitude e importância.

a. Quanto à magnitude: de pequena, média ou grande intensidade


A magnitude e a importância constituem-se nos atributos principais dos
impactos ambientais, conforme Moreira (1985), que define:
Magnitude: representa a grandeza de um impacto ou a medida da mudança
de um valor de um ou mais parâmetros ambientais. (Exemplo: quantidade de
óleo a diesel lançado em um curso de água).
Magnitude ou intensidade
Este atributo, na metodologia utilizada, considera a intensidade com que o
impacto pode se manifestar, isto é, a intensidade com que as características
ambientais podem ser alteradas, adoptando-se uma escala nominal de fraco,
médio, forte ou variável (CEPEMAR, 2010). Na avaliação de Impacto
ambiental é essencial focar essencialmente os impactos mais significantes.
Importância: refere-se ao grau de significância de um impacto em relação ao
factor ambiental afectado. (Exemplo: contaminação de um curso de água que
abastece uma cidade ou vila).
Enquanto a Magnitude reflecte as dimensões, tamanho ou intensidade do
impacto, (Exemplo: redução da diversidade das espécies, na lagoa), a
Importância reflecte a relevância que tem essa alteração tanto em termos
ambientais e sociais.
Magnitude e importância constituem os pontos principais dos impactos
ambientais, uma vez que informam sobre a significância dos mesmos. A
magnitude é a grandeza de um impacto em termos absolutos, podendo ser
definida como a medida de alteração de um atributo ambiental, em termos
quantitativos ou qualitativos. A importância é a ponderação do grau de

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

significância de um impacto em relação ao factor ambiental afectado e a


outros impactos. Pode ocorrer que um certo impacto, embora de magnitude
elevada, não seja importante quando comparado com outros, no contexto de
uma dada avaliação de impacto ambiental.

b. Área de abrangência ou Critério de espaço


Definição criteriosa e bem delimitada das áreas de influência de um
determinado empreendimento permite a classificação da abrangência de um
impacto em local, regional ou estratégico, conforme estabelecido a seguir
(CEPEMAR, 2010):
Local: quando o impacto, ou seus efeitos, ocorrem ou se manifestam na área
directamente afectada pelo empreendimento ou na área de influência directa
definida para o empreendimento. (Exemplo: exposição de trabalhadores aos
produtos químicos tóxicos);
Regional: quando o impacto, ou seus efeitos, ocorrem ou se manifestam na
área de influência indirecta definida para o empreendimento. (Exemplo:
poluição de água por resíduos industriais, contaminação da água do mar na
costa, poluição da água devido à agricultura, poluição da água por estação de
tratamento de esgotos);
Estratégico: quando o impacto, ou seus efeitos, se manifestam em áreas que
extrapolam as Áreas de Influência definidas para o empreendimento, sem
contudo se apresentar como condicionante para ampliar tais áreas. (Exemplo:
implantação de projectos de irrigação em áreas como o de Chokwé província
de Gaza, fustigado pela seca).

c. Quanto à duração de Impacto ou Critério de tempo


Impacto a curto prazo (quando o impacto surge a curto prazo, que deve ser
definido).
Impacto a médio prazo - quando o efeito se manifesta depois de decorrido
um certo tempo após a acção. (Exemplo: a modificação do regime de rios e a
incidência de doenças respiratórias causadas pela inalação de poluentes por
períodos prolongados ou Aumento do ruído no ambiente quando são ligados
determinadas maquinarias);

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Impacto de Longo Prazo - Quando o efeito ou a modificação do parâmetro


ambiental ocorre depois de um certo tempo de realizada a acção. (Exemplo: A
erosão e a consequente desertificação de solos submetidos ao
desmatamentos);

d. Quando ao Critério de dinâmica ou Duração ou temporalidade


Este atributo de classificação/valoração de um impacto corresponde ao tempo
de duração do impacto na área em que se manifesta, variando como imediato,
temporário ou permanente. Adoptam-se os seguintes critérios para
classificação em temporário ou permanente (CEPEMAR, 2010):
Impacto imediato – quando o efeito surge no instante em que se dá a acção.
(Exemplo: mortandade de peixes devido ao lançamento de produtos tóxicos
no curso de água);

Temporário: Quando um impacto cessa a manifestação de seus efeitos em um


horizonte temporal definido ou conhecido. (Exemplo: os ruídos gerados na
fase de construção de um empreendimento ou vazamento de óleo no mar);

Impacto permanente - quando, uma vez executada a acção, os efeitos não


cessam de se manifestar, num horizonte temporal conhecido. (Exemplo:
destruição de uma floresta ou de um mangal ou Retenção de sólidos em
transporte nas barragens);

Impacto cíclico – quando o efeito se manifesta em intervalos de tempo


determinados (Exemplo: anoxia devido à estratificação da coluna da água no
Verão e re-aeração devido à mistura vertical no Inverno, num corpo hídrico
costeiro que recebe esgotos municipais);

h) Quanto à reversibilidade ou Critério de plástica


Segundo metodologia empregada pela CEPEMAR (2010), a classificação de um
impacto segundo este atributo considera as possibilidades de ele ser reversível
ou irreversível, para o que são utilizados os seguintes critérios:
Os impactos ambientais podem ser caracterizados ainda por sua
reversibilidade, de acordo com a possibilidade de o factor ambiental afectado
retornar às suas condições originais. Entre os impactos totalmente
irreversíveis e os reversíveis existem

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

infinitas gradações. A reversão de um factor ambiental às suas condições


anteriores pode ocorrer naturalmente ou como resultado de uma intervenção
do homem.

Reversível: Quando é possível reverter a tendência do impacto ou os efeitos


decorrentes das actividades do empreendimento, levando-se em conta a
aplicação de medidas para sua reparação (no caso de impacto negativo) ou
com a suspensão da actividade geradora do impacto. (Exemplo: poluição do
ar pela queima de pneus).
Irreversível: Quando mesmo com a suspensão da actividade geradora do
impacto não é possível reverter a sua tendência. (Exemplo: o assoreamento
de corpos de água, resultante do carreamento de materiais na actividade de
mineração).

Características cumulativas e sinérgicas

Machado (2012) comenta que os impactos deverão ser avaliados em suas


propriedades cumulativas e sinérgicas. Levando-se em conta os efeitos
sinérgicos advindos da execução de um projecto e/ou actividade, o EIA terá
que, em determinados casos, indicar medidas de alteração do sistema de
produção em outras obras e/ou actividades já existentes na área.
Macdonald (2000) afirma que a definição de impacto cumulativo é simples.
Um único automóvel é pouco provável que tenha causado um efeito
mensurável sobre a qualidade do ar mas o aumento no número de automóveis
aumenta a probabilidade de uma mudança detectável.
Cumulativas: ocorre quando determinadas substâncias químicas, como os
agro-tóxicos, se acumulam lentamente, por exemplo, nos vegetais e estes são
repassados aos consumidores através da cadeia trófica. Exemplo: Uso de DDT
como adubo para fertilizar vegetais e posteriormente podem ser consumido.

Quadro 1: Princípios de Avaliação de Impactos Ambientais Cumulativos


1 Impactos cumulativos são causados pela combinação das acções
passadas, presentes e com razoável probabilidade de ocorrer no
futuro.
2 Impactos cumulativos incluem impactos directos e indirectos, sobre um
dado recurso, ecossistema e comunidade humana, causados por todas

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

as acções desenvolvidas independentemente do seu agente (Publico


ou privado)
3 Impactos cumulativos devem ser analisados sob óptica de recurso,
ecossistema ou comunidade específica afectada.
4 É impraticável analisar os impactos cumulativos de uma acção sobre o
Universo, a lista dos impactos ambientais deve focalizar apenas os
realmente importantes.
5 Impactos cumulativos sobre um dado recurso, ecossistema ou
comunidade humana raramente estão circunscritos a fronteiras
políticas ou administrativas (não tem limites).
6 Impactos cumulativos podem resultar de acumulação de impactos
similares ou da interação sinérgica de diferentes impactos.
7 Impactos cumulativos podem durar muitos anos além da vida das
acções que causaram impactos.
8 Cada recurso, ecossistema ou comunidade afectada tem de ser
analisada quanto a sua capacidade de acomodar impactos adicionais,
que se baseia em seus próprios parâmentros de tempo e espaço.
Fonte: Autor (2017), a partir de Dias (2001)

Figura 6: Representação de impactos ambientais cumulativos

Projecto
Impacto A

Impacto
Projecto A
Impacto A

Fonte: Autor (2017) a partir de Hyder (1999)

Sinergismo ou sinergia: é o fenómeno químico no qual o efeito obtido pela


acção combinada de duas ou mais substâncias químicas é maior que a soma
dos efeitos individuais dessas mesmas substâncias. Deve-se considerar
também o que ou a quem os impactos de uma determinada actividade podem
abordar, isto é, à identificação das espécies, ecossistemas ou grupos sociais
que possam ser atingidos, tanto pelos impactos positivos, quanto pelos
negativos (Morato, 2008).
A reação entre impactos diferentes do mesmo projecto ou de projectos
diferentes que dá origem a outro impscto.

48
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 7: Representação de impactos ambientais sinérgico

Interacao

Impacto A

Projecto
Impacto
Impacto B C
Projecto

Fonte: Autor (2017) a partir de Hyder (1999

Quadro 2: Resumo de Classificação de impactos


Critério de classificação Tipo de impactos
Incidência Directo ou Indirecto
Sinal Positivo, Nulo, Negativo
Importância Muito significativo, pouco significativo, irrelevante.
Magnitude Máximo, moderado ou mínimo
Probabilidade Certo, provável ou incerto
Duração Imediato, Permanente ou temporário ou cíclico
Dimensão temporal Curto prazo, médio prazo ou longo prazo
Adjacente, local, regional, nacional, transfronteiriço,
Dimensão espacial
global
Reversibilidade Reversível (total ou parcialmente) ou irreversível
Fonte: Autor (2017).

Sumário

Nesta unidade temática abordamos sobre tipos de impacto ambiental e


classificamos e demos exemplos de impactos ambintais suas dimensões e
magnitude. Também ilustramos alguns exemplos praticos dos impactos.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Entende-se como Impacto ambiental:


A. É o processo de análise ambiental preliminar que tem como principal
objectivo a categorização da actividade.
B. É alteração no meio ambiente ou em algum de seus componentes por
determinada acção humana ou natural.
C. É na verdade, a tentativa de incorporação de medidas pró meio ambiente
na política social e económica.

49
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

D. Modo de desenvolvimento capaz de responder às necessidades do presente


sem comprometer a capacidade de crescimento das gerações futuras.

2. Os impactos ambientais, quanto à natureza, podem ser classificados, em:


A. Físicos, Biológicos e Antrópicos
B. Físicos, Quimicos e Antrópicos
C. Físicos, Biológicos e Quimicos
D. Todas opções estão erradas.

3. Impacto positivo, ou benéfico - quando uma acção resulta na melhoria da


qualidade de um factor ou parâmetro ambiental.

4. Sinergia é o fenómeno químico no qual o efeito obtido pela acção


combinada de duas ou mais substâncias químicas é maior que a soma dos
efeitos individuais dessas mesmas substâncias.

5. Os impactos ambientais podem ser caracterizados ainda por sua


irreversibilidade, de acordo com a possibilidade de o factor ambiental
afectado retornar às suas condições originais.

Chaves de Respostas: 1-B; 2-A; 3- (V); 4-(V) 5-(F)

Exercícios de AVALIAÇÃO
1. Constitui um os principais atributos dos impactos ambientais:
A. Reversibilidade e magnitude B. Reversibilidade e importância
C. Magnitude e importância D. Reversível e irreversível

2. Quanto a classificação da abrangência ou Critério de espaço, os


impactos podem ser:
A. local, regional ou estratégico B. local, regional ou Impacto imediato
C. Local, regional e permanente D. fraco, médio, forte ou variável

3. Temporário: Quando um impacto cessa a manifestação de seus efeitos em


um horizonte temporal definido ou conhecido.

4. Na lei do ambiente de Moçambique, os empreendimentos sujeitos a


Avaliação de Impacto Ambiental são de classe:
A. Classe B B. Classe A C. Classe C D. Todas Classes.

5. Faça a correspondência dos critérios de classificação e tipos de impactos


Duração Imediato, Permanente ou temporário ou cíclico
Dimensão Curto prazo, médio prazo ou longo prazo
temporal
Incidência Directo ou Indirecto

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Chaves de Respostas: 1-C; 2-A; 3- (V); 4-B; 5-LINEAR

UNIDADE Temática 2.3. Termo de Referência e Diagnóstico Ambiental

Introdução

O Termo de Referência é o instrumento norteador para a elaboração dos


estudos ambientais, tais como o EIA/RIMA, o Plano de Controle Ambiental, o
Relatório de Controlo Ambiental, o Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas, entre outros. Um ponto importante que Verdum (2006)
acrescenta à discussão é a elaboração de um bom ToR constitui uma etapa
essencial para o sucesso de elaboração do EIA/RIMA. Muitas vezes, os órgãos
ambientais elaboram os TR que dão maior prioridade aos elementos do meio
físico e biológico, em detrimento do meio socioeconómico.
O escopo identifica os assuntos mais prováveis a serem analisados durante a
elaboração dos estudos de impacto ambiental. De acordo com Jackson (1997,
p.55), o escopo não deve ter por objectivo apenas o Estudo de Impacto
Ambiental, mas deverá incluir uma descrição de todos os processos que
compõem o empreendimento.
O diagnóstico ambiental do empreendimento deve ser composto pela
completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interacções, tal
como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área antes da
implantação do empreendimento, considerando: o meio físico, o meio
biológico e os ecossistemas naturais, e o meio socioeconómico.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Verificar os conteúdos do Termo de Referência.


 Conhecer a importância do diagnóstico ambiental;

Objectivos  Identificar os elementos que são incorporados no diagnóstico.

específicos  Conhecer a importância de Termo de Referência.

Termo de Referência

O escopo (ou Termo de Referência) é o instrumento orientador para a


elaboração de qualquer tipo de Estudo de Impacto Ambiental. Segundo

51
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Morato (2008), o Termo de Referência - TR reúne informações sobre os


aspectos técnicos relacionados à elaboração e condução do EIA ou outro
estudo ambiental. Tem como finalidade especificar os elementos que devem
ser contemplados na elaboração dos estudos ambientais, evitando- -se, dessa
forma, dispêndio de tempo e recursos na obtenção de dados desnecessários.
O escopo identifica os temas mais prováveis a serem analisados durante a
elaboração dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA). O escopo não deve ter
por objectivo apenas o EIA, deve também incluir uma descrição de todos os
processos que compõem o empreendimento.
O resultado final da fase de escopo pode ser expresso em um documento
formal, com assuntos a serem discutidos, ou pode ser um documento mais
informal com uma estrutura de escopo a ser revisada pelo empreendedor.
A vantagem da fase de escopo é que se apresenta como uma oportunidade de
um canal aberto de diálogo entre os empreendedores e o público envolvido.
Estas discussões podem levar naturalmente a uma solução dos problemas
percebidos. As desvantagens são: a demora, o custo e o gasto com recursos
de força de trabalho e a necessidade da cooperação dos empreendedores.
A região próxima ao local definido para implantação do empreendimento deve
ser compartimentada em áreas de estudo. Estas áreas servem para identificar
a amplitude dos trabalhos de Avaliação de Impacto Ambiental, nos meios
físicos, biótico e socioeconómico. A delimitação das áreas de influência de um
determinado projecto é um dos requisitos legais para avaliação de impactos
ambientais, constituindo-se em factor de grande importância para o
direccionamento da colecta de dados voltada para o diagnóstico ambiental.
Nesta fase do processo, são utilizados os conceitos de:
1. Área de Influência Directa, como sendo aquele território onde as relações
sociais, económicas, culturais e os aspectos físico-biológicos sofrem os
impactos de maneira primária, tendo suas características alteradas, ou
seja, há uma relação directa de causa e efeito (CEPEMAR, 2010);
2. Área de Influência Indirecta, onde os impactos se fazem sentir de maneira
secundária ou indirecta e, de modo geral, com menor intensidade, em
relação ao anterior (CEPEMAR, 2010).
Para a elaboração do Termo de Referência é imprescindível a obediência à
legislação ambiental em vigor num Pais.

52
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

De acordo com o Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro no seu artigo 10


número 5 disse que:
Os Termos de Referências constituem um guião eu preside a elaboração de
EIA que deve conter o mínimo:
a) Descrição dos estudos especializados identificados como necessários
durante EPDA e efectivar durante o EIA, para o caso de actividades de
categoria A+ e A;
b) Metodologia de avaliação de serviços de ecossistema actualmente
providenciados;
c) Descrição das alternativas viáveis identificados e que devem ser
investigados no EIA;
d) Metodologia de investigação e avaliação dos impactos ambientais
nomeadamente os impactos nas Mudanças climáticas e na
biodiversidade, incluindo impactos residuais e socias na fase de
construção, operação e desactivação;
e) Requisitos de informação adicional necessária.

Diagnóstico Ambiental

Esta é uma das principais etapas do EIA. A legislação vigente determina que
seja realizado o diagnóstico ambiental da área de influência do projecto com
uma completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interacções,
tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental actual da área,
antes da implantação do projecto. Este diagnóstico servirá de base para a
identificação, previsão e análise de impactos, as medidas mitigadoras e o
plano de monitoramento, que são as quatro principais actividades a serem
desenvolvidas pelo EIA/RIMA. Para Sánchez (2006), o diagnóstico ambiental é
o que garante os subsídios necessários para a elaboração do EIA. Assim sendo,
esta parte do estudo é responsável por toda a caracterização do ambiente
antes da instalação do empreendimento, de tal maneira que os impactos
ambientais requeridos para essa área possam ser determinados, pelo menos
em parte, mediante sua leitura. Então, se pode concluir que um diagnóstico
ambiental ineficiente, com ausência de informações importantes, interferirá
de maneira substancial na avaliação de impactos ambientais.

53
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

O diagnóstico ambiental apresenta grande importância por


identificar as características do ambiente onde se pretende
avaliar os Impactos Ambientais e a avaliação correcta desses
impactos, quanto menos se sebe sobre o empreendimento
maior será sua probabilidade de causar impactos ambientais
significativos. (SANCHEZ, 2008, p. 225).

O diagnóstico ambiental consiste na identificação e análise integrada dos


elementos que compõem as áreas de influência directa e indirecta do
empreendimento ou seja, os estudos são elaborados para três áreas de
conhecimento: meio físico, meio biológico e meio socioeconómico, para cada
área é exigido que na fase de diagnóstico, sejam levantados os dados da área
de influência directa e indirectamente afectada. Portanto, este diagnóstico
devera caracterizar:

Quadro 3: Resumo dos parâmetros do diagnóstico ambiental


Áreas/Meios Parâmetros a ser Observados
Clima
Qualidade do Ar
Ruído e Vibração
Geologia e Recursos Minerais
Paleontologia
Meio Físico

Geomorfologia
Pedologia
Susceptibilidade a Processos de Dinâmica Superficial
Patrimônio Espeleológico
Recursos Hídricos Superficiais
Qualidade das Águas Superficiais
Recursos Hídricos Subterrâneos
Qualidade das Águas Subterrâneas
Áreas Contaminadas
Flora
Fauna Terrestre
Biótico

Biota Aquática
Uso e Ocupação do Solo
Zoneamento
Perfil Demográfico e Socioeconómico
Socioeconómico

Sistema Viário e Infraestruturas


Estrutura Produtiva e de Serviços
Equipamentos e Serviços Públicos
Patrimônio Cultural e Natural
Organização Social
Comunidades Tradicionais
Fonte: Autor (2017)

54
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Figura 8: Abordagem do meio físico nas etapas de elaboração de EIA/RIMA

Sumário

Nesta unidade temática abordamos sobre Termos de referência e diagnóstico


ambiental como elementos chave para a decisão no processo de avaliação de
impacto ambiental. O escopo identifica os assuntos mais prováveis a serem
analisados durante a elaboração dos estudos de impacto ambienta enquanto
o diagnóstico ambiental permite uma visão geral da área de estudo. Esta visão
geral é construída a partir das observações dos aspectos ambientais das
situações que podem ser modificadas com a implantação do
empreendimento.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Diagnóstico ambiental da área de influência do projecto completa


descrição e análise dos recursos ambientais e suas interacções, este
comtempla os meios:
A. Meio físico, meio químico e meio socio-económico.
B. Meio físico, meio biológico e meio químico.
C. Meio físico, meio biológico e meio socio-económico.
D. meio físico, meio biológico e meio físico-químico.

2. O diagnóstico ambiental consiste na identificação e análise integrada dos


elementos que compõem as áreas de influência directa e indirecta do
empreendimento.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

3. Para a elaboração do Termo de Referência é imprescindível a obediência


à legislação ambiental em vigor num Pais. Neste caso a norma que velam
esta área é:
A. Decreto nº54/2015 de 31 de Dezembro
B. Decreto nº 42/2008, de 4 de Novembro
C. Decreto n.º 25/2011 de 15 de Junho
D. Decreto n.º 11/2006, de 15 de Junho)

4. A vantagem da fase de escopo é que se apresenta como uma


oportunidade de um canal aberto de diálogo entre os empreendedores e
o público envolvido.

5. Os órgãos ambientais elaboram os TR que dão maior prioridade aos


elementos do meio físico e biológico, em detrimento do meio
socioeconómico.

Chaves de Respostas: 1-C; 2- (V); 3- A; 4-(V); 5-(V)

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. Para a realização de Estudo de Impacto Ambiental de um projecto com


impacto significativo sobre o meio ambiente, a priori é necessário:

A. apresentar a Matriz do Relatório de todos os riscos ambientais que poderão


advir na implementação do projecto ou empreitada.
B. Diagnóstico ambiental da área de influência do projecto completa descrição
e análise dos recursos ambientais e suas interacções antes da implantação do
projecto.
C. Deve apresentar as medidas de mitigação dos efeitos sobre o ambiente.
D. Todas as alternativas estão correctas.

2. As desvantagens de termo de referência são:


A. A demora, o custo e o gasto com recursos existentes
B. Somente o custo de recursos financeiros
C. Somente a demora na recolha de parâmetros para estudo
D. Todas opções estão correctas.

3. O diagnóstico ambiental apresenta grande importância por identificar as


características do ambiente onde se pretende avaliar os Impactos
Ambientais e a avaliação correcta desses impactos, quanto menos se sebe
sobre o empreendimento maior será sua probabilidade de causar
impactos ambientais significativos.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

4. O diagnóstico ambiental consiste na identificação e análise integrada


dos elementos que compõem as áreas de influência, essas áreas podem
ser:
A. Somente Directa do empreendimento
B. Somente Indirecta do empreendimento
C. Directa e indirecta do empreendimento
D. Todas alternativas estão correctas.

5. Faça a correspondência

Diagnóstico ambiental Caracterização do ambiente a ser estudado


Termo de Referência reúne informações sobre os aspectos técnicos
relacionados à elaboração e condução do EIA
Áreas com enfoque do Meio físico, meio biológico e meio
diagnóstico ambiental socioeconómico.

Chaves de Respostas: 1-B; 2-A; 3- (V); 4-C; 5-LINEAR

UNIDADE Temática 2.4. Levantamento de Aspectos e Impactos

Introdução

O levantamento dos aspectos e impactos ambientais de uma organização é a


base para implantação de um Sistema de Gestão Ambiental. Devem-se
identificar os aspectos ambientais e avaliá-los a fim de verificar quais são os
impactos que causam ao meio ambiente. É natural que os impactos
ambientais tenham surgido a partir da evolução humana, desde que o homem
começou a progredir em seu modo de vida, com o cultivo de alimentos e a
criação de animais, aumentando gradativamente os impactos gerados na
natureza, depois com a derrubada de árvores para construção de abrigo e
obtenção de lenha, tornando cada vez mais visíveis as alterações no meio
ambiente. As alterações na cadeia alimentar, mudanças climáticas e
diminuição da biodiversidade foram possivelmente alguns dos primeiros
impactos ocasionados pela acção do homem. A consequente criação das
cidades e a crescente ampliação das áreas urbanas têm contribuído para o
crescimento de impactos ambientais negativos. As alterações geradas
ocorrem por inúmeras causas, muitas denominadas naturais e outras oriundas
de intervenções antropológicas, consideradas não naturais (Mucelin e Bellini,
2008).

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

57
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

 Fazer um levantamento dos aspectos e impactos;


 Diferenciar os termos aspectos e impactos ambientais;
Objectivos
 Classificar as significâncias de um impacto ambiental.
específicos

Identificação dos Aspectos Ambientais

A identificação dos aspectos ambientais não necessita de uma avaliação


detalhada do ciclo de vida do produto, podem ser utilizados dados já
desenvolvidos para fins regulamentares ou outros fins. É necessário
proporcionar uma visão sistemática sobre os fluxos de energia e materiais
ligados às actividades desenvolvidas, inclusive sobre os riscos para pessoas e
para o meio ambiente, a fim de se identificar os aspectos ambientais
significativos da organização. Os dois conceitos, aspectos e impactos
ambientais, estão assim em uma relação de causa e efeito (DYLLICK, 2000).
Assim, pode-se concluir que impacto ambiental e aspecto ambiental possuem
pontos em comum, ambos estão relacionados aos mecanismos, ou melhor, as
pontes que estão entre as acções ambientais e os seus correspondentes, os
impactos.
Para Zobel e Burman (2004) relatam que para identificar os aspectos e os
impactos ambientais pode-se construir uma matriz para relacionar, desta
forma, também, será possível classificar e determinar sua significância. Para
determinar a significância dos impactos relacionados aos aspectos podem ser
consideradas algumas características. Tais como: incidência, abrangência,
probabilidade, frequência, severidade e detecção.
Severidade: refere-se ao tamanho do dano que o impacto ambiental causa ao
meio ambiente, não considerando apenas a área atingida, mas sim a gravidade
do dano. A Severidade é subdividido e em três categorias:
a) Baixa: se a mudança ambiental não compromete a vida, embora cause
danos reversível ao meio físico; ou não interage com a legislação, nem com
preocupações ambientais globais;
b) Média: se a mudança ambiental causa destruição reversível da vida animal
e vegetal, ou causa danos irreversíveis ao meio físico, sem afectar o ser
humano; ou não interage com legislação
58
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

nem com demandas de partes interessadas, mas interage ou pode interagir


com as preocupações ambientais globais;
c) Alta: se a mudança ambiental causa destruição irreversível da vida animal
ou vegetal, ou compromete o ser humano em sua saúde, integridade física ou
expectativa de vida; ou interage ou pode interagir com legislação e/ou com
demandas de partes interessadas.
As tabelas abaixo mostram exemplos do levantamento de aspectos e impactos
ambientais no Escritório de gerenciamento de um projecto:

Quadro 4: Levantamento dos Aspectos e Impactos Significativos

Fonte: Lopes (2012).

59
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Quadro 5: Levantamento dos Aspectos e Impactos Ambientais

Fonte: Lopes 2012

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Quadro 6: Matriz (Envid) de classificação de significância das interacções / impactos.

Fonte: ERM (2016)

Probabilidade de ocorrência e frequência

Refere-se à quantidade de vezes que o impacto ocorre ao longo de um período


considerado.

Ao utilizar o termo “frequência ou probabilidade”, Carvalho (1998, p. 80) o


subdivide em três categorias:

a) Baixa: bastante improvável ou esporádica; ou se a detectabilidade é certa e


directa com meios de detecção e controle sistemático e eficaz; e/ou não há ou
existem registros de ocorrência esporádica;

b) Média: improvável ou ocasional; ou se a detectabilidade é provável e


indirecta, com meios de detecção e controlo existentes, mas de eficácia
limitada; e/ou há registros de ocorrência ocasional;

61
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

c) Alta: provável ou frequente; ou se a detectabilidade é incerta, com meios


de detecção e controlo inexistentes ou inadequados; e/ou há registros de
ocorrência constante.

Vantagens e Desvantagens de um Estudo de Impacto Ambiental

Vantagens da aplicação de um estudo de impacto ambiental num


determinado projecto:
 Identificação das implicações negativas do projecto e suas
alternativas;
 Avaliar os benefícios e custos ambientais;
 Sugerir medidas de minimização;
 Informar os sectores interessados no estudo;
 Informar o público de uma maneira geral;
 Influenciar o processo decisório administrativo com o auxílio de
informações úteis.
Num plano mais teórico são quatro os objectivos de um estudo de impacto
ambiental (EIA):
 Prevenção do dano ambiental;
 Transparência administrativa quanto aos efeitos ambientais de um
determinado projecto;
 Consulta aos interessados;
 Decisões administrativas informadas e motivadas.
Se qualquer um destes objectivos não se aplicar, o estudo de impacto
ambiental ficará sem o seu “espírito preventivo”, carente de transparência,
sem consulta multidisciplinar e abrangente em que se deixa de fundamentar
a opção administrativa eventualmente eleita.
Portanto, é de simples percepção o objectivo final do EIA: evitar que um
projecto ou actividade, justificável no plano económico ou em relação aos
interesses imediatos do seu proponente, venha, posteriormente, a revelar-se
nefasto ou catastrófico para o meio ambiente. Trata-se, em síntese, de uma
adaptação ao direito ambiental de um velho ditado popular: ‘’é melhor
prevenir que remediar os danos ambientais’’.
Desvantagens da aplicação de um estudo de impacto ambiental num
determinado projecto:

62
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

 A má resolução de algumas situações potencialmente conflituosas;


 O tempo utilizado para a elaboração de um estudo de impacto
ambiental é, por vezes, excessivo o que torna os estudos demasiado
extensos e condiciona o início de um determinado projecto;
 Os custos inerentes à elaboração de estudo de impacto ambiental são
bastante avultados;
 Carácter subjectivo sempre presente no estudo de impacto ambiental,
com a possibilidade de diversas interpretações.

Sumário

Nesta unidade temática tratamos sobre levantamentos de aspectos e impacto


ambiental e descrivemos de forma sumaria sobre aspectos ambientais,
probabilidade de ocorrencia de impactos bem como suas vantagens e
desvantagens.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Aspecto ambiental é definido como elemento das actividades, produtos


ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente.
Um aspecto ambiental significativo é:
A. Aquele que tem impacto ambiental significativo
B. Impacto ambiental sinérgico
C. Impacto ambiental cumulativo
D. Todas opções estão erradas.

2. Uma das vantagens da aplicação de um estudo de impacto ambiental num


determinado projecto são:
A. Somente saber dos impactos negativos e positivos
B. Conhecer os impactos ambientais significativo
C. Avaliar os benefícios e custos ambientais e sugerir medidas de
minimização;
D. Todas alternativas estão erradas.

3. Segundo Sanchez (2006), o aspecto ambiental pode ser entendido:


A. Como o mecanismo por meio do qual uma acção humana causará um
impacto ambiental,
B. É na verdade, a tentativa de incorporação de medidas pró meio ambiente
na política social e económica.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

C. Modo de desenvolvimento capaz de responder às necessidades do


presente sem comprometer a capacidade de crescimento das gerações
futuras.
D. Todas alternativas estão erradas.

4. Não existe uma abordagem única para se identificar aspectos ambientais,


mas pode-se considerar alguns exemplos como:
A. Emissões atmosféricas; produção de energia; lançamentos no solo.
B. Produção de energia; lançamentos em corpos de água; lançamentos no
solo.
C. Emissões atmosféricas; lançamentos em corpos de água; produção de
energia.
D. Emissões atmosféricas; lançamentos em corpos de água; lançamentos no
solo.

5. O termo impacto ambiental apesar de ser amplamente empregado para


referir-se a aspectos negativos decorrentes de acção antrópica, pode
possuir conotação positiva.

Chaves de Respostas: 1-A; 2-C; 3- A; 4-D; 5-(V)

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. A probabilidade encontra-se subdivide em três categorias:


A. Baixa, Média e Alta
B. Media, longo e curto prazo
C. Reversível, irreversível e não reversível
D. Todas alternativas estão certas.

2. Severidade refere-se ao tamanho do dano que o impacto ambiental causa


ao meio ambiente, não considerando apenas a área atingida, mas sim a
gravidade do dano. A Severidade é subdividido e em três categorias:
A. temporário, Médio e permanente.
B. Media, longo e curto prazo
C. Reversível, irreversível e não reversível
D. Baixa, Média e Alta.

3. O objectivo final do EIA é evitar que um projecto ou actividade, justificável


no plano económico ou em relação aos interesses imediatos do seu
proponente, venha, posteriormente, a revelar-se nefasto ou catastrófico para
o meio ambiente.

4. O levantamento dos aspectos e impactos ambientais de uma organização é


a base para implantação de um Sistema de Gestão Ambiental.

64
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

5. Faça a correspondência entre vantagens e desvantagens de EIA

Vantagens de EIA Avaliar os benefícios e custos ambientais,


sugerir medidas de minimização e
Informar o público no estudo.
Desvantagens de EIA Conflitos, início tardio de projecto e custos
elevados para elaborar o estudo.

Chaves de Respostas: 1-A; 2-D; 3- (V); 4-(V); 5-LINEAR

UNIDADE Temática 2.5. Análise das legislações Pertinentes para o Estudo do


Impacto Ambiental

Introdução

O processo de AIA em Moçambique é regulado por uma série de leis


importantes que incluem a Constituição de Moçambique como a lei
fundamental em termos de protecção ambiental. A Lei do Ambiente de
Moçambique (Decreto 76/98 de 29 de Dezembro de 1998) e o Regulamento
do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto 54/2015) definem
os princípios e acções necessárias na Avaliação de Impacto Ambiental
respectivamente.
Em Moçambique, um processo de AIA é um requisito legal ao abrigo da Lei do
Ambiente (Lei no 20/97 de 1 de Outubro) para qualquer actividade que possa
ter impactos directos ou indirectos no meio ambiente. Estes são regulados
pelo Regulamento de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto 54/2015 de
31 de Dezembro veio revogar o Decreto nº 45/2004, de 29 de Setembro e
Decreto nº 42/2008, de 4 de Novembro, que altera alguns artigos do Decreto
nº 45/2004).

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer as normas que regulam o processo da AIA em Moçambique;


 Aprimorar as leis que defende o ambiente;
Objectivos
 Descrever as categorias de actividades que estão sujeito ao EIA..
específicos

65
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

A Constituição da República de Moçambique

A Constituição é a lei suprema do País e qualquer acto ou conduta


inconsistente com a mesma é inválida e não tem força legal. Qualquer projecto
de desenvolvimento deve assegurar que nenhuma das suas actividades seja
inconsistente com os direitos constitucionais do povo de Moçambique. As
questões chave regulamentadas relevantes para a presente AIA são:
“Artigo 27: O Estado deve promover esforços para garantir o equilíbrio
ecológico e a conservação e preservação do ambiente, para a melhoria da
qualidade de vida dos seus cidadãos.”
“Artigo 72: Todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente equilibrado e
o dever de o defender.”

Lei-Quadro do Ambiente

A Lei-Quadro do Ambiente (Lei Nº. 20/97, de 7 de Outubro), aprovada pelo


Parlamento Moçambicano em Julho de 1997, estabelece o quadro legal para
o uso e a gestão correctas do ambiente e das suas componentes, de forma a
assegurar o desenvolvimento sustentável. No artigo 3 desta Lei é definida a
sua aplicabilidade, que abarca todas as actividades públicas ou privadas que
possam, directa ou indirectamente, afectar o ambiente.
O Artigo 4 desta Lei define como princípios básicos nas suas alíneas a) e b), a
necessidade de utilização dos recursos naturais tendo em conta ‘‘a melhoria
da qualidade de vida e a manutenção da biodiversidade e dos ecossistema’’ e
ainda a valorização do conhecimento local.
Os aspectos mais salientes da Lei do Ambiente incluem o seguinte:
a) Aqueles que poluem ou, sob qualquer forma, degradam o ambiente,
são responsáveis e obrigados a reabilitar o ambiente, ou a compensar
pelos danos daí resultantes;
b) É proibida a poluição do solo, do subsolo, da água ou da atmosfera,
por quaisquer substâncias poluentes, ou qualquer outra forma de
degradação do ambiente que se enquadre fora dos limites legislados;
c) Os projectos e operações susceptíveis de causar um impacto negativo
ao ambiente estão sujeitos a uma avaliação de impacto ambiental, a
ser realizada por consultores independentes;

66
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

d) É determinada a necessidade de proteger as componentes ambientais


que tenham um reconhecido valor ecológico e socioeconómico e onde
podem ser criadas zonas de protecção ambiental.
É determinada na Lei a necessidade de obtenção de uma Licença Ambiental
por parte do Proponente, antes do início da implementação de qualquer
actividade susceptível de causar impactos significativos no ambiente.
A emissão de uma licença ambiental está condicionada à realização de uma
Avaliação de Impacto Ambiental, sujeita à aprovação do MITADER.

Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental

O Regulamento sobre o Processo de AIA (Decreto nº 54/2015 de 31 de


Dezembro) cria normas para a AIA. No que diz respeito especificamente a
actividades em Categorias (A+, A, B e C) o Regulamento define os
procedimentos e a abrangência da Instrução do Processo, do Estudo de Pré-
viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA); dos Termos de
Referência para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA); e do EIA, cuja execução
e subsequente aprovação culminam com a atribuição de uma Licença
Ambiental ao Proponente, pelo MITADER.
O Decreto nº 54/2015 de 31 de Dezembro foi concebida a partir do Decreto
nº45/2004 de 29 de Setembro e 42/2008 de 4 de Novembro as alterações
incidem sobre em quase todos artigos. A categorização dos projectos rege-se
pelo Decreto nº 54/2015, sendo que o tipo de Avaliação de Impacto Ambiental
a que as actividades propostas devem estar sujeitas é determinado com base
numa série de condições especificadas nos Anexos I, II, III e IV deste
Regulamento.
Assim, são definidas três categorias de actividades, conforme abaixo
especificado:

+
Categoria A : aplicável em projectos ou actividades que devido a sua

complexidade, localização e/ou irreversibilidade e magnitude de possíveis


impactos mereçam um elevado nível de vigilância social e ambiental e o
envolvimento de especialistas nos processos de AIA; estas actividades estão
sujeitas a EIA completo sob supervisão de Revisores Especialistas
independentes e com experiencias comprovada.

67
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Categoria A: corresponde às actividades apresentadas no Anexo I do


Regulamento da AIA. É atribuída às actividades com impacto
significativamente adverso sobre o ambiente e que estão, por isso, sujeitas a
um Estudo de Impacto Ambiental (EIA);
Categoria B: é aplicável às actividades definidas no Anexo II do Regulamento
de AIA. São enquadradas nesta categoria actividades cujos potenciais
impactos ambientais são menos adversos, comparativamente aos dos
projectos da Categoria A e que, em particular, não afectam significativamente
populações humanas, nem áreas ambientalmente sensíveis. Tais actividades
estão sujeitas a um Estudo Ambiental Simplificado (EAS);

Categoria C: as actividades desta categoria estão definidas no Anexo III do


Regulamento de AIA. Estas estão isentas de AIA, estando sujeitas, mesmo
assim, à observância de boas práticas de gestão ambiental.
Em conformidade com o acima explicado e em cumprimento do Regulamento
do EIA, servem de base para a atribuição da Categoria A as seguintes
determinações do Decreto 45/2004 de 29 de Setembro:
 Actividades em “Áreas ao longo de cursos de água ou áreas usadas
como fontes de abastecimento de água para consumo das
comunidades”.
 “Todas as actividades de desflorestação com mais de 50 hectares,
reflorestação e florestação de mais de 250 hectares”.

Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental

A Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial


nº129/2006 de 19 de Julho) serve como base mínima para a orientação do
processo de AIA, apresentando os princípios que devem nortear a execução
do processo, definindo os procedimentos para o Licenciamento Ambiental e
providenciando indicações específicas para a preparação dos relatórios a
submeter ao MICOA.
Esta Directiva estabelece no seu capítulo IX Plano de Gestão Ambiental (PGA)
o conjunto de programas e respectivas acções que se destinam a fazer com
que o projecto se realize segundo os princípios de protecção ambiental. O
conteúdo desta PGA deve conter entre outros o programa de monitorização,

68
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

programas de controlo de situação de risco e emergência, medidas de


manutenção e programas de educação ambiental.
Existe uma série de outros instrumentos legais relevantes no domínio da
gestão ambiental a considerar, na medida em que estes prescrevem normas
aplicáveis a uma diversidade de aspectos a ter em consideração ao longo da
AIA e/ou da implementação do projecto. Estes encontram-se listados abaixo.

Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental

O Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto n.º


25/2011 de 15 de Junho) estabelece parâmetros para a realização de
auditorias ambientais, a que estão sujeitas todas as actividades públicas ou
privadas que, durante a implementação, possam, directa ou indirectamente,
ter impacto no ambiente. Assim, em conformidade com o estabelecido neste
regulamento, a actividade proposta está sujeita a auditorias ambientais, a
serem realizadas sempre o MITADER julgar necessário.
A Auditoria ambiental pode ser “pública” (isto é, realizada pelo órgão estatal
competente para o efeito, no caso o MICOA) ou “privada” (o mesmo que
“interna”, isto é, realizada pelo Proponente). O Regulamento estabelece o
dever de colaboração por parte dos responsáveis pela entidade a auditar,
determinando que os seus responsáveis devem criar condições para que seja
prestada toda a colaboração necessária para que os auditores possam
desempenhar adequadamente as suas tarefas, especialmente no que
concerne ao fornecimento de documentação e informação solicitadas, bem
como ao acesso às instalações e locais de objecto da auditoria.

Regulamento de Inspecção Ambiental

O Regulamento sobre a Inspecção Ambiental (Decreto n.º 11/2006, de 15 de


Junho) tem por objecto regular a actividade de supervisão, controlo e
fiscalização do cumprimento das normas de protecção ambiental a nível
nacional.

Directiva Geral para o Processo de Participação Publica no processo de


AIA - Diploma Ministerial nº130/2006

Tanto a Constituição como a Lei do Ambiente determinam os direitos dos


cidadãos a ter informação sobre e participar na tomada de decisões sobre as

69
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

actividades que poderão afectar o ambiente. O processo de participação


pública identifica e consulta as partes interessadas e afectadas. O Processo de
Participação Publica no processo de AIA é regulada pelo Diploma Ministerial
nº130/2006). O envolvimento público deve ser uma parte integrante de
qualquer Processo de Avaliação de Impacto Ambiental. Devem ser obtidas
visões dos grupos de interesse público e privado e outros que podem ser
directamente ou indirectamente afectados pelo projecto (UNEP, 2002, p.3-1).
A Audiência Pública é o instrumento utilizado para a democratização do
licenciamento efectuado através de EIA/RIMA. O procedimento consiste em
uma primeira fase de comentários, quando o RIMA fica a disposição do público
junto ao Órgão Ambiental e onde mais se fizer necessário para o alcance dos
interessados.
A participação pública é obrigatória para as actividades de Categoria A e é
facultativa (conforme instruções do MITADER ao requerente) para as de
Categoria B. Para um tratamento detalhado dos requisitos e conteúdos dum
processo de participação pública o estudante ou leitor deve consultar a
Directiva do MITADER para o Processo de Participação Pública, publicado no
Diploma Ministerial n° 130/2006 de 19 de Julho. Seguidamente vai-se dar um
resumo do conteúdo deste diploma. Um processo de participação pública
deve ser realizado sempre que a actividade proposta implica a deslocação
permanente ou temporária das populações ou comunidades, e a deslocação
de bens ou restrição no uso dos ou acesso aos recursos naturais.
Na fase de participação pública da AIA espera-se identificar as partes
interessadas e afectadas, divulgar a informação no seio delas, gerir um diálogo
com o proponente da actividade, assimilar e tomar em conta os comentários
públicos recebidos e retroalimentar os resultados do diálogo e das
contribuições para mostrar como estas foram tomadas em conta no desenho
da actividade. A participação pública é parte integrante da AIA e não deve
terminar com a emissão da licença ambiental mas deve continuar durante as
fases de construção e de operação da actividade planeada.
O processo da participação pública inclui a consulta pública e um inquérito
público que deve ser realizado em conformidade com as directivas emitidas
pelo MITADER. A participação pública divide-se em duas fases, a primeira vai
do pedido de pré-avaliação da actividade até à apresentação do relatório do

70
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

EIA ao MITADER, e a segunda vai da revisão dos termos de referência (TdR)


pelo MITADER até à emissão da licença ambiental. A primeira fase é da
responsabilidade do requerente e a segunda é da responsabilidade do
MITADER.
O artigo número 15 do Decreto n°54/2015 no seu n° 6, advoga que: A
participação pública é obrigatório para actividades de categorias A+ , A e B.

Sumário

Nesta unidade temática abordamos conteúdos relacionados com EIA, tipos de


impactos ambientais e sua classificação, TdR e diagnóstico ambiental,
levantamentos de aspectos e impactos e finalmente descrevemos de forma
mais aprofundada da legislação pertinente sobre os processos ligados ao meio
ambiente.

UNIDADE Temática 2.6. Exercícios Integrados das Unidades deste Tema

1. A legislação Moçambicana do Ambiente é:


A. Lei no 20/97 de 1 de Outubro. B. Lei no 19/97 de 1 de Outubro
C. Lei n o10/99 de 7 de Julho. D. Lei n o16/91 de 3 de Agosto

2. Legislação Ambiental é:
A. Conjunto de direitos e deveres para destruir o Ambiente
B. Conjunto de direitos e deveres para construir o Ambiente
C. conjunto de Leis, Normas, regras e padrões que foram criadas para
proteger o Ambiente
D. Todas opções estão correctas

3. O órgão ambiental tem poderes para promover audiência pública para


discussão do RIMA.

4. A lei do ambiente Moçambicana foi elaborada e publicada no ano:


A. 1999 B. 1978 C. 1997 D. 2004

5. Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental esta


emanada em:
A. Decreto nº54/2015 de 31 de Dezembro
B. Decreto nº42/2008 de 04 de Novembro

71
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

C. Diploma Ministerial nº129/2006 de 19 de Julho)


D. Todas alternativas estão correctas.

6. Esta norma estabelece no seu capítulo IX Plano de Gestão Ambiental (PGA)


o conjunto de programas e respectivas acções que se destinam a fazer com
que o projecto se realize segundo os princípios de protecção ambiental. A
norma em causa é:
A. Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental
B. Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental
C. Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental
D. Regulamento de Inspecção Ambiental

7. Categoria C: as actividades desta categoria estão definidas no


Regulamento de AIA. Estas estão isentas de AIA, estando sujeitas:
A. À observância de boas práticas de gestão ambiental
B. Sujeitas a um Estudo Ambiental Simplificado (EAS);
C. Sujeitas a um Estudo de Impacto Ambiental (EIA);
D. Todas opções estão correctas.

8. A Constituição da Republica de Moçambique é a lei suprema do País e


qualquer acto ou conduta inconsistente com a mesma é inválida e não tem
força legal. Esta lei no seu Artigo 27 diz o seguinte:
A. Todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente equilibrado e o dever
de o defender.”
B. A politica nacional do ambiente prevê a exclusão da participação da
comunidade interessada, na planificação e tomada de decisões sobre um
projecto.
C. O Estado deve promover esforços para garantir o equilíbrio ecológico e a
conservação e preservação do ambiente, para a melhoria da qualidade de
vida dos seus cidadãos.
D. Todas alternativas estão erradas.

9. A participação pública é obrigatória para as actividades de:


A. Categoria C B. Categoria B. C. Categoria A ou A+ D. Todas Categorias

10. Tanto a Constituição como a Lei do Ambiente determinam os cidadãos não


os direitos de ter informação sobre a participação na tomada de decisões
sobre as actividades que poderão afectar o ambiente.

11. O processo de participação pública para AIA esta emanada na Norma:


A. Diploma Ministerial n° 130/2006 de 19 de Julho
B. Decreto nº45/2004 de 29 de Setembro
C. Decreto n.º 25/2011 de 15 de Junho
D. Diploma Ministerial nº129/2006 de 19 de Julho

72
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

12. Faz a correspondência entre a lei e o ano de aprovação


Regulamento sobre o Processo de Decreto nº54/2015 de 31 de
Avaliação do Impacto Ambiental Dezembro

Directiva Geral para Estudos de Diploma Ministerial nº129/2006


Impacto Ambiental de 19 de Julho
Regulamento sobre o Processo de Decreto n.º 25/2011 de 15 de
Auditoria Ambiental Junho

13. Faz a correspondência


Lei-Quadro do Ambiente Lei Nº. 20/97, de 7 de Outubro
A Constituição da República de “Artigo 72: Todo o cidadão tem o
Moçambique direito de viver num ambiente
equilibrado e o dever de o
defender.”
Regulamento sobre a Inspecção Decreto n.º 11/2006, de 15 de
Ambiental Junho

Chaves de Respostas: 1-A; 2-C; 3- (V); 4-C; 5-A; 6-B; 7- A; 8- C; 9 –C; 10-(F); 11-
A; 12 e 13 LINEAR

73
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

TEMA – III: METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL.

UNIDADE Temática 3.1. Técnicas/Métodos e instrumentos de


Avaliação de Impacto Ambiental.
UNIDADE Temática 3.2. Exrecícios Integrados das Unidades deste
Tema.

UNIDADE Temática 3.1. Técnicas/Métodos e instrumentos de Avaliação de


Impacto Ambiental.

Introdução

Técnicas ou métodos de avaliação de impactos ambientais são instrumentos


que visam identificar, avaliar e sintetizar os impactos de um determinado
projecto ou programa, incluindo os meios para a apresentação escrita e visual
dessas informações. As técnicas de previsão de impacto, também chamadas
técnicas de AIA, são métodos formais pré-definidos, usados para medir as
condições futuras dos factores e parâmetros ambientais específicos.
Para (Sánchez, 2008), as implicações sociais, económicas e ambientais das
actividades humanas e suas alterações da qualidade ambiental ocasionados
nos ecossistemas pela potencialidade de seus impactos, resultam em uma
análise, dos mesmos bem como sua forma de geração, chamada de método
de avaliação de impactos ambientais.
Técnicas ou métodos de avaliação de impactos ambientais são instrumentos
que visam identificar, avaliar e sintetizar os impactos de um determinado
projecto ou programa. A aplicação destes métodos, entretanto, mostra-se
limitada pela própria dificuldade de prever a evolução de sistemas tão
complexos quanto os ecossistemas. Estas limitações tornam-se ainda mais
evidentes quando enfoca-se os impactos sociais, onde tanto a identificação
como a predição e a avaliação da dinâmica social desencadeada por uma acção
ou projecto estão sujeitas a aspectos de carácter económico, cultural e
psicológico de apreensão bastante complexa.
Segundo Stamm (2003), há três tarefas principais normalmente envolvidas na
fase de avaliação:
 Identificar os impactos ambientais directos, indirectos, cumulativos e
outros e assegurar as causas prováveis dos impactos;

74
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

 Analisar detalhadamente os impactos para determinar sua natureza,


magnitude, extensão e efeito; e
 Julgar a significância dos impactos (sua importância, necessidade e
possibilidade de mitigação).
Tipos de Métodos.

Para levantar os prováveis impactos ambientais decorrentes de uma


actividade, podem ser utilizados diferentes métodos de análise ambiental. De
acordo com Bastos e Almeida (2007), as linhas metodológicas de avaliação são
mecanismos estruturados para comparar, organizar e analisar informações
sobre impactos ambientais de uma proposta, incluindo os meios de
apresentação escrita e visual dessas informações.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer os diferentes métodos de análise ambiental;


 Conhecer as diferentes formas de Metodologias utilizadas na AIA;
 Conhecer as vantagens e desvantagens de cada tipo de método;
Objectivos
 Descrever as características de cada método;
específicos
 Fazer a comparação dos métodos.

Características Gerais

Segundo Fogliatti (2004), os métodos de Avaliação de Impactos Ambientais


(AIA) são definidos como “mecanismos estruturados para identificação,
comparação e organização de dados sobre impactos ambientais”, permitindo
que as informações sejam apresentadas em diversos formatos visuais para
que possam ser interpretados pelos responsáveis na tomada de decisão e
pelos membros do público.
Conforme (Stamm, 2003; Cunha e Guerra, 2012) existem distintas linhas
metodológicas desenvolvidas para a avaliação de impactos ambientais:
Metodologias espontâneas (Ad hoc); Listagens (Check-list); Matrizes de
interacções; Redes de interacções (Networks); Metodologias quantitativas;
Modelos de simulação; Mapas de superposição (Overlays); Projeção de
cenários, entre outras. Não existe uma metodologia completa e ideal que
atenda a todos os diferentes estudos de impacto ambiental e suas respectivas
fases.
75
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Metodologias espontâneas (Ad hoc)

Metodologia quando utilizada isoladamente deve desenvolver a Avaliação de


Impacto Ambiental de forma simples, de fácil interpretação e de maneira
dissertativa. A referida metodologia é adequada às situações com escassez de
dados e quando a avaliação deve ser disponibilizada em um curto espaço de
tempo (Carvalho e Lima, 2010).
Vantagem: rapidez na identificação dos impactos mais prováveis e da melhor
alternativa e a viabilidade de aplicação, mesmo quando as informações são
escassas; facilmente compreensível pelo público (Braga et al (2007).
Desvantagem: não analisam as intervenções e variáveis ambientais
envolvidas, considerando-as de forma subjectiva, qualitativa e pouco
quantitativa. Vulnerabilidade à subjectividade e tendenciosidade na
coordenação e escolha dos participantes.
Tabela 1: Exemplo de método Ad hoc

Método de Listagens (Check-list)

É um dos métodos mais utilizados em AIA, numa etapa inicial. O modelo


consiste na identificação e enumeração dos impactos, a partir de um
diagnóstico ambiental, que deverá contemplar os meios físico, biológico e
socioeconómico. Variam desde simples listas de impactos ambientais

76
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

causados pelo projecto até complexos inventários que podem incluir escala e
significância de cada impacto sobre o meio ambiente (UNEP, 2000).
Os especialistas relacionam os impactos decorrentes das fases de implantação
e operação do empreendimento, categorizando-os em positivos ou negativos
(Medeiros, 2010, p. 44), conforme o tipo da modificação antrópica a ser
introduzida no sistema analisado.
Às vezes, os check-lists são apresentados sob a forma de questionário a ser
preenchido, visando direccionar a avaliação.

Vantagens: emprego imediato na avaliação qualitativa dos impactos mais


relevantes, simplicidade de aplicação, reduzida exigência quanto a dados e
informações. Pode, de forma limitada, incorporar escalas de valores e
ponderações. Outra vantagem desse método, além de ser realizada em curto
espaço de tempo como já mencionado anteriormente, proporciona menores
gastos e é facilmente compreensível pelo público em geral (Carvalho e Lima,
2010).

Desvantagens: Como desvantagens deste método, podem ser citadas: não


identificação de impactos directos e indirectos; desconsideração de
características temporais e espaciais; segregação entre a acção e o impacto;
ausência de análise de interacções entre impactos ambientais;
desconsideração da dinâmica dos sistemas ambientais; não indicação, na
maior parte dos casos, da magnitude dos impactos ambientais; e
subjectividade dos seus resultados (Medeiros, 2010, p. 44;). Os check-lists são
adequados somente para avaliações preliminares.

a) Principais Variantes do Método de Listagens (Check-list):


Listagem descritiva: puramente descritiva, utilizada para orientar a
elaboração das avaliações de impacto ambiental, relacionando acções,
componentes ambientais e respectivas características que podem ser
alteradas; pode conter informações sobre técnicas mais adequadas de
medição e previsão para os indicadores ambientais seleccionados, bem como
ponderação relativa dos impactos; não permite o cotejo de alternativas
mediante a quantificação dos impactos.
Listagem comparativa: incorpora critérios de relevância aos indicadores
ambientais. Normalmente específica para

77
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

o caso em estudo e no máximo aplicável às situações-padrão por ela


representadas; características do método:
 Critérios de relevância, factores ambientais e padrões estabelecidos
dependem das características do empreendimento; e
 A dimensão temporal é considerada
Listagem em questionário: subdividida em categorias genéricas (ecossistema
terrestre, vectores de doenças e outras), para as quais são organizados
questionários acompanhados de instruções para seu preenchimento, bem
como de classificação do impacto resultante das acções nelas descritas.
Listagem ponderal: atribui-se um peso aos factores exprimindo a importância
do impacto. A importância relativa de cada um dos parâmetros em relação à
soma dos impactos do projecto é dada pela atribuição de pesos.
Tabela 2: exemplo de Método de Listagens

78
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Métodos de Matrizes de Interacção

A matriz de interacção refere-se a uma listagem de controlo bidimensional que


relaciona os factores com as acções. Tal método é muito eficiente na
identificação de impactos directos (alteração do ambiente que entra em
contacto com a acção transformadora), visto que tem por objectivo relacionar
as interacções entre os factores ambientais e os componentes do projecto
(FINUCCI, 2010). Embora possam incorporar parâmetros de avaliação são
meramente métodos de identificação, importantes em actividades que
possam causar impactos de maior intensidade e, portanto, devem ser
monitorados com bastante atenção (Mota e Aquino, 2002). A metodologia de
matriz de interacções teve início a partir da tentativa de suprir as falhas obser-
vadas nas listagens ou check-list (Cremonez et al. 2014). A Matriz de Leopold,
elaborada em 1971, é uma das mais conhecidas e utilizadas mundialmente,
sendo que a mesma foi projectada com o intuito de avaliar os impactos
associados a quase todos os tipos de implantação de projectos (Bechelli,
2010).
A referida Matriz é baseada em uma lista de 100 acções com potencial de
possíveis provedores de impacto ambiental e 88 características ambientais
(FINUCCI, 2010). Faz-se necessário, inicialmente, assinalar todas as possíveis
interacções entre as acções e os factores, para que posteriormente se
estabeleça a magnitude e a importância de cada impacto em uma escala que
varia de 1 a 10. A partir disto, é possível identificar e avaliar se o impacto em
questão é positivo ou negativo (OLIVEIRA E MOURA, 2009).
A matriz mais difundida é a de Leopold, elaborada em 1971 para o Serviço
Geológico do Interior dos EUA. Completa, considera 100 acções que podem
causar impactos e 88 características e condições ambientais. No ponto
correspondente ao cruzamento entre a linha do componente impactante do
projecto e a coluna do componente do meio ambiente impactado, tem-se uma
célula na matriz que representará o impacto ambiental previsto (Santos,
2009).
Vantagens: fácil compreensão dos resultados aborda factores físicos e sociais,
acomoda dados qualitativos e quantitativos, fornece boa orientação para o
prosseguimento dos estudos e introduz a multidisciplinaridade Costa et al
(2005). Uma outra vantagem é que podem

79
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

ser conhecidas as acções propostas que causam o maior número de impactos


e aquelas que afectam os factores ambientais mais relevantes.
Desvantagens: Como desvantagens podem ser marcados os seguintes
aspectos: a dificuldade para distinguir os impactos directos dos indirectos; a
não identificação dos aspectos espaciais dos impactos e a não consideração
da dinâmica dos sistemas ambientais analisados (Sánches, 2013).
Tabela 3: Exemplo de Métodos de Matrizes de Interacção

Fonte: Bianchi

80
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Quadro 7: Exemplo de Método das Matrizes de Interacção para Avaliação do Impacto


Ambiental, do projecto de construção de habitações no bairro da Ponta-Gêa (Praia
Nova), cidade da Beira.

Grande

Funcionamento de máquinas
camiõesde maquinarias de

Manutenção de máquinas e
Implantação de sistemas de
Escavação e terraplenagem

Divulgação da construção á
Preparação de vias acessos
interferência

Construção de obras ou
Transporte e circulação
Remoção da cobertura

Remoção da camada
Topografia do solo e
Media interferência

solo
dosolo

população Local
Baixa interferência

Estucagemdo
mapeamento

construção
superficial
drenagem

ePresença
edifícios

camiões
Sem Interferência

vegetal
Elementos ambientais
potencialmente afectados
MEIO FISICO
Alteração das propriedades
físicas e biológicas do solo
Alteração da topografia local
Alteração do regime
hidrológico
Gerações de resíduos sólidos
Dispersão de gases e poeiras
Emissão de ruídos
Emissão de vibrações sobre
pressão atmosférica
Rebaixamento de nível
freático
Dispersão de efluentes
líquidos
Alteração das condições
climáticas locais
Alteração da qualidade do ar
MEIO BIOTICO
Perda da cobertura vegetal
Fragmentação da cobertura
vegetal
Interferências no
fitoplâncton e zooplâncton
Bio- acumulação de
poluentes
Entrofização de corpos de
água
Alteração ou destruição de
habitats terrestres
Perdas de espécies de faunas
Criação de novos ambientes
MEIO ANTROPICO
Impacto visual
Indução de fluxos
migratórios

81
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Modificação das formas de


uso do solo
Aumento da oferta de
emprego
Riscos a saúde humana
Perdas de referências
espaciais a memórias
populares
Alteração dos modos de vida
tradicional
Limitações das opções de uso
de solo
Expansão da infra-estrutura
local
Incremento da actividade
comercial
Substituição de actividades
económicas

Fonte: Autores (2013)

Avaliação Qualitativa
Baseando se na matriz acima, pode-se constatar que: (Verde= impactos não
significativos, verde claro= compatível moderado, Amarelo= severo e
Vermelho= crítico).

Redes de Interacções (Network)


O método de redes interactivas ou networks estabelece relações do tipo
causa-condição-efeito, associadas a parâmetros de magnitude, importância e
probabilidade, retractando as acções que possam ser desencadeadas directa
ou indirectamente (Finucci, 2010, p. 68; Medeiros, 2010, p. 45). Esta
metodologia procura estabelecer a sequência de impactos ambientais a partir
de uma determinada intervenção, utilizando método gráfico. O método das
redes de interacção tem o objectivo de identificar impactos indirectos e
sinergéticos (secundários), subsequentes ao impacto principal (Stamm, 2003).
Com a finalidade de viabilizar a identificação das interacções entre impactos
(indirectos, sinergéticos, etc.) as redes de interacção foram criadas. Este
método admite uma abordagem integrada na análise dos impactos e suas
interacções, facilitam a troca de informações entre disciplinas
(SUREHMA/GTZ, 1992), relacionando as acções para a avaliação de cada
impacto com os processos de um mesmo projecto, bem como as medidas de
mitigação.

82
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Uma matriz de interacção geralmente é composta por uma lista de factores


ambientais (eixo horizontal) e uma lista de actividades (eixo vertical)
relacionadas ao projecto.

Vantagens: possibilidade de introdução de parâmetros probabilísticos,


mostrando tendências; boa visualização dos impactos secundários, indirectos;
visam também orientar as medidas a serem propostas para o gerenciamento
dos impactos identificados (recomendar medidas mitigadoras e propor
programas de manejo, monitoramento e controle ambiental).

Desvantagens: As redes de interacção apresentam como desvantagens a não


consideração do factor tempo não definem a sua importância relativa, não
consideram aspectos espaciais e temporais (CARVALHO e LIMA, 2010; ACHON
et al., 2005). Só abrange impactos negativos.

Figura 9: Exemplo de Redes de Interacções

Modelos de simulação
Consistem em modelos de simulações computadorizadas com o uso de
inteligência artificial ou modelos matemáticos, destinados a reproduzir tanto
quanto possível o comportamento de parâmetros ambientais ou as inter-
relações entre as causas e os efeitos de determinadas acções (Oliveira e
Moura, 2009; Cunha e Guerra, 2012). É um método de grande utilidade em
projectos de usos múltiplos e pode ser aplicado mesmo depois de se ter dado
início as operações de um projecto (Carvalho e Lima, 2010).
Em geral, essas simulações são capazes de processar variáveis qualitativas e
quantitativas e incorporar medidas de magnitude e importância de impactos
ambientais, além de se adaptarem a diferentes processos de decisão e facilitar

83
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

o envolvimento de vários transformadores nestes processos. Este método


requer profissionais técnicos e experientes, bem como exige programas e o
emprego de equipamentos apropriados e dispendiosos. Para tal, comumente
se observam dificuldades quanto à comunicação e o entendimento do público,
gerando imperfeições e distorções de ideias para futuras decisões. A
existência de limites de variáveis a serem estudadas acarreta a necessidade de
dados precisos para a realização dos modelos (Finucci, 2010).
Os modelos mais utilizados e reproduzidos são aqueles feitos para estimar os
impactos de emissões gasosas e os de lançamento de efluentes no meio
ambiente. Nestes, são incorporados hipóteses e pressupostos sobre os
processos e as relações entre seus factores bióticos, físicos e culturais frente
às alterações causadas palas acções que devem ser avaliadas (Malheiros et al.,
2009).
Vantagens: As vantagens deste modelo de AIA incluem o facto de considerar
a dinâmica dos sistemas ambientais, as interacções entre factores e impactos
e as variáveis temporais, promover troca de informações, interacções das
disciplinas e a interpretação organizada de grande quantidade de variáveis
quantitativas e qualitativas (Finucci, 2010).
Desvantagens: Por se tratar de um método que exige técnicos especializados
e equipamentos específicos, esse tem como desvantagens o custo elevado, a
representação imperfeita de qualidade, exigência de especialistas para o
desenvolvimento dos modelos matemáticos e possibilidade de induzir o
processo decisório.
Figura 10: exemplo de Modelos de simulação

Ex.: Programa KSIM (computer simulator).

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Método de Superposição de Cartas

Referem-se a métodos cartográficos desenvolvidos no âmbito do


planeamento territorial. Procura-se adaptar as técnicas cartográficas para
aplicá-las na avaliação de impactos ambientais, visando à localização e a
identificação da extensão dos efeitos sobre o meio através do uso de
fotografias aéreas sobrepostas (Finucci, 2010).
A metodologia consiste na montagem de uma série de mapas temáticos,
sendo que em cada mapa indica-se uma característica cultural, social e física
que reflectem um impacto. Esses mapas quando integrados produzem a
síntese da situação ambiental de uma determinada área geográfica, podendo
ser elaborados de acordo com os conceitos de vulnerabilidade ou potencial
dos recursos ambientais (conforme a necessidade de obtenção de cartas de
restrição ou de aptidão do solo). Nestes mapas, a intensificação das cores é
entendida como áreas com impactos ambientais mais intensos. O referido
método é de grande utilidade quando se avaliam questões de
dimensionamento espacial, como na comparação entre as alternativas
analisadas em um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), sendo este indicado
para complementar outra metodologia de AIA (Carvalho e Lima, 2010).
Actualmente, com o auxílio de satélites e computação gráfica, a aplicação
deste tem-se tornado mais simples e rápida e com precisão
incomparavelmente superior aos métodos anteriores (STAMM, 2003).
A metodologia é vista como uma transcrição mais moderna do método GIS
(GeographicInformation System), sendo que a utilização de computadores
ampliou sua gama de aplicações e tornou o método ainda mais exacto.
Segundo Munn (1979), a aplicação desta permite repartir a área de um mapa
em porções, e cada uma dessas porções armazena uma grande quantidade de
informações.
Vantagem: identificação do impacto, sua apresentação directa, espacial dos
resultados e na gestão de impactos cumulativos;
Aplica-se com bons resultados a avaliação de impactos alternativas de traçado
de projectos lineares, indicando o que geraria menos impactos;
Processam a superposição de cartas geográficas temáticas para estudar as
interacções dos factores ambientais passiveis de mapeamento.

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Desvantagem: Um ponto que deixa a desejar na utilização de um sistema


“SIG” é a despesa envolvida para a realização de um estudo deste nível. Além
disso, outras desvantagens são: não admite factores ambientais que não
possam ser mapeados, possui difícil integração dos impactos socioeconómicos
e não considera a dinâmica dos sistemas ambientais (Surehma/GTZ 1992);
Limitação quanto a quantifiição dos impactos;
Subjectividade no trato da gradação das potencialidades ou restrições dos
factores ambientais.
Figura 11: exemplo de Método de Superposição de cartas

Métodos de Battelle

O Método Battelle ou Sistema de Avaliação Ambiental foi desenvolvido no


laboratório Battelle-Columbus para projectos hídricos, podendo ser utilizado
tanto para um único empreendimento, micro, como para planeamento de um
programa de empreendimentos macro. É um método hierarquizado,
constituído de quatro categorias ambientais: contaminação ambiental,
ecologia, aspectos estéticos e interesses humanos. Cada categoria contém um
número de componentes, selecionados especificamente para administração
dos recursos hídricos, totalizando em 18 componentes, que subdivide em 78
parâmetros.
Para cada parâmetro ou indicador ambiental se atribui um peso de
importância relativa, que por sua vez está associado a um índice de qualidade
ambiental. Os pesos e índices são atribuídos mediante uma consulta prévia a
especialistas. A determinação do impacto ambiental resultará da soma
ponderada dos valores obtidos do produto do índice de qualidade de cada
parâmetro e seu peso respectivo. A

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determinação do grau de impacto líquido para cada parâmetro ambiental é


dada pela expressão:

UIA = UIP x QA
Onde: UIA = unidade de impacto ambiental;
UIP = unidade de importância; e
QA = índice de qualidade ambiental

A técnica prevê ainda um sistema de alerta para identificar os impactos mais


significativos que deverão ser submetidos a uma análise qualitativa mais
detalhada. O índice de qualidade ambiental é determinado a partir da medição
dos parâmetros em suas respectivas unidades e posterior conversão, através
de funções características de cada parâmetro, em uma escala de intervalo que
varia de 0 a 1. Estas escalas podem variar conforme a natureza do parâmetro
e do ecossistema considerado. Os números entre parênteses (Figura 12)
representam o peso relativo de cada indicador de impacto e são os mesmos
para todos os projectos similares.
Vantagem: consistem na sua efectiva capacidade de valoração e avaliação dos
impactos, objectividade para fins de comparação de alternativas e permite
uma sistematização da análise e exame dos componentes de qualidade
ambiental. Também se diferencia entre os demais pela possibilidade de
considerar a existência de incertezas e de alertar para os impactos críticos.
Desvantagem: O método apresenta falhas quanto a análise dos elementos
isoladamente e não apresenta um mecanismo de avaliação e demonstração
de interacções existentes entre os impactos, o que acarreta duplicidade de
contagem e subestimativa dos mesmos. Podem ainda ser acrescentadas as
dificuldades inerentes ao estabelecimento dos escalares, havendo perda
significativa das informações.

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Figura 12: Parâmetros ambientais adaptados do Método Battelle

Metodologias Quantitativas

Os métodos quantitativos trabalham com a associação de números e valores


para as considerações avaliadas qualitativamente, sendo formulados no
período de avaliação de impacto ambiental de um determinado projecto
(Cunha e Guerra, 2012). A princípio, o desenvolvimento desta técnica partiu
da necessidade de avaliar os impactos causados por empreendimentos que
envolvem a utilização de recursos hídricos em suas actividades, a fim de
promover uma abordagem sistemática, holística e hierarquizada do meio
ambiente (Carvalho e Lima, 2010; Oliveira e Moura, 2009).

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De forma geral este método utiliza indicadores de qualidade ambiental


expressos por gráficos que relacionam o estado de determinados
compartimentos ou segmentos ambientais a seu respectivo estado de
qualidade que varia de 0 a 1. Os indicadores são denominados como
parâmetros, agrupados primeiramente em 18 componentes e posteriormente
reagrupados em 4 categorias ambientais que são: aspectos estéticos, ecologia,
interesse humano e poluição ambiental, oferecendo 78 gráficos de qualidade
ambiental a eles relacionados.
Além de ser um método rápido para análises de impacto, esse é também
favorável ao suprimento dos analistas com boas informações para caracterizar
uma determinada situação ambiental e prever impactos, além de adequado
para análises preliminares e na comparação entre as alternativas de um
mesmo projecto. (Sanches, 2011).
O ponto crítico desta metodologia quantitativa é sua subjectividade, que, por
sua vez, pode ser diminuída através do uso de algumas técnicas e de equipas
multidisciplinares. Além disso, esta não considera o público afectado pelo
processo, as inter-relações entre os factores do ambiente e não especifica a
relação entre uma acção específica e seu respectivo impacto ambiental
(Oliveira e Moura, 2009).

a) Projecção de cenários

Análise de situações ambientais prováveis em termos de evolução de um


ambiente (cada situação corresponde a um cenário) e/ou de situações
hipotéticas, referentes a situações diferenciadas geradas por proposição de
alternativas de projectos e programas (Cunha e Guerra, 2012).
Tem por objectivo Orientar as autoridades governamentais no cumprimento
de metas de longo prazo, através de indicadores de tendências prováveis.
De acordo com (Moura e Oliveira, 2004), os cenários podem ser classificados
em três categorias:
1. Cenários evolutivos e antecipatórios – os cenários evolutivos, desde o
presente até um horizonte dado, procurando ver as consequências de
decisões tomadas hoje e no futuro próximo. Já os cenários antecipatórios
descrevem um estado futuro do sistema, omitindo considerações de como
chegar lá.

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2. Cenários tendenciais e cenários alternativos – a distinção entre tendências


e alternativas está no escopo da análise. Nos cenários tendenciais, políticas e
situações não diferem radicalmente das tradicionais; para alternativos; no
entanto, procura-se investigar possibilidades estruturalmente distintas
daquelas.
3. Cenários exploratórios e cenários normativos – os cenários exploratórios
procuram, para uma dada situação, analisar as consequências de várias
políticas escolhidas a priori ou de maneira interactiva; ao contrário, os
normativos estabelecem as consequências desejadas e procuram determinar,
para cada situação, que políticas permitem atingir a meta desejada.
Quando este método é adaptado para os Estudos de Impactos Ambientais, o
que ocorre é a elaboração de alguns tipos básicos de cenários: os cenários das
alterações ambientais com e sem a implantação e/ou operação do
empreendimento em questão e as alternativas construtivas do referido
projecto.
Uma dificuldade que o uso de cenários apresenta é a necessidade de filtrar
apenas as hipóteses plausíveis, o que exige o estabelecimento arbitrário de
grande quantidade de coeficiente de impacto entre os eventos e as variáveis
e políticas consideradas, normalmente condicionadas à probabilidade os
níveis de coerência.

Método da análise Benefício-Custo

A análise custo-benefício foi o primeiro método formal de avaliação ambiental


conhecido, sendo ainda o mais aceito. Inicialmente foi desenvolvida para
projectos de engenharia, principalmente estruturas hidráulicas. Quanto a seu
objectivo, a análise custo-benefício visa determinar a eficiência económica
global de projectos de investimentos públicos ou privados em obras infra-
estruturais.
Para tanto, atribui valor económico a todos os efeitos dos projectos em
estudo. Os efeitos negativos são encarados como custos e os positivos são
tratados como benefícios, ou consequências. Computar custos e benefícios de
um projecto ou de suas alternativas, visando compará-los e ordená-los por
meio da relação benefício-custo ou do benefício líquido.

90
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Dificuldades: avaliação, sob um mesmo padrão de medida monetário dos


bens e serviços ambientais gerados (benefícios ambientais) e dos bens e
serviços utilizados ou comprometidos pelo projecto (custos ambientais).
Quadro 8: Resumo de Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental:
Vantagens e desvantagens.
Método Vantagens Desvantagens
-Limitação para examinar o
-Rápida estimativa dos impactos, pois impacto global de todas as
Ad - Doc utiliza especialista com grau elevado variáveis ambientais
de conhecimento sobre o assunto envolvidas, pois avalia os
impactos individualmente
-Não identificam impactos
directos ou indirectos.
-Simplicidade de aplicação. -Não consideram
-Reduzida exigência quanto aos características temporais
dados e informações. nem especiais dos impactos.
Check List -Auxiliar na enumeração de todos os -Não analisam as interacções
factores ambientais que podem ser dos factores ou dos impactos
afectados, evitando omissões de ambientais.
impactos ambientais relevantes. -Não consideram a dinâmica
dos sistemas ambientais.
-Resultados subjectivos.
-Necessitam de poucos dados para a
elaboração.
-Não considera aspectos
-Abrangem factores ambientais
temporais e especiais em sua
físicos, biológicos e socioeconómicos.
Matrizes análise, além de considerar
-A comunicação dos resultados é
somente impactos directos
feita em linguagem acessível.
ao projecto.
-Tratam dados qualitativos e
quantitativos.
-Não destacam a importância
relativa dos impactos.
-Não consideram aspectos
temporais e especiais dos
impactos.
-Facilitam a troca de informações.
-Não prevêem cálculo de
-Abordam integrada na análise dos
magnitude.
impactos e suas interacções.
-Não consideram a dinâmica
Redes de -Promovem a integração entre
dos sistemas ambientais.
Interacção impactos de 1ª, 2ª e 3ª ordem.
-Dificuldade de distinguir
-Permitem o relacionamento entre as
impactos de curto e longo
acções, os impactos e as medidas
prazo.
mitigadoras e de controlo.
-Perda de valor prático
quando não existem
informações suficientes.
-Dificuldade de utilização em
grandes projectos.
-Resultados subjectivos.
-Visualização espacial dos factores
-Limitações na quantificação
Superposi ambientais.
dos impactos.
ção de -Visualização da extensão dos
-Factores ambientais não
Mapas impactos.
podem ser representados em
-Poder de síntese.
mapas.

91
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-Facilidade de comparação de -Difícil integração de


alternativas. aspectos socioeconómicos.
-Possibilidade de utilização em -Não considera a dinâmica
grandes projectos. dos sistemas ambientais.

-Não considera o público


-Comparação entre alternativas de afectado no processo.
um mesmo projecto. -Não considera inter-relação
-Fornece bons resultados na entre os factores ambientais.
caracterização ambiental e previsão -É subjectivo.
Método
de impactos. -Não permite a previsão
de
-Adequadas para analises antecipada dos efeitos
Battelle
preliminares. impactantes.
-Método rápido de análise dos -Não especifica as relações
impactos. causa-efeito entre as acções
de um projecto e seus
impactos.
-Custo Muito Elevado.
-Consideram a dinâmica dos sistemas -Exigência de especialistas
ambientais. para o desenvolvimento de
Modelos -Consideram a variável ambiental. modelos matemáticos.
de -rapidez na execução. -Dificuldades em encontrar
Simulação -Tratamento organizado de grande dados confiáveis para a
número de variáveis qualitativas e calibração do modelo.
quantitativas. -Possibilidade de induzir o
processo decisório.
Fonte: Autor a partir de Fogliatti, Filippo e Goudard (2004) e Barbieri (2006).

Comparação entre os Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental

Partindo-se do pressuposto que a Avaliação de Impacto Ambiental, como


integrante do Estudo de Impacto Ambiental, tem o objectivo de identificar e
avaliar a significância dos impactos ocasionados para um determinado
projecto com relação ao meio ambiente e sociedade e que, os métodos
disponíveis ainda são pouco conhecidos, faz-se uma análise genérica dos
mesmos. Os métodos desenvolvidos são resultado da legislação vigente, das
exigências dos órgãos de controlo ambiental, dos organismos internacionais,
muitas vezes dos próprios empreendedores e até da evolução das técnicas
disponíveis. Concernente aos envolvidos na Avaliação de Impacto Ambiental
é imprescindível que possuam uma profunda compreensão das possibilidades
e limitações de cada método. Os métodos de reuniões ou “Ad Hoc” são
amplamente utilizados para avaliação de impactos ambientais devido à
facilidade e rapidez na identificação. Entretanto, não são configurados os
impactos reais sobre as variáveis específicas do meio ambiente, tornando este
um dos métodos com mais alto grau de subjectividade. A utilização de
listagem de controlo ou checklists é o mais

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usual e rápido método de avaliação de impactos. É uma avaliação qualitativa


e aplicável à grande maioria dos empreendimentos, pois a larga faixa desses
check-lists é de fácil compreensão, facilitando a avaliação das consequências
das acções para implantação do empreendimento. Por outro lado, neste
método, o meio ambiente é classificado em compartimentos e de forma
fragmentada, o que não corresponde à realidade, visto as interacções
multidireccionais entre o meio físico, biótico e antrópico. O Método Batelle -
listagem de controlo mais difundida actualmente - é utilizado para avaliação
da qualidade dos recursos hídricos. A grande objectividade que se imputa ao
método é aparente, pois os valores de qualidade ambiental e a ponderação
são baseados no julgamento subjectivo de especialistas e membros da
sociedade. Este cenário tem mudado nos últimos anos a medida que o método
está presente em grande parte dos Estudos de Impactos Ambientais
elaborados a nível do mundo. O comportamento de alguns parâmetros, os de
carácter físico, são em princípio de mais fácil determinação, os de natureza
social e cultural, tornam questionável a aplicação de funções. A utilização de
matrizes de interacção apresenta um nível de subjectividade médio, com a
combinação das acções humana e indicadores de impactos em dois eixos,
facilitando principalmente a análise de impactos significativos. Por outro lado,
as interfaces e influências dos meios não são consideradas com grande
propriedade. A avaliação dos impactos identificados no EIA através da
superposição de cartas possui um grande poder de síntese indicando o
relacionamento espacial. Neste caso, a visualização das condições ambientais
com e sem a implantação do empreendimento são facilmente comparáveis. É
um método recomendado para selecção de alternativas para grandes
projectos, embora tenha capacidade limitada de análise. As redes de
interacção são uma evolução das listagens de controlo e relacionam os
factores ambientais com as acções decorrentes de um projecto, bem como as
medidas de mitigação. As redes viabilizam a identificação de interacções entre
impactos indirectos e sinérgicos, entretanto, não consideram aspectos
espaciais e temporais. A utilização de ferramentas computacionais pode
dinamizar e difundir a utilização deste método.
Neste caso, a fragmentação dos componentes ambientais é reduzida a
eficiência do método. O método mais conhecido e usual para avaliação de

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impactos ambientais, a Matriz de Leopold possibilita a união entre acção


proposta e factor ambiental, considerando a magnitude e a importância de
cada impacto.
Quando da implementação da Avaliação de Impacto Ambiental, o método
mais utilizado como abordagem era o Ad Hoc. Posteriormente, percebeu-se
que as avaliações elaboradas com este tipo de método frequentemente não
identificavam todos os impactos significantes. Assim, surgiram novos métodos
formais e outros foram adaptados ou melhorados para garantir a efectividade
e/ou a eficiência. Alguns foram adaptados para uso em sectores específicos, o
que aumentou a eficiência e a precisão do processo de identificação de
impacto.

Síntese dos Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental

Nenhum método de AIA pode ser considerado o melhor. Também não existe
método que seja adequado para o tratamento de todas as etapas e tarefas de
um EIA ou que seja apropriado à avaliação de qualquer tipo de
empreendimento. Alguns são uteis por exemplo, para a comparação de
alternativas do projecto. Outros favorecem a integração das pesquisas
sectoriais, problemas frequente a ser enfrentados pelos coordenadores
técnicos de estudos principalmente no caso de avaliação que envolvem
projectos de grande envergadura. De salientar que nenhum deles cobre a
todas etapas do estudo de impacto ambiental, no que concerne a aplicação
das medidas mitigadoras e o programa de monitorização de impactos.
Os métodos de AIA são baseados em critérios e indicadores desenvolvidos
para diferentes tipos de impactos ambientais incidentes no meio
socioeconómico, bióticos e abióticos. A escolha de métodos de AIA depende
dos seguintes critérios básicos:
 Tipos de projecto avaliado;
 recursos técnicos e financeiros disponíveis;
 Quantidade e qualidade dos dados e informação disponível;
 O tempo da duração para realizar o estudo;
 Termo de Referencia e os requisitos básicos legais a serem atendidos;
 Actividades, projectos ou empreendimentos que estarão sendo estudados.

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Todovia, é de fundamental importância a incorporação de um conjunto de


critério básicos dos métodos de analise, dentre os quais: integração dos
aspectos físicos, biológicos e socioeconómicos; inserção de factor tempo; um
mecanismo que permite somar impactos parciais para se obter impacto total
sobre o local; capacidade de extrapolação e de arquivamentos de dados para
aplicação em outras áreas a serem estudadas; aplicação de diferentes escalas,
participação pública na tomada de decisões. Todos esses critérios, tornam
cada vez mas eficazes a avaliação e interpretação do ambiente, permitindo a
consequente análise da viabilidade e identificação de possíveis alternativas
para a prevenção, a recuperação ou a reconstituição ambiental. Conforme
relata Figueiredo (2011), a avaliação de impactos ambientais pode-se valer de
todos os possíveis estudos ambientais, para a prevenção como o controle
ambiental de determinadas actividades e reparação dos danos ambientais
ocasionados.
A escolha de determinado método ou técnica como mais vantajoso para as
avaliações de impactos ambientais não é recomendável, por não existir um
método ideal, que se aplique a todos os tipos e a todas as fases do estudo, o
que explica a grande utilização da matriz de Leopold, pela facilidade e baixos
custos de elaboração.

Sumário

Nesta unidade temática abordamos de metodos de avaliação de impacto


ambiental sua classificação e exemplos de alguns métodos apresentados neste
manual. Para além desses foi tambem feita uma sintese e comparação dos
diferentes métodos.

UNIDADE Temática 3.2. Exercícios Integrados da Unidade deste Tema.

1. O método Ad Hoc associa-se a:


A. Vulnerabilidade a subjectividade
B. Permitir visão integrada da questão ambiental
C. Vulnerabilidade a tendencionalidade na coordenação e escolha de
participantes
D. Todas as opções estão correctas

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2. A dificuldade de incorporar factores estéticos, sociais na previsão de


impactos ambientais associa-se a:
A. Matriz de Leopold C. Listagens descritivas
B. Método dos modelos de simulação D. Rede de interacção

3. O método de sobreposição de cartas associa-se a:


A. Escolha do melhor traçado de projectos lineares como rodovias e ductos
B. Técnica de sensoriamento (informação geográfica digitalizada)
C. Recurso a sistemas de pontuação obtido no cruzamento automático e
informatizado de valores para a categorização de restrição ou aptidão
D. Todas as opções estão correctas

4. A matriz de Leopold constitui um método de :


A. Identificação de impactos ambientais
B. B. Avaliação de impactos ambientais
C. Identificação de factores ambientais
D. Nenhuma opção esta correcta

5. Constitui uma das vantagens do método Ad-hoc no processo de AIA:


A. Identificação e exame do impacto de todas as variáveis ambientais
B. Estimativa rápida de AlA
C. Aprofundamento da avaliação dos impactos ambientais.
D. Todas as opções estão correctas

6. Constitui uma das desvantagens do Checklists no processo de AIA:


A. Compartimentação e fragmentação
B. Não evidencia inter-relações entre os factores ambientais.
C. Impossibilidade de identificar impactos secundários e fazer predições.
D. Todas as opções estão correctas

7. A superposição de cartas é útil para estudos que envolvem alternativas de


localização e outras questões de dimensão espacial, e vem sendo muito
utilizada para AIA de projectos lineares (estradas de rodagens, linhas de
transmissão, dutos, etc.)

8. Nenhum método de AIA pode ser considerado o melhor. A escolha de


métodos de AIA depende de alguns critérios básicos, dentre o quais se destaca
os recursos técnicos e financeiros existentes.

9. Faça correspondência entre Métodos e suas vantagens


Métodos Vantagens
Os métodos ad-hoc São utilizadas para relacionar as
diversas acções do projecto aos
factores ambientais.
As listagens de controlo Algumas incluem informações sobre
técnicas de previsão de impacto,

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outras incluem descrição dos


impactos ou, ainda, incorporam
escalas de valor e índices de
ponderação dos factores.
Redes de interacção Facilitam a troca de informações.
Matrizes Abrangem factores ambientais físicos,
biológicos e socioeconómicos.

10. Faça correspondência entre Métodos e suas desvantagens


Métodos Desvantagens
Os métodos ad-hoc Limitação para examinar o impacto global
de todas as variáveis ambientais
envolvidas, pois avalia os impactos
individualmente
Cheklist Não identificação de impactos directos e
indirectos
Redes de interacção Não consideram aspectos temporais e
especiais dos impactos.
Método de Battelle -Não considera o público afectado no
processo.

Chaves de Respostas: 1-D; 2-B; 3- D; 4-B; 5-B; 6-D; 7- (V); 8- (V); 9 e 10 LINEAR

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TEMA – IV: PARADIGMAS DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL.

UNIDADE Temática 4.1. Modelos de Avaliação de Impacto Ambiental.


UNIDADE Temática 4.2. Riscos, Incertezas e Irreversibilidade dos
Impactos Ambientais.
UNIDADE Temática 4.3. Exercícios Integrados das Unidades deste
Tema.

UNIDADE Temática 4.1. Modelos de Avaliação de Impacto Ambiental.

Introdução

Modelos são hipóteses, ou um conjunto de hipóteses que simplifica


observações complexas ao mesmo tempo em que oferece um quadro
preditivo exacto que estrutura estas observações, frequentemente separando
redundância (noise) de informação. A maioria dos modelos mais sofisticados
são modelos matemáticos ou estatísticos, estes têm a vantagem de
apresentar um grau mais baixo de obliquo e normalmente são sistemas
dedutivos mais robustos.
O objectivo mais importante de um modelo é que ele permite o entender o
próprio modelo de uma forma simples ou então descrever este modelo mais
completamente, de modo que o modelo possa ser tão preciso quanto o
mundo real.
Um modelo é normalmente uma simplificação do mundo real ou alguma
forma conveniente de trabalhar com este mundo, mas as características
essenciais do mundo real devem aparecer no modelo, de modo que o seu
comportamento seja igual ou semelhante àquele do sistema modelado.

O modelo objectiva um alcance maior: revelar a influência dos aspectos e


impactos ambientais nos objectivos estratégicos da organização, para o
alcance de sua sustentabilidade. Um dos modelos mais conhecido é Modelo
Económico de Controle e Avaliação de Impactos Ambientais.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Dar conceitos de modelos e sua aplicação na Avaliação de Impacto Ambiental;


 Diferenciar os modelos de Matrizes adoptado na avaliação dos impactos;
Objectivos  Classificar tipos de cenários.
específicos

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Modelos em Avaliação de Impacto

Roche (2000) elabora uma revisão histórica e teórica sobre avaliação de


impacto, e afirma que as abordagens iniciais de avaliação de impacto se
iniciam na década de 1950 pelas agências de desenvolvimento, para prever,
antes do início de um projecto, as prováveis consequências ambientais, sociais
e económicas. São exemplos avaliação de impacto ambiental: avaliação de
impacto social, análise de custo-benefício e análise de custo-benefício social.
Para Bonilha (2007) é no final da década de 1960 que começam as avaliações
de impacto ambiental e mais tarde é incorporada a avaliação de impacto social
dos projectos, como um conceito mais amplo, e que incluía a comunidade.
Existem diferentes modelos de matrizes, podendo destacar-se o modelo de
LEOPOLD et al. (1971), reconhecido mundialmente, onde as colunas da matriz
correspondem as interacções entre as acções do projecto, enquanto as linhas
representam os impactos ambientais gerados. Em seguida, os resultados são
valorados de 1 a 10, considerando critérios como magnitude, importância,
severidade, e classificando-os em positivos ou negativos (Abbasi e Arya, 2000,
p. 11).
Modelos físicos - representação da realidade, a uma escala reduzida,
simulando os processos envolvidos. (Exemplos: Túneis de vento ou maquetas
da costa, com simulação das ondas e correntes).
Modelos visuais - elaboração de imagens representando o ambiente antes e
depois da concretização do projecto ou das suas alternativas. Podem também
ter em conta a dimensão temporal (Exemplos: variações sazonais, crescimento
de vegetação plantada).
Modelos matemáticos - funções matemáticas ou estatísticas aplicadas ao
cálculo, determinístico ou probabilístico, de valores quantitativos a partir de
dados de entrada numérica.
Modelos cartográficos - representação da realidade potencialmente afectada
pelo projecto através de mapas ou cartas. Por sobreposição com as
representações cartográficas do projecto (ou das suas alternativas) obtém-se
uma previsão dos impactos.

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Formulação de cenários.

Para a Macroplan (2012), cenários são descrições de situações futuras


alternativas e dos eventos que levam à evolução da situação de origem à
situação futura. Um cenário é, portanto, uma resposta bem trabalhada para a
questão: “O que pode possivelmente acontecer?”. Sua finalidade,
especificamente para o sector ambiental, é auxiliar agentes de planeamento
a compreender a dinâmica da área e os problemas ambientais consequentes
(Santos, 2004). Existem dois tipos de cenários quantitativos e cenários
qualitativos.
Cenários Quantitativos: são aqueles que expressam visões de futuro através
de informações numéricas (por exemplo, tabelas e gráficos contendo dados
numéricos), frequentemente geradas por métodos computacionais. Podem
fornecer cálculos de ordem de magnitude de tendências passadas, presentes
e futuras, como, por exemplo, crescimento demográfico. Assim, esses
cenários são aqueles em que as informações podem ser quantificadas e
representadas por modelos quantitativos.
Cenários Qualitativos: são aqueles que expressam visões subjectivas através
de imagens (por exemplo, mapas mentais), diagramas ou narrativas
descritivas escritas (“storylines”). “Storylines” são textos narrativos de como o
futuro pode evoluir, que representam uma maneira de falar, recurso muito
utilizado na construção de cenários futuros, especificando tendências de
variáveis ambientais e institucionais na determinação de mudanças, como,
por exemplo, o uso da terra. Uma das vantagens de se optar por cenários
qualitativos é a possibilidade de integração de visões de diferentes indivíduos
ou organizações com especialistas em elaboração de cenários, ao mesmo
tempo, através de um conjunto de procedimentos planeados no âmbito de
uma abordagem participativa (Folhes, 2010). Os qualitativos também são
apropriados na análise de situações complexas com alto grau de incerteza e
quando informações relevantes não podem ser totalmente quantificadas.
A abordagem quantitativa pode ser baseada em modelos matemáticos
simples ou complexos, formulados com rigor e detalhes para se quantificar ou
prognosticar a condição de um determinado sistema.
Pode-se dizer que cenários quantitativos são representados pela modelagem
matemática (de maneira geral) e os

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cenários qualitativos pelas narrativas tidas como descritivas. Os cenários


quantitativos, a partir de diferentes métodos, são limitados frente à
complexidade dos sistemas naturais e sociais com novos comportamentos ou
futuros, que estruturalmente podem emergir. Por outro lado, os cenários
qualitativos, que se dão somente a partir de narrativas descritivas, pelo facto
de não apresentarem dados numéricos, podem representar uma
desvantagem ao ponderar as suposições por trás das premissas dos cenários,
assumidas pelos especialistas ou stakeholders e perderem sua plausibilidade.
A combinação de elementos quantitativos e qualitativos pode tornar um
cenário mais consistente e robusto. As abordagens, qualitativa e quantitativa,
devem ser utilizadas de forma complementar.

Quadro 9: Síntese das Tipologias de Cenários Quanto ao Propósito

Cenário Pergunta (Futuro?)


Tendencial O que acontecerá se medidas não forem tomadas?
O que pode realmente acontecer? (cenário futuro possível,
Alternativo alternativo, frente às restrições biofísicas, às aspirações e às
limitações socioeconómicas e administrativas)
Como deveria acontecer? (cenário futuro ideal, frente às
Normativo
potencialidades e restrições biofísicas – desejo plausível)
Como gostaria que acontecesse? (prevalece o desejo em função
Intuitivo
dos anseios dos agentes envolvidos)
Fonte: Autor (2017)

Prognósticos Extrapolativos.

A busca pela qualidade de vida e a preocupação com o equilíbrio ecológico


tem levado os órgãos governamentais e a sociedade, de maneira geral, a exigir
garantia da atenuação de efeitos negativos, ou mesmo a compensação
ambiental de tais efeitos, durante a implantação e operação dos novos
empreendimentos a serem instalados. Em nível de benefícios, os efeitos são
mais actuantes sobre o meio antrópico, pois todas as intervenções a serem
geradas, visam, em primeiro plano, oferecer melhores condições de vida à
população.
Prognóstico refere-se a identificação, valoração e interpretação dos prováveis
impactos ambientais associados a execução, e se for o caso, a desactivação de
um dado projecto. Desta forma, estes impactos ambientais devem ser
categorizados segundo aos seguintes critérios: a) ordem-directo ou indirecto;

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

b) Valor – positivo (benéfico) ou negativo (adverso);


c) Dinâmica – temporário, cíclico ou permanente;
d) Espaço – local, regional ou internacional;
e) e) Horizonte Temporal – curto, médio ou longo prazo; e
f) f) Plástica – reversível ou irreversível.
Portanto, o prognóstico ambiental tem como principal objectivo antecipar ou
prever a situação ambiental futura da área onde será implantado o
empreendimento.
O prognóstico ambiental deverá apresentar as justificativas da escolha da
alternativa vocacional e tecnológica e deverá ser constituído por um conjunto
de cenários futuros, contendo características das fases de planeamento,
implantação, operação e desactivação do empreendimento.
O prognóstico ambiental constitui-se em uma etapa onde, a partir do
diagnóstico e dos elementos constituintes do empreendimento, se delineiam
quadros prospectivos de uma qualidade ambiental futura e se estabelecem os
impactos ambientais.
A partir da análise integrada, serão elaborados quadros prospectivos
tendenciais para a região considerando um horizonte temporal com o
empreendimento e outro considerando sua não implantação. Esses dois
quadros prospectivos serão comparados entre si e também com um quadro
diagnóstico de qualidade ambiental.
O prognóstico requer que sejam efectivadas as avaliações dos impactos
ambientais, considerando as diferentes causas de sua geração, sua magnitude
(ou severidade), abrangência, relevância e reversibilidade, nas fases de
planeamento, implantação, operação e desactivação do empreendimento.
Deverão ser utilizados critérios complementares aos critérios de valoração, de
forma a subsidiar a identificação de acções a serem implementadas em cada
caso específico, a saber: duração, forma de manifestação, ocorrência,
incidência, prazo para ocorrência e natureza.
A referida avaliação deverá propiciar a proposição de medidas destinadas ao
controle dos aspectos ambientais significativos, à mitigação dos impactos
ambientais adversos significativos, à compensação dos impactos não
mitigáveis e à maximização dos impactos ambientais positivos.
Na apresentação dos resultados de prognóstico deverão constar:

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

 A metodologia de identificação dos impactos e os critérios adoptados para


a interpretação e análise de suas interacções;
 A valoração, magnitude e importância dos impactos;
 Uma descrição detalhada dos impactos sobre cada aspecto ambiental
relevante, considerado no diagnóstico ambiental;
 Uma síntese conclusiva dos principais impactos que poderão ocorrer nas
fases de planeamento, implantação e operação e desactivação,
acompanhada de suas interacções.

Sumário

Nesta unidade temática falamos de Modelos de Avaliação de Impacto


Ambiental, apresentamos diferentes modelos e trouxemos formulação de
cenários bem como sua tipologia e Prognósticos Extrapolativos.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. A maioria dos modelos mais sofisticados são:


A. Modelos matemáticos ou estatísticos
B. Modelos Físicos ou químicos
C. Modelos agronométricos ou estetístico
D. Modelos Bioquímico ou Físico – químico.

2. Um dos modelos reconhecido mundialmente para AIA, onde as colunas da


matriz correspondem as interacções entre as acções do projecto, enquanto
as linhas representam os impactos ambientais gerados é:
A. Modelo de Lambert
B. O modelo de LEOPOLD et al. (1971)
C. Modelos Físico – químicos
D. Todas alternativas estão erradas.

3. Para a Macroplan (2012), cenários são descrições de situações futuras


alternativas e dos eventos que levam à evolução da situação de origem à
situação futura. Existem dois tipos de cenários:
A. Matemático e Físico
B. Quimico e Fisico
C. Quantitativos e Qualitativos
D. Todas alternativas estão correctas.

4. O prognóstico ambiental tem como principal objectivo:


A. Representação da realidade, a uma escala reduzida

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

B. Elaboração de imagens representando o ambiente antes e depois da


concretização do projecto
C. Valoração quantitativos a partir de dados de entrada numérica.
D. Prever a situação ambiental futura da área onde será implantado o
empreendimento.

5. Modelos visuais consiste na elaboração de imagens representando o


ambiente antes e depois da concretização do projecto ou das suas
alternativas, consideramos como exemplo:
A. Variações sazonais, crescimento de vegetação plantada
B. Túneis de vento ou maquetas da costa, com simulação das ondas e
correntes.
C. Representação de tabelas e gráficos contendo dados numéricos
D. Todas alternativas estão correctas.

Chaves de Respostas: 1-A; 2-B; 3- C; 4-D; 5-A

Exercícios de AVALIAÇÃO

1. O objectivo mais importante de um modelo é que ele permite o entender o


próprio modelo de uma forma simples ou então descrever este modelo mais
completamente, de modo que o modelo possa ser tão preciso quanto o
mundo real.

2. Modelos físicos é a representação da realidade, a uma escala reduzida,


simulando os processos envolvidos.

3. No prognóstico, a síntese conclusiva dos principais impactos que poderão


ocorrer nas fases de planeamento, implantação e operação e desactivação,
não são acompanhada de suas interacções.

4. Na apresentação dos resultados de prognóstico entre vários deverão


constar:
A. A valoração, magnitude e importância dos impactos;
B. Representação da realidade, a uma escala reduzida
C. Valoração quantitativos a partir de dados de entrada numérica.
D. Sobreposição com as representações cartográficas do projecto obtém-se
uma previsão dos impactos

5. Faça correspondencia entre medelos e sua descrição


Modelos Sua discrição
Cálculo probabilístico de valores quantitativos a
Modelos matemáticos partir de dados de entrada numérica.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Sobreposição com as representações cartográficas


Modelos cartográficos
do projecto obtém-se uma previsão dos impactos
Representação da realidade a uma escala
Modelos físicos
reduzida, simulando os processos envolvidos.

Chaves de Respostas: 1-(V); 2-(V); 3- (F); 4-A; 5- LINEAR

UNIDADE Temática 4.2. Riscos, Incertezas e Irreversibilidade dos Impactos


Ambientais.

Introdução

Um dos grandes desafios da actualidade é a gestão e o controle de riscos


ambientais decorrentes das acções humanas. O futuro é incerto e a incerteza
exige um agir preventivo, pois decisões tomadas no presente poderão evitar
ou pelo menos minorar determinadas catástrofes. A gestão de riscos é um
processo sistemático para se identificar, analisar e responder aos riscos de um
projeto, e tem como finalidade a busca do equilíbrio apropriado entre o
reconhecimento de oportunidades de ganhos e a redução de perdas.
Situações de risco levam a reflectir o meio ambiente de uma maneira
diferente. Dessa forma, há uma superação do modelo tradicional. O risco
actualmente é um dos maiores problemas enfrentados, quando se deseja uma
efectiva protecção jurídica do meio ambiente e especialmente a
responsabilização do dano ambiental.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer os riscos, incerteza e reversibilidade dos impactos;


 Descrever os termos: risco, incerteza e reversibilidade;
 Caracterizar as incertezas no estudo ambientais;
Objectivos
 Estabelecer relação entre Risco, Incerteza e Irreversibilidade;
específicos

Risco, Incerteza e de Irreversibilidade dos Impactos Ambientais

Risco Ambiental

A ideia de risco está associada à exposição de pessoas e propriedades a


perigos, perdas e prejuízos ocasionados por processos de origem natural ou

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

antrópica. A legislação ambiental tem como um dos principais objectivos


estabelecer um conjunto de normas para definir critérios de segurança a fim
de prevenir danos e gerir riscos. Risco é a combinação da probabilidade e a
consequência de ocorrer um evento perigoso especificado.
Segundo Castro et al (2005) Risco pode ser tomado como “uma categoria de
análise associada às noções de incerteza, exposição ao perigo, perda e
prejuízos materiais, económicos e humanos em função de processos de ordem
“natural” (tais como processos exógenos e endógenos da Terra) e/ou daqueles
associados ao trabalho e às relações humanas”.
Essa tarefa deve ser devidamente compartilhada também pelo possível
causador de um risco futuro, a quem cumpre concretamente fazer uso de
procedimentos como mecanismo de protecção e não operar diante de uma
lógica poluir/pagar. Não se deseja com isso que a actividade económica se
torne inviável, apenas tem como objectivo excluir do mercado o poluidor que
ainda não está ciente da importância de se preservar os ecossistemas.
Segundo Machado (2013, p. 110):

[...] Controlar o risco é não aceitar qualquer risco. Há riscos


inaceitáveis, como aquele que coloca em perigo os valores
constitucionais protegidos, como o meio ambiente
ecologicamente equilibrado, os processos ecológicos
essenciais, o manejo ecológico das espécies e ecossistemas, a
diversidade e a integridade do património biológico - incluído
o genético - e a função ecológica da fauna e da flora.

Já o termo Risco (latu sensu) refere-se, portanto à probabilidade de ocorrência


de processos no tempo e no espaço, não-constantes e não-determinados, e à
maneira como estes processos afectam (directa ou indirectamente) a vida
humana.
Os Riscos podem ser classificados como: (Semabrasil, 2006)
Riscos físicos: são as diversas formas de energia a que possam estar expostos
os trabalhadores, podendo, a depender da intensidade, provocar danos
físicos. São considerados agentes físicos: ruídos, vibrações, pressões anormais,

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

temperaturas, humidade, radiações extremas, radiações ionizantes, radiações


não-ionizantes, iluminação deficiente, infra-som, ultra-som.
Riscos químicos: são as diversas substâncias, compostos ou produtos que
possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras,
fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da
actividade de exposição, possam ter contacto ou ser absorvido pelo organismo
através da pele ou por ingestão.
Riscos biológicos: são microorganismos que podem contaminar o trabalhador
e são, basicamente, as bactérias, os fungos, os bacilos, os parasitas, os
protozoários, os vírus, entre outros mais. Geralmente são avaliados
biologicamente e em laboratórios apropriados através da colecta de sangue,
fezes, urina ou outro meio de pesquisa nos empregados. Muitas actividades
profissionais favorecem o contacto com tais riscos. É o caso das indústrias de
alimentação, hospitais, limpeza pública (colecta de lixo), laboratórios, etc.
Para avaliar estes agentes são necessários instrumentos específicos, todos
obedecendo a critérios mínimos de normas internacionais

A quantificação do risco inclui:


• Definir o perigo;
• Identificar o evento inicial que causaria o perigo;
• Determinar as consequências ao sistema receptor;
• Atribuir probabilidades de ocorrência desse evento.
O processo de determinação da natureza e da magnitude de um efeito adverso
causado por um perigo, é chamado de Avaliação de Risco Ambiental.

As Incertezas

A construção de cenários lida, normalmente, com sistemas complexos e


dinâmicos, que convivem com contínuas mudanças estruturais e com elevado
grau de incerteza sobre os caminhos dessas mudanças. A incerteza é um
estado de dúvida.
A mera existência da incerteza pressupõe a necessidade de formular
julgamentos e um processo decisório para solucionar este estado.
A incerteza sugere que se crie um ambiente de tomada de decisão para
superação dessa condição. Portanto, cenários e planeamento
estratégico/ambiental lidam com

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

incertezas, pois o primeiro ilumina as oportunidades e desafios e o segundo


trata de explorar as oportunidades dentro de um contexto de incerteza sobre
o futuro, procurando mitigar as ameaças. Sem incerteza, todos estariam em
uma mesma posição e não haveria sucesso ou falha. Pensar estrategicamente
só faz sentido em condições de incerteza (HEIJDEN, 2004).
A incerteza quanto às consequências exatas do dano a curto ou longo prazo
não pode servir de pretexto para se adoptar determinadas medidas visando
prevenir a degradação ambiental. É melhor tomar medidas de protecção
severas e não ser aplicado do que deixar tudo sob o critério do poluidor.
Havendo a certeza do dano ambiental este deve ser prevenido, de acordo com
o que preconiza o princípio da prevenção. Em caso de dúvida ou de incerteza,
também se deve agir de modo preventivo. Essa é a grande inovação do
princípio da precaução.
Na Incerteza a característica dos sistemas complexos, ainda que o
comportamento de qualquer objecto tenda a expressar padrões logicamente
interpretados e analisados.
O futuro deve ser sempre encarado como incerto e aberto a múltiplas
possibilidades, com seus riscos e chances.
No entanto, diante do quadro de irreversibilidade ou da difícil reparação dos
danos ambientais, a actuação preventiva se torna essencial para se evitar o
agravamento da poluição do nosso planeta, pois a imposição de tributos e
sanções administrativas e penais na maioria das vezes não desestimula as
condutas danosas, e, por conseguinte, não evita os prejuízos ambientais.
Portanto, faz-se necessária a elaboração prévia do estudo do impacto
ambiental como direccionamento preventivo contra os danos ambientais.
O processo de licenciamento ambiental sempre opera em diferentes
condições e situações de incertezas, seja pela diversidade de tipologias de
empreendimentos que envolvem, seja pelas distintas realidades ambientais
que estão consideradas. O reconhecimento das condições de incertezas
requer o desenvolvimento de novos conceitos e marcos de referência, exige
que as decisões sejam consideradas um processo contínuo que não se finaliza
no momento da revisão ou aprovação do projecto ou das actividades. Ao
contrário, é necessário um monitoramento e auditoria ambiental posterior e
ao longo da sua condução e funcionamento, visando dispor de elementos para

108
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

o aprimoramento sistemático da gestão ambiental. Nesse sentido, é


pertinente que o processo de licenciamento ambiental considere
procedimentos de apreciação em fases distintas de implementação dos
empreendimentos e adopte a aprovação condicionada e a revisão das suas
apreciações na sua sistemática de condução.
As condições de incertezas que envolvem o licenciamento ambiental podem
ser caracterizadas pelas diversas situações disponíveis na tomada de decisão.
Essas situações são caracterizadas pelo grau de conhecimento disponível da
realidade ambiental em questão e pela capacidade de previsão de seu
comportamento sob determinadas intervenções. Assim sendo, para
Kaufmamm (1968), as incertezas seriam estruturadas ou não estruturadas, em
função do nível de conhecimento das possibilidades. Na mesma lógica, Matus
(1993) considera que as situações de incerteza possam ser caracterizadas em
função do conhecimento das probabilidades e do universo de eventos
possíveis no cenário em que se pretende intervir, compreendendo:
» Incerteza definida se configura quando o universo das possibilidades e os
eventos possíveis estão estabelecidos e são razoavelmente conhecidas as
possibilidades de ocorrência de cada um dos eventos integrantes do universo
(identificação dos potenciais problemas bem estruturados com algum risco de
mensuração);
» Incerteza quantitativa seria nas situações que o universo das possibilidades
e os eventos possíveis estão estabelecidos, mas não são satisfatoriamente
conhecidas as possibilidades de ocorrência de cada um dos eventos
integrantes do universo (problemas bem estruturados com incerteza);
» Incerteza qualitativa, quando o universo das possibilidades e os eventos
possíveis estão mal estabelecidos e as probabilidades de ocorrência estão
restritas somente a alguns eventos de um universo prático substituído
(problemas quase estruturados);
» Incerteza total, quando o universo de possibilidades está mal estabelecido e
os eventos possíveis estão restritos a um único caso identificável e são
totalmente desconhecidas as possibilidades de ocorrência do evento
identificado (ignorância plena, previsão impossível). Nas situações de
expressivas incertezas e riscos envolvidos torna-se relevante a abordagem da

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

ciência pós-normal balizada na ciência da complexidade emergente


desenvolvida por Funtowicz e Ravetz (1992).
O licenciamento ambiental com a exigência dos estudos de impactos
ambientais (EIA) cumpre a função de identificar primordialmente as incertezas
qualitativas e quantitativas. As decisões do processo de licenciamento
ambiental convencional se enquadram, em geral, nas situações de incerteza
definida e incerteza quantitativa. As predições ou previsões ambientais
envolvidas com incertezas definidas podem ser minimizadas quando se dispõe
de condições específicas de planeamento e previsões bastante balizadas, ou
seja, em situações com problemas bem estruturados em termos de avaliação
com algum risco. A minimização das margens de incertezas pode ocorrer ainda
quando os demais instrumentos de gestão ambiental, tais como o
zoneamento, os padrões ambientais, a definição das áreas protegidas e os
estudos de impactos ambientais, estão disponíveis. Dessa forma, a incerteza
definida pode ser reduzida em condições de problemas bem estruturados e
de minimização significativa do risco potencial de impacto, restringindo os
possíveis impactos que eventualmente ocorram sejam razoavelmente
factíveis de se promover a sua reversibilidade.
Principais causas de incertezas na AIA:
 Variabilidade estocástica dos fenómenos ambientais (fenómenos que
surgem aleatoriamente);
 Conhecimento inadequado ou incompleto do comportamento dos
componentes do meio; Falta de dados de base e informações da zona ou
problema a avaliar.

Reversibilidade

Refere-se ao termo de permanência do impacto no meio ambiente. Os termos


“duração” e “reversibilidade” têm sentidos semelhantes, uma vez que ambos
se referem ao tempo em que cessada a geração do aspecto, o impacto
permanece no meio ambiente, desta forma o impacto pode ser classificado
como reversível (quando as acções propostas façam o equilíbrio ambiental
retornar à situação pré-existente) ou irreversível (quando as alterações não
possam ser revertidas por acções de recuperação ou mitigação).
A reversibilidade é subdividido em três categorias:
a) Completamente reversíveis;

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

b) Dificilmente reversíveis;
c) Irreversíveis.
Uma situação natural é considerada irreversível quando, uma vez
alcançada, é impossível voltar ao estado inicial. Em todo processo de
AIA, deve-se estudar sua irreversibilidade e os custos da recuperação
do estado inicial, embora a incerteza sempre faça parte da construção
de cenários

Sumário

Nesta unidade temática descrever diferentes conceitos tais como Riscos,


Incerteza e irreversibilidade dos impactos ambientais. Apresentamos sua
características e ou tipologia.

UNIDADE Temática 4.3. Exercícios Integrados das Unidades deste Tema.

1. O processo de licenciamento ambiental sempre opera em diferentes


condições e situações de incertezas, seja pela diversidade de tipologias de
empreendimentos que envolvem, seja pelas distintas realidades ambientais
que estão consideradas. As Incertezas pode ser classificado em:

A. Incerteza definida, Incerteza parcial, Incerteza qualitativa e Incerteza


total,
B. Incerteza parcial, Incerteza quantitativa, Incerteza qualitativa e
Incerteza total,
C. Incerteza definida, Incerteza quantitativa, super incerteza e Incerteza
total,
D. Incerteza definida, Incerteza quantitativa, Incerteza qualitativa e
Incerteza total,

2. Considera-se de impacto Reversível quando as acções propostas façam o


equilíbrio ambiental retornar à situação pré-existente.

3. A gestão de riscos é um processo sistemático para se identificar, analisar e


responder aos riscos de um projeto, e tem como objectivo a busca do
equilíbrio entre o reconhecimento de oportunidades de ganhos e a redução
de perdas sobre o ambiente.

4. Incerteza definido, quando o universo de possibilidades está mal


estabelecido e os eventos possíveis estão restritos a um único caso

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

identificável e são totalmente desconhecidas as possibilidades de ocorrência


do evento identificado.

5. Termo Risco em AIA refere-se, portanto à probabilidade de ocorrência de


processos no tempo e no espaço, não-constantes e não-determinados, e à
maneira como estes processos afectam (directa ou indirectamente) a vida
humana. Os riscos são classificados em:
A. Riscos tecnológico , químicos e biológicos.
B. Riscos físicos, ergonometrico e biológicos.
C. Riscos físicos, químicos e biológicos.
D. Todas alternativas estão erradas.

6. A gestão de riscos é um processo sistemático para se identificar, analisar


e responder aos riscos de um projecto, e tem como finalidade:
A. A busca do equilíbrio apropriado entre o reconhecimento de
oportunidades de ganhos e a redução de perdas.
B. Identificação dos potenciais problemas bem estruturados com algum
risco de mensuração
C. Buscar Problemas bem estruturados com incerteza
D. Todas alternativas estão correctas.

7. Sem incerteza, todos estariam em uma mesma posição e não haveria


sucesso ou falha.

8. Faça correspondencia de tipos de incerteza e as caracteristicas


relacionadas.

Tipos Situações de incerteza


Incerteza definida Identificação dos potenciais problemas
bem estruturados com algum risco de
mensuração
Incerteza qualitativa Problemas bem estruturados com
incerteza
Incerteza quantitativa Problemas quase estruturados

9. Faca correspondência entre Risco, incerteza e irreversibilidade e seus


conceitos relacionados.

Completamente quando as acções propostas façam o


reversíveis equilíbrio ambiental retornar à situação pré-
existente
Dificilmente reversíveis Quando as alterações possam ser revertidas
por acções de recuperação ou mitigação por
um longo tempo

112
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Irreversível Quando as alterações não possam ser


revertidas por acções de recuperação ou
mitigação

10. Faça a correspondência entre riscos e seus exemplos

Tipos de Riscos Seus agentes


Riscos físicos Ruídos, vibrações, pressões anormais,
temperaturas, humidade, radiações extremas,
radiações ionizantes, radiações não-ionizantes,
iluminação deficiente, infra-som, ultra-som
Riscos químicos Compostos que possam penetrar no organismo
pela via respiratória, nas formas de poeiras,
fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores.
Riscos biológicos As bactérias, os fungos, os bacilos, os parasitas, os
protozoários, os vírus.

Chaves de Respostas: 1-D; 2-(F); 3- (V); 4-(F); 5-C; 6-A; 7- (V); 8, 9 e 10 LINEAR

113
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

TEMA – V: CONCEPÇÃO E CONDUÇÃO DE ESTUDOS AMBIENTAIS.

UNIDADE Temática 5.1. Estudos Ambientais para actividades de


Categoria C, B, A ou A+.
UNIDADE Temática 5.2. Exercícios Integrados das Unidades deste
Tema.

UNIDADE Temática 5.1. Estudos Ambientais para actividades de Categoria C, B,


A ou A+.

Introdução

O processo de Avaliação de Impacto Ambiental é actualmente regulado pelo


Decreto n°54/2015 de 31 de Dezembro (Regulamento sobre o Processo de
Avaliação de Impacto Ambiental), que revoga o Decreto n°45/2004 de 29 de
Setembro e o Decreto n° 42/2008, de 4 de Novembro.
No âmbito do processo de Avaliação de Impacto Ambiental, o Regulamento
ora referenciada estabelece quatro (4) categorias de projectos:
Categoria A+: aplicável em projectos ou actividades que devido a sua
complexidade, localização e/ou irreversibilidade e magnitude de possíveis
impactos mereçam um elevado nível de vigilância social e ambiental e o
envolvimento de especialistas nos processos de AIA; estas actividades estão
sujeitas a EIA completo sob supervisão de Revisores Especialistas
independentes e com experiencias comprovada.
Categoria A: enquadra-se nos projectos/actividades que afectem
significativamente seres vivos e áreas ambientalmente sensíveis, com
impactos de maior duração, intensidade, magnitude e significância, estando
sujeitos a EIA completo;
Categoria B: projectos ou actividades que não afectem significativamente
seres vivos nem áreas ambientalmente sensíveis, estando sujeitos ao EIA
simplificado e finalmente a Categoria C: são actividades que provoquem
impactos negativos negligenciáveis, insignificantes ou mínimos, que estão
sujeitos à apresentação de procedimentos de boas práticas de gestão
ambiental na sua implementação.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

114
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

 Conhecer as categorias de estudos de impactos ambiental;


 Diferenciar as categorias: C, B, A+ e A.
Objectivos
específicos

Estudos Ambientais são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos


ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de
uma actividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a
análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projecto
de controlo ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental,
plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise
preliminar de risco.
Estudos ambientais - Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA); Relatório
Ambiental Preliminar (RAP); Estudo Ambiental Simplificado (EAS); Estudo de
Impacto de Vizinhança (EIV); Relatório de Controlo Ambiental (RCA) etc.
Quando se entende que um empreendimento tem alto potencial de geração
de degradação ambiental, é obrigatória a elaboração e a aprovação de EIA
como requisito prévio para a concessão da licença ambiental.
O Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA),
aprovado pelo Decreto n° 54/2015 de 31 de Dezembro é previsto na Lei do
Ambiente (Lei n° 20/97), aplica-se a todas as actividades públicas ou privadas
com influência directa ou indirecta nas componentes ambientais. O
Regulamento define o processo de avaliação ambiental, comprometendo
nomeadamente a definição dos estudos ambientais requeridos, o processo de
participação pública, o processo de revisão dos estudos, da decisão sobre a
viabilidade ambiental e emissão de licença ambiental.

Estudos Ambiental para actividades de Categoria C

O Anexo III do Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro contém a lista de


actividades classificadas como Categoria C. A Categoria C: Correspondem
projectos que não necessitam de Avaliação Ambiental, mas que estão sujeitos
à observância das normas constantes de directivas especificas de boa gestão
ambiental.

115
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

O artigo 4 do Decreto n° 54/2015 de 31 de Dezembro difine da Categoria C –


as actividades descritas no Anexo IV e as avaliados como sendo de categoria
C, que estão sujeitas à apresentação de procedimentos de Boas Praticas de
Gestão Ambiental a serem elaborados pelo proponente do projecto e
aprovados pela entidade que superintende a área de AIA.
De acordo com o Regulamento do Processo de AIA são acções que provocam
impactos negativos negligenciáveis, insignificantes ou mínimos. Não existe
impactos irreversíveis nesta categoria e os positivos são superiores e mais
significativos que os negativos. Nesta categoria podemos citar:
a) Sistemas de irrigação com área individual ou cumulativa entre 50 a
100ha;
b) Hoteiss, hotéis – residencial, motéis, pensões e lodges em cidades e
vilas;
c) Torres de telecomunicações;
d) Produção de sacos plásticos com espessura superior a 30
micrómetros;
e) Exploração para, uso de recursos de água subterrânea incluindo a
produção de energia geotérmica que implique a extracção de mais ou
menos de 200m3/ano;
f) Instalação de equipamentos dentro de áreas ferro portuárias já
existentes;
g) Consolidação de linhas férreas;
h) Reabilitação de equipamentos ferro – portuário fixo diverso;
i) Actividades de construção de parques de estacionamento em
propriedade horizontal;
j) Carpintaria domestica e Marcenaria;
k) Fabricas de bolachas, massas, biscoites e doces;
l) Indústrias panificadoras;
m) Indústria de conservação de frutos e hortícolas produção igual ou
inferior a 300t/dia;
n) Fabrico de painéis de fibra, partículas e compactadas;
o) Instalação de frigoríficos;
p) Linhas de transmissão de energia de 33kv;

116
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

q) Actividades de pecuária intensiva (animais de capoeira


‹1000animais/ano;
r) Fabrico de papel higiénico e guardanapos;
s) Quinagem de chapas de zinco.

Podemos citar como exemplos práticos Fabrica de Bolacha da Matola em


Maputo,

Estudo Ambiental Simplificado para actividades Categoria B

O Regulamento de AIA define a estrutura dos relatórios de EPDA e EIA


requeridos para projectos de Categoria A, bem como para o relatório de
Estudo Ambiental Simplificado (EAS) requerido para projectos classificados
como de Categoria B.
Gategoria B: corresponde a projectos que poderiam apresentar impactos
negativos de curta duração, intensidade, extensão, magnitude e/ou
significância, necessitando de um Estudo Ambiental Simplificado (EAS) e Plano
de Gestão Ambiental (PGA).
O decreto 54/2015 de 31 de Dezembro define como as de Categoria B – as
actividades descrita no Anexo III e as avaliadas como sendo de categoria B,
que estão sujeitas a realização de um Estudo Ambiental Simplificado. As
actividades de categoria B são acções que afectam significativamente seres
vivos em áreas ambientalmente sensíveis comparativamente as actividades de
Categoria A, nesta incluem:
a) Fabrica ou processamento de madeira;
b) Fabrica de processamento de tintas e vernizes;
c) Fabrica de processamentos de alimentos e bebidas com produção
superior a 10ton/dia;
d) Áreas de armazenamentos de sucatas com mais de 5ha;
e) Linhas de transmissão e distribuição de energia abaixo de 66Kv;
f) Recauchutagem de pneus;
g) Infra-estruturas de abastecimentos de combustíveis;
h) Fabrica de produção de ração com produção igual ou inferior a
1000ton/mês;

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

i) Sistema de abastecimento de água e de saneamento, suas condutas,


estações de tratamentos e sistemas de disposição de efluentes
j) Fábrica de processamento de castanha de caju;
k) Armazenamento, tratamento, transporte e disposição de lixo
hospitalares de hospitais rurais, centros e postos de saúde e clinicas
privadas com serviços de pequena cirurgia;
l) Condomínios com mais de 15 fogos em propriedade horizontal ou
vertical em zonas não urbanizadas;
m) Actividades de Assistência técnica de auto e lavagem de carros;
n) Criação em Pavilhão de animais de capoeira com capacidade entre
1000 e 1500 animais/ano;
o) Transformação ou remoção de vegetação Indígena em áreas entre
100 e 200hectares sem regadio;
p) Produção e processamento de sumos;
q) Produção industrial de betão. Este tipo de actividades deve localizar –
se em parques industrias ou em áreas localizadas a uma distância
mínima de 6km das áreas habitacionais;
r) Produção indústrias de blocos de cimentos, lancis e pavês;
s) Pedreiras com certificado mineiro;
t) Areiros com certificados mineiro;
u) Produção de leites e seus derivados;
v) Processamento industrial de farinha;
w) Produção e processamento de mechas;
x) Hipermercado com área igual ou superior a 1 ha;
y) Industria cerâmica;
z) Matadouro;
aa) Indústria de processamento de pescado;
bb) Carpintaria industrial;
cc) Fabrico de cigarros, charutos e similares;
dd) Dragagens de manutenção das condições de navegabilidade, desde
que não ultrapassem as cotas de fundo anteriormente alcançadas;
ee) Manutenção e reconstrução de obras costeiras de combate à erosão;
ff) Actividades em áreas de conservação proposta pela própria entidade
gestora de área de Conservação destinadas a melhorar sua gestão;

118
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

gg) Escolas com capacidades de 1500 alunos.

De acordo com Serra e Cunha (2008), o relatório do EAS devra conter no


mínimo os seguintes elementos:
 Resumo não técnico com as principais questões abordadas e
conclusões e as respectivas propostas;
 Localização e descrição da actividade;
 Enquadramento legal da actividade e sua inserção nos planos de
ordenamento do território existentes para a área de influencia directa
da actividade;
 Diagnostico ambiental contendo uma breve descrição da situação
ambiental de referência;
 Identificação e avaliação dos impactos ambientais da actividade;
 Plano de Gestão ambiental, incluindo a monitorização dos impactos,
programa de educação ambiental e planos de contigencia de
acidentes;
 Identificacao de equipa multidisciplinar que realizou o EAS;
 Relatório da Particapaçao p”ublica, quando necessário.

Estudos de Impacto Ambiental para actividades de Categoria A ou A+

O Regulamento sobre Processo de Avaliação de Impacto Ambiental no seu


artigo 4 categorizas as actividades de seguinte forma:
a) Categoria A+ as actividades descritas no Anexo I e as actividades como
sendo de categoria A+, que estão sujeitas a realização de um EIA e
supervisão por Revisores Especialistas independentes com
experiencia comprovada.
b) Categoria A – as actividades descritas no Anexo II e as avaliadas como
sendo de categoria A que estão sujeitas a realização de um Estudo de
Impacto Ambiental.
Exemplos para projectos dessas categoria são: Projecto de gás de Palma em
Cabo Delgado, projecto da terminal de óleo alimentar bruto da OLAM
MOÇAMBIQUE LDA na Provincia de Sofala e Projecto da Construçao Vila
Olímpica na Província de Maputo.

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ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Actividades de Categoria A+
De acordo com o Regulamento do Processo de Avaliação de Impacto
Ambiental no seu Anexo I, classifica como categoria A+ aquelas que devido a
sua complexidade, localização e/ou irreversibilidade e magnitude dos
possíveis impactos, merecem não só um elevado nível de vigilância social e
ambiental, mas também, o envolvimento de especialistas nos processos de
AIA e fazem parte desta categoria as actividades com características abaixo
apresentadas:
a) Deslocamento físico e económico de famílias que não corresponde ao
modelo de reassentamento pre-definido no Regulamento sobre
Processo de Reassentamento resultante de actividades Económicas;
b) Actividade localizadas em áreas com elevado valor de biodiversidade;
c) Actividades com impactos potenciais irreversíveis antes de aplicação
de medidas de mitigação, em áreas cuja actividade humana não tenha
modificado substancialmente as funções ecológicas nativas e a
composição das espécies da área;
d) Actividades cuja localização seja em áreas de conservação e proteção
e nas suas áreas tampão, com excepção de actividades propostas pela
própria entidade gestora da referida Área de Conservação, quando
destinadas a melhorar sua gestão;
e) Actividades cuja implementação afecte directamente recifes de coral
e dunas primárias, mangal, zonas húmidasne ervas marinhas sempre
que os mesmos sejam afectados numa área superior a 1 ha;
f) Areas povoadas onde actividade poderá implicar níveis de poluição ou
outro tipo de distúrbio que afete significativamente as comunidades
locais;
Ainda nesta categoria incluem-se:
a) Tratamento e fabrico de substancias perigosas classificadas como
cancerogenas, mutagénicas ou tóxicos;
b) Fabrico de produtos com uso de organismos geneticamente
modificados e seus derivados;
c) Fabrico de pesticidas;
d) Centrais Nucleares;
e) Processamento e armazenamento de resíduos radiotivos;

120
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

f) Extracção e processamentos de minérios;


g) Extracção, armazenamento, transporte, processamento e
produção de derivados de hidrocarbonetos;
h) Instalações de armazenamento subterrâneo e superficial de gases
combustíveis.
Actividades de Categoria A

De acordo com Anexo II do Regulamento do Processo de Avaliação de Impacto


Ambiental (Decreto n° 54/2015 de 31 de Dezembro), classifica como
actividades de categoria A+ acções que afectem significativamente seres vivos
e áreas ambientalmente sensíveis e os seus impactos são de maior duração,
intensidade, magnitude e significância. Fazem parte desta categoria as
actividades referente e/ou localizados em áreas com as características abaixo
descritas:
1) Áreas e ecossistemas reconhecidos como possuindo estado especial
de protecção ao abrigo da legislação nacional e internacional tais
como:
 Pequenas ilhas;
 Zonas de erosão eminentes;
 Zonas exposta a desertificação;
 Zonas de valor arqueológica, histórica e cultural a preservar;
 Áreas de protecção de nascentes e mananciais de
abastecimento;
 Reservatórios de águas subterrâneas;
 Áreas povoados que impliquem a necessidade de
reassentamento;
 Regiões sujeitas a níveis altos de desenvolvimento ou onde
existem conflitos na distribuição e uso de recursos naturais;
 Áreas ao longo dos cursos de água ou áreas usadas com fonte
de abastecimento de água para o consumo das comunidades;
 Zonas conteundo recursos de valor como por exemplo
aquáticos, minerais, plantas medicinais, etc;
 Zonas propensas a calamidades naturais;
a) Incluem nesta categoria:

121
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

1.1 Infra-estruturas
a) Todas actividades que impliquem reassentamento
populacional;
b) Actividades de loteamento urbano e/ou desenvolvimento
de novos aldeamentos/bairros com mais de 20ha ou
complexos muldifuncionais em propriedades horizontal
ou vertical com mais de 80 fogos;
c) Empreendimentos turísticos fora de zonas urbanas ou em
zonas sem Planos de Ordenamento Territorial – com
capacidade igual ou superior de 150 camas ou áreas igual
ou superior a 10ha;
d) Parques de campismo para mais de 650 utentes ou com
área igual ou superior a 5ha;
e) Parques temáticos com área igual ou superior a 8ha;
f) Actividades de loteamento industrial com mais de 15ha;
g) Estabelecimento ou expansão de áreas reactivas tais
como campos de golfe e de hipismo numa área igual ou
superior a 5ha;
h) Marias e docas com mais de 150 pontos de amarração;
i) Obras de transferências de recursos hídricos entre bacias
hidrográficas sempre que esta se destina a prevenir
carência de água em certas regiões, e que o volume de
água transferido seja superior a 100 milhoes de m3/ano;
j) Todas as estradas principais fora das zonas urbanas;
k) Pontos ferroviárias e rodoviárias de mais de 100m de
extensão;
l) Linhas férreas de comprimentos igual ou superior a 5km
de extensão;
m) Aeroportos e aeródromos com uma pista de
comprimento igual ou superior a 1800m;
n) Heliportos em zonas habitacionais, industriais e sensíveis;
o) Condutas de água de mais de 0.5m de diâmetro e com
mais de 10km de comprimento;

122
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

p) Oleodutos, gasedutos, mineradutos, cabos submarinos e


cabos de fibras opticas terrestre com mais de 5km de
comprimento;
q) Estabeleimento ou extensão de portos e instalações
portuárias para navios com tonelagem superior a 4000GT
(relacionado com volume interno total do navio);
r) Estaleiros navais de construção e reparação de
embarcações com área de implantação igual ou superior
a 5ha ou intervenção na linha de costa maior a 1.50m.
s) Barragens e represas com albufeira de área inundável
equivalente ou maior de 5ha;
t) Adutoras e aquedutos de mais de 10km de comprimento
e diâmetro igual ou superior a 1m;
u) Exploração para uso de recursos de água subterrânea
incluindo a produção de energia geotérmica que
impliquem a extracção de mais de 500m3/h ou
12.000m3/dia;
v) Dragagens de novos canais de acesso aos portos;
w) Ancoradouro ou cais de acostagem;
x) Linhas de eléctrico, linhas de metropolitano aéreas e
Subterrâneas;
y) Construção de vias navegáveis e obras de canalização e
regularização de cursos de água;
z) Obras costeiras de combate a erosão marítima (diques
esporões…).
1.2 Exploração Florestal

a) Desbravamento, parcelamento e exploração de cobertura vegetal


nativa com áreas individuais ou cumulativas superiores a 100ha;
b) Todas actividades de desflorestação com mais de 50ha,
reflorestamento e florestação de mais de 250ha.
1.3 Agricultura
a) Actividades de parcelamento para agricultura de mais de 350ha com
regadio e de 1000ha sem regadio;

123
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

b) Reconversão de terra agrícola para fins comerciais, urbanísticos ou


industriais;
c) Reconversão de áreas equivalentes ou de mais de 100ha de terra
agrícola sem cultivo há mais de 5 anos para agricultura intesiva;
d) Introdução de novas culturas exóticas;
e) Sistemas de irrigação para áreas com mais de 350ha;
f) Actividades de pecuária intensiva de mais de:
 50.000animais de capoeira/ano;
 1500 porcos e/ou 100 porcas reprodutoras/ano e
 500 bovinos/ano e ou área individual ou comulativa inferior
igual ou superior a 1000ha.
g) Entre outros.

2.4. Pesca
a) Actividades de pesca industrial que impliquem maior pressão sobre os
recursos pesqueiros;
b) Actividades de aquacultura com mais de 100 toneladas de
produção/ano.

2.5. Indústria
2.5.1 Produção e transformação de metais e ametais;
a) Produção e processamento de metais com uma produç|ao
superior a 2.5 ton/anoç
b) Tratamentos de superfície de metais e plásticos que usem
processos químicos ou electroliticos com volume total de cubas
de tratamento igual ou superior a 30m3; entre outros.
2.5.2 Quómica
a) Fabrico de produtos farmacêuticos com capacidade superior a
1250 ton/anoç
b) Fabrico de tintas e vernizes a partir de matéria-prima primária
com capacidade superior de 75000ton/ano;
c) Fabrico e tratamento de produtos a base de elastómeros com
capacidade superior de 75000ton/ano;
d) Fabrico de peróxidos com capacidade superior de 12500ton/ano;

124
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

e) Produção de sabões;
f) Produção ou processamento de fertilizantes;
g) Processamento de tabaco.

2.5.3 Alimentar
a) Fabrico de ração com produção igual ou superior a 2000 ton/mês;
b) Produção de óleos e gorduras animais produção igual ou superior
a 75 ton/dia e vegetais com produção superior a 300ton/mês;
c) Açucareira incluindo o cultivo de cana de sacarina com capacidade
superior a 300ton/dia de produto final.
2.5.4 Têxteis, Cortumes, madeira e papel
a) Fabrico de papel e cartão com capacidade superior ou igual a
20ton/dia;
b) Lavagem, branqueamento, mercerização de fibras e têxteis
com capacidade superior ou igual a 10ton/dia;
c) Fábrico de cortumes com capacidade superior a 12ton/dia;
d) Instalações para produção e tratamento de celulose com
capacidade igual ou superior a 40ton/dia.
2.5.5 Indústrias extrativa e complementar
a) Pedreira com concessão mineira;
b) Instalação e complexo industriais tais como fábrica e moagem de
cimento, siderúrgica e coqueiras. Este tipo de actividade deve
localizar-se em parques industriais, ou onde não existem
instrumentos de ordenamentos do território, a uma distância
mínima de 20km das áreas habitacionais.
2.5.6 Energia
a) Centrais ectroelectricas, térmicas, geotérmicas,
fotovoltaicas, eólicas e de energia das ondas;
b) Armazenamento de combustíveis líquido, ou sólido a
superfície;
c) Indústrias de fabrico de briquetes, hulha lenhite com
capacidade de produção igual ou superior a 150ton/dia;
d) Linhas de transmissão e distribuição de energia a partir de
66kv.

125
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

2.5.7 Tratamentos e deposição de resíduos sólidos e efluentes


a) Armazenamento, transporte, tratamento e deposição de
resíduos industriais perigosas;
b) Aterros sanitários com capacidades para mais de 150000
habitantes;
c) Armazenamento, transporte, tratamento e deposição de
resíduos hospitalares, de uma unidades sanitárias de nível
central, geral, provincial, distrital e clinicas com serviços de
maternidade e cirurgia geral;
d) Instalação de tratamento de águas residuais/esgotos com
capacidade para mais de 150.000 habitantes;
e) Cemitérios com área superior a 50 há;
f) Incineradoras de tratamento de resíduos e outros.

2. 8. Áreas de Conservação
a) Criação de parques nacionais, reservas, contadas, áreas de
maneio de fauna e áreas tampão;
b) Exploração comercial de fauna e flora naturais;
Introdução de espécies exóticas de fauna e flora

Sumário

Nesta unidade temática abordamos as categorias das actividades sujeitos ao


Estudo de Impacto Ambiental, com base nas normas Moçambicanas sobre o
Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e descrevemos com
profundidade todas as restrições que o Regulamento advoga e apresentamos
exemplos a nível Regional.

UNIDADE Temática 5.2. Exercícios Integrados das Unidades deste Tema.

1. O Estudo de Impacto Ambiental e respectivo relatório (EIA-RIMA)


A. são desprovidos de conteúdo mínimo previamente fixado pelo
ordenamento jurídico.

126
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

B. é a única modalidade de avaliação de impacto ambiental admitida pelo


ordenamento jurídico Moçambique.
C. é exigido no licenciamento de obra ou actividade potencialmente
causadora de significativo impacto ambiental.
D. É exigido no licenciamento de obra ou actividade potencialmente
causadora de qualquer impacto ambiental.

2. Estudo de Impacto Ambiental abrange um levantamento de dados e


informações de caracter científico e legal numa linguagem técnica. O
segundo passo para o EIA é:
A. Diagnóstico e Prognóstico Ambiental
B. Medidas Preventivas, Mitigadoras
C. Estudo de impacto simplificado
D. Todas alternativas estão erradas.

3. Para a realização de Estudo de Impacto Ambiental de um projecto com


impacto sobre o meio ambiente, é necessário:

A. apresentar a Matriz do Relatório de todos os riscos ambientais que


poderam advir na implementação do projecto.
B. Diagnóstico ambiental da área de influência do projecto completa
descrição e análise dos recursos ambientais e suas interacções antes da
implantação do projecto.
C. Deve apresentar as medidas de mitigação dos efeitos sobre o meio
ambiente.
D. Todas as alternativas estão correctas

4. O Regulamento actual aplicável no Processo de AIA em Moçambique é


Decreto 54/2015. O órgão licenciador ou regulador”é:
A. MICOA B. MINED C. MITADER D. Todas opções

5. As actividades de categoria A, B e C podem ser considerada menos perigosas


e todas estão sujeitos a EAS.

6. EIA e o RIMA podem indicar medidas de prevenção, mitigação e


compensação do impacto ambiental.

7. O EIA deverá conter a descrição e a análise dos factores ambientais e suas


interacções, de forma a caracterizar a situação ambiental das áreas de
influência, antes da implantação do empreendimento, destacando a
importância da área directamente afectada

8. As actividades de categoria A+ por causa de possíveis impactos não


merecem o EIA completo, mas sim EAS.

127
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

9. Categoria B: projectos ou actividades que não afectem significativamente


seres vivos nem áreas ambientalmente sensíveis, estando sujeitos ao:
A. Estudo Ambiental simplificado
B. Estudo Ambiental Completo
C. Normas de Boas práticas de gestão Ambiental
D. Todas respostas estão correcta.

10. Faça correspondência entre categorias e suas recomendações


Categoria A+ Estudo Ambiental Completo
Categoria B Estudo Ambiental simplificado
Categoria C Boas praticas de gestão Ambiental

Chaves de Respostas: 1-D; 2-A; 3- B; 4-A; 5-(F) 6-(V); 7-(V); 8- (F); 9-A; 10-
LINEAR

128
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

TEMA – VI: GLOSSÁRIO.

O Módulo traz um glossário que indica a definição de um termo, palavra ou


expressão descrito ao longo do texto e algumas delas não familiarizados pelos
estudantes. Acredita-se que vai ser muito útil para consolidar e enriquecer os
seus conhecimentos sobre meio ambiente.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Aprimorar os termos novos utilizado no manual.


 Conhecer os diferentes termos utilizado ao longo do Manual.
 Familiarizar com as palavras e aplicar no seu dia-a-dia.
Objectivos
específicos

Abrangência: Indica os impactos cujos efeitos se fazem sentir no local ou que


podem afectar áreas geográficas mais abrangentes, caracterizando-se como
impactos regionais.
Ações antrópicas - Acções realizadas pela espécie humana.
Anoxia: é o termo usado para indicar a completa ausência
de oxigénio em um ambiente.
Antropogénico – Acção causada pela mão do homem.
Aquecimento Global: é um fenómeno climático que causa o aumento da
temperatura média da superfície terrestre.
Aspecto Ambiental: Elemento das actividades, produtos ou serviços de uma
organização que pode interagir com meio ambiente.
Avaliação de Impacto Ambiental: Processo de exame das consequências
futuras de uma acção presente ou proposta.
Bioacumulação: É a acumulação de substâncias tóxicas nos organismos vivos
ao longo da cadeia alimentar, tornando-se mais concentrado a cada elo dessa
cadeia.
Biótico: Tudo aquilo que faz parte do meio ambiente e tem vida. Inclui
animais, plantas, vírus, bactérias.
Conservação Ambiental - Utilização dos recursos naturais, de conformidade
com o manejo ecológico.
Contaminação - Qualquer alteração física, química ou biológica do ar, a água
ou o solo que produz danos aos organismos vivos.

129
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Contaminação: Introdução em um determinado meio ou local de elementos


nocivos à saúde humana, das plantas e dos animais, tais como organismos
patogénicos, substâncias tóxicas ou radioactivas.
Custo Ambiental - Conjunto de bens ambientais a serem perdidos em
consequência de um empreendimento económico.
Dano Ambiental – Efeito negativo causado no ambiente e/ou a ser humano e
a biodiversidade em geral.
Degradação Ambiental - É toda e qualquer alteração física, química ou
biológica no meio ambiente, com ou sem a concorrência de actividades
humanas, que venham a comprometer o uso dos recursos naturais ou causar
danos à população humana.
Degradação Ambiental: Qualquer alteração adversa dos processos, funções
ou componentes ambientais, ou alteração adversa da qualidade ambiental.
Diagnóstico Ambiental: Descrição das condições ambientais existentes em
determinada área no momento presente.
Ecossistema - Comunidade de plantas, animais e organismos mais pequenos
que vivem, se alimentam, reproduzem e interagem na mesma zona ou
ambiente.
Ecossistema É o conjunto de componentes bióticos e abióticos que em um
determinado meio
Educação Ambiental: Conjunto de acções educativas com o objectivo de
despertar a consciência individual e colectiva para a importância do meio
ambiente. Quando estão conscientes, as pessoas mudam seus hábitos e
praticam acções que ajudam na preservação da natureza.
Efeito Ambiental: Alteração de um processo natural ou social decorrente de
uma acção humana.
Fauna: Conjunto de animais que habitam numa determinada região.
Flora: Totalidade das espécies de plantas que formam a vegetação de uma
determinada região
Impacto Ambiental: Alteração da qualidade ambiental que resulta da
modificação de processos naturais ou sociais provocadas por acção humana.
Irreversível: Algo que não pode mais voltar à situação anterior.
Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão
ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e operação
de empreendimentos e actividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efectiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
Licença de Operação – Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da
actividade, obra ou empreendimento,

130
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

após a verificação do efectivo cumprimento das exigências das licenças


anteriores (LP e LI), bem como do adequado funcionamento das medidas de
controle ambiental, equipamentos de controle de poluição e demais
condicionantes determinados para a operação.
Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planeamento do
empreendimento ou actividade, aprovando sua localização e concepção,
atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e
condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação.
Licença de Instalação (LI) – autoriza o início da instalação do empreendimento
ou actividade de acordo com as especificações constantes dos planos,
programas e projectos executivos aprovados, incluindo as medidas de
controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo
determinante.
Magnitude – Indica a intensidade do impacto em um específico factor
ambiental, de forma qualitativa como pequeno, médio e grande.
Medidas Mitigadoras/ Potencializadoras – Acções permitem maior controle
em relação aos impactos causados pelo homem e principalmente por
empresas que actuam em meio a ambientes naturais.

Meio ambiente - É o conjunto de todas condições e influências externas que


afectam a vida e o desenvolvimento de um organismo.

Mitigação: é a implementação de medidas desenhadas para reduzir os efeitos


indesejáveis de uma acção proposta sobre o ambiente.
Monitoramento Ambiental: Medição repetitiva ou observação da qualidade
ambiental em acordo com um planeamento.
O monitoramento é o instrumento que estabelece o elo entre o licenciamento
e a fiscalização.
Ocorrência – Especifica quando há certeza da ocorrência de um determinado
impacto em um factor ambiental como certo, ou quando existe a incerteza da
ocorrência de um determinado impacto ambiental como incerto.
Palafita: São casas construídas em cima de estacas que ficam em níveis acima
da terra, pois elas ficam situadas em terrenos que em épocas de chuvas, ou
enchentes, alagam, ficando assim seguras sobre a água.
Passivo Ambiental – Conjunto de dívidas e obrigações de uma pessoa ou
empresa, para a recuperação ambiental de determinado dano.
Política ambiental: Declaração da organização, expondo suas intenções e
princípios em relação ao seu desempenho ambiental global, que prevê uma
estrutura para acção e definição de seus objectivos e metas ambientais.
Poluição: Introdução no meio ambiente de qualquer forma de matéria ou
energia que possa afectar negativamente o homem ou outros organismos.

131
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

Preservação ambiental - Acção de proteger, contra a destruição e qualquer


forma de dano ou degradação, um ecossistema, uma área geográfica definida
ou espécies animais e vegetais ameaçados de extinção, adoptando-se as
medidas preventivas legalmente necessárias e as medidas de vigilância
adequadas.
Prognóstico ambiental: Projecção da provável situação futura do ambiente
potencialmente afectado, caso a proposta em análise seja implementada.
Recuperação Ambiental: Aplicação de técnicas de manejo visando tornar um
ambiente degradado apto para um novo uso produtivo, desde que seja
sustentável (Sánchez, 2008).
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA): é o documento que apresenta os
resultados técnicos e científicos de avaliação de impacto ambiental.
Reversibilidade – Chance do ambiente das áreas de influência voltar às
situações pré-existentes, desta forma o impacto pode ser classificado como
reversível (quando as acções propostas façam o equilíbrio ambiental retornar
à situação pré-existente) ou irreversível (quando as alterações não possam ser
revertidas por acções de recuperação ou mitigação).
Risco Ambiental: probabilidade de ocorrência de danos ambiente físico
biótico decorrente da exposição a condições adversas ou a um evento
indesejado.
Significância – Avaliação do impacto gerado frente aos outros impactos e ao
quadro ambiental actual e futuro da área, sendo qualificada em baixa, média
ou alta.
Temporalidade – Indica a duração de um determinado impacto em um
específico factor ambiental como temporário ou permanente.
Vulnerabilidade – Condições de baixa resistência de uma área ao uso e
ocupação com possibilidades de acidente e danos ambientais.

132
ISCED CURSO: GESTÃO AMBIENTAL; 4º Ano Disciplina/Módulo: AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

BIBLIOGRAFIA

ABBASI, Shahid A.; ARYA, D. S. (2000). Environmental impact assessment: available techniques, emerging trends.
Discovery Publishing House.

ABSY, M. L. (Coord.) et al. (1995). Avaliação de impacto ambiental: agentes sociais, procedimentos e
ferramentas. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

ACHON, C. L.; SOARES, L. V.; MEGDA, C. R. (2005). Impactos ambientais provocados pelo lançamento in natura
de lodos provenientes de estações de tratamento de água. In: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental. Saneamento ambiental Brasileiro: Utopia ou realidade? Rio de Janeiro, ABES.

Andreolli, C. (2004). Manual de Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental, Curitiba.

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ANEXO 01: LISTA DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E DA LEGISLAÇÃO SECTORIAL COM


IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS

 Constituição da República de Moçambique, 2004 (aprovada em 16 de Novembro de 2004).


 Resolução 5/95, de 3 de Agosto, Política Nacional do Ambiente.
 Lei 20/97, de 1 de Outubro, Lei do Ambiente.
 Decreto 18/2004, de 2 de Junho, Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de
Emissão de Efluentes.
 Decreto 11/2006, de 15 de Junho, Regulamento sobre a Inspecção Ambiental.
 Decreto 45/2004, de 29 de Setembro, Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto
Ambiental.
 Decreto 54/2015, de 31 de Dezembro, Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto
Ambiental.
 Decreto 32/2003, de 12 de Agosto, Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental
 Decreto 12/2006, de 15 de Junho, que define as responsabilidades para a implementação do
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, no âmbito do Protocolo de Quioto.
 Decreto 42/2008, de 4 de Novembro, que altera o Regulamento sobre o Processo de Avaliação do
Impacto Ambiental.
 Diploma Ministerial 198/2005, de 28 de Setembro, concernente à coordenação sectorial na
implementação efectiva do Regulamento sobre o processo de Avaliação do Impacto Ambiental.
 Despacho de 27 de Julho de 2005, Concernente à emissão das licenças ambientais relativas a
projectos de actividade de montante igual ou superior a um milhão de dólares norte-americanos.
 Decreto 26/2004, de 20 de Agosto, Regulamento Ambiental para a Actividade Mineira.
 Diploma Ministerial 189/2006 de 14 de Dezembro – Normas Básicas de Gestão ambiental mineira.
 Decreto 45/2006 de 30 de Novembro – Regulamento para Prevenção da Poluição e Protecção do
Ambiente Marinho e Costeiro.
 Diploma Ministerial 1/2006, de 4 de Janeiro, que aprova as normas para a Aplicação de Multas e
Sanções previstas ao abrigo da Legislação Ambiental.

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