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 Realização de PPA – Alocação do Preço de Compra;

 Realização de valuation para fins de compra e venda de empresas


(Fairness Opinion e Assessoria M&A);
 Avaliação de ativos intangíveis (Marcas, Patentes, Softwares e outros);
 Modelagem Econômico-Financeira (Business Plan, Determinação de
Preços Viáveis para Processos Licitatórios, Modelagem de processos
para Privatização e outros);
 Realização de laudos de avaliação para fins de reorganização societária
(OPA, Cisão, Incorporação);
 Apuração de haveres para fins de dissolução societária, partilha de bens
e outros;
 Operações Estruturadas (Determinação da Estrutura de Capital
Otimizada; Assessoria na Captação de Recursos Estruturados de Dívida
ou Equity).

A alocação do preço pago por uma entidade para obtenção do controle de um ou mais
negócios costuma ser um dos temas de maior complexidade na esfera contábil e fiscal
dentro de operações de fusões e aquisições ou M&A. Tal fato decorre das profundas
alterações que a nossa legislação tributária sofreu para adequar as normas contábeis
brasileiras aos padrões internacionais de metodologias contábeis – IFRS.

Dentre as alterações, a Lei 12.973/2014 apresentou nova sistemática à alocação do custo


de aquisição do investimento, bem como novas diretrizes ao reconhecimento e
mensuração do ágio por rentabilidade futura (goodwill) e do ganho por compra
vantajosa (deságio).

Antes de adentrar na análise fiscal da aquisição de investimento, importante destacar os


aspectos contábeis da operação, vez que, a tratativa contábil e fiscal a ser empregada
depende do fato desta se realizar entre partes dependentes (entidades sob controle
comum) ou independentes (sem relação de controle entre as entidades envolvidas).

Operações de aquisição de investimento entre partes independentes devem ser


registradas de acordo com as orientações do Pronunciamento Técnico CPC 15 (R1),
convergente à norma internacional IFRS 3, que trata da combinação de negócios, assim
definida como “uma operação ou outro evento por meio do qual um adquirente obtém o
controle de um ou mais negócios, independente da forma jurídica da operação”.

Nos termos do CPC 15, o reconhecimento contábil da combinação de negócio, pelo


método de aquisição, exige (i) identificação do adquirente; (ii) determinação da data de
aquisição; (iii) reconhecimento e mensuração dos ativos identificáveis adquiridos, dos
passivos assumidos e das participações societárias de não controladores na adquirida; e
(iv) reconhecimento e mensuração do ágio por expectativa de rentabilidade futura
(goodwill) ou do ganho proveniente de compra vantajosa.

Ou seja, o adquirente será obrigado a reconhecer e mensurar, na data da aquisição,


separadamente, os ativos identificáveis adquiridos e os passivos assumidos, do ágio por
rentabilidade futura (goodwill) ou do ganho proveniente de compra vantajosa gerado na
operação.
Seguindo as mesmas diretrizes do regramento contábil, a legislação fiscal determina que
o contribuinte que avaliar investimento pelo valor de patrimônio líquido deverá, por
ocasião da aquisição da participação, desdobrar o custo de aquisição (preço de compra)
em: (i) valor de patrimônio líquido na época da aquisição; (ii) mais ou menos-valia, que
corresponde à diferença entre o valor justo dos ativos líquidos da investida, na
proporção da porcentagem da participação adquirida, e o valor de patrimônio líquido na
época da aquisição; e (iii) ágio por rentabilidade futura (goodwill) ou ganho por compra
vantajosa, que corresponde a diferença entre o custo de aquisição do investimento e o
somatório do patrimônio líquido e da mais ou menos-valia.

No que diz respeito ao tratamento fiscal dado à mais ou menos-valia, bem como
ao goodwill e ganho por compra vantajosa, a legislação determina que tais montantes
sejam registrados na conta de investimento da adquirente por meio de subcontas
distintas, bem como que o valor da mais ou menos-valia seja baseado em Laudo de
Alocação do Preço de Compra (PPA – Purchase Price Allocation), que determina o
valor justo dos ativos e passivos da sociedade adquirida, para fins de mensuração do
custo de aquisição, o qual deverá ser protocolado na Secretaria da Receita Federal até o
último dia útil do 13º mês subsequente ao da aquisição da participação.

Cumpridos tais requisitos ao desdobramento do custo de aquisição, a legislação fiscal


nacional estabelece os seguintes efeitos fiscais para:

Mais ou menos-valia:

– O ganho ou a perda admitido(a) pela investidora em decorrência da variação do


investimento, por ajustes dos ativos e passivos da investida, refletidos na investidora
mediante equivalência patrimonial, desde que devidamente registrados em subcontas
vinculados a mais ou menos-valia correspondente, poderão ser diferidos e computados
na determinação do lucro real do período de apuração em que o contribuinte alienar ou
liquidar o investimento (os valores deverão ser controlados fiscalmente na Parte B do
Lalur);

– Para fins de mensuração do ganho ou perda de capital na alienação ou liquidação do


investimento, será considerado o valor do patrimônio líquido registrado na
contabilidade do contribuinte somado aos saldos existentes nas subcontas da mais ou
menos-valia;

– Após evento especial (absorção do patrimônio da investida pela investidora), o saldo


de mais ou menos-valia de ativos evidenciado em subconta passará a integrar
definitivamente o custo de aquisição do investimento para fins fiscais, passando a ser
dedutível mediante sua realização, seja para fins de cálculo de ganho de capital, seja
pela realização do ativo, mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou
baixa.

O art. 186 e 187 da IN 1.700/17 estabelecem que a diferença entre o valor da mais ou
menos-valia registrado contabilmente na data de aquisição da participação societária e o
valor lançado em contrapartida à conta que registra o bem ou direito que lhe deu causa,
em decorrência do evento de incorporação, fusão ou cisão, será excluída ou adicionada,
respectivamente, ao lucro líquido para apuração do lucro real e do resultado ajustado à
medida que o bem ou direito for sendo realizado, inclusive mediante depreciação,
amortização, exaustão, alienação ou baixa.

Por força da alínea “c” do inciso III do art. Art. 186 da IN 1.700/2017, o aproveitamento
fiscal da mais-valia como integrante do custo de aquisição será comprometido nos casos
em que houver alienação ou baixa do ativo que tenha dado causa a mais-valia, ao passo
que o saldo existente na contabilidade não poderá ser considerado como integrante do
custo.

Goodwill:

– A amortização fiscal do goodwill será possível quando do confronto, em um mesmo


acervo patrimonial, do ágio por rentabilidade futura (goodwill) escriturado pela
investidora com os lucros advindos da empresa investida (que justifique o pagamento
desse sobre preço), e desde que decorrentes entre partes não relacionadas, à razão de
1/60 (um sessenta avos), no máximo, para cada mês do período de apuração.

Ganho por compra vantajosa

– O valor do ganho por compra vantajosa deverá ser excluído via Lalur no momento da
aquisição do investimento e adicionado nas hipóteses previstas de realização do
investimento (alienação ou baixa do investimento e evento especial);

– Após evento especial (absorção do patrimônio da investida pela investidora), o ganho


por compra vantajosa deverá ser computado na determinação do lucro real dos períodos
de apuração subsequentes à data do evento, à razão de 1/60, no mínimo, para cada mês
do período de apuração.

Destaca-se, por fim, que o não cumprimento dos requisitos fiscais, implica (i) o não
aproveitamento da mais-valia como integrante do custo de aquisição do bem e a
obrigatoriedade de considerar a menos-valia como integrante do respectivo custo; (ii) a
não amortização fiscal do ágio por rentabilidade futura (goodwill), à razão de 1/60; e
(iii) o não aproveitamento do diferimento em 1/60 da tributação do ganho por compra
vantajosa.

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