Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
21 .134.3(817.3
1C ltra
PEÇA EM li ATOS
VII QUADROS
~ J,., J_~
i ~ - ~ ' ,D lv-
,l f ~
/ JL,-
/o /o?
199305 328
821 .134.3(817.3)-2 MAC /tra
Goiânia
ONDA EDITORA CONTEMPORÃNEA
PRODUÇÃO INDEPENDENTE
1984
;1 [..(\;;"\
FICHA T~CNICA
Divanir Pimenta
Nilson Gorosthides
EDITAM
"A Traição nas Terrinhas do Coelho"
DE
"Marietta Telles Machado"
REVISÃO LINGUfSTICA
Amél io Sal vi ano da Costa Neto
Elias Fernandes Mourão
ILUSTRAÇÃO
Luiz Carlos dos Santos
~·
fiiFii1
APOIO ARTfSTICO
GBB - Propaganda
DEZEMBRO 1984
CDU: 82-053.1
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED 1N BRAZIL
9
PREFACIO
11
É uma satisfação saber que agora, publicada, "A traição nas
terrinhas do coelho" poderá ser divulgada mais amplamente e en-
cenada por muitos outros grupos, sobretudo em nossas escolas.
Esse empenho em que a peça se torne conhecida e seja levada a
muitas crianças goianas é porque ela busca valorizar o folclore, os
costumes, bem como situações e imagens do viver goiano. Ela pre-
tende, sobretudo, divertir a criança, transmitindo-lhe uma lição de
solidariedade humana para a busca de um mundo melhor.
12
O QUE SIGNIFICA A PALAVRA "TRAIÇÃO"
Eu sou passarinho
Eu sou sabiá
Eu quero fazê meu ninho
No fundo do teu quintá,
Da limeira no gainho
Pra pudê te namorá
13
ESTA PEÇA FOI MONTADA PELO CORPO DE TEATRO DE
CRIANÇAS (3 A 12 ANOS DE IDADE) DO CURSO PERMA·
NENTE DE TEATRO INFANTIL DA "CASA DE MÚSICA", DE-
NOMINADO "PIRLIMPIMPIM" SOB A DIREÇÃO DE DIVANIR
PIMENTA.
ATORES PERSONAGENS
Carlos Eduardo Péricles de Lacerda O Coelho
Luciana Macedo A Coelha
Ana Paula Alves de Morais O Macaco
Luciana Péricles de Lacerda O Lobo
Luciana Meireles Ruas O Bicho-Preguiça
Denise Macedo A Onça
Flávia Finotti (Roberta Radaelli) O Papagaio
Marcelo Jaime Barros O Raposo
Débora Carneiro Leite O Piolho-de-Cobra
Calina Martins Pereira da Silva O Sapo
Celina Uvia Bezerra A Sapinha
lvana Sisterole Bezerra O Tatu
Daniela de Carvalho Clemente A Coelhinha
Akemi Kasahara A Coelhinha
Janini da Cunha Sales A Coelhinha
Daniela Lia Gonçalves Camelo A Coelhinha
Anna Karla Péricles de Lacerda A Coelhinha
Vanessa Carneiro Leite A Coelhinha
15
"A TRAIÇÃO NAS TERRINHAS DO COELHO"
PEÇA EM li ATOS
DE
MARIETTA TELLES MACHADO
PERSONAGENS
COELHO ONÇA
COELHA RAPOSA
COELHINHOS (UNS 3) TATU
MACACO PAPAGAIO
SAPO E SAPINHA LOBO
BICHO PREGUIÇA PIOLHO DE COBRA
17
IATO
A família do Coelho
Passa por dificuldades
Eles moram em um ranchinho
Bem longe da cidade
19
Macaco, Onça e Raposa
Entram nessa estorinha
Não podendo deixar de lado
Tatu, Sapo e Sapinha
20
! QUADRO
COELHA - Dona Onça é tão rica, ela bem podia socorrer a gente.
COELHA - E verdade.
Vai querer um de nossos filhotes de garantia.
Cruz credo!
(CORRE E ABRAÇA OS COELHINHOS)Também
você fica aí sentado, com a mão no queixo.
Vai resolver?
21
22
COE L HO - Até o tempo está contra nós.
Essa sequidão...
Além disso essa terra aqui é um cerrado.
Como é que se planta?
li QUADRO
COELHO - Olá.
23
Até a mulher, até os filhotes agarram no cabo da en-
xada.
Não dá nada.
Olhe o rancho.
COELHO - E verdade-.
Mas olhe o preço que ela cobra.
Nem a colheita toda dá para pagar.
24
COELHO - Financia pros ricos, compadre.
Solta dinheiro pra uns como o Lobo, que já tem di-
nheiro e tem poder.
O que desanima a gente também é esse Lobo.
Ele exige parte de nossas colheitas, ameaça devorar
nossos filhotes, rouba nossas coisas.
Ili QUADRO
MÚSICA
25
MACACO - Pronto.
Já sei. .. já sei. ..
BICHO PREGUIÇA - Uai, macaco, ficou doido?
BICHO PREGUIÇA - A vida está dura pra todos nós com essa
sequidão.
O Sapo lá no brejo anda com uma tristeza!
Canta pela noite adentro.
Dá até dor no coração.
26
27
O MACACO SAI: DAf A POUCO ENTRA O BICHO PREGUI-
ÇA RESMUNGANDO.
IV QUADRO
MÚSICA
O Caminho da roça
Tem porteiras, tem poeiras
O caminho da roça
Tem colchetes, tem pinguelas
Tem moça bonita, tem rela-rela
28
RAPOSA - Eu só penso no pagode.
MACACO - E eu na cachaça
RISADA GERAL
ONÇA- Ah, gente, ouvi dizer que a bóia vai ser fina:
pelota de carne de vaca, arroz com pequi, frango
com macarrão, tutu com torresmo ...
Verdade, amiga Raposa?
Olhe, um conselhinho: Não vá esconder a comida e
deixar a gente passando fome.
29
30
Dizem, eu não sei ao certo, comentam por aí, que a
Senhora é bastante econômica!
MACACO - Silêncio!
Pois é, minha gente, como já expliquei, o Coelho an-
da num atraso de fazer dó.
Até a comida estamos levando, porque ele não tem
condições de nos oferecer sequer uma xícara de
café.
Nesse mundo a gente não pode ser egoísta.
Temos de nos ajudar uns aos outros.
Vocês conhecem aquela historinha linda do pingo de
chuva?
Um dia, um pingo de chuva olhou pra terra.
Estava aquela sequidão.
Ele ficou muito triste e então disse:
- Eu vou cair na terra.
31
Quem sabe se com minha ajuda não vai nascer um pé
de milho?
Que adianta um pé de milho só, disse o pingo de
chuva seu vizinho.
Adianta, respondeu o primeiro.
O que está ao meu alcance, eu faço.
Então eu também vou ajudar.
Aí, um terceiro gritou: Eu vou com vocês.
Gritou o quarto, gritou o quinto e milhares de pin-
gos de chuva resolveram cair na terra.
E caíram.
Cresceu aquele milharal mais lindo!
Assim, hoje nós vamos colaborar com o Coelho.
Trabalhem com vontade .
Ele vai mudar de vida.
MACACO - Silêncio!
Uns vão consertar a casa, outros vão capinar a roça.
As mulheres cuidam da comida e da fiação.
MACACO- Silêncio!
Ainda não terminei.
O Tatu será o cabaceiro.
A Raposa e a Onça vão servir o quentão à noite.
O Sapo vai dirigir o catira.
E trabalhem, minha gente, é pra fazer o dia render.
A LUZ APAGA.
FOCO DE LUZ SOBRE A CASA DO COELHO
ELA ESTA FECHADA.
32
OS BICHOS VÃO DEPOSITANDO AS COISAS A SUA BEIRA.
MACACO - 0 de casal
Compadre Coelho, abra a porta.
COELHO -
TODOS -
(ASSUSTADO) Que é isto, minha gente?
33
O Tatu tem boas unhas, vai furar os buracos.
V QUADRO
MÚSICA
34
tar sozinho um esteio.
Ele caiu em cima de um jirau.
Quebrou algumas coisas, mas ninguém se importou.
Tudo era festa.
A $apinha, a moça mais bonita, ficou o tempo todo
namorando o "cururu".
De vez em quando era preciso o Macaco dar uns cro·
ques na cabeça dele pra ele largar a viola e o namoro
e ir cuidar do serviço.
Ah, Sapo poeta! .. . A Sapinha é namoradeira mas
deu conta de fiar três quartos de linha.
Êta moça prendada!
Ainda por cima, bonita.
Mas todo mundo pensava mesmo era no pagode.
MÚSICA
IIATO
VI QUADRO
35
36
DE GOLE DE QUENT ÃO) Vamos ver, Papagaio.
Mostre sua i nspiração.
Eu começo o desafio.
37
ORGANIZA-SE O CATIRA.
DANÇA-SE UM POUCO.
VII QUADRO
38
LOBO- (OLHANDO FEROZ E CAMINHANDO PARA O
LADO DELA)
Qual compadre, qual nada.
Agora, vou querer meu banquete.
Estou com fome. (DA UM URRO)
Qualquer bichinho miúdo serve.
Ou grande mesmo.
39
COE LHO - Vá, mulher, ande.
A galinha é mansinha.
Está lá no poleiro.
40
Rouba tudo de nós e n!o nos ajuda em nada.
Enquanto n!o nos livrarmos dele, nã'o seremos livres
e felizes.
Somos muitos.
Ele é um só.
Devíamos ter feito isso há muito tempo.
Mas é preciso apanhar para aprender...
FIM
41
42
t
~
MONTE ESTA PEÇA
•
G")
CRIE UM DESENHO AQUI
44
E OUTRO DESENHO AQUI
45
QUESTI ONAR 10
O que você entendeu da peça? Conte com suas palavras .... . ... .
. . . . .. . .. . . . . . . .. . . .. . . . . . . . . .. . . . . .. . . .. . .. . .. . . . . .
o o o O O o O O O o o O O o o o o o o o o O I O O O O o o o o o O O O O OI o o o o o O O O OI O O o t
47
Por qu~? ......... .... ....... . ....... . .. .... . . ....... .
O que você faria para ajudá-los? ......... . .. . ....... . .. . .. .
.. .. . . . ... . .. . .. . .. . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . .. .. . ..
Qual o(a) personagem mais divertida? . .... ...... . . . .. .. .... .
Você achou essa estória: triste ou alegre? . . .... . ...... . .... . .
Fale com suas palavras sobre a família do Coelho ............ . .
48
PEQUENO VOCABULARIO DE PALAVRAS
E SEUS SIGNIFICADOS
49
CULTIVAR: Fertilizar (a terra) pelo trabalho.
DEVORAR: Engolir de uma só vez.
DESACATO: Faltar com o devido respeito a; afronta.
ESTE 10: Peça com o qual se sustém alguma coisa.
EXIGE: Reclama em funçâ'o de direito legítimo ou suposto.
EITO: Limpeza de uma plantação, com o uso de enxada.
EGO fSTA: Que trata só dos seus interesses.
ESCANCARA: Abre de par em par.
FERTILIZANTE: Adubo.
FÉRTIL: Abundante, farto.
FINANCIA: Custeia.
FOICE: Instrumento curvo para ceifar.
FIAR: Tecelagem manual, roda movida a pedal.
FESTANÇA: Festa muito animada.
FOR Ró: Arrasta-pé, farra.
FEROZ: Arrogante, altivo.
FOCINHO: Parte da cabeça do animal.
GAGUEJANDO: Pronunciando as palavras, sem clareza de sons.
GARANTIA: Prova, segurança.
HESITANTE: Indeciso, vacilante.
IMPERCEPTIVELMENTE: Que na'o se pode perceber, distingüir,
imperceptível.
J I RAU: Estrado de madeiras, sobre forquilhas, usado para guardar
panelas.
LAVRADOS: Arados, cultivados.
MÉTODOS: Processo ou técnica de ensino.
MENU: Cardápio.
MANGABA: Fruto da mangabeira, que dá no cerrado.
MllVIICA: Gesticulação.
MUQUE: Força muscular.
PINOTES: Saltos, pulos, piruetas.
PARASITA: 1ndivíduo que nã'o trabalha, vive âs custas alheias.
PINGUE LA: Tronco que serve de ponte sobre o rio.
PAGODE: Baile na roça.
POLEIRO: Vara onde as aves pousam e dormem.
QUENTÃO: Agul3rdente de cana com açúcar e gengibre.
QUEROZENE: Líquido derivado de petróleo, usado como com-
bustível.
50
ROÇAR: Pôr abaixo (vegetação), cortar, derrubar.
RETARDATÁRIO: Aquele que está atrasado, chega tarde.
RUGE: Do verbo rugir - bramir, urrar.
RANCHO: Casa pobre da roça.
SUBSTANCIA: A parte real ou essencial de alguma coisa.
SEOU I DÃO: Secura.
SAPECA: Moça saliente, namoradeira.
SOFISTICADO: Requintado, aprimorado.
SIMULTANEAMENTE: Que ocorre ou é feito ao mesmo tempo,
(simultâneo) com outra coisa.
SOVINA: mesquinho, avarento.
TRONCO: O caule das árvores.
TIRANO: lndiv /duo cruel, impiedoso.
TE IA: Aquilo que prende, emaranha. ~~e~
B 1
51
.,
r
._, (,
.1
ART E NA EDUCAÇÃO
DO TRABALHO:
DA TRAJETOR IA:
53
DAS OBRAS EDITADAS:
OS EDITORES
54
55
livro deve ser devolvido no última
data carimbado
__JI ----- - -
\U.----~
G
f\ ,C,
3869 . 0(81)-2/~AC/tra
(32 9/ 93 )
GRÁF1CA EDITORA ÚJER
indústria e comércio
•~~ 1•·• .. •9"11"'-' ...,...._
,., ..., ,.. ·•• ,. \oNYIIIIII'""""
J'w•
.... •oc,...,..... ao.u
OOri,,rw,,1,