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A alocação do preço pago por uma entidade para obtenção do controle de um ou mais
negócios costuma ser um dos temas de maior complexidade na esfera contábil e fiscal
dentro de operações de fusões e aquisições ou M&A. Tal fato decorre das profundas
alterações que a nossa legislação tributária sofreu para adequar as normas contábeis
brasileiras aos padrões internacionais de metodologias contábeis – IFRS.
No que diz respeito ao tratamento fiscal dado à mais ou menos-valia, bem como
ao goodwill e ganho por compra vantajosa, a legislação determina que tais montantes
sejam registrados na conta de investimento da adquirente por meio de subcontas
distintas, bem como que o valor da mais ou menos-valia seja baseado em Laudo de
Alocação do Preço de Compra (PPA – Purchase Price Allocation), que determina o
valor justo dos ativos e passivos da sociedade adquirida, para fins de mensuração do
custo de aquisição, o qual deverá ser protocolado na Secretaria da Receita Federal até o
último dia útil do 13º mês subsequente ao da aquisição da participação.
Mais ou menos-valia:
O art. 186 e 187 da IN 1.700/17 estabelecem que a diferença entre o valor da mais ou
menos-valia registrado contabilmente na data de aquisição da participação societária e o
valor lançado em contrapartida à conta que registra o bem ou direito que lhe deu causa,
em decorrência do evento de incorporação, fusão ou cisão, será excluída ou adicionada,
respectivamente, ao lucro líquido para apuração do lucro real e do resultado ajustado à
medida que o bem ou direito for sendo realizado, inclusive mediante depreciação,
amortização, exaustão, alienação ou baixa.
Por força da alínea “c” do inciso III do art. Art. 186 da IN 1.700/2017, o aproveitamento
fiscal da mais-valia como integrante do custo de aquisição será comprometido nos casos
em que houver alienação ou baixa do ativo que tenha dado causa a mais-valia, ao passo
que o saldo existente na contabilidade não poderá ser considerado como integrante do
custo.
Goodwill:
– O valor do ganho por compra vantajosa deverá ser excluído via Lalur no momento da
aquisição do investimento e adicionado nas hipóteses previstas de realização do
investimento (alienação ou baixa do investimento e evento especial);
Destaca-se, por fim, que o não cumprimento dos requisitos fiscais, implica (i) o não
aproveitamento da mais-valia como integrante do custo de aquisição do bem e a
obrigatoriedade de considerar a menos-valia como integrante do respectivo custo; (ii) a
não amortização fiscal do ágio por rentabilidade futura (goodwill), à razão de 1/60; e
(iii) o não aproveitamento do diferimento em 1/60 da tributação do ganho por compra
vantajosa.